sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Prisioneiros palestinos – mais de 25 anos dentro dos cárceres israelenses: ONDE ESTA A CONSCIENCIA MORAL DA HUMANIDADE ???


Por Baladi

Eles são treze Palestinos detidos por mais de um quarto de século pelos sionistas criminosos. Mais de 25 anos de prisão porque estes heróis decidiram lutar contra a cupação de seu país. Nas prisões da acupação, eles resistem à morte, à doença, à humilhação cotidiana. Estes heróis da Resistência Nacional palestina estão privados de suas famílias, que os esperam por mais de 25 anos.

Israel, Estado colonial e espoliador da terra, mar e do ar, espoliador da vida; recusa os libertar . O único meio de libertá-los, após a constatação da falta de consciência destes que são denominados “a comunidade internacional”, consiste em sequestrar os soldados sionistas para fazer a troca.

Por isso é importante que todos os homens e mulheres livres deste mundo ajam para reclamar suas libertações imediatas, recusando a lógica sionista que agita a chantagem de libertar alguns como “sinal de boa vontade” com a Autoridade Palestina de Mahamoud Abbas, como ocorreu há um ano, estes heróis se tornaram assim uma moeda de troca.

É importante que eles sejam libertados de cabeça erguida e com dignidade, como foram os prisioneiros libaneses, e entre eles, Samir al-Qintar, em julho de 2007.

Prisioneiros Palestinos há mais de 25 anos :

1) Na'il Abdallah al-Barghouty, da região de Ramallah, preso desde 4 de abril de 1978, solteiro, nascido em 1957.

2 ) Fakhri al-Barghouty, da região de Ramallah, preso desde 23 de junho de 1978, casado, nascido em 1954. (foto acima em Ramallah, em 20 de junho de 2009, para marcar o 30 aniversário de sua prisão).

3 ) Akram Abdel Aziz Mansour, de Qalqyliah, preso desde 2 de agosto de 1979, solteiro, nascido em 1962.

4 ) Fouad Qâsim al-Râzim, de al-Quds (Jerusalém), preso desde 30 de janeiro de 1981, solteiro, nascido em 1958.

5 ) Ibrahim Fadl Nimr Jâbir, de al-Khalil, preso desde 8 de janeiro de 1982, casado, nascido em 1954.

6 ) Hassan Ali Nimr Salma, de Ramallah, preso desde 8 de agosto de 1982, casado, nascido em 1958.

7 ) Uthman Ali Hamdan Muslih, de Nablus, preso desde 15 outubro de 1982, casado, nascido em 1952.

8) Sami Khalid Salameh Younis, de 'Ara (Palestina de 48), preso desde 5 de janeiro de 1983, casado, nascido 1932.

9) Karim Yousef Younis, de 'Ara (Palestina de 48), preso desde 6 de janeiro de 1983, solteiro, nascido em 1958.

10) Mahir Abdel-Latif Younes, de 'Ara (Palestina de 48) preso desde 20 de janeiro de 1983, solteiro, nascido em 1957.

11) Salim Ali al-Kayyal, de Gaza, preso desde 30 de maio de 1983, casado, nascido em 1952.

12) Hafiz Nimr Qindus, de Yafa (Palestina de 48), preso desde 15 de maio de 1984, solteiro, nascido em 1958.

13) Issa Nimr Abd Rabbo, de Dheysha, Beit Lahm (Belém), preso desde 21 de outubro de 1984, solteiro, 46 anos.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Direitos Humanos OS PALESTINOS DA AMAZÔNIA

