domingo, 19 de abril de 2020

“Restabelecer factos distorcidos”

Observações de um diplomata chinês em funções, em Paris — 2020/04/12

Consulate General of China in San Francisco - Home | Facebook

Em 8 de Abril, depois de 76 dias em isolamento, a ordem de confinamento de Wuhan foi finalmente levantada, trazendo, em toda a parte, os  moradores  às ruas para festejar o regresso à vida normal. No início da luta contra a epidemia, os dirigentes chineses proclamaram orgulhosamente “A vitória de Wuhan, será a vitória de Hubei. A vitória de Hubei será a vitória da nação”. Assim, o desconfinamento de Wuhan mostra que a China saiu vitoriosa do seu combate contra a epidemia do coronavírus.
No entanto, trata-se mais de uma vitória de etapa do que uma vitória total porque, ao mesmo tempo, hoje, no estrangeiro, a epidemia continua a sua corrida louca, havendo 1,66 milhões de pessoas infectadas em todo o mundo, 5 países com mais de 100.000 casos, incluindo 500.000 nos Estados Unidos e 4 países com mais de 10.000 mortes. A terrível devastação causada pelo desenvolvimento deste flagelo na vida e na saúde das populações afectadas, assim como as suas sociedades e economias, inspira-nos inquietude e compaixão. O nosso desejo é que todos os países do mundo unam os seus esforços para lutar, em conjunto, contra este inimigo comum e triunfar o mais rápido possível.
E, no entanto, no momento em que o mundo inteiro está a mobilizar-se contra a epidemia, a comunicação mediática que se considera um modelo de imparcialidade e objectividade, os especialistas e os políticos de certos países ocidentais parecem mais preocupados em caluniar, estigmatizar e atacar a China do que refletir nos meios de conter a epidemia nos seus países  e no resto do mundo. A vitória da China sobre a epidemia torna-os amargos. Com as suas teses fabricadas, de que a China “demorou a reagir” e “escondeu a verdade”, apresentam-na como sendo a principal responsável pela pandemia, e a sua vitória sobre o coronavírus parece um crime abominável. Por outro lado, se os países ocidentais subestimaram a gravidade do vírus ou se atrasaram a tomar medidas ‘ad-hoc’, tornando, assim,  a epidemia incontrolável, não representa nenhum problema de consciência para eles e não perturba, de modo algum, o seu sono. Alguns meios de comunicação mediática e  alguns analistas salientaram, repetidas vezes, que a China tinha perdido, inicialmente, “três semanas preciosas”, argumentando: “Se as autoridades chinesas tivessem reagido três semanas antes, poderiam ter limitado, consideravelmente, a propagação mundial do vírus e 95% das contaminações poderiam ter sido evitadas.”
Não obstante o facto dos cientistas precisarem de tempo para estudar e compreender esse coronavírus, até então completamente desconhecido, observemos mais atentamente o que a China fez durante as primeiras três semanas: em 30 de Dezembro, assinalamos publicamente casos de pneumonias desconhecidas. A partir de 3 de Janeiro, mantivemos a OMS e o mundo informados, regularmente, sobre a progressão da doença e, em tempo recorde, conseguimos identificar o agente patogênico. Em 11 de Janeiro, partilhamos com a OMS a sequenciação completa do genoma do vírus. Em 23 de Janeiro, quando no momento do fecho de Wuhan, havia mais de 800 pessoas infectadas na China e apenas 9 no estrangeiro. Ora, só mais de um mês após esta data, é que a epidemia começou na Europa e nos Estados Unidos.
Os media e os especialistas acusaram a China de ter escondido os números reais da pandemia. Segundo eles, num total de 1,4 bilião de habitantes, como acreditar que havia  só 80.000 pessoas infectadas e pouco mais de 3.000 mortes! Eles concluíram que, forçosamente, a China devia ter mentido. E, no entanto, se a China obteve esse resultado, não foi por mentira nem por ocultação, mas porque o Governo chinês adotou as medidas de prevenção e controlo mais completas, rigorosas e severas, para detectar, assinalar, isolar e tratar as pessoas contaminadas com a máxima capacidade de resposta, com a preocupação fundamental de preservar a vida e a saúde da sua população. A China não teve medo de amputar ao seu PIB, milhares de biliões de yuans, injetar centenas de biliões de yuans em recursos, mobilizar mais de 40.000 profissionais de saúde, vindos dos quatro cantos do país para apoiar Wuhan e Hubei e, finalmente, vencer a epidemia em apenas dois meses.
