terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Presidente da Síria e o Chefe do Parlamento do Irã saudam a vitória da Resistência palestina,na faixa de Gaza

A equipe do site da Al Manar
O presidente sírio, Bashar al - Assad e o chefe do Parlamento iraniano, Ali Lariyani celebraram , na última sexta-feira, em Damasco, o "fracasso" da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, quando reafirmaram  seus compromissos com a resistência palestina.
Em sua primeira etapa de um giro regional que lhe levará ao Líbano e a Turquia, Lariyani tratou com Assad "da evolução dos acontecimentos  regionais, especialmente após o fracasso da recente agressão israelense contra os palestinos na  Faixa de Gaza e a grande vitória da resistência Palestina".
Ambos, os chefes de Estado, aproveitaram o encontro para reafirmar o compromisso com "o caminho da resistência", comprometendo-se "a seguirem  garantindo sua promoção, manutenção  e apoio,  em todos os níveis".

"Enquanto alguns Estados da região não ajudam os palestinos, a Síria, e o povo sírio sempre colocaram todos seus meios à disposição do povo palestino", disse Lariyani, referindo-se à ofensiva israelense em Gaza.

"Por isso, alguns países do região armam os grupos hostis à Síria", na intenção de mudar essa configuração, declarou o líder iraniano, cujo país, grande aliado de Damasco, acusa alguns países ocidentais e árabes de armar e financiar  grupos mercenários  e colocá-los criminosamente dentro da Síria.
Disse, ainda,  que os israelitas acreditavam "que poderia destruir a resistência", mas "o povo palestino tem demonstrado que tem bons recursos para se defender".

Ali Lariyani destacou o papel  importante da Síria no apoio a resistência e observou que alguns Estados da região estão implementando políticas aventureiras buscando criar problemas na Síria:

"Insistimos, sempre, que a Síria tem  desempenhado  um papel pioneiro no apoio a resistência"
http://www.almanar.com.lb/main.php

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

ATIVIDADES NO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL - PALESTINA LIVRE


VEJAM ABAIXO AS ATIVIDADES ORGANIZADAS PELOS COMITÊS , ENTIDADES DE SOLIDARIEDADE E A CAMPANHA FREE AHMAD SA'ADAT

Venha Participar de nossos debates para construir uma Palestina Livre


DIA 29


Horário : 10:00 – 13:00

Atividade: O papel dos palestinos na diáspora e na solidariedade internacional

Organização: Sociedades palestinas de Santa Maria e Corumba, Comitê Catarinense de Solidariedade, CDP, CECAP RS, US Palestinian Community Network, Coalisão Democrática Palestina (arab48)

Local: Casa de Cultura Mario Quintana - Hermes Mancilia

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Horário: 12h15-13h30

Atividade: PRISIONEIROS POLÍTICOS PALESTINOS


Organização responsável: Addmaeer Prisoner Support & Human Rights Association

Local: Ministerio Público do RGS - Aud.Mondecil Paulo de Moraes


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Horário: 14:00 - 16:00

Atividade: O Desrespeito ao Direito Internacional na questão palestina


Organização responsável: Sociedades palestinas de Santa Maria e Corumba, Comitê Catarinense de Solidariedade, CDP, CECAP RS, US Palestinian Community Network, Coalisão Democrática Palestina (arab48)

Local: Afocefe Sindicato - Auditório

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 Dia 30

Horário: 9:00 – 12:00

AtividadeOs projetos de reassentamento dos refugiados Palestinos
Organização responsável: Centro Cultural Árabe Palestino do Rio Grande do Sul

Local : Fecosul - Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços do Estado do Rio Grande do Sul Fecosul  - Auditório

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Horário: 10:00 – 12:00

Atividade : Campanha Internacional pela  Libertação dos Prisioneiros Políticos - Free Ahmad Sa'adat -
Organização responsável: Samidoun Palestinian Prisoner Solidarity Network, Campaign to Free Ahmad Sa'adat

Local: Câmara Municipal de POA -  Sala Otavio Rocha

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Horário: 16:30 – 18:00

Atividade: “A recente estratégia imperialista/sionista para o mundo árabe e a situação da causa Palestina

Sobre as estratégias neocoloniais do imperialismo para o Mundo Árabe, ressaltando o papel da mídia, dos exércitos mercenários, dos países aliados do golfo e a localização da causa Palestina neste contexto.