Por Latuff *

A convite do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (CEBRASPO),passei uma semana na companhia de lavradores nos acampamentos da Ligados Camponeses Pobres (LCP), no interior do estado de Rondônia. Nestesmeus dias ao lado dos aldeões, tive a honra de comer de sua comida,participar de suas conversas, de sua rotina, tomar conhecimento desuas necessidades, de suas demandas e seus sonhos. Povo forte, quesofre o diabo, mas que não tem medo dele.Por duas vezes passei a noite numa cabana de palha, onde vivem seuAbel e sua esposa Zilda. Reservaram uma cama pra mim, me receberam comtodo carinho e gentileza. Mesmo na simplicidade daquela choupana,havia uma extrema preocupação em me agradar, na melhor tradição dehospitalidade do homem do campo. Acordava-se bem cedo, ainda escuro."Bom dia, dormiu bem?". Escova de dentes na mão, rumo ao rio que beiraa cabana. No moedor a manivela, os grãos de café eram preparados parao desjejum. O leite fervia no fogão a lenha. A mesa posta, os copos,os talheres, o silêncio era discretamente interrompido tanto por mimquanto pelos pássaros. Daqui a pouco seu Abel já estava seguindo paraa roça, pra cortar lenha, pra capinar a terra, irrigar as mudas,trabalho árduo para transformar seu pequeno pedaço de selva em lar. Oslavradores humildes precisam de bem pouco para viver uma vida digna, enem mesmo isso lhes é permitido. Com o argumento do combate aodesmatamento, o IBAMA persegue e aplica multas altas aos que vivem daagricultura de subsistência, usam da Polícia Federal, da ForçaNacional de Segurança e mesmo tropas do Exército para sufocar ascomunidades, como no caso de Rio Pardo, onde barreiras foram erguidasnas entradas e saídas, pessoas e veículos revistados, postos decombustível do acampamento removidos, um rigor que não tem sidoaplicado aos latifundiários, que transformam vastas extensões defloresta nativa em pasto ou monocultura.O histórico de violência naquela área já vem de longe. No BrasilColônia, o vale do Guaporé foi palco de disputas imperialistas entrePortugal e Espanha, que só terminaram com as demarcações de terraacordadas pelo Tratado de Madrid em 1750. No século 18 com o ciclo damineração e particularmente no final do século 19 com o ciclo daborracha, uma grande leva de migrantes de diversas partes do Brasilforam atraídos para a região, causando conflitos agrários com avizinha Bolívia, que foram resolvidos em 1903 com o Tratado dePetrópolis. Em 1943, como resultado do desmembramento de áreas dosestados do Amazonas e Mato Grosso, foi criado por Getúlio Vargas oTerritório Federal de Guaporé, tendo sido rebatizado para Rondônia em1956, em homenagem ao Marechal Cândido Rondon, militar que entre 1910e 1940 comandou expedições de Cuiabá até o Amazonas para instalarlinhas telegráficas e levar a boa e velha civilização branca para oseio dos povos indígenas. Rondônia torna-se estado em 1982.A Liga dos Camponeses Pobres surgiu em agosto de 1995, quandotrabalhadores rurais que ocupavam terras da Fazenda Santa Elina, nacidade de Corumbiara, resistiram ao brutal despejo promovido porpoliciais e jagunços, resultando na morte de 11 pessoas (em númerosoficiais), incluindo a menina Vanessa de apenas 6 anos, no que ficouconhecido como o "Massacre de Corumbiara". De lá pra cá, cansados deesperar por uma reforma agrária que nunca chega, os camponeses e suasfamílias decidiram promover a "revolução agrária" no peito e na raça.São eles os acusados pela revista Isto É de serem sanguináriosguerrilheiros ligados (adivinhem) as FARC.O que pude presenciar durante minha visita aos acampamentos foramtrabalhadores rurais e suas famílias armados, isso sim, de uma forçade vontade poderosa, capaz de enfrentar os rigores da AmazôniaOcidental. O clima equatorial, extremamente quente e úmido, onde o solinclemente castiga a carne, as doenças tropicais como a leshmaniose ea malária, que por aquelas bandas são tão comuns quanto um resfriado,animais selvagens como onças, porcos-do-mato e serpentes venenosas, umrisco sempre presente, oculto pela densa vegetação.Mas não são os rigores da selva amazônica os maiores inimigos do povodo campo. São os fazendeiros milionários e seus exércitos particularesformados por assassinos de aluguel e policiais, cujas ações criminosassão sustentadas por políticos locais e a imprensa corrupta, quealimentada com verbas publicitárias e mesmo matérias pagas, tentademonizar a justa resistência dos pequenos agricultores. Os matadoressão conhecidos por todos, andam tranquilamente pelas ruas, por vezesostensivamente armados. Não são raras as execuções a luz do dia, avista de todos. Qualquer um que tenha coragem de, por exemplo,denunciar os pistoleiros num programa de rádio, corre o sério risco deser assassinado assim que por os pés pra fora da emissora. Conceitoscomo direitos humanos e cidadania inexistem nos cantões de Rondônia,onde a pistolagem é uma instituição consagrada pela sociedade. Numacorrida de taxi em Ariquemes, junto com mais três passageiros, passeia viagem que durou cerca de 45 minutos ouvindo animadas histórias defazendeiros, políticos e mortes encomendadas. Uma delas reproduzoaqui.Um homem pescava num rio. Conseguiu apanhar dois pintados. Amarrou ospeixes na garupa de sua bicicleta e seguiu tranquilamente por umaestrada. No meio do caminho foi parado por um fazendeiro e seu jagunçonuma caminhonete.- "Onde você pescou isso?", perguntou o fazendeiro.- "Naquele rio logo ali", respondeu o sujeito.- "Então pode deixar por aí mesmo, que aquele rio é meu", disse ofazendeiro, no momento em que o capanga já saía do veículo de formaameaçadora. O pescador teve de fugir. Ao comentar esse caso com opessoal da LCP, me disseram que ele teve sorte de não ter sidosimplesmente baleado. Essa é somente uma das histórias que explica bema razão da revolta que o camponês de Rondônia traz consigo no peito.Historicamente, a reforma agrária no Brasil nunca se deu de maneiraespontânea pelos governos, e sim pela pressão feita pelos movimentospopulares de luta pela terra, que no caso da LCP, sequer contam com oINCRA para assentar as famílias. Para os integrantes da LCP, nãoexiste o conceito de "desapropriação de terras improdutivas", vistoque mesmo as produtivas, estando em mãos de ricos fazendeiros,servirão invariavelmente aos interesses do agronegócio. Os camponesesda LCP escolhem as grandes fazendas, as ocupam, erguem lonas, resistemao ataque de jagunços, e depois de 2 a 3 meses fazem demarcação doslotes, o chamado "corte popular", inicialmente erguendo cabanas depalha e depois de madeira. Depois de algum tempo, os acampamentos seassemelham a povoados do velho oeste norte-americano, como no caso deJacinópolis, com farmácia, escola, mercado, tudo feito detábuas.Diferente da confortável vida das grandes cidades, onde restaurantes,lanchonetes e supermercados estão logo ali na esquina, nas áreas deacampamento o supermercado mais próximo pode estar a 80km de estradasde terra acidentadas. É natural portanto que os camponeses tenham decaçar para comer, o que justifica a posse de velhas espingardas queservem também para a defesa contra onças e porcos selvagens. Operaçõesconstantes do IBAMA e das polícias, tentam tomar estes armamentosrústicos das mãos dos lavradores, impedindo que eles se defendam tantode animais ferozes quanto de pistoleiros. O direito a legítima defesatambém lhes é negado. Os camponeses, no entanto, seguem resistindo aestas agressões como podem. Fecham estradas, bloqueiam o avanço dapolícia com barricadas, criam seus próprios sistemas de vigilância esegurança. Não se entregam nunca.
São os palestinos da Amazônia.

* Latuff é cartunista.
Postada do Núcleo Piratininga de Comunicação :
boletimnpc@uol.com.br

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Corte Central israelense se recusa a retirar o Líder da FPLP do encarceramento solitário



A Corte Central israelense em Bir Sheva rejeitou a apelação do advogado do Secretário-Geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP); detido, Ahmad Sa’adat, para ser retirado de encarceramento solitário.

Saadat estava exigindo ser removido para uma cela coletiva com seus camaradas detidos.

Em vez de acabar seu encarceramento solitário, o juiz decidiu mantê-lo em solitária por seis meses adicionais .

Em 28 de dezembro de 2008, Sa’adat foi sentenciado a 30 anos pelo seu suposto papel no planejamento da execução do Ministro do Turismo israelense, Rehavam Zeevi.

Zeevi foi executado no Al Hyatt Hotel em Al-Qods (Jerusalém), em 17 de outubro de 2001.

Israel mantem Sa’adat como responsável pelas ações executadas pela FPLP, que foi descrita como “uma organização ilegal terrorista”.

Sexta-Feira, 23 de outubro de 2009.
Fonte: imemc & agencias

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O ESTADO DE ISRAEL CAPTURA JOVENS PALESTINOS PARA UTILIZÁ-LOS COMO RESERVA DE ÓRGÃOS HUMANOS


A colheita de órgãos israelense: uma nova “calúnia de sangue”?
Fuente: Alison Weir, Tlaxcala (Traducido por Laura Boué, Carlos Sanchís y Ana Atienza- Edición de Ana Atienza)
Na semana passada, o principal jornal da Suécia publicou um artigo com material surpreendente que incluía testemunhos e provas circunstanciais, segundo os quais os israelenses podem estar extraindo órgãos internos de prisioneiros palestinos sem o seu consentimento durante muitos anos.
No entanto, pior ainda é o fato de que parte da informação que o artigo contém sugere que, em certas ocasiões, pode-se ter capturado palestinos com este macabro propósito.