Ora, na mesma altura, vimos no Ocidente, políticos a dilacerar-se para recuperar votos; a preconizar a imunização de grupo, abandonando, assim, os seus cidadãos perante o massacre viral; a roubar entregas de medicamentos;  a revender às estruturas privadas o equipamento adquirido com dinheiro público para enriquecer pessoalmente; residentes em Lares de Terceira Idade a serem obrigados a assinar certificados de “Renuncia à Assistência de Emergência”; equipas de cuidadores dos Lares de Terceira Idade a abandonar os seus postos de trabalho, da noite para o dia, a desertar colectivamente, deixando os residentes a morrer de fome e de doenças; o Comandante de um porta-aviões foi visto a pedir permissão aos seus superiores para atracar, a fim de permitir que os marinheiros infectados fossem tratados em terra. Ele foi demitido … e passo adiante! E, no entanto, não vi muitos relatos ou investigações aprofundadas dos principais meios de comunicação ocidentais a revelar estes factos. Será que estes meios de comunicação e estes especialistas, tão defensores da objectividade e da imparcialidade, têm consciência? Será que têm escrúpulos e ética?
Para diminuir os esforços da China, alguns políticos e meios de comunicação ocidentais apontaram o dedo à OMS, acusando-a de ser muito pró-chinesa. Alguns até pediram que fossem suprimidas as fontes de financiamento da Organização. Desde o início da epidemia, a China cooperou estreitamente com a OMS. Informou-a sem demora e convidou os seus especialistas a enviarem uma missão para efetuar visitas no terreno. A Organização elogiou as ações da China assim como os seus resultados na luta contra a epidemia. Afirmou mesmo que a abordagem chinesa constituia uma nova referência para o mundo. Tratou-se de uma avaliação objectiva e imparcial. No entanto, a OMS foi objecto de um verdadeiro cerco por parte dos países ocidentais, alguns até lançando ataques ‘ad-hominem’ contra o seu Diretor Geral, o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus. As autoridades de Taiwan, apoiadas por mais de 80 parlamentares franceses, numa declaração assinada conjuntamente, até usaram a palavra “negro” para atacá-lo. Ainda não consigo compreender o que poderia ter passado pela cabeça de todos estes representantes franceses eleitos.
A comunicação ocidental anti-chinesa ataca-nos sempre com os mesmos dois métodos: primeiro, inventando mentiras, depois martelando-as implacavelmente. Têm medo de ser desmentidos? Nem um pouco, porque a mentira “tem perna curta”. Mesmo que acabe sendo descoberto, o boato, como um vírus, já se espalhou pelo mundo. E para dar lhe dar credibilidade, é repetido inúmeras vezes, como um disco quebrado. “Uma mentira repetida mil vezes torna-se numa verdade.” Esse é o credo e o modus operandi deles. Nas suas mentiras repetidas, a China, que conseguiu superar a epidemia salvaguardando os interesses fundamentais do seu povo, passa por ser a “perversa”. Quanto aos políticos, aos jornalistas em funções na China, aos “sinólogos” desprezíveis de certos países ocidentais que se envolveram em saques repetidos, que tiveram tão pouca consideração pela vida dos seus compatriotas e que são tão rápidos em acusar os outros, agora estabelecem-se como “juízes”, uma postura que é tão prejudicial para eles como para os outros.
Um escritor cibernético disse um dia, algo muito profundo: “Quando o choco está em perigo, cospe a sua tinta para turvar a água e aproveita para fugir”. É uma tática bem conhecida de certas elites políticas e culturais ocidentais. Eles queriam, simplesmente, culpar a China da sua própria incapacidade de fazer face à epidemia e às múltiplas tragédias que se seguiram e, dessa maneira, “absolver-se totalmente”.
No momento em que termino o meu texto, descubro um relatório na Internet. Em 8 de Abril, a revista universitária de renome mundial, PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) publicou um artigo em co-autoria de acadêmicos britânicos e alemães, intitulado Análise da Rede Filogenética dos Genomas SARS-CoV-2O primeiro autor do artigo é o Dr. Peter Forster, da Universidade de Cambridge. Segundo o estudo, os pesquisadores classificaram o novo coronavírus em três tipos (A, B e C), em função da sua evolução. O vírus do tipo A é o mais próximo dos vírus extraídos do morcego e do pangolim. É o mais frequentemente identificado em pacientes infectados nos Estados Unidos e na Austrália. É o que os pesquisadores chamam de “a raiz da epidemia”. As estirpes do tipo B são variantes do tipo A e estão presentes principalmente na China. As que estão disseminadas na Europa em grande escala, são do tipo C. Infelizmente, parece que os resultados da pesquisa do Dr. Peter Forster não interessam aos principais meios de comunicação ocidentais.