Organização: Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro

Local: Afocefe Sindicato – Auditório

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Dia 01

 Horário:   10:00 - 12:00



Atividade :O racismo israelense e a luta dos palestinos na Palestina de 1948


Organização: Sociedades palestinas de Santa Maria e Corumba, Comitê Catarinense de Solidariedade, CDP, CECAP RS, US Palestinian Community Network, Coalisão Democrática Palestina (arab48)


Local: Camara Municipal de POA sala Comissão 302



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Horário : 12:15 – 13:30



Atividade :A Colombia como ponta de lança do imperialismo/sionismo para América Latina



Sobre a atuação do sionismo na Colômbia e suas implicações para o conjunto da América Latina.



Organização: Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro


Local: Afocefe Sindicato – Auditório

domingo, 25 de novembro de 2012

EGITO EM FÚRIA: SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE CONFRONTO NA PRAÇA TAHRI




Manifestante corre com bomba de gás lacrimogêneo nas mãos, próximo à Praça Tahrir, no Cairo, capital do Egito (Foto: Mohamed Abd El Ghany/Reuters

 Multidão de opositores ao presidente Mohamed Morsi corre de policiais nos arredores da praça Tahrir, no Egito (Foto: Mohamed Abd El Ghany/Reuters)
Ativista em meio a nuvem de gás lançado por forças de segurança no Egito, na Praça Tahrir (Foto: Mohamed Abd El Ghany/Reuters)
http://www.almanar.com.lb/adetails.php?eid=356621&cid=21&fromval=1&frid=21&seccatid=38&s1=1
   Os protestos da massa egipcia  se tirigem contra as alterações constitucionais emitidas pelo presidente eleito Mohamed Morsi, na qual autoproclama superpoderes para si, através de um ato constitucional, promulgado no dia 22, quinta feira, onde afirma que qualquer decisão sua será definitiva, não podendo ser contestada em qualquer nível do poder.  A população foi às ruas  se manifestar contra o ato arbitrário,  aos gritos de  "abaixo o regime" e "abaixo o poder do guia espiritual".  O presidente Morsi pertence a organização Irmandade Mulçumana .        

 A revolta se estende, também , a decisão das autoridade pela construção de um muro de concreto que irá  isolar as manifestações do povo da sede do Governo, do  Parlamento e do Conselho de Ministros, próximas à Praça Tahrir e a Universidade Americana do Cairo.  É exatamente neste local que se dá o violento confronto entre os manifestantes e a polícia egpcia que se utiliza de gás lacrimogêneo

Na cidade de Alexandria os manifestantes incendiaram as três sedes do Partido Liberdade e Justiça , braço político da Irmandade Muçulmana, do Presidente Mursi.

Há  informações  que até o momento 261 pessoas ficaram feridas nestes confrontos. Mas  esse número de feridos pode ser maior.
Na capital do Egito, os manifestantes  reagiram a repressão, atirando coquetéis molotov  na polícia e fazendo grandes barricadas , ateando fogo em pneus.
Ao noroeste do Cairo, na cidade de Damanhur, ontem a noite ( sábado) verificou-se violentos confrontos entre centenas de partidários da "Irmandade Muçulmana", do Presidente Mursi,  e os manifestantes contrários, identificados com as organizaçõies da Praça Tahrir. Nesta provincia , os manifestantes também promoveram o bloqueiro das ruas com fogo em pneus, a fim de impedir o movimento dos veículos anti-motim da polícia.






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Fonte: Agências
2012/11/25 - 10:22 Última actualização 2012/11/25 - 12:29 | 749 leituras

O QUE NÃO TE CONTAM SOBRE A SÍRIA Parte X - Massacres e decaptações de palestinos

Massacre em Ras el Ain e Decapitacões em Yarmuk ( contém cenas fortes)

  


Equipo del Sitio Web de Al Manar
A imprensa turca noticiou  um grande massacre que aconteceu  no dia 10 de Novembro e que foi executado por milicianos Exército Sírio Livre (ESL - mercenários financiados pelos EUA, Países do Golfo e UE) e seus colaboradores do Conselho Nacional Kurdo, de Masud Barzani.  na cidade de Ras el-Ain, que faz fronteira com a Turquia .

O canal de televisão Star TV mostrou imagens de milicianos que tomaram a cidade,  alguns edifícios do governo e da polícia.