No artigo Roubam nossos filhos para tirar os seus órgãos, o veterano jornalista Donald Boström escreve que os palestinos “reúnem fortes suspeitas contra Israel por capturar jovens e utilizá-los como reserva de órgãos do país, uma acusação muito grave, com suficientes interrogantes para instar o Tribunal Penal Internacional (TPI) a abrir uma investigação sobre possíveis crimes de guerra”1.
Isto desencadeou uma forte reação imediata por parte de uma avalanche de autoridades e defensores de Israel, qualificando tanto Boström como os editores do jornal de “anti-semitas”. O ministro israelense de assuntos exteriores se mostrou “horrorizado” e tachou de “demonização mediante calúnia de sangue”. Uma autoridade israelense, inclusive, denominou de “pornografia do ódio”.
Para a revista “Commentary”, esta história não era “mais que a ponta do iceberg a respeito do ódio contra Israel financiado e fomentado pela Europa”. Muitos compararam o artigo com a “calúnia de sangue” medieval (histórias amplamente rebatidas sobre supostos assassinatos cometidos por judeus para usar o sangue em rituais religiosos). Alguns escritores pró-palestinos, inclusive, se uniram às críticas mostrando seu ceticismo.

No entanto, o caso é que durante muitos anos foram apresentadas prova substanciais de roubo e tráfico público e privado de órgãos, assim como indícios de algo pior. Neste contexto, as acusações suecas adquirem muito maior credibilidade do previsto, e sugerem que uma investigação poderia revelar informação significativa.

Vejamos alguns exemplos de notícias anteriores sobre o tema.
O primeiro transplante de coração de Israel
No primeiro transplante de coração feito na história de Israel utilizou-se o coração de um paciente vivo sem seu consentimento e sem consultar sua família.
Em dezembro de 1968, um homem chamado Avraham Sadegat (parece que o New York Times o mencionou como A. Savgat)2 morreu dois dias depois de sofrer uma apoplexia, apesar de terem dito a sua família que “ia bem”.
Apesar de sua negativa inicial, o hospital israelense onde estava sendo tratado finalmente entregou o corpo do falecido a sua família. Então descobriram que tinha o tronco vendado; algo estranho, pensaram, para alguém que havia sofrido uma apoplexia.
Quando retiraram a bandagem, descobriram que haviam enchido a caixa torácica com vendas e que faltava o coração.
Foi por aquela época que se realizou o célebre primeiro transplante israelense de coração. Após seu espanto inicial, a esposa e o irmão do falecido começaram a associar os dois fatos e a exigir respostas.
A principio, o hospital negou que o coração de Sadegat tivesse sido utilizado no famoso transplante, porém a família levantou um rebuliço midiático e, inclusive, recorreu a três ministros do gabinete. Algumas semanas depois, e depois da família haver assinado um documento no qual prometia não ir aos tribunais, o hospital admitiu que havia utilizado o coração de Sadegat.
O hospital explicou que havia cumprido com a legislação israelense, segundo a qual se podia extrair órgãos sem o consentimento da família3. (A Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Internacional inclui a extração de órgãos em sua definição de exploração humana).
Não foram investigados os indícios de que a remoção do coração de Sadegat foi a causa real de sua morte.
Declarações de um diretor de medicina legista sobre a ausência de órgãos

Um artigo de Mary Barrett publicado em 1990 no Washington Report on Middle East Affairs intitulado “Autopsies and executions” (Autópsias e execuções) fala sobre assassinatos absurdos cometidos contra jovens palestinos. O mencionado relatório inclui uma entrevista com o Dr. Hatem Abu Ghazaleh, que foi a máxima autoridade da saúde da Cisjordânia sob a administração jordana e diretor de medicina legista e autópsias.
Barrett lhe perguntou sobre “a ampla preocupação pelo roubo de órgãos que tem atormentado Gaza e Cisjordânia desde que começou a Intifada em dezembro de 1987” .
Eis aqui sua resposta:
“Existem indícios de que durante o primeiro ano ou ano e meio, por uma razão ou outra, foram extraídos órgãos dos cadáveres, especialmente olhos e rins. Houve relatórios demais de pessoas fidedignas para pensar que não estava ocorrendo nada. Se disparam em alguém na cabeça e o trazem de volta para casa em uma bolsa de plástico sem órgãos internos, o que as pessoas pensarão?”4.

Morte de um escocês em estranhas circunstâncias

Em 1998, um escocês chamado Alisdair Sinclair morreu em circunstâncias duvidosas enquanto estava sob custódia israelense no aeroporto Ben Gurion.
A sua família foi informada sobre o falecimento e, de acordo com uma reportagem do J Weekly, “(…) lhes disseram que tinham três semanas para reunir uns 4.900 dólares para repatriar o corpo de Sinclair por avião. Segundo ele [o irmão de Alisdair], parece que os israelenses preferiam outra opção: enterrar Sinclair em um cemitério cristão em Israel, por uns 1.300 dólares”.
A família reuniu a duras penas o dinheiro, repatriou o cadáver e realizou uma autópsia na Universidade de Glasgow. O resultado apontou que faltavam o coração de Alisdair e um pequeno osso da garganta. Como conseqüência, a embaixada britânica apresentou uma queixa contra Israel.
A reportagem do J afirma:
“Posteriormente repatriou-se às Ilhas Britânicas sem custo algum um coração que supostamente era de Sinclair. James queria que o Instituto Forense [israelense] pagasse uma análise de DNA para confirmar que esse coração era o de seu irmão, mas o diretor do Instituto, o professor Jehuda Hiss, recusou a petição por seu custo proibitivo, estimado segundo algumas fontes em 1.500 dólares”.
Apesar de a Embaixada Britânica ter pedido reiteradamente os relatórios da polícia e do patologista israelense, as autoridades desse país não entregaram nenhum dos dois”567.

Autoridades governamentais israelenses colocam perguntas

O jornalista palestino Khalid Amayreh narra em um artigo publicado em 20 de agosto de 2009:
“Em janeiro de 2002, um ministro israelense admitiu tacitamente que podiam ter utilizado órgãos de vítimas palestinas para transplantá-los a pacientes judeus sem que as famílias das vítimas soubessem”.
“Em resposta à pergunta de um membro árabe do Knesset [parlamento israelense], o ministro Nessim Dahan afirmou que não podia negar nem confirmar que o exército havia extirpado órgãos de crianças e jovens palestinos para transplantes ou para pesquisas científicas”.
“Não poderia afirmar com segurança que não ocorreu algo desse tipo”.

Segundo Amayreh, o membro do Knesset que formulou a pergunta disse que “tinha recebido ‘provas críveis' que demonstravam que médicos israelenses do instituto forense de Abu Kabir tinham extraído órgãos vitais como o coração, os rins e o fígado de cadáveres de crianças e jovens palestinos mortos pelas mãos do exército israelense em Gaza e na Cisjordânia”8.

