quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Chamada urgente para atuar em defesa dos presos políticos palestinos em greve de fome: Assine o manifesto e ajude a divulgá-lo

 
Rompa o silêncio - participe da batalha para Quebrar as Correntes!

A ocupação sionista está prendendo centenas de palestinos sem acusação formal ou julgamento. O Estado sionista faz uso da  "detenção administrativa", lei da época  da colonização  britânica na Palestina. Esse expediente autoritário sob a justificativa de "arquivos secretos" convocam tribunas militares que têm o poder de renovar os prazos de detenção sem acusação ou julgamentos.  

Em rebelião à situação degradante,  ilegal  e imoral na qual estão submetidos os prisioneiros políticos palestinos nos cárceres israelenses, cinco presos políticos em detenção administrativa estão em greve de fome. As ultimas informações vindas da prisão indicam que o estado de saúde dos cinco palestinos vem se agravando dia após dia. Precisam de cuidados médicos, mas o Estado sionista não permite que sejam transferidos para um hospital a fim de receberem cuidados médicos, ao contrário, colocou-os em celas separadas e juntos com criminosos comuns para pressioná-los ao fim da greve de fome. 

Neste sentido, a solidariedade internacionalista em todo o mundo está se mobilizando através de um abaixo assinado para ser encaminhado ao Estado sionista. Participe:

Campanha de solidariedade pela libertação de 5 (cinco) presos palestinos e o fim da prisão administrativa praticada pelo estado de Israel

 Solicitamos às entidades,  seus representantes, políticos, intelectuais e personalidades,  as suas assinaturas de solidariedade e apoio.
Envie a assinatura da entidade para: jadalasafa@hotmail.com


Libertação dos 5 (Cinco) presos e fim da prisão administrativa!
Cinco palestinos detidos em cárceres israelenses entraram em greve de fome há mais de 39 dias: Nidal Abu Aker, Ghassan Zawahra, Shadi Ma'ali, Munir Abu Sharar e Badr al-Ruzza. Os cinco estão sob detenção administrativa, prática baseada numa lei da época do Mandato Britânico na Palestina (1920-1948) que vem sendo aplicada desde 1945. Essa lei permite que pessoas sejam detidas sem acusação formal, sem instauração de processo, sem julgamento e, portanto, sem possibilidade de defesa. Trata-se de uma lei condenada em todo o mundo.
As últimas informações vindas da prisão indicam que a saúde dos cinco vem se deteriorando dia após dia. Eles precisam de cuidados médicos, mas as autoridades israelenses não permitem que os cinco sejam transferidos para hospitais. Além disso, colocou-os em celas separadas, junto com criminosos comuns, na tentativa de pressioná-los para que encerrem o protesto pacífico.
Hoje, há mais de 350 palestinos sob detenção administrativa nas prisões israelenses. Em apenas quinze anos — de 2000 a 2015 —, Israel emitiu mais de 23 mil ordens de detenção administrativa.
O período inicial da detenção gira em torno de seis meses. Terminado esse tempo, a detenção é renovada, mantendo os palestinos presos por anos e anos sem que eles saibam do que são acusados e sem possibilidade de defender-se, uma vez que não são instaurados processos nem realizados julgamentos.
A detenção administrativa viola os mais básicos dos direitos humanos e naturais. O Pacto Internacional sobre os direitos civis e políticos estabelece, em seu artigo 9-2, a obrigatoriedade de informar, a toda pessoa detida, e no momento da detenção, os motivos de sua prisão.
Já a IV Convenção de Genebra esclarece que a detenção administrativa é uma medida extremamente dura que as autoridades de ocupação aplicam contra civis que não respondem a processos criminais nem enfrentam processos penais. A detenção administrativa só pode ser usada quando um cidadão representar uma verdadeira ameaça à segurança, nos termos do artigo 78 da Convenção — que prevê instauração de processo, apelação e direito de defesa do detento.

Por isso, nós, organizações, movimentos sociais e intelectuais do Brasil, apelamos para que a vida desses presos seja preservada, com a revogação imediata da detenção administrativa e da lei que permite às autoridades israelenses a preservação dessa prática ilegítima, desumana e que fere o próprio direito internacional.