O canal mostra imagens do momento do sequestro dos funcionários da administração pública e  de  soldados:  Com os olhos vendados e as mãos atadas, eles são levados para um prédio onde foram executados a sangue frio. Se ouve os tisparos que viam do interio da  casa. Nas sequência, o vídeo mostra os corpos das vítimas levados  por um  caminhão para um lugar onde foram enterrados.

Segundo o sítio Syria Truth, que veicula o vídeo, o canal de TV turco, que pertence a oposição, foi obrigado a suspender a transmissão   deste vídeo, após seren ameaçados pelos milicianos do  ESL.
(N. do tradutor: Verifique no sítio: )
(http://www.syriatruth.org/news/tabid/93/Article/8622/Default.aspx)

 Decapitações


O site www.syriatruth.org também mostra imagens da decapitação de um militante palestino da Frente Popular para a Libertação da Palestina - FPLP,  no campo Yarmuk na capital síria, Damasco.
Os autores da decapitação,  são membros da Brigada de Tauhid, participantes do levante mercenário.
O texto não fala de outros palestinos que tiveram tal sorte. 
(N. do traduto: Fato é que o campo de refugiados palestinos na Siria está sofrendo os mesmos horrores do conjunto da populaçao síria , vítimas dos grupos mercenários , armados e introduzidos no país pelo Turquia, pelos países do Golfo, como o Quatar, por Israel , França e EUA.)
http://www.almanar.com.lb/adetails.php?eid=356681&cid=21&fromval=1&frid=21&seccatid=19&s1=1


sábado, 24 de novembro de 2012

As elites vão fazer conosco o que fazem com os habitantes de Gaza


Traduzido e comentado por Baby Siqueira Abrão
Comentário da tradutora: Quem me conhece sabe que penso exatamente como Hedges. Infelizmente, não tenho seu talento e meu artigo sobre esse assunto está só na forma de esboço.
É preciso ler este texto para entender por que os sionistas estão pressionando tanto o FSMPL (Fórum Social Mundial pela Palestina Livre)-- trata-se de uma pedra no sapato de quem, como eles, vêm mostrando as garras na América Latina e dominando nossos governos. É preciso ler este texto para saber por que insisto tanto num foco de luta mais amplo, contra o sionismo.
Vamos deixar como está ou vamos reagir?