Traduzido do original em francês por Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
Webpage: NO WAR NO NATO

quinta-feira, 16 de abril de 2020

# LIBERTAR OS PRISIONEIROS PALESTINOS DOS CÁRCERES SIONISTAS

- AÇÃO URGENTE: JUNTE-SE A NÓS NESTA CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE INTERNACIONALISTA 

A Associação Addameer de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinos lançou uma campanha urgente dirigida ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e a solidários de todo o mundo, para que exijam a libertação dos quase seis mil palestinos e palestinas presos nos cárceres israelenses.  

As condições das prisões israelenses, a falta de assistência médica, os constantes maus tratos e torturas ameaçam homens, mulheres, idosos e crianças palestinas presas por lutarem pelo fim da ocupação sionista.  Neste momento, que o mundo inteiro enfrenta a pandemia do COVID-19 a situação de ameça desses prisioneiros se agrava extremamente.

Mais do que nunca, os prisioneiros palestinos necessitam de ação de solidariedade internacionalista para salvar suas vidas!


Ação Urgente: Libertem os Prisioneiros

Instamos nossos aliados, companheiros, amigos e camaradas a juntarem-se à nós numa campanha urgente por libertar todos os prisioneiros palestinos, para protegê-los da COVID-19, em particular diante das crescentes restrições dos seus direitos pelo Serviço Carcerário Israelense.
Ante os recentes eventos detalhados abaixo e o já conhecido precedente da tortura, da violência física, da negligência médica e das condições carcerárias desumanas, estamos alarmados e preocupados com a segurança e o bem-estar dos prisioneiros e detidos palestinos.
No início de março de 2020, o Serviço Carcerário Israelense (IPS) suspendeu todas as visitas de familiares e advogados aos prisioneiros palestinos, classificando a medida como uma precaução contra a COVID-19. Além disso, todos os procedimentos judiciais nas cortes militares estão adiados indefinidamente e os palestinos submetidos a detenção e interrogatório pré-julgamento não são levados ao tribunal na extensão das suas detenções, o que agrava ainda mais as violações das sua liberdade e seus direitos a julgamentos justos e atempados. Ademais, os representantes legais dos palestinos são impedidos de manter comuncação direta e só podem conversar com eles por telefone, o que significa que não podem avaliar de forma precisa as condições de saúde e segurança dos detidos.
Ainda, em 18 de março de 2020, advogados da Addameer foram informados de que quatro detidos palestinos sob interrogatório podem ter sido expostos à COVID-19, transmitida por contato com um funcionário israelense do centro de interrogatórios em Petah Tikva, que testou positivo para o coronavírus. Os quatro detidos foram enviados à quarentena na clínica prisional al-Ramleh. Mais tarde, dois dos detidos foram liberados para as suas famílias na Cisjordânia sem terem sido testados; os outros dois, ao encerrarem sua quarentena, foram enviados a prisões israelenses. Além disso, os palestinos continuam sendo detidos e levados de suas casas na Cisjordânia diariamente, e são imediatamente postos em quarentena.
Nossa crescente preocupação com os prisioneiros e detidos palestinos durante a corrente pandemia de COVID-19 advém da sistemática e rotineira negligência médica dentro dos centros de detenção e interrogatório israelenses. Em 2019, cinco prisioneiros palestinos morreram enquanto presos, três deles devido à deliberada negligência médica, enquanto centenas sofrem de doenças crônicas e não recebem tratamento. Além disso, as condições terríveis, inclusive a superlotação, condições insalubres e a nutrição pobre fazem das prisões perigosos locais de disseminação da COVID-19. Os prisioneiros relataram que já novas restrições para as compras nas cantinas da prisão e que não recebem produtos de higiene e sanitários apropriados, o que os coloca ainda mais sob risco de contágio.
Tudo isso também surge junto à contínua recusa do IPS a instalar telefones fixos dentro das prisões, como estipulado nas negociações alcançadas pela mais recente greve de fome. A recusa a instalar telefones é claramente uma tentativa de distanciar ainda mais os prisioneiros do contato com suas famílias, e a larga escala, uma tentativa de fragmentar a população palestina.
Devido às novas normas e regulamentos recentemente estabelecidos durante a pandemia de COVID-19, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) continua sendo a única entidade permitida a manter comunicação direta e a visitar os prisioneiros palestinos. Entretanto, o CICV não deu às famílias ou ao público atualizações sobre as condições dos prisioneiros durante a pandemia de COVID-19, particularmente daqueles em quarentena.
Por isso, instamos todos os conscientes a se somarem a nós na demanda por liberdade a todos os prisioneiros.