Assinaturas

1-     Comitê da Palestina Democrática - Brasil
2-     Campanha Free Ahmad Sa'adat – Brasil
3-     Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino do Abcdmrr/SP
4-     Esquerda Marxista/CMI
5-     Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST.
6-     Central Sindical e Popular – CSP – Conlutas
7-     Central de Movimentos Populares - CMP/BR
8-     Movimento de Moradia da Cidade de São Paulo / MMC
9-     PCB - Partido Comunista Brasileiro
10-Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz)
11-Comitê Brasileiro em Defesa dos Direitos do Povo Palestino.
12-Comitê Prtó-Haiti
13-Organização Indígena Revolucionária
14-Tribunal Popular
15-Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino (Corumbá, MS)
16-Organização de Cidadania, Cultura e Ambiente (OCCA Pantanal) - Corumbá, MS
17- Pacto Pela Cidadania (Movimento Viva Corumbá) - Corumbá, MS
18-Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e Ladário - Corumbá, MS
19-Observatório da Cidadania Dom José Alves da Costa (Corumbá, MS)
20-Centro Boliviano-Brasileiro 30 de Março (Corumbá, MS)
21-Frente em defesa do povo palestino.
22-Movimento Mulheres em Luta
23-PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
24-Anel – Assemblia Nacional dos Estudantes Livre
25-Quilombo Raça e Classe
26-Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada.
27-Unidade Popular pelo Socialismo –UP
28-União de Juventude Rebelião – UJR
29-Partido Comunista Revolucionario – PCR
30-Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB
31-Movimento de Mulhers Olga Benário
32-APROPUCSP
33-Tribunal Popular
34-Organização Indigena Revolucionaria
35-DCE da UNIRIO
36-Bia Abramides – Professora do Programa de Pos Graduação em Serviço Social da PucSP
37-Tania Elias Magno da Silva - Professora Universitária –UFSE.
38-Beatriz Bissio Departamento de Ciência Política IFCS /UFRJ
39-Ahmad Abu Hasna – Palestino
40-Sergio Caldieri - jornalista e escritor
41-Jadallah Safa – Escritor
42-Kenarik Boujikian, cofundadora da Associação Juizes para a Democracia
43-Rui Muniz, Engenheiro UFRGS, Intersindical, Auditoria Cidadã da Dívida
44- Eloy dos Santos. Jornalista. Rio de Janeiro.
45-Jorge Salomão, poeta, escritor e compositor
46-Baby Siqueira Abrão, Jornalista independente
47-Ahmad Schabib Hany, professor, Corumbá, MS
48-Solange Gomes Galeano, estudante, Corumbá, MS
49-Dúnia Schabib Hany, estudante, Rio de Janeiro, RJ
50-Soad Schabib Hany, advogada, Corumbá, MS
51-Zamzam Schabib Hany, médica, Corumbá, MS
52-Wadia Schabib Hanny, professora, Corumbá, MS
53-Janan Schabib Hany, professora, Corumbá, MS
54-Waded Schabib Hany, professora, Campo Grande, MS
55-Muslim Schabib Hany, médico,
56-Andrés Corrales Menacho, ativista de Direitos Humanos, Puerto Quijarro, Bolívia
57-Arturo Castedo Ardaya, ativista de Direitos Humanos, Corumbá, MS
58-Lara Sartorio Goncalves
59-Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro
60-Blog somostodospalestinos.blogspot.com

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O Exército de Israel dispara 10 tiros contra uma jovem palestina de 18 anos e impede os médicos de socorre-la.

Por: https://actualidad.rt.com/actualidad/186665-soldados-israelies-asesinar-joven-palestina

Uma jovem palestina de 18 anos foi assassinada a tiros por soldados israelenses, nesta terça-feira, supostamente após se recusar a levantar o véu e mostrar o conteúdo de sua bolsa, e "tentar atacar" um dos militares. No entanto, as imagens difundidas através de redes sociais desmente  esta versão dos acontecimentos. Ela foi friamente assassinada, sem oferecer nenhuma resistência. Veja a sequencia de fotos no vídeo:

Hadil Hashlamoun, 18, anos,  morreu nesta terça-feira após ser atingida por tiros dos soldados do posto de controle das Forças de Defesa de Israel em Hebron, Cisjordânia.. Ela morreu no Hospital para onde foi levada após sangrar até a morte na rua sem ajuda por mais de 30 minutos. Os soldados não permitiram que os médicos se aproximassem da adolescente.
 