Gaza é a janela de nossa futura distopia. A crescente divisão entre a elite do mundo e sua miserável massa de humanidade é mantida por meio de uma violência em espiral. Muitas regiões empobrecidas do planeta, que caíram no abismo econômico, começam a assemelhar-se a Gaza, onde 1,6 milhões de palestinos vivem no maior campo de concentração do planeta [1].
Essas zonas de sacrifício, cheias de pessoas deploravelmente pobres, presas em favelas miseráveis ou em aldeias cujas casas têm paredes de barro, cada vez mais vêm sendo sitiadas por cercas eletrônicas, monitoradas por câmeras de vigilância e drones, e rodeadas por guardas de fronteira ou unidades militares que atiram para matar. 
Ilustração: Mr. Fish
Essas distopias de pesadelo se estendem da África subsaariana ao Paquistão e à China. Nesses locais, assassinatos propositais são executados, ataques militares brutais são feitos a pessoas deixadas sem defesa, sem exército, sem marinha e sem força aérea. Todas as tentativas de resistência, embora ineficazes, deparam com a carnificina que caracteriza a moderna indústria da guerra.
No novo cenário global, como nos territórios ocupados por Israel e nos projetos imperialistas dos EUA no Iraque, no Paquistão, na Somália, no Iêmen e no Afeganistão, massacres de milhares de inocentes indefesos são classificados como “guerra”. 
A resistência é denominada provocação, terrorismo ou crime contra a humanidade. O respeito às leis, assim como as mais básicas liberdades civis e o direito à autodeterminação, é uma ficção usada como relações-públicas para aplacar a consciência de quem vive nas zonas de privilégio. 
Prisioneiros são rotineiramente torturados ou “desaparecidos”. A falta de alimentos e de suprimentos médicos são uma tática de controle aceita. Mentiras permeiam as ondas eletromagnéticas (rádios e TVs). Grupos religiosos, raciais e étnicos são demonizados. Chovem mísseis sobre casebres de alvenaria, unidades mecanizadas atiram em aldeões desarmados, canhoneiras esmagam campos de refugiados com bombardeios pesados, e os mortos, incluindo crianças, enfileiram-se em corredores de hospitais aos quais faltam eletricidade e medicamentos.
O colapso iminente da economia internacional, os ataques ao clima e suas consequências, como secas, alagamentos, declínio rápido de safras e aumento no preço dos alimentos estão criando um universo onde o poder se divide entre elites restritas, que têm nas mãos sofisticados instrumentos de morte, e massas enraivecidas. 
As crises vêm incentivando uma guerra de classes que sobrepujará tudo aquilo que Karl Marx poderia ter imaginado. Elas estão construindo um mundo onde a maioria terá fome e viverá com medo, enquanto poucos irão se empanturrar com delícias em fortins protegidos. E mais e mais pessoas serão sacrificadas para manter esse desequilíbrio.
Por ter poder para isso, Israel – assim como os Estados Unidos – desrespeitam [2] o direito internacional para manter na miséria uma população dominada. A presença continuada das forças de ocupação israelenses [nos Territórios Palestinos Ocupados- TPOs] desafia quase cem resoluções do Conselho de Segurança da ONU pedindo sua retirada [dos TPOs]. 
O bloqueio israelense a Gaza, estabelecido em junho de 2007, é uma forma brutal de punição coletiva que viola o artigo 33 da IV Convenção de Genebra, que determina as regras para a “proteção de civis em tempo de guerra”. 
O bloqueio transformou Gaza num pedaço de inferno, num gueto administrado por Israel onde milhares morrem, incluindo os 1,4 mil [são quase 1,5 mil] civis assassinados na incursão israelense de 2008. Com 95% das fábricas fechadas, a indústria palestina virtualmente parou de funcionar. Os restantes 5% operam com 25% a 50% de sua capacidade. Até o setor pesqueiro está moribundo. Israel recusa-se a permitir que os pescadores ultrapassem três milhas náuticas da costa, e dentro desse limite os barcos pesqueiros com frequência são alvo dos tiros israelenses. 
As patrulhas de fronteira israelenses confiscaram 35% das terras cultiváveis de Gaza para criar nelas zonas-tampões [3].
O colapso da infraestrutura e o confisco israelense dos aquíferos fazem com que em muitos campos de refugiados, como Khan Yunis, não haja água corrente. 

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) estima que 80% de todos os habitantes de Gaza dependem, atualmente, de ajuda alimentar. E a alegação israelense de autodefesa esconde o fato de que Israel mantém uma ocupação ilegal e viola o direito internacional ao impor a punição coletiva aos palestinos. 
Foi Israel que escolheu aumentar a violência quando, durante uma incursão a Gaza no início do mês, suas forças mataram um garoto de 13 anos. À medida que o mundo se arrebenta, este se torna o novo paradigma: senhores da guerra modernos se inundam com tecnologias e armas aterrorizantes, que matam povos inteiros.
Fizemos [os estadunidenses] o mesmo no Afeganistão, no Iraque, no Paquistão, no Iêmen e na Somália. 
As forças do mercado e os mecanismos militares que protegem essas forças são a única ideologia que governa os Estados industriais e o relacionamento dos seres humanos com o mundo natural. É uma ideologia que resulta em milhões de mortos e outros milhões de desalojados no mundo moderno. E a espantosa/abominável álgebra dessa ideologia significa que essas forças irão, eventualmente, também desencadear-se sobre nós. 
Aqueles que não são úteis para as forças do mercado são considerados descartáveis. Não têm direitos nem legitimidade. Sua existência, seja em Gaza, seja em cidades pós-industriais doentes como Camden, Nova Jersey, é considerada dejeto da eficiência e do progresso. Essas pessoas são vistas como refugo. E como refugo não têm voz nem liberdade, e podem ser extintas ou aprisionadas à vontade. Este é um mundo onde apenas o poder corporativo e o lucro são sagrados. É um mundo de barbárie.
Ao dispor do poder de trabalho humano, o sistema disporia, incidentalmente, da entidade “ser humano” sob os pontos de vista físico, psicológico e moral”, escreveu Karl Polanyi [4] em The Great Transformation [A grande transformação].

