João Pedro Stedile:
Coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)
Rio - O mundo inteiro está acompanhando, horrorizado, os ataques do Estadode Israel contra o povo palestino. Centenas de mortos e feridos, a maioriamulheres e crianças, civis em geral. Estive por duas ocasiões na Palestinaa convite de entidades internacionais. Conheci a Faixa de Gaza e fiqueiimpressionado. Gaza é na verdade uma grande prisão a céu aberto, numafaixa de mais ou menos 30 quilômetros de largura e 100 quilômetro decumprimento.
São 1,5 milhões de palestinos cercados por muros eletrificados com mais deseis metros de altura. A água, eletricidade, combustível e a comida sãocontroladas por Israel. Todos os dias, milhares de pessoas atravessam afronteira para trabalhar em Israel, como operários.
Ao passar pela fronteira, são obrigados a tirar toda a roupa para arevista, de manhã e à noite. Uma verdadeira humilhação. Não há transportepúblico, apenas táxis amarelos doados por entidades humanitárias dosEstados Unidos.
Se não bastasse a prisão a céu aberto dos palestinos, agora o exército deIsrael resolveu bombardear e ocupar a "prisão-Gaza". Um verdadeirogenocídio! Não pensem que isso está longe de nossa realidade.
A polícia de Israel colabora com a polícia do Rio de Janeiro, para trocade experiências. A idéia do caveirão veio da experiência de Israel deatacar os bairros pobres palestinos.
Como denunciou o jornal Washington Post, semana passada, Israel estáusando táticas da polícia do Rio, na ocupação de Gaza. Além de nossaraiva, devemos denunciar isso e manifestar nossa solidariedade ao povopalestino. E esperar que os governos de todo o mundo isolem Israel, querepete a mesma sanha de Hitler, agora contra os palestinos.
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