A máxima autoridade israelense em patologia destituída por roubo de partes de cadáveres

Durante muitos anos denunciou-se que a máxima autoridade israelense em patologia estava roubando partes de cadáveres. Em 2001, o serviço nacional israelense de notícias informou o seguinte:
“(...) Os pais do soldado Ze’ev Buzgallo, morto em acidente durante umas manobras de instrução militar nas Colinas do Golã, levantaram uma petição ante o Tribunal Superior de Justiça para solicitar a suspensão imediata do Dr. Yehuda Hiss e a interposição de punições contra ele. Hiss é diretor do Instituto Forense Abu Kabir (...). Segundo os pais, o corpo de seu filho foi utilizado para experimentos médicos sem o seu consentimento, atividades autorizadas por Hiss.”9.
Em 2002, este mesmo serviço informativo divulgou o seguinte:
“A revelação da existência de partes de cadáveres armazenadas ilegalmente no Instituto Forense de Abu Kabir moveu o parlamentar Anat Maor, presidente do Comitê de Ciências do Knesset, a exigir a suspensão imediata de seu diretor, o professor Yehuda Hiss”.
A morte de Alisdair Sinclair foi uma primeira advertência às autoridades sobre os atos criminosos de Hiss em 1998, ainda que nada tenha sido feito a respeito durante anos. The Forward assinalou:
“Em 2001, uma investigação do Ministério da Saúde israelense detectou que Hiss havia participado, durante anos, da extração, durante as autópsias, de partes de cadáveres, como pernas, ovários e testículos, sem a permissão dos familiares para vendê-las a faculdades de medicina com fins de pesquisa e formação. Foi nomeado patólogo chefe em 1988. Hiss jamais foi acusado por nenhum crime, mas em 2004 se viu obrigado a demitir-se da direção do Depósito de cadáveres do Estado, após receber queixas durante anos”10.

Colhendo rins entre as comunidades pobres

Segundo a revista Economist, entre 2001 e 2003 surgiu na África do Sul uma rede de tráfico de rins. “Os doadores eram recrutados no Brasil, Israel e Romênia, com ofertas de 5.000 a 20.000 dólares para visitar Durban e entregar um rim. Cada um dos 109 receptores, principalmente israelenses, pagou até 120.000 dólares por umas “férias com transplante”; fingiam ser parentes dos doadores e que isso não era remunerado”11.
Em 2004, uma comissão legislativa revelou o seguinte no Brasil: “Ao menos 30 brasileiros venderam rins a uma rede de tráfico de órgãos humanos para transplantes realizados na África do Sul, cuja principal fonte de financiamento provinha de Israel”.
Segundo um relatório do IPS: “Os receptores eram, sobretudo, israelenses, que recebiam reembolsos das companhias de seguros de saúde entre 70.000 e 80.000 dólares por intervenções cirúrgicas vitais realizadas no estrangeiro”.
O IPS indica:
Os brasileiros eram recrutados nos bairros mais pobres e recebiam 10.000 dólares por rim, “mas ao aumentar a ‘oferta’, os preços baixaram até os 3.000 dólares”. A rede de tráfico foi organizada por um ex-policial israelense, o qual se defendia dizendo que “não estava cometendo nenhum delito, dado que o governo de seu país considerava legal a operação”.
A embaixada israelense emitiu uma declaração na qual negava que seu governo estivesse implicado no comércio ilegal de órgãos humanos, mas reconhecia que seus cidadãos, em casos de emergência, podiam submeter-se a transplantes de órgãos em outros países “de maneira legal, cumprindo as normas internacionais”, e com o respaldo econômico de seu seguro médico.
No entanto, segundo o IPS, o presidente da comissão qualificou a postura israelense “como no mínimo ‘contrária à ética’, e acrescentou que a rede de tráfico só podia desenvolver suas operações em larga escala se existisse uma importante fonte de financiamento, como o sistema de saúde israelense”. Além disso, afirmou que os recursos que o sistema de saúde israelense proporcionava “eram um fator determinante” que permitia o funcionamento da rede12.

O diretor de um hospital de Tel Aviv fomenta o tráfico de órgãos

Continua o informe do IPS:
“Nancy Scheper-Hughes, diretora do projeto Organs Watch da Universidade da Califórnia em Berkeley, testemunhou ante a comissão legislativa de Pernambuco para declarar que a rede internacional de tráfico de órgãos humanos havia começado há uns doze anos atrás, nas instâncias de Zacki Shapira, ex-diretor de um hospital em Tel Aviv.
“Shapira realizou mais de 300 transplantes de rim, em algumas ocasiões acompanhando seus pacientes em outros países, como a Turquia. Os receptores são muito endinheirados ou possuem uma boa cobertura de seguro de saúde, e os “doadores” são pessoas muito pobres do Leste Europeu, Filipinas ou outros países em desenvolvimento, disse Scheper-Hughes, especialista em antropologia médica”.


Em 2007, o jornal israelense Ha’aretz publicou que dois homens confessaram ter persuadido “árabes da Galiléia e do centro de Israel que tivessem problemas de desenvolvimento ou doenças mentais para que aceitassem doar um rim em troca de dinheiro”. Posteriormente, negavam pagá-los.
O jornal revelava que ambos os homens formavam parte de uma rede criminosa na qual estava envolvido um cirurgião israelense. Segundo o auto de processamento, o cirurgião vendeu os rins obtidos por uma cifra entre 125.000 e 135.000 dólares13.
Anteriormente, nesse mesmo ano, outro jornal israelense, o Jerusalem Post, informava a detenção de dez membros de uma rede de traficantes de órgãos israelenses dirigida a ucranianos14.

Em outra notícia que veio a tona em 2007, o Jerusalem Post ecoava o seguinte: “o professor Zacki Shapira, um dos principais cirurgiões de transplantes do país, foi detido quinta-feira, na Turquia, como suspeito de participar de uma rede de tráfico de órgãos”. Segundo o jornal, os transplantes eram acertados na Turquia e realizados em hospitais privados de Istambul.


O tráfico de órgãos israelense chegou aos EUA?

Em julho deste ano, inclusive os meios de comunicação norte-americanos informaram sobre a captura de Levy Izhak Rosenbaum, do Brooklyn, detido recentemente por agentes federais em uma grande operação policial contra a corrupção em Nova Jersey na qual estavam envolvidos prefeitos, funcionários governamentais e destacados rabinos. Boström abre seu artigo com este incidente15.
Segundo a denúncia federal, Rosenbaum, que tem estreitos laços com Israel, declarou haver estado implicado na venda ilegal de rins durante 10 anos. Um advogado norte-americano explicou: "Seu negócio era persuadir pessoas vulneráveis para que cedessem um rim por 10.000 dólares, que depois ele negociava e vendia por 160.000"16.

Este é, supostamente, o primeiro caso de tráfico internacional de órgãos nos EUA.

A antropóloga da Universidade da Califórnia e especialista em comércio de órgãos, Nancy Scheper-Hughes, que informou ao FBI sobre Rosenbaum há 7 anos, disse que havia escutado informações segundo as quais ele tinha ameaçado doadores na base da pistola para assegurar-se que cumpririam o acordado em “doar” seus órgãos17.


Os problemas de Israel com os doadores de órgãos

Israel possui um número extraordinariamente baixo de doadores voluntários. Segundo a agência de notícias israelense Ynet, “a porcentagem de doações de órgãos entre os judeus é a mais baixa de todos os grupos étnicos (...) Nos países ocidentais, cerca de 30% da população tem carteira de doação de órgãos. No entanto, em Israel, só 4% da população tem este tipo de carteiras18.