Segundo o porta-voz do hospital, a jovem Hadil Hashlamoun estava  "terrivelmente ferida" e que após a chegada ao hospital foi submetido a uma cirurgia.  Salah Hashlamoun, o pai da menina, disse aos jornalistas locais que sua filha foi submetida a cirurgia três vezes. "Nós removemos uma porção do intestino, mas a bala no peito foi o que a matou",disse ele

 .

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

SÍRIA : MASSACRES DA POPULAÇÃO CIVIL E DESTRUIÇÃO DA INFRAESTRUTURA


O Presidente Barack Obama, declarou há poucos dias em entrevista na Casa Branca, que tem enviado armamento para a Síria, mas somente para a “oposição moderada,” como se fosse possível existir “oposição moderada” no campo de batalha. Causa espanto o Presidente da maior potência do mundo confessar tamanha insensatez. Faltou dizer que a indústria bélica americana está colaborando para o massacre do povo sírio, assim como para a destruição de alguns dos mais belos sítios arqueológicos do mundo, a exemplo de Palmira. 


A SÍRIA NA COMBALIDA ORDEM MUNDIAL

Por  ABDO DIB ABAGE

A Síria, em que pese todos os esforços dos países que compõem a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, para a desestabilização do governo do Presidente Bashar Al Assad, vem se sustentando com o enorme sacrificio de seu povo e suas forças armadas no sentido de evitar que se estabeleça na região do Oriente Médio, uma nova Ordem Mundial que sirva exclusivamente aos interesses daqueles países, incluindo-se aí a traição de alguns países árabes, entre eles a Arábia Saudita e o Katar.

A comunidade internacional sabe exatamente o que acontece na Síria, mas procura disfarçar a veracidade dos fatos, tentando fazer passar a falsa idéia de que a Síria vem enfrentando uma guerra civil para a derrubada do Presidente Bashar, na tentativa de se estabelecer uma Democracia naquele país, nos moldes da mesma que tentaram estabelecer no Iraque e não deu certo, no Afeganistão e não deu certo, na Líbia e não deu certo, no Egito e não deu certo, e em outros países mais, que estão à beira do colapso social e econômico.

O Presidente Barack Obama, declarou há poucos dias em entrevista na Casa Branca, que tem enviado armamento para a Síria, mas somente para a “oposição moderada,” como se fosse possível existir “oposição moderada” no campo de batalha. Causa espanto o Presidente da maior potência do mundo confessar tamanha insensatez. Faltou dizer que a indústria bélica americana está colaborando para o massacre do povo sírio, assim como para a destruição de alguns dos mais belos sítios arqueológicos do mundo, a exemplo de Palmira.

A economia americana que encontrava-se decadente até há bem pouco tempo, vem se recuperando graças a venda de armamento para todo o mundo concomitantemente com o fomento de guerras e guerrilhas que lhes garantem o esvaziamento dos estoques dos mais variados tipos de armas e munições.

Não foi por outro motivo que eclodiu a Primeira Guerra Mundial, quando se usou como desculpa o assassinato em Sarajevo do herdeiro do trono austro-húngaro, o arqui-duque Francisco Ferdinando e sua esposa a princesa Sofia. Os principais países atores daquela guerra, simplesmente não tinham mais onde estocar seus arsenais e armamentos e a saída foi a eclosão de uma das guerras mais sangrentas e devastadoras que o mundo já viu.

Sabe-se que os EUA tem atualmente mais de 1.000 (mil) bases militares espalhadas ao redor de mais de 150 (cento e cinquenta) países. A manutenção e funcionamento dessas bases, demandam um efetivo de aproximadamente 300.000 (trezentos mil) homens ao custo também aproximado de cento e dez bilhões de dólares anuais.