E continua:
Privados da cobertura protetora de instituições culturais, os seres humanos pereceriam diante dos efeitos da exposição social; morreriam como vítimas de deslocamentos sociais agudos em consequência do vício, do crime e da fome.
A natureza seria reduzida a seus elementos, com vizinhanças e paisagens violadas, rios poluídos, segurança militar ameaçada, poder de produzir alimentos e matéria prima destruído.
Finalmente, a administração do mercado de compra de poder periodicamente liquidaria empresas comerciais porque a escassez e a fartura de dinheiro provariam ser tão desastrosas para os negócios como os alagamentos e as secas para as sociedades primitivas.
Sem dúvida, os mercados de trabalho, da terra e do dinheiro são essenciais para uma economia de mercado. Mas nenhuma sociedade pode aguentar os efeitos desse sistema de ficções brutas, nem mesmo pelo menor período, a menos que sua substância humana e natural, assim como sua organização de negócios, estejam protegidas contra os estragos desse moinho satânico.
Existem 47,1 milhões de estadunidenses que dependem de auxílio-alimentação para comer. As elites estão tramando acabar com esse auxílio, assim como com outros programas de “direitos” que evitam que os pobres se tornem miseráveis. 
O ímpeto de trilhões de dólares do Medicare, Medicaid e de outros programas sociais, dado o impasse político em Washington e o aumento do “abismo fiscal”, agora parece incerto.
Há 50 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, mas porque a linha da pobreza é tão baixa – US$ 22.350 para uma família de quatro pessoas – esse número nada significa. Acrescente-se a isso as dezenas de milhões de estadunidenses de uma categoria chamada “próxima à pobreza”, incluindo as famílias que tentam viver com menos de US$ 45 mil por ano e ter-se-ão ao menos 30% do país na pobreza. 
Assim que essas pessoas perceberem que não haverá recuperação econômica, que seu padrão de vida continuará a cair, que foram enganadas, que a esperança no futuro é uma ilusão, elas se tornarão tão furiosas como os manifestantes da Grécia e da Espanha ou os militantes de Gaza ou do Afeganistão. 
Os bancos e outras corporações financeiras entregaram trilhões em empréstimos sem juros do Federal Reserve, enquanto acumulavam US$ 5 trilhões, em grande parte pilhados do Tesouro dos EUA. Quanto mais essas disparidade e desigualdade mundiais forem perpetuadas, mais as massas se revoltarão e mais depressa replicaremos internamente o modelo israelense de controle doméstico – drones acima de nossas cabeças, todos os dissidentes criminalizados, equipes SWAT rompendo pelas portas, força mortal como modo aceitável de subjugação, alimentos usados como armas e vigilância constante.
Em Gaza e em outras partes doentes do globo vemos essa
 nova configuração de poder. 
O que está acontecendo em Gaza, assim como o que ocorre com pessoas negras em comunidades marginais nos EUA, são o modelo. As técnicas de controle, sejam elas aplicadas por israelenses, sejam usadas por unidades de polícia militarizada nas guerras contra drogas de nossas cidades, sejam empregadas por forças militares especiais ou por mercenários no Paquistão, no Afeganistão ou no Iraque, são testadas primeiro e aperfeiçoadas nos fragilizados e nos despossuídos. 
Nossa insensível indiferença ao apelo dos palestinos e das centenas de milhões de pobres empacotados em favelas urbanas na Ásia ou na África, assim como de nossa própria subclasse, significa que as injustiças cometidas contra eles serão cometidas contra nós. Ao falhar com eles, falhamos conosco. 
À medida que o império dos EUA implode, as mais brutais formas de violência empregadas fora do império começam a migrar de volta para o país. Ao mesmo tempo, os sistemas internos de governança democrática calcificaram-se. 
A autoridade centralizada está nas mãos de um setor executivo que serve, como escravo, aos interesses corporativos globais.
A imprensa e os poderes judiciário e legislativo tornaram-se desdentados e decorativos.
O espectro do terrorismo, como em Israel, é usado pelo Estado para desviar gigantescos gastos para a segurança do país, para a vigilância militar e interna.

A privacidade é abolida. A dissidência é traição. Os militares, com seu mantra de obediência cega e de força, caracterizam a ética sombria da cultura vasta. A beleza e a verdade são abolidas. A cultura é degradada em besteiras. A vida emocional e intelectual de cidadãs e cidadãos é devastada pelo espetáculo, pelo mau gosto e pela malícia, assim como por montões de analgésicos e narcóticos. A ambição cega, o desejo de poder e uma grotesca vaidade pessoal – exemplificadas por David Petraeus e sua ex-amante – são os motores do progresso.