“Segundo as estatísticas do site do Ministério da Saúde, em 2001 morreram 88 israelenses esperando um transplante por falta de doadores de órgãos. Nesse mesmo ano, 180 pessoas se encontravam em coma irreversível e seus órgãos podiam ter sido utilizados para transplantes, mas somente os familiares de 80 deles aceitaram doar seus órgãos”.
Ynet assinala que a baixa cifra de doadores se deve a “motivos religiosos”. Em 2006, houve uma grande polêmica quando um hospital israelense conhecido pela sua observância da lei judia levou a cabo uma operação de transplante com um doador israelense. Na semana anterior “havia ocorrido um incidente similar, mas como o paciente não era judeu, passou despercebido”19 20.
O artigo sueco informa que Israel recebeu reiteradas críticas pelo seu modo antiético de abordar a questão dos órgãos e dos transplantes. A França estava entre os países que deixaram de colaborar neste âmbito com Israel na década de 1990. O Jerusalem Post escreveu: “Espera-se que o resto dos países europeus siga em breve o exemplo da França”.

“A metade dos rins transplantados para israelenses desde princípios desta década foram trazidos ilegalmente da Turquia, Europa Oriental e América Latina. As autoridades de saúde israelenses têm pleno conhecimento deste negócio, mas não fazem nada para detê-lo. Em uma conferência celebrada em 2003 ficou demonstrado que Israel era o único país ocidental que contava com uma classe médica que não condenava o comércio ilegal de órgãos. Tampouco toma medidas legais contra os médicos que participam deste negócio ilícito; pelo contrário, na maioria dos transplantes ilegais estão implicados responsáveis médicos de grandes hospitais de Israel, segundo Dagens Nyheter (5 de dezembro de 2003)”.


Para cobrir esta necessidade, o ex Primeiro-Ministro Ehud Olmert, então ministro da saúde de Israel, organizou uma grande campanha de doações no verão de 1992, mas ainda que o número de doadores houvesse subido vertiginosamente, as necessidades eram ainda muito superiores à oferta.

Aumentam os desaparecimentos de palestinos

Boström, que já havia tratado deste tema em 2001 no seu livro Inshallah21, afirma no seu recente artigo:

“Conforme ia se desenvolvendo a campanha, começaram a desaparecer jovens palestinos em povos da Cisjordânia e de Gaza. Soldados israelenses os devolviam mortos, depois de cinco dias, com o corpo aberto”.

“Falar dos cadáveres aterrorizava a população dos territórios ocupados. Havia rumores de um drástico aumento de jovens que desapareciam, com os conseguintes funerais noturnos de corpos autopsiados”.


“Eu estava nessa zona por aquela época, trabalhando em um livro. Em várias ocasiões o pessoal da ONU se dirigiu a mim preocupado pelos feitos. As pessoas que se puseram em contato comigo me disseram que sem dúvida nenhuma existia roubo de órgãos, mas que não era permitido fazer nada a respeito. Depois viajei àquela zona por encargo de uma rede de emissoras e entrevistei um grande número de famílias palestinas da Cisjordânia e de Gaza, reunindo-me com pais que contavam como se tinha despojado seus filhos de seus órgãos antes de ser assassinados”.

Descreve concretamente o caso de Bilal Ahmed Ghanem, de 19 anos de idade, que foi baleado pelas forças israelenses que invadiram seu povo.
“O primeiro disparo acertou o seu peito. Segundo os aldeões que presenciaram o incidente, a seguir dispararam uma bala em cada perna. Depois, dois soldados desceram correndo da oficina de carpintaria e dispararam uma vez no estômago de Bilal. Finalmente, foi agarrado pelos pés e arrastado para cima pelos vinte degraus de pedra da carpintaria (…). Os soldados israelenses carregaram Bilal, agonizante, em um jipe e o levaram aos arredores do povo, onde esperava um helicóptero militar. O rapaz foi levado a um lugar desconhecido para sua família”.

Após cinco dias, o trouxeram de volta, “morto e envolvido de cima a baixo em tela verde de hospital”. Boström informa que ao descer o cadáver à tumba, seu peito ficou descoberto e os presentes puderam ver que estava suturado desde o estômago até a cabeça. Segundo Boström, não era a primeira vez que aquela gente via algo semelhante.

“As famílias da Cisjordânia e de Gaza acreditavam saber exatamente o que tinha acontecido: “Usam nossos filhos como doadores forçados de órgãos”, me disseram parentes de Khaled em Nablús, assim como a mãe de Raspem em Jenin, e os tios de Machmod e Nafes em Gaza; todos tinham desaparecido durante vários dias para ser devolvidos durante a noite, mortos e autopsiados”.


Por que autópsias?
Boström reflete as dúvidas que as famílias formulam:

“Por que ficam com os cadáveres por até cinco dias e só depois nos deixam enterrá-los? O que ocorre com os corpos durante esse período? Por que levam a cabo as autópsias sem o nosso consentimento, quando a causa da morte é óbvia? Por que devolvem os corpos durante a noite? Por que o fazem com escolta militar? Por que cercam a zona durante o funeral? Por que cortam a eletricidade?”
A resposta de Israel foi que a autópsia é praticada a todos os palestinos mortos como procedimento de rotina. No entanto, Boström aponta que dos 133 palestinos que foram assassinados naquele ano, apenas 69 receberam autópsia.

Continua: “Sabemos que Israel tem uma grande necessidade de órgãos, que existe um amplo comércio ilegal de órgãos que funciona há muitos anos, que as autoridades são conscientes disso e que estão envolvidos médicos que ocupam postos diretivos nos grandes hospitais, assim como funcionários de diversos níveis. Também sabemos que desapareceram jovens palestinos e que os devolvem após cinco dias durante a noite, com grande caráter secreto e costurados após sofrer um corte do abdômen até o queixo”.
“Chegou o momento de esclarecer este macabro negócio, de projetar luz sobre o ocorrido agora e no passado nos territórios ocupados desde que começou a Intifada”22.

A nova “calúnia de sangue”?

Ao revisar todas as reações que suscitou a reportagem de Boström, chama à atenção a quantidade de acusações que incidem que este artigo é uma nova versão da antiga “calúnia de sangue” anti-semita. Dadas as circunstâncias, convém examinar um livro publicado em 2007 por um destacado especialista israelense em história medieval judia e no que lhe ocorreu.


O autor é o professor de Bar-Ilan (e rabino) Ariel Toaff, filho do antigo rabino chefe de Roma, líder religioso tão famoso que um jornalista israelense escreveu que o pai de Toaff “está para a judiaria italiana o que a Torre Eiffel está para Paris”. O próprio Ariel Toaff é considerado como “um dos maiores especialistas no seu campo”23 24.