Certamente, sem medo de errar, com essa fortuna despendida anualmente para a sustentação desse monumental aparato bélico, o mundo poderia em pouco tempo saciar a fome da horda de desesperados e famintos que estão invadindo a Europa, vindos mormente da África e do Oriente Médio.

O dia 11 de setembro de 2001, data em que o governo americano implodiu as torres gêmeas de Nova Iorque, foi o marco inicial da subversão da ordem mundial até os dias de hoje.
Já não há mais dúvidas sobre a demolição programada das torres gêmeas. Diga-se a bem da verdade, que não foram somente duas as torres implodidas naquele fatídico 11 de setembro. Exatamente as 17:20 horas do mesmo dia foi implodida a terceira torre, a de número 7 de 47 andares, do mesmo complexo World Trade Center.

Nenhuma engenharia do mundo explica a queda daquelas torres pelo impacto dos dois aviões. Para fazer uma estrutura de aço desabar e virar pó como ocorreu, é necessária uma carga bem poderosa de explosivo de alta potência como o que foi usado nas três torres, explosivo esse de uso exclusivo das forças armadas, que atende pelo nome de nano-térmita.

O “atentado” das duas torres gêmeas serviu para justificar a invasão do Afeganistão, então a maior reserva de gás natural do mundo e posteriormente a invasão do Iraque, então a terceira maior reserva de petróleo do mundo. Tudo com a desculpa vergonhosa de fazer crer que os EUA foram atacados por um bando de terroristas. Aliás, a comunidade técnica e cientifica mundial já sabe que os aviões foram direcionados até as torres por mísseis teleguiados.

A mentira do “atentado” ao Pentágono juntamente com a das torres gêmeas é a mais patética que os EUA tiveram o desplante de pregar ao resto do mundo. Sabe-se que também foi um míssil que produziu o estrago infinitamente menor do que seria o de um avião projetado sobre a muralha daquela “fortaleza”.

A terceira torre, que foi implodida as 17:20 h da tarde do mesmo dia, continha todos os arquivos das três maiores falências fraudulentas dos EUA, a HALLIBURTON de petróleo, a ENRON de energia, e a WORLDCOM de comunicações, produzidas pelo cérebro maquiavélico do Vice-Presidente da desastrada e calamitosa administração Bush, o Senhor Dick Cheney. Teria sido queima de arquivo?

Produzir a morte de 2.977 cidadãos para se apoderar da maior reserva de gás natural do mundo e da terceira maior reserva de petróleo do mundo é atitude de um governo que se diz civilizado e democrático? Deixo as respostas com os leitores. 

Publicado em www.marchaverde.com.br

terça-feira, 22 de setembro de 2015

A intervenção militar da OTSC contra o ISIS chega ao Iraque e à Síria

A intervenção da OTSC contra o terrorismo no Iraque e na Síria pode constituir o início de uma ordem mundial fundada na cooperação e na defesa das populações civis ou, pelo contrário, de um período de enfrentamento Leste-Oeste com o Ocidente apoiando abertamente o terrorismo. Contrário  a crença generalizada, o objetivo da ação militar vai além da defesa do Iraque e da República Árabe Síria, mas  sobretudo a própria defesa dos  Estados-membros da OTSC. Por conseguinte, essa intervenção  não é negociável. Os debates na Assembleia Geral da Onu e no Conselho de Segurança  que se realizarão no dia 30 de setembro permitirão conhecer  a resposta de Washington e de seus aliados à iniciativa militar da OTSC. Seja como for, nada  mais será r como dantes.