O conceito de bem comum não faz mais parte do léxico do poder. Este, como a novelista J.M. Coetzee escreve, é a “flor suja da civilização”. É Roma sob Diocleciano. Somos nós. Os impérios, no final, decaem em regimes despóticos, assassinos e corruptos que enfim consomem a si mesmos. E nós, como Israel, agora tossimos sangue.
____________________
Chris Hedges*, cuja coluna é publicada às segundas-feiras em Truthdig, passou quase duas décadas como correspondente internacional na América Central, no Oriente Médio, na África e nos Bálcãs. Escreveu reportagens em mais de 50 países e trabalhou para The Christian Science Monitor, National Public Radio, The Dallas Morning News e The New York Times, para o qual foi correspondente internacional por 15 anos.


Notas de rodapé
[1]  Dada a vida que levam, em consequência do bloqueio e dos ataques genocidas de Israel, os habitantes de Gaza preferem usar a expressão “campo de extermínio”.
[2]  No original, flout, que também significa caçoar, zombar – termos mais apropriados ao que Israel e EUA fazem com o direito internacional.
[3] Zonas-tampões são terras palestinas que Israel confisca para manter, entre a linha de fronteira e Gaza (ou as vilas e cidades da Cisjordânia), uma área vazia, de acesso proibido aos palestinos, cercada e vigiada por soldados armados.
[4] Ver Karl Polanyi (em inglês). Embora o trecho citado neste texto seja interessante, é preciso manter um olhar crítico em Polanyi. Ele falhou exatamente onde o outro Karl, o Marx, acertou. Como filósofo, Marx foi fundo na ontologia para entender a formação da riqueza e do capital, ao passo que Polanyi não fez senão um sobrevoo nessas mesmas questões.

Postado: vila vudu

O único remédio contra a ocupação é a resistência

  Forças israelenses protegidas por veículo blindado após manifestantes palestinos lançarem um coquetel Molotov durante confrontos no centro da cidade dividida  de Al-Khalil (Hebron) na Cisjordânia ocupada, em 19 de novembro de 2012.