Em fevereiro de 2007, os meios de comunicação israelenses e italianos polemizaram (ainda que a maioria dos norte-americanos tenha omitido) com a notícia de que o professor Toaff tinha escrito um livro titulado “Pasque di sangue” (“Páscoas de sangue”)25 que continha provas que “havia um fundamento objetivo em algumas das calúnias de sangue medievais contra os judeus”.
A partir dos dados compilados ao longo de 35 anos de pesquisa, Toaff conclui que houve pelo menos alguns incidentes reais, possivelmente bastantes.

Toaff afirmou em uma entrevista para um jornal da Itália (país onde se publicou o livro):

“Minha investigação mostra que, na Idade Média, um grupo de fundamentalistas judeus não respeitou a proibição bíblica e usaram sangue para realizar curas. Foi somente um grupo que pertencia às comunidades que sofreram as maiores perseguições durante as Cruzadas. Desse trauma surgiu uma ânsia de vingança que, em alguns casos, levou a certas respostas, entre elas os assassinatos rituais de crianças cristãs”26.

O professor Toaff foi atacado imediatamente de todos os ângulos, e inclusive recebeu pressões orquestradas pelo presidente da Liga Anti-Difamação, Abe Foxman, mas Toaff, respaldado por seus 35 anos de pesquisa, declarou:
“Não vou renunciar a minha devoção pela verdade e pela liberdade acadêmica, mesmo que o mundo me crucifique… Não se deve temer dizer a verdade”.


No entanto, pouco depois, submetido à uma implacável pressão pública e privada, teve que submeter-se, retirar seu livro e prometer que entregaria todos os benefícios obtidos (o livro tinha voado das prateleiras das livrarias italianas) à Liga Anti-Difamação de Foxman. Um ano depois publicou uma edição revisada”27.


A experiência de Donald Boström parece ser uma repetição do que o professor Toaff padeceu: calúnias, insultos e difamações. Boström recebeu, além disso, ameaças de morte, experiência pela qual talvez tenha passado também o professor Toaff.

Se Israel fosse inocente das acusações de roubo de órgãos, ou se sua culpabilidade fosse consideravelmente menor do que Boström e outros sugerem, deveria agradecer a abertura de pesquisas imparciais que levantassem dúvidas sobre sua culpabilidade. No entanto, o governo e seus defensores estão tratando de suprimir todo debate e esmagam quem consideram uma ameaça por suas perguntas e conclusões. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, mais que responder às chamadas para que se abra uma investigação, exige que o governo da Suécia abandone o seu compromisso com a liberdade de imprensa e condene o artigo. O escritório de imprensa israelense, aparentemente como represália e para impedir novas investigações, está rejeitando dar credenciais de imprensa aos repórteres do jornal em questão.
Da mesma forma que no caso do violento ataque a Jenin, do ataque ao USS Liberty, do massacre de Gaza, do esmagamento de Rachel Corrie, da tortura de cidadãos norte-americanos e de uma multidão de outros exemplos, Israel está empregando seus consideráveis recursos no mundo inteiro para interferir no processo de investigação.
Custa crer que não tenha nada a ocultar.

Solidariedade ao Camarada Ahmad Sa'adat e à Frente Popular de Libertação da Palestina



No próximo dia 22 de outubro, será realizada uma audiência judicial de contestação da manutenção numa prisão solitária, do camarada Ahmad Sa'adat, Secretário Geral da Frente Popular pela Libertação da Palestina, mantido preso numa masmorra israelense.

A advogada Leah Tsemel, que representa o camarada Sa'adat na contestação à prática de isolamento de que são vítimas diversos prisioneiros políticos palestinos, disse que a contestação ocorrerá diante da Corte Central de Bir Saba, contra a Administração Israelense de Prisões.

O camarada Sa'adat está preso em regime de completo isolamento na prisão de Ramon no deserto de Naqab já há seis meses, quando foi transferido da prisão de Hadarim.

A prisão do líder da FPLP contraria os mais elementares direitos humanos. Por exemplo, sua família e sua esposa, Abla, foram proibidas de visitá-lo por três meses e até mesmo livros pessoais lhe foram confiscados.

O camarada Ahmed Sa'adat está preso desde 2002, sob a guarda de solados estrangeiros. Em 14 de março de 2006, foi seqüestrado pelas forças sionistas de ocupação. No dia 25 de dezembro de 2008, o camarada Sa'adat foi sentenciado a trinta anos dentro das prisões da ocupação. Ele é membro do Conselho Legislativo Palestino (Parlamento) e é um dos principais líderes nacionais palestinos mantidos dentro dos cárceres do ocupante.

O Partido Comunista do Brasil manifesta sua inteira solidariedade ao camarada Ahmed Sa'adat, aos seus familiares e à FPLP, repudiando a atitude do governo sionista e exigindo respeito a seus direitos humanos básicos, no contexto de uma prisão ilegal e arbitraria contra um grande lutador da causa da independência da Palestina.

São Paulo, 19 de outubro de 2009

Jose Reinaldo Carvalho

Secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil

domingo, 18 de outubro de 2009

O camarada Sa'adat contesta o isolamento em 22 de outubro


O camarada e líder Ahmad Sa'adat, o aprisionado Secretário Geral da Frente Popular pela Libertação da Palestina, terá uma audiência de contestação a seu isolamento e à prática de isolamento nas prisões da ocupação no dia 22 de outubro de 2009.

A advogada Leah Tsemel, que representa o camarada Sa'adat na contestação à prática de isolamento (solitária) de prisioneiros políticos palestinos na população geral dos detidos, disse que a contestação será diante da Corte Central de Bir Saba em 22 de outubro, contra a Administração israelense de Prisões.

O camarada Sa'adat tem sido mantido em isolamento (solitária) na prisão de Ramon no deserto de Naqab por seis meses, quando foi transferido da prisão de Hadarim em Asqelan depois de 14 dias de isolamento (solitária). O camarada Sa'adat, assim como outros líderes nacionais e populares dentro da prisão, foram escolhidos para o isolamento (solitária) e em condições abusivas de aprisionamento baseadas em sua atividades, e colocados em unidades especiais de isolamento (solitária). Dentro destas unidades de isolamento, o camarada Sa'adat foi colocado mais profundamente em uma destas unidade separada de isolamento onde ele foi confinado sem acesso mesmo aos outros prisioneiros em isolamento, e privado de Direitos Humanos básicos. Seus livros pessoais foram confiscados e é permitido acesso a jornais só uma ou duas vezes por semana. Lhe foi negada visitas da família - sua esposa, Abla, foi proibida de visita-lo por três meses - assim como visitas legais, e foi impedido de fazer compras na cantina da prisão, inclusive compras de cigarro.