Uma questão existencial para a OTSC

Recordemos que a OTSC é uma aliança militar clássica de seis antigos Estados membros da União Soviética: a Bielorússia, a Rússia, a Arménia, o Tajiquistão, o Cazaquistão, o Quirguistão. Ao contrário da Otan, e do que se passava no Pacto de Varsóvia, nos quais os Estados-membros perdem a sua soberania (em favor dos EUA e do Reino Unido na Otan, e da antiga URSS no Pacto de Varsóvia —o que viola a Carta das Nações Unidas—), os Estados membros da OTSC conservam a sua total soberania, não colocam os seus exércitos sob o comando da principal potência da sua aliança, e podem-se se dessolidarizar a qualquer momento desta aliança. O Azerbaijão, a Geórgia e o Usbequistão retiraram-se, assim, livremente desta organização para se virarem para o Guam e a Otan.
Desde os anos 80, —antes mesmo que existissem os Estados-membros da OTSC— os Estados Unidos e a Otan colocaram um sistema de mísseis, primeiro virado contra a URSS, que atualmente cerca a OTSC. Estes mísseis, supostamente capazes de conseguir destruir os mísseis intercontinentais inimigos na sua fase de lançamento, só podem, na realidade, destruir aeronaves operando a baixa velocidade, e de nenhum modo os mísseis hipersônicos russos. Apresentados pelo Pentágono como uma arma defensiva— o que seriam talvez na origem –, este «escudo anti-míssil» só pode, pois, ter uma utilização ofensiva. A OTSC é o único grupo de Estados no mundo a ser, assim, diretamente ameaçado por mísseis a si apontados, colocados à beira das suas fronteiras.
Desde a Segunda Guerra mundial, a URSS, depois os Estados-membros da OTSC, têm assistido ao recrutamento dos Irmãos Muçulmanos pela CIA, e ao emprego de alguns dos seus membros, ou antigos membros, pelos Estados Unidos para os desestabilizar [1]. Deste modo, os homens de Oussama Ben Laden (formado pelo irmão de Sayyid Qutb) e de Ayman al-Zaouahiri (o qual tinha aderido à Confraria um ano antes da prisão e execução de Sayyid Qutb) combateram a URSS no Afeganistão, depois a Rússia na Jugoslávia, e por fim sobre o seu próprio território, no Cáucaso [2].
Em 2011, os Estados-membros da OTSC assistiram a uma operação da Otan, a «Primavera Árabe», visando derrubar tanto os regimes inimigos como amigos no Médio-Oriente em proveito dos Irmãos Muçulmanos (Tunísia, Egito , Líbia, Síria). E, desde 2014, eles assistem ao triunfo do ideal da Irmandade Muçulmana, com a proclamação de um Califado colocando em causa tanto o direito internacional como os direitos humanos. Atualmente, este Califado confiou a maior parte dos seus cargos de chefia a islamitas vindos da antiga URSS, por vezes mesmo de países membros da OTSC.
A 1 de Agosto, a Ucrânia e a Turquia (membro da Otan) anunciaram a criação de uma «Brigada Islamista Internacional», formada de combatentes da al-Qaida e do Daesh, e estacionados em Kherson (na Ucrânia) [3]. Esta brigada propõe-se combater a Rússia na Crimeia.
Por outras palavras, salvo se agir já agora contra o terrorismo, a OTSC terá em breve que enfrentar, ao mesmo tempo, tanto um inimigo externo, a Otan e os seus mísseis, como um inimigo interno, os islamitas, desde o início preparados pela Otan.

A reunião da OTSC em Duchambé

A 15 de setembro, a OTSC realizou a reunião anual dos seus chefes de Estado em Duchambé (Tajiquistão). Tal como eu o havia anunciado há um mês [4], o presidente russo, Vladimir Putin, apresentou aos seus colegas as avaliações realizadas pelos seus exércitos sobre a possibilidade de combater, já agora, o califado, antes que ele se infiltre massivamente no território da OTSC.
O Presidente Putin tinha, previamente, conseguido convencer os seus parceiros que ele não pretendia envolvê-los no apoio a supostas ambições da Rússia na Síria, mas antes, sim, a responder a uma ameaça diretamente apontada contra a OTSC.
Em última análise, a OTSC decidiu intervir no Iraque e na Síria para lutar contra o conjunto dos jihadistas, quer eles afirmem apoiar o Daesh ou a al-Qaida. Esta operação é legal à luz do direito internacional, já que ela atende às resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas relativas à luta contra o terrorismo. Ela tem a mesma base legal da Coalizão formada pelos Estados Unidos unicamente contra o Daesh.
No entanto, ao contrário desta Coalizão, a OTSC mantêm boas relações, ao mesmo tempo, com os governos iraquiano e sírio, o que lhe permite pensar numa eficácia muito maior.
No marco dos preparativos para a intervenção militar da OTSC, um corredor aéreo foi instalado entre os países da  Organização e a Síria. Inicialmente previsto para passar sobre os Bálcãs, mas os aliados dos Estados Unidos opuseram-se ao corredor aéreo, à exceção da Grécia. Este corredor foi, pois, instalado no espaço aéreo do Irã e do Iraque. Em menos de uma semana enormes, e importantes quantidades de material e mais de 2 000 homens foram para lá transportados. Tecnicamente, a OTSC dispõe da capacidade para colocar até 50 000 homens em menos de duas semanas.