Apelo à Ação:( Abaixo, modelo de carta para o Comitê Internacional da Cruz Vermelha -CICV-  - mesmo para o vídeo, caso prefira nessa mídia)

  • Grave um curto vídeo de você mesma/o, de menos de um minuto, expressando uma ou mais das demandas listadas para esta campanha, e publique-o em seus perfis nas redes sociais. Use a hashtag #FreeOurPrisoners #COVID_19 e marque a Addameer em sua publicação do Facebook, Twitter e Istagram.
  • Escreva e/ou telefone aos escritórios do CICV e peça que cumpram sua obrigação de garantir que os prisioneiros palestinos estão protegidos, e que pressionem para que os prisoneiros palestinos sejam permitidos telefonar às suas famílias por voz ou vídeo.
Exigimos a libertação de todos os prisioneiros políticos palestinos para garantir sua segurança diante da pandemia que se alastra rapidamente, particularmente daqueles mais vulneráveis e suscetíveis à doença, como crianças, mulheres prisioneiras, idosos, enfermos e feridos; 
Exigimos a libertação de todos os prisioneiros políticos palestinos sob detenção administrativa que estão detidos indefinidamente, sem acusação ou julgamento; 
Exigimos a libertação de todos os prisioneiros políticos palestinos que estão próximos de cumprir suas e / ou devem ter liberdade condicional, devido à superlotação das celas e seções dos prisioneiros;  
Exigimos que o Serviço Carcerário Israelense (SPS) garanta a proteção dos prisioneiros aplicando as medidas preventivas necessárias contra a COVID-19. Também demandamos ao IPS que mantenha a conexão entre prisioneiros e suas famílias através de chamadas de telefone ou vídeo não monitoradas; especialmente enquanto as visitas familiares continuam suspensas e o IPS continua a se recusar a instalar telefones fixos nas prisões.
Nós, as instituições .........abaixo assinada ou (as), exortamos a Cruz Vermelha Internacional a intervir urgentemente e apelamos à pressão internacional e popular para que o governo de Israel liberte imediatamente todos os prisioneiros e detidos palestinos e árabes das prisões israelenses.
Esse chamado é especialmente urgente nestes tempos difíceis que o mundo enfrenta com o surto de coronavírus (COVID-19). Os prisioneiros estão enfrentando um risco direto às suas vidas.
O movimento de prisioneiros palestinos nas prisões da ocupação convocou o mundo em várias declarações e fez repetidos apelos à libertação de prisioneiros palestinos nos cárceres israelenses, especialmente os que estão doentes, os idosos e as crianças. Renovamos nossa afirmação de firme apoio a essa posição, que representa uma demanda popular do povo palestino e de defensores da liberdade e da justiça em todo o mundo.
Contatos dos escritórios em 
Jerusalém: jer_jerusalem@icrc.org, Tel: 0041-22-7346001, Fax: 0041-22-7332057
Ramallah: ram_ramallah@icrc.org, Tel: 02-2414030-1, Fax: 02-2414034
Tel Aviv: dwaites@icrc.org, Tel: (+972) 35 24 52 86, Fax: (+972) 35 27 03 70
Genebra: press@icrc.org, Tel: +41 22 734 60 01
Washington: anelson@icrc.org, Tel: +1 (202) 587-4600, Fax: +1 (202) 587-4696
gva_icrc_webmaster@icrv.org 

Dia dos Prisioneiros da Palestina 2020: Semana de Ação pela Libertação da Palestina