19/11/2012, Ibrahim al-Amin (editor-chefe), Al-Akhbar (Editorial)
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
“Nem resistência, nem negociações.” Essa foi a frase-chave do emir do Qatar, Hamad bin Khalifa al-Thani em recente visita à Faixa de Gaza. Usou a frase para insistir na urgência de reconciliação entre todos os grupos palestinos. Foi como se dissesse a eles: o campo da resistência de vocês não está resistindo e o campo da paz de vocês não está negociando. Assim sendo, por que não se acertam?
O emir do Qatar não explicou por que deveria haver reconciliação e em torno de quê. É como se não estivesse vendo a razão pela qual o campo da paz não está negociando – porque Israel, não os palestinos, não quer negociação nem paz. E quem disse ao emir do Qatar que o campo da resistência teria parado de resistir?
Talvez porque o Hamás é parte da Fraternidade Muçulmana, e a resistência não se inclui entre as prioridades da organização-mãe? Teria o emir querido dizer isso?
Essa obscura frase-chave começou a circular imediatamente depois da eclosão das revoluções árabes. O objetivo foi induzir as forças políticas ascendentes nos países árabes cujos ditadores foram derrubados – Egito, Tunísia e Líbia – a adotar políticas alinhadas com o que querem os patrocinadores ocidentais e árabes daquelas revoluções. E esses patrocinadores querem todos esses novos governos confinados às respectivas questões domésticas.
“Nem resistência, nem negociações” significa que os palestinos devem agir sob o pressuposto de que a ocupação seria fato consumado; e de que não contem com qualquer ajuda, só porque houve as revoluções. Funcionário de um dos países do Golfo comentou, com sarcasmo, que o presidente egípcio Mohamed Mursi provavelmente dissera ao líder do Hamás, Khaled Meshal: “Pare com isso! Não estamos conseguindo nem dar conta das ruas egípcias! Você quer o quê?! Desista. Suspenda o fogo e confie em Deus”.
Adnan Mansour 
O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Adnan Mansour parecia deslocado na reunião de ministros árabes, na véspera. Assustou os presentes, ao usar linguajar “fora de moda” sobre boicotes e resistência. O linguajar em voga, a fala “da moda”, veio do ministro do Exterior do Qatar, que fez uma declaração de impotência e disse aos palestinos: "Conhecemos os limites de nossas capacidades e de nossas posições, e em nenhum caso iremos à guerra". Isso, pouco antes das indispensáveis juras de apoio aos resistentes da Faixa de Gaza.
“Nem resistência, nem negociações”. A frase foi enunciada não só para justificar a impotência, mas, também, para demarcar o real objetivo das revoluções árabes, a saber: conseguir uma mudança no poder. Nessa linha de pensamento, o único problema dos egípcios seria que Gamal Mubarak não cumpria os rituais da religião e não cultivava longas barbas. Resultado inicial desastroso dos protestos de massa no Egito foi que implantaram no poder réplicas dos antigos ditadores – só que sem as barbas.
Trocaram-se uns por outros assemelhados, enquanto as políticas seguem as mesmas, as políticas econômicas seguem as mesmas, as relações com Israel não mudaram e o papel do Egito como principal mediador entre o inimigo e o povo da Palestina ocupada não mudou.
Os proponentes da ideia de “nem resistência, nem negociações” cumprem um imundo papel.
Creem que a prioridade é esperar outras oportunidades. Dizem que não há resistência, porque escolheram retirar-se da batalha, desautorizar a resistência e mergulhar nas realidades da ocupação. Para defender essa posição, promovem divisões religiosas e acusam as forças da resistência de não aspirarem à libertação como objetivo principal.
Mas como a avaliação feita pelo ministro de Relações Exteriores do Qatar, para quem os árabes seriam impotentes para agir em Gaza, coaduna-se com a determinação com que o Qatar e outros estados do Golfo continuam a armar a oposição síria e garantir a ela apoio absoluto da mídia?
De onde extraíram a conclusão – e será que realmente contam com que alguém acredite? – que os palestinos não precisam também de idêntica atenção e apoio?
O que impediria esses países de continuar a apoiar a oposição síria e, ao mesmo tempo, de apoiar também os palestinos?
Como um povo com tão longa tradição de lutas – sobretudo palestinos que vivem sob o império dos governantes do Golfo – conseguirão justificar os laços com a santa aliança dos estados do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), os EUA e a Europa colonialista? Como os palestinos ativos na academia, na imprensa, em instituições diplomáticas controladas pelos estados do CCG conseguirão justificar, ante eles mesmos, tais políticas?
O que se vê acontecer na Palestina só atesta uma coisa: a ocupação continua e continuará. Isso implica necessariamente que a resistência continua e continuará. A cada momento, a resistência mais comprova que tem habilidade e capacidades para provocar impacto em Israel.
A alternativa é obedecer. Desnecessário construir frases oblíquas sobre isso, porque, seja o fraseado que for, o significado é sempre o mesmo: rendição.

SOMOSTODOSPALESTINOS NO AR!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

ATO CONTRA O GENOCÍDIO NA PALESTINA, NO RIO DE JANEIRO

 A trégua foi acordada após a ofensiva israelense de 8 dias, que matou mais de 160 palestinos e causou ferimentos a mais de 1300 palestinos

 Após 8 dias de massacre, ontem foi assinado a acordo de cessar fogo, um dos itens do documento "garante" o livre acesso das pessoas e das mercadorias nas fronteiras. No entanto, durante a madrugada, o exército sionista sobrevoou a cidade   de   Gaza, levando

pânico e infernizando a vida da população. Há inclusive denúncias de que houve um ataque por parte de Israel, mas a imprensa não fala sobre o assunto.



Fato é que mais uma vez Israel não conseguiu destruir a resistência palestina que se mostrou firme e armada, e  teve que sentar para negociar com o governo da Gaza , a quem  chama de terrorista. 

Um fato novo chama a atenção: Pela primeira vez os líderes do bloco anti imperialista (Irã-Síria e Líbano) chama abertamente o envio de armas aos palestinos, e colocam em xeque-mate a posição subalterna dos poderosos e ricos países árabes do Golfo, aliados do imperialismo e do sionismo,  que não só não ajudam os palestinos na luta por uma Palestina Livre, como colaboram na formação e na manutenção dos exércitos mercenários fundamentalistas, a serviço do imperialismo.