O fórum das Nações Unidas

Por preocupação com a eficácia, e sem condicionar a boa ou a má fé dos países ocidentais, os Chefes de Estado da OTSC preferiram intervir perante a Assembleia-geral da ONU (prevista para iniciar em 28 de setembro), afim de lançar um apelo à união de esforços da comunidade internacional contra o terrorismo.
Além disso, como a Rússia está na presidência do Conselho de Segurança da ONU, durante o mês de setembro, Vladimir Putin —que não visitava a sede da ONU há uma década— presidirá à sessão de 30 de setembro consagrada à luta contra o terrorismo no Iraque e na Síria.
No caso de se chegar um acordo entre a Coalizão, dirigida pelos EUA, e a OTSC, as forças de ambas poderiam realizar medidas conjuntas ou repartir as tarefas - a Coalizão atuaria no Iraque, enquanto a OTSC assumiria as operações na Síria. Em caso contrário, sem acordo, as duas organizações conduziriam campanhas separadas tratando cada uma de não se incomodar as operações da outra.
Do ponto de vista atlantista, (OTAN) a campanha da OTSC beneficiará a República Árabe Síria e garantirá o respeito ao mandato do presidente eleito pelos sírios, Bashar al-Assad, que a Otan desejava derrubar. No entanto, é falso pretender que esta intervenção foi concebida para salvar a Síria do Ocidente. Com efeito, durante a preparação da Conferência de Genebra, em Junho de 2012, o Presidente Putin cogitava a possibilidade de implantar a OTSC como força  de paz [5]. O General Hassan Tourekmani, na altura presidente do Conselho de Segurança Nacional Sírio, tinha tomado várias medidas para a acolher a ação militar, que não foi concretizada porque não havia ainda um acordo firmado a ONU [6], e, por outro lado, porque dois membros da OTSC não se sentiam então diretamente ameaçados pela situação na Síria.
Do ponto de vista da OTSC, a proposta apresentada aos Estados  Ocidentais irá forçá-los a clarificar a sua política. De fato, até à assinatura do acordo entre Washington e Teerã, a 14 de julho, a Coalizão encabeçada pelos EUA contra o Daesh, longe de lutar contra o terrorismo, lançou regularmente de para-quedas, e em grande escala, armas para os jihadistas. No entanto, no decurso das últimas semanas a Coalizão combateu efetivamente o Daesh. Assim, ela lançou, no final de julho, um bombardeio maciço em coordenação com o Exército Árabe Sírio e as suas milícias (o PYG kurdo e o Conselho militar Siriaco) para defender Hassake. Esta operação, que a Coalizão não publicizou, preferindo realizar discretamente, permitiu eliminar cerca de 3.000 jihadistas.
Além disso, a Casa Branca indicou já que estava receptiva «para as discussões táticas e práticas com os Russos». O Foreign Office (Ministério dos Estrangeiros Britânico- ndT) declarou não se opor mais a que «o presidente sírio permaneça no poder por um período de transição, se isto puder contribuir para resolver o conflito». Juntando-se ao movimento do trem em marcha, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros deu a entender que aceitaria deixar o presidente al-Assad terminar o mandato, que o seu povo lhe confiou, declarando: «Vamos dizer ao povo sírio que Bashar al-Assad ficará no poder executivo ao longo dos próximos quinze anos? Se dissermos isso, não há solução possível. Entre dizer isso e exigir a saída imediata de Bashar al-Assad há uma margem. Chama-se a isso diplomacia» [7].