Apelo à ação | Ações sugeridas |
Dias de Solidariedade | Visuals 

O Dia dos Prisioneiros Palestinos 2020 se aproxima quando 5.000 prisioneiros palestinos nas prisões israelenses enfrentam a ameaça constante de colonialismo, apartheid e ocupação de colonos, acompanhados pela nova ameaça à sua saúde e vidas representada pela pandemia global de coronavírus (COVID-19), acentuada por negligência médica institucionalizada de Israel. A Rede de Solidariedade de Prisioneiros Palestinos da Samidoun insta todos os apoiadores da justiça e da libertação na Palestina a se juntarem a nós entre 10 e 17 de abril para uma semana de ação para libertar todos os prisioneiros palestinos! 
Hoje, existem aproximadamente 5.000 palestinos presos pelo colonialismo sionista, incluindo mais de 180 crianças, 430 detidos administrativos sem acusação ou julgamento e 700 doentes e doentes, 200 com doenças crônicas e graves que os colocam em risco ainda maior se o COVID-19 se espalhar nas prisões. 
A prisão de palestinos é um ataque colonial ao povo palestino. A prisão afeta quase todas as famílias palestinas, incluindo palestinos na Cisjordânia, Jerusalém, Faixa de Gaza, ocuparam a Palestina '48 e até no exílio e diáspora. Os prisioneiros palestinos são mães e pais, irmãs e irmãos, estudantes e professores, organizadores do trabalho, líderes de mulheres, ativistas estudantis, construtores de comunidades, combatentes da liberdade. 
Defender os prisioneiros palestinos e exigir sua libertação imediata não é apenas uma necessidade humanitária no momento em que suas vidas estão em grande risco devido ao COVID-19, é também um imperativo político para todos os envolvidos com a justiça na Palestina. Os prisioneiros palestinos representam a resistência palestina e a verdadeira liderança da luta de libertação palestina, trancada na tentativa de preservar o controle colonial. Sua libertação é crítica para a vitória do povo palestino e a liberdade da Palestina, do rio ao mar. 
A luta dos prisioneiros palestinos - e do povo palestino - é internacionalista. Eles estão na linha de frente da luta todos os dias atrás das grades pela libertação, enfrentando não apenas o sionismo e o Estado de Israel, mas também o imperialismo e os regimes reacionários. A luta para libertar Georges Ibrahim Abdallah da prisão francesa é uma parte crítica desse movimento. A luta de libertação dos prisioneiros palestinos também está ligada à luta de prisioneiros republicanos irlandeses, prisioneiros políticos nos Estados Unidos, Filipinas, Turquia, Egito e em todo o mundo por justiça e libertação, e na luta para acabar com o encarceramento racista e colonial . 
A pandemia global do COVID-19 apresentou novos desafios para a organização de todos os lugares, e os prisioneiros palestinos - e, de fato, o povo palestino - também estão enfrentando um ataque severo. É mais necessário do que nunca se organizar para a liberdade palestina e construir nossos laços de luta, tornando-se mais socialmente conectado, mesmo quando estamos fisicamente distantes.
Samidoun convida todos os amigos do povo palestino, organizações preocupadas com a justiça na Palestina e as comunidades palestina e árabe, a se juntarem a nós nesta semana de ação. Uma série de eventos nos quais você pode participar está listada abaixo. Nós encorajamos você a adicionar o seu próprio! Envie suas campanhas, reuniões virtuais e eventos para Samidoun em samidoun@samidoun.net ou para nossa página no Facebook para inclusão nesta lista ou marque- nos no Twitter em @SamidounPP ; agora, mais do que nunca, é fundamental unir nossos esforços para apoiar os prisioneiros e lutar juntos pela libertação da Palestina. 
Por favor, use os gráficos aqui (em inglês, francês, árabe, holandês, sueco e alemão) para mostrar seu apoio aos prisioneiros palestinos e à luta de libertação palestina! Compartilharemos gráficos, vídeos, conteúdo escrito e muito mais ao longo da semana e incentivamos você a ampliar e compartilhar novamente esses materiais. As traduções são bem-vindas: envie para samidoun@samidoun.net .
Para cada dia da semana, enfatizamos temas a serem destacados. Siga @SamidounPP no Twitter, Samidoun no Facebook e @samidounnetwork no Instagram para compartilhar conteúdo sobre esses aspectos da luta palestina e da causa dos prisioneiros. No entanto, pedimos que você compartilhe toda e qualquer informação e ação da Palestina e dos prisioneiros todos os dias durante a semana! 