No pátio da prisão, o camarada Sa'adat é mantido algemado e com algemas também nos tornozelos, e lhe é permitido só uma hora de exercício/recreação. Tudo isto foi "justificado" pelas autoridades de ocupação como "castigo" por dar dois pacotes de cigarros a outro prisioneiro. Naturalmente, o camarada Sa'adat tem sido submetido a estas condições desumanas porque é um líder reconhecido entre os prisioneiros, numa tentativa destruir o movimento palestino de prisioneiros e atingir as realizações e lutas dos prisioneiros. Além do mais, a Administração da Prisão tenta criminalizar os relacionamentos humanos e sociais entre os companheiros prisioneiros palestinos, e entre os prisioneiros e as suas famílias de fora. O camarada Sa'adat dirigiu a luta contra isolamento, empenhando-se numa greve de fome de nove dias em julho de 2009 que foi imediatamente seguida pela sua transferência para prisão de Ramon.

O camarada Sa'adat foi mantido preso desde 2002, nas prisões da Autoridade palestina, mantida sob a guarda dos britânicos e dos EUA, até o seu seqüestro pelas forças sionistas de ocupação em 14 de março de 2006, por um ataque da ocupação militar na prisão de Jerico (Ariha). No dia 25 de dezembro de 2008, o camarada Sa'adat foi sentenciado a trinta anos dentro das prisões da ocupação. Ele é membro do Conselho Legislativo Palestino e um dos principais líderes nacionais palestinos mantidos dentro dos cárceres do ocupante.

Se espera que sejam realizados eventos e atividades na Palestina e ao redor do mundo em favor do camarada Sa'adat a partir de 16 a 22 de outubro, clamando por liberdade e justiça para Sa'adat e todos prisioneiros palestinos. Abla Sa'adat, esposa do camarada Sa'adat, chamou por uma campanha mais ampla de solidariedade nos níveis palestino, árabe e internacionais para acabar com as condições desumanas de isolamento enfrentadas pelos prisioneiros palestinos que violam todos padrões básicos de Direitos Humanos, assim como exigir e assegurar sua libertação. Ela acrescenta ainda um chamado à Autoridade Palestina para que assuma responsabilidade neste aspecto, uma vez que tinha a responsabilidade de mante-lo na prisão de Jerico (Ariha) como parte de sua “cooperação de segurança” com o ocupante.
Abla Sa'adat disse mais adiante que está confiante que esses que mantem o soldado capturado da ocupação Gilad Shalit, mantiveram o camarada Sa'adat no topo da lista de prisioneiros cuja libertação é exigida em troca de Shalit.


Frente Popular para Libertação da Palestina - FPLP

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Presidente de Comissão da ONU sofreu ameaças de extremistas judeus


O juiz internacional, Richard Goldstone, que presidiu a Comissão da ONU para investigar possíveis crimes de guerra cometidos durante a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, teria sofrido ameaças de morte de extremistas judeus da áfrica do sul e de Israel segundo denúncia feita pelo coronel irlandês Desmond Travers, um dos membros da mesma Comissão.
A investigação da Comissão independente da ONU resultou na elaboração do “Relatório Goldstone” que criticou duramente a ofensiva israelense contra Gaza e apontou diversos crimes de guerra e contra a humanidade cometidos pelo estado sionista contra a população palestina. O mesmo será apresentado novamente ao conselho de direitos humanos da ONU nessa sexta-feira com a possibilidade de que sejam tomadas recomendações mais práticas e rigorosas contra Israel.
O Coronel Travers afirmou, em entrevista realizada ao programa “sem fronteiras” da al-jazeera, que a filha do Juiz também foi vítima de ameaças “inadequadas” no Canadá; e descreveu as ações israelenses na Faixa de Gaza de "crimes sobre crimes sobre crimes."
Na entrevista Travers defendeu o direito da resistência palestina Hamas de defender a Faixa de Gaza independentemente de se tratar de uma autoridade legítima ou não, já que as resoluções da ONU prevêem o direito de qualquer população se defender da maneira que puder contra agressões e a ocupação de seus territórios.
Travers afirmou que a comissão entendeu que a destruição maciça infligida por Israel durante a guerra na Faixa de Gaza ao final do ano passado e o início desse ano, foi para punir os seus habitantes por terem votado para o Hamas nas eleições legislativas no início de 2006.
Ele disse que Gaza sofreu "danos significativos na sua infra-estrutura, resultando em graves problemas nos recursos de água e alimentos, e em uma crise ambiental que deve ser tratada de imediato pela comunidade internacional" para superar as suas repercussões negativas.
Travers criticou ainda o cerco "desumano” imposto por Israel à Faixa de Gaza por quase três anos, e garantiu que Israel “não conquistou nada” em suas guerras na Faixa de Gaza e no Líbano, pois essas só aumentaram a força do Hamas e do Hezbollah que se tornaram “mais fortes do que nunca”.
O membro da Comissão Internacional de Investigação da ONU desejou que “Israel reavalie sua política de segurança e os seus planos políticos... tomando medidas ousadas para a paz e não para a guerra".

Ameaças israelenses:

Israel ameaçou não retomar as negociações com os palestinos se eles insistirem na reapresentação do relatório do juiz Richard Goldstone para votação no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
A representante israelense na ONU, Gabriela Shalev, disse que "enquanto o relatório Goldstone ainda estiver sendo discutido e há citações de apoio a ele em todo lugar, mesmo em países que consideramos amigos, não seremos capazes de fazer qualquer progresso no processo de paz".
"Não sentaremos em uma mesa para conversar com frentes ou pessoas que nos acusam de cometer crimes de guerra, isso é inaceitável", acrescentou Shalev que descreveu o relatório de “parcial e distorcido” desclassificando os membros da comissão independente de investigação da ONU.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mais de 330 palestinos presos em Israel sem processo


Qua, 14 Out, 09h53
JERUSALÉM (AFP) - Mais de 330 palestinos estão detidos em Israel atualmente em violação à legislação internacional, denunciam duas organizações israelenses de defesa dos direitos humanos.

Dos 335 prisioneiros em "prisão administrativa", um é menor de idade e três são mulheres, segundo as ONGs B'Tselem e Hamoked. Um palestino está detido há quase cinco anos e 28 de dois a quatro anos.
"O uso extensivo da prisão administrativa viola a legislação internacional que só autoriza a mesma em poucos casos", afirmam as ONGs.
B'Tselem e Hamoked acusam o Exército de ter criado "uma aparência de procedimento judicial, já que em muitos casos os acusados não estão informados dos detalhes".
As ONGs destacam que entre agosto de 2008 e julho de 2009 os juízes militares aprovaram 95% das ordens de prisão, emitidas pelo comando militar em virtude de uma legislação de urgência herdeda do mandato britânico de antes de 1948, que segue em vigor em Israel e nos territórios ocupados.
No total, 8.000 palestinos estão detidos por atividades anti-israelenses, que vão desde integrar uma organização ilegal até envolvimento em atentados.

fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/israel_palestinos_conflito_dh

DIA DAS CRIANÇAS PALESTINAS?