Consequências da intervenção da OTSC

Contrariamente a uma falsa imagem espalhada pela imprensa atlantista, a luta contra o terrorismo no Iraque e na Síria não será um problema de décadas, mas de alguns meses contanto que todos os Estados retirem o seu apoio clandestino aos jihadistas.
Em caso de desacordo na ONU, a imprensa ocidental deverá cumprir o papel de denegrir a ação da OTSC enfatizando as vítimas civis. Com efeito, apesar de todas as precauções, não é possível bombardear os terroristas sem causar  os «danos colaterais».
No caso contrário, se houver um acordo na ONU,  jamais se deverá ouvir falar das vítimas civis e a guerra deverá estar acabada na Síria pela altura do Natal, ainda que seja necessário um ano para estabilizar  por completo a situação sobre o conjunto do território.
Elementos fundamentais : 
- A OTSC intervirá, a partir de outubro de 2015, ao mesmo tempo no Iraque e na Síria, contra os indivíduos classificados como «terroristas» pela ONU, ou seja a al-Qaeda (Frente al-Nusra), o Daesh, ou ISIS e todos os grupos vinculados ou aliados dessas organizações. 
- A OTSC não visa vir respaldar os governos do Iraque de Haïder al-Abadi ou da Síria, de Bachar el-Assad, mas defender-se da ameaça que os grupos jihadistas representam para os Estados-membros dessa aliança militar.
- Os jihadistas não estão à altura de resistir, durante muito tempo, a uma aliança militar internacional  deste monte, se ocorrer simultaneamente no Iraque e na Síria. 
- Os Estados Unidos, que realizaram secretamente uma  operação conjunta com o Exército Árabe Sírio em Hassake, estão dispostos a um acordo com a OTSC. Os seus aliados britânico e francês estão também dispostos a  renunciar a derrubar a República Árabe Síria.

[1] A Mosque in Munich. Nazis, the CIA and the rise of the Muslim Brotherhood in the West, Ian Johnson, Houghton Mifflin Harcourt, 2010. La edición francesa, titulada Une Mosquée à Munich. Les nazis, la CIA et la montée des frères musulmans en Occident, fue publicada en 2011 por la casa Albin Michel.
[2] La Hermandad Musulmana fue fundada por Hassan al-Bana, quien quería reinstaurar el califato después de la caída del Imperio Otomano. Los miembros de la Hermandad Musulmana presentan el islam simultáneamente como una religión y como un sistema político totalitario mientras que rechazan toda dimensión espiritual en su lectura del Corán. Sayyid Qutb desarrolló teorías sobre el uso de la violencia –la yihad– como medio de alcanzar el poder. Aunque, después de su muerte, la Hermandad Musulmana condenó oficialmente sus escritos, Sayyid Qutb sigue siendo el pensador de referencia en el seno de esa cofradía.
[3] «Ucrania Turquía crean una brigada musulmana internacional»,Red Voltaire, 3 de agosto de 2015. Para más detalles, ver «Ucrania y Turquía han creado una brigada internacional islámica contra Rusia», por Thierry Meyssan, Red Voltaire, 15 de agosto de 2015.
[4] «El ejército ruso comienza a implicarse contra el terrorismo en Siria», por Thierry Meyssan, Red Voltaire, 24 de agosto de 2015.
[5] «Siria: Vladimir Putin propone una Fuerza de Paz de la OTSC»,Red Voltaire, 3 de junio de 2012.
[6] «La OTSC podrá desplegar “chapkas azules” por mandato de la ONU»,Red Voltaire, 29 de septiembre de 2012.
[7] «Audition de Laurent Fabius au Sénat sur les minorités persécutées au Moyen-Orient», por Laurent Fabius, Réseau Voltaire, 9 de septiembre de 2015.

Tradução Alva




Thierry Meyssan anuncia la intervención de la OTSC en un programa de la televisión siria