sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Que a Venezuela pare de enviar petróleo a Israel


O Partido Comunista Venezuelano saudou a decisão do governo de expulsar ao embaixador de Israel na Venezuela, mas insistiu que o governo bolivariano deve romper todas as relações comerciais, programas educacionais e militares com o Estado Sionista de Israel.

Caracas, 08 de janeiro. Tribuna Popular.- Mais de 10 mil pessoas participaram esta manhã de uma gigantesca marcha organizada por dezenas de movimentos sociais que, um dia antes, reunidos no Quartel San Carlos, concordaram em solicitar ao Presidente Hugo Chávez que a Venezuela pare de enviar petróleo a Israel e que se suspendam os convênios educativos, culturais e de qualquer índole até que pare a invasão à Palestina, segundo explicou Hindu Anderi, uma das coordenadoras do evento.
Oscar Figuera, secretário geral do Partido Comunista da Venezuela, PCV, saudou a decisão do governo de expulsar ao embaixador de Israel na Venezuela, mas insistiu que o governo bolivariano deve romper todas as relações comerciais, programas educacionais e militares com o Estado Sionista de Israel.
O deputado chamou ao povo venezuelano à participação ativa no Boicote aos produtos israelenses, não comprando certas marcas. Propôs que o governo deve tomar a decisão de enviar uma missão humanitária à Faixa de Gaza para ajudar na crise humanitária que a ação fascista do Estado de Israel está provocando.
A passeata partiu do Parque "Generalísimo Francisco de Miranda" (antigo Parque del Este) aproximadamente às 11 da manhã, e chegou à embaixada de Israel em Caracas uma hora depois, guiada por uma faixa que, em árabe, pede o fim do envio de petróleo à nação israelense.
Movimentos políticos, sociais, estudantis, de trabalhadores; o Partido Comunista da Venezuela (PCV), militantes do Partido Socialista Unido e pessoas de religião judaica e cristã acompanharam libaneses, sírios, palestinos e pessoas de outras nacionalidades, todos contra a invasão, que já deixou mais de 700 pessoas assassinadas, segundo dados da Cruz Vermelha; a metade civis, segundo a ONU e organizações humanitárias.
Diferentes faixas chamam ao boicote contra: McDonalds, Wendy's, produtos cosméticos e de limpeza de Procter and Gambler, lojas de roupa como Zara, sapatos como Timberland e muitos outros produtos de transnacionais estadounidenses relacionadas com Israel. "Usemos mais produtos venezuelanos, que são muito melhores!", exclamou Anderi.
O caminhão Radio Verdura, do coletivo Fuerte El Tiuna de El Valle, também encabeçava a passeata colocando canções de Ska-P, Black Jack, Dame Pa' Matala e outros grupos que compuseram músicas contra o massacre na Palestina. O Teatro de Rua também se fez presente na manifestação.
Alguns jovens, guiados pela emotividade no evento, pintaram as paredes do edifício onde se encontra a embaixada com consignas contra Israel, isso apesar dos fortes pedidos dos organizadores para que se abstivessem de fazê-lo; finalmente, a própria Anderi e outros organizadores conseguiram convencer-lhes de não grafitar nem lançar pedras. A quebra de algumas janelas seguramente fará com que os israelenses se façam de vítimas diante dos meios privados de comunicação, mas a realidade é que os danos foram muito pequenos.

(Tradução Rodrigo Oliveira Fonseca, original em www.tribuna-popular.org)

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