Neste Dia da Criança, muitas são as que recebem presentes , brincam e curtem as alegrias dessa importante fase da vida. Mas a maior parte delas, não têm direito a nada disso, pois desde cedo, enfrentam as mazelas da vida impostas aos pobres e miseráveis de todos os países, pelo sistema capitalista/imperialista. Entretanto, em um só lugar no mundo, as crianças, impelidas pela dramática situação em que vivem, assumem a tarefa de lutar , ao lado dos adultos,em defesa de sua pátria e de seu povo: as crianças da Palestina ocupada. E por isso, são feitas prisioneiras pelas forças da ocupação de Israel- o único país do mundo onde existem prisioneiros políticos com menos de 16 anos, às vezes com 12 anos de idade. Seus “crimes”: atirarem pedras nos tanques do exército invasor ou outras ações semelhantes.

Já existe o Dia Internacional das Crianças Vítimas Inocentes de Agressão na Palestina -4 de Junho. Mas pela gravidade desta absurda situação, convém lembrar delas neste Dia da Criança, também.

As crianças prisioneiras palestinas vivem em condições desumanos nas prisões israelenses. Encarceradas em celas abarrotadas e sujas. Frequentemente, são colocadas em solitárias, cujas celas medem 1,5 metros quadrados, praticamente um caixão. Essas celas são extremamente úmidas , sem janelas ou aberturas que permitam a entrada de luz natural. Uma lâmpada com luz brilhante é mantida acesa continuamente . Isto força os prisioneiros a permanecerem acordados por dias, em alguns casos.



Qualquer deslize e as crianças prisioneiras ficam proibidas de receberem alimento suficiente para cumprir as exigências diárias para a nutrição infantil, são impedidas de ir ao toalete de acordo com suas necessidades e de trocarem as roupas. Elas não têm praticamente nenhuma assistência médica . As autoridades israelitas violam descaradamente a lei internacional com sua notória negligência médica, não atendendo aos padrões mínimos previstos pelas Nações Unidas para tratamento de prisioneiros. Embora a Lei Internacional seja extremamente clara na exigência da continuidade dos estudos, as crianças das prisões israelenses , não têm acesso á instrução.



As crianças palestinas encarceradas são submetidas à tortura física e psicológica durante o interrogatório para forçá-las a confessarem ações que podem ou não ter praticado. A maioria das confissões e as sentenças são relacionadas ao arremesso de pedras . Sob pressão física e psicológica extrema, as crianças, às vezes, confessam as tais atividades para que os carrascos parem as torturas, assumindo atos que não praticaram. Muitas vezes, são obrigadas a assinarem confissões em hebraico, um idioma que não entendem.
Durante o interrogatório, as crianças são isoladas de suas famílias e os advogados, na maioria dos casos, não são informados sobre o lugar de sua detenção. Geralmente , não contam com um advogado durante o primeiro período de interrogatório. O desamparo sentido por esses menores é imenso quando percebem que estão sós numa sala de interrogatório, por conta do interrogador, o que representa uma pressão psicológica a mais , numa situação que já é , por si só, aterrorizante.



Esses menores são, muitas vezes, atacados por prisioneiros criminosos israelitas; estão sujeitas à perseguição sexual, física e verbal. O assédio sexual já foi praticado contra um grande número de crianças prisioneiras. Elas sofrem ameaças de agressão e pancadas na cabeça se relatarem o incidente à administração. Um menino, que apresentou queixa à administração sobre o assédio sexual , foi atacado por prisioneiros criminosos israelita com facas e ferido no pé. Além disso, esses menores ainda estão sujeitos ao roubo de pertences pessoais, incluindo cartões de telefone, sapatos e gêneros alimentícios que são comprados na cantina da prisão. Não existe nenhum tipo de atividades recreativa, nem acesso a livros ou jornais. A proibição de visitas dos familiares tem um impacto psicológico que deixa seqüelas em prisioneiros infantis. Tudo isso está em flagrante desrespeitos às leis internacionais de proteção à criança.



Como se não bastasse ser parte de um povo destituído, aterrorizado e massacrado, viverem no isolamento,no esgoto, passarem fome, sendo impedidos de terem pleno acesso à água, à luz, à assistência médica adequada; conviverem com seus pais desempregados entregues ao desespero, sofrerem constantemente o assédio do exército invasor, as crianças palestinas, muitas vezes, ainda têm que enfrentar a tortura e as privações nas cadeias de Israel, por ousarem resistir a tudo isso.



Apesar de todo seu poderio bélico e do apoio das maiores potências mundiais, Israel não está conseguindo fugir do seu destino: ser odiado pela maioria dos povos. Em breve terá que se confrontar com seu momento África do Sul do Apartheid e ver seu nome jogado na mesma lama em que foi atirado o Regime Nazista de Hitler.
Milhares de pessoas em todo o mundo vem aderindo à causa palestina. Multidões foram às ruas em quase todos os países para protestarem contra os massacres em Gaza. A campanha do BDS está em franco crescimento, impondo uma queda de mais de 40% nas exportações israelenses . Muitas empresas e bancos são obrigados, pela pressão popular, a abandonarem seus projetos em Israel.




Mas é preciso muito mais.A África do Sul não era uma potência militar e não tinha uma coalizão dos mais poderosos exércitos do mundo dispostos a defendê-la, não tinha a importância estratégica que tem Israel para o imperialismo , pois não estava a serviço de um projeto expansionista e de dominação regional e não tinha a mídia mundial quase totalmente sob seu controle. Por isso, os esforços para barrar o criminoso regime nazi-sionista deverão ser maiores do que os realizados para destruir o odioso regime do apartheid na África do Sul. Não está sendo uma tarefa fácil. Mas, com toda a certeza, é uma tarefa possível.
Beth Monteiro
Fontewww.addameer.org/detention/background.html

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A atitude da Autoridade Nacional Palestina de adiar o informe de Golstone que condena Israel, é um crime



A atitude da Autoridade Nacional Palestina - ANP – de adiar a apresentação do informe de Richard Goldstone, juiz internacional, sobre os crimes de Israel praticados durante a agressão a Franja de Gaza, é uma atitude irresponsável e um crime político contra o povo palestino, a pátria e os mártires de Gaza.
A Frente Democrática para libertação da Palestina – FDLP – exige da ANP e do Comitê Executivo da OLP a expulsão dos autores do vergonhoso ato que impediu a exposição do informe oficial; da mesma forma deseja , por respeito aos mártires, aos feridos, a resistência de nosso bravo povo e seus braços arm,ados, que enfrentam o ocupante sionista e as contínuas agressões contra a heróica Gaza, que ditos autores sejam julgados publicamente.
A ANP e o Comitê Executivo da OLP devem repassar, imediatamente, o informe de Goldstone ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra com o pedido de que seja encaminhado ao Conselho de Segurança e ao Tribunal Internacional de Haya. Os crimes praticados contra nosso povo em Gaza devem ser julgados e punidos pela justiça internacional.


Oficina Central de Información del
Frente Democrático para la Liberación de Palestina
3 de octubre del 2009