Ações sugeridas

  1. Vídeos e selfies são uma ótima maneira de expressar solidariedade com os prisioneiros palestinos! A Associação de Apoio aos Prisioneiros e Direitos Humanos da Addameer na Palestina emitiu um pedido de clipes de vídeo curtos , e eles vêm chegando de todo o mundo . Compartilhe seu vídeo ou selfie online usando a hashtag #FreeOurPrisoners . Marque @Addameer para garantir que a Addameer a veja e marque @SamidounPP para que possamos compartilhar novamente e aumentar seus esforços de solidariedade. 
  2. Juntamente com muitas outras organizações, anunciaremos uma tempestade no Twitter em 17 de abril para apoiar prisioneiros palestinos. A hashtag será anunciada nesse dia para obter o máximo impacto, mas seus tweets, Facebook, Instagram e outras postagens de mídia social ao longo da semana podem enfatizar a importância crítica da luta palestina! Tweet com #FreeOurPrisoners #LiberatePalestinianPrisoners para se juntar a pessoas de todo o mundo, expressando sua solidariedade com palestinos presos. 
  3. Se você não puder realizar uma demonstração ou ação pessoal durante esta semana, ainda poderá apoiar os presos com uma ação ou evento online Várias reuniões online estão listadas abaixo. Organize um seminário on-line ou on-line sobre a Palestina e a luta dos prisioneiros pelo Zoom, pelo Facebook ao vivo ou por uma plataforma de sua escolha. Envie os detalhes do seu evento - em qualquer idioma - para Samidoun em samidoun@samidoun.net e os incluiremos em nossa lista de atividades. 
  4. Exija o ato da Cruz Vermelha Apelo ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha para que mantenha sua responsabilidade e instale a libertação imediata de todos os prisioneiros palestinos nas prisões israelenses. Assine a petição online iniciada pela War on Want: https://secure.waronwant.org/page/58733/
  5. Chame para a ação. Governos ao redor do mundo, especificamente poderes imperialistas e regimes reacionários, são cúmplices dos crimes de Israel contra a humanidade, incluindo a prisão em massa dos palestinos. Mesmo se você precisar deixar uma mensagem, ligue para os funcionários do governo e exija que eles pressionem Israel a libertar prisioneiros palestinos. Expresse seu desgosto pelo apoio contínuo desses governos ao colonialismo israelense: 
Ligue durante o horário comercial do seu país:
    • Ministra das Relações Exteriores da Austrália Marise Payne: + 61 2 6277 7500
    • Ministro das Relações Exteriores do Canadá François-Philippe Champagne: + 1-613-995-4895
    • Josep Borrell Fontelles, comissário da União Europeia: +32 (0) 470 18 24 05
    • Ministro das Relações Exteriores da Nova Zelândia Winston Peters: +64 4 439 8000
    • Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido Dominic Raab: +44 20 7008 1500
    • Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: 1-202-456-1111
  1. Boicote, Desinvestimento e Sanção É tão importante boicotar Israel ao comprar online! Participe da campanha BDS para destacar a cumplicidade de empresas como a Hewlett-Packard e o envolvimento contínuo do G4S no policiamento e prisões israelenses. Crie uma campanha para boicotar produtos israelenses, imponha um embargo militar a Israel ou organize-se em torno do boicote acadêmico e cultural de Israel.

Dias de Solidariedade

Sexta-feira, 10 de abrilTema: Dia de ação para prisioneiros doentes e doentes: combate ao coronavírus e negligência médica israelense
  • Participe das ações on-line e continue twittando e postando com #FreeOurPrisoners #LiberatePalestinianPrisoners. Compartilhe seus vídeos e selfies de solidariedade! 
  • Participe da tempestade do Twitter para libertar Georges Abdallah ! 9h Pacífico / 12h Leste / 18h Europa / 19h Palestina e Líbano. Use a hashtag #FreeGeorgesAbdallah e marque @NBelloubet @EmmanuelMacron e @General_Aoun
Sábado, 11 de abril.Tema: Dia de ação para libertar Khalida Jarrar e mulheres palestinas.
  • Participe das ações on-line e continue twittando e postando com #FreeOurPrisoners #LiberatePalestinianPrisoners. Compartilhe seus vídeos e selfies de solidariedade! 
Domingo, 12 de abrilTema: Dia de ação para libertar Mays Abu Ghosh, Tareq Mattar e estudantes palestinos
  • Participe das ações on-line e continue twittando e postando com #FreeOurPrisoners #LiberatePalestinianPrisoners. Compartilhe seus vídeos e selfies de solidariedade! 
Segunda-feira, 13 de abrilTema: Dia de ação para libertar Ahmad Sa'adat e todos os presos políticos palestinos
  • Participe das ações on-line e continue twittando e postando com #FreeOurPrisoners #LiberatePalestinianPrisoners. Compartilhe seus vídeos e selfies de solidariedade! 
Terça-feira, 14 de abrilTema: Dia de ação contra demolições domésticas e punição coletivaDia de ação para prisioneiros árabes e internacionais, incluindo prisioneiros no Egito, Turquia, Filipinas e Estados Unidos 
  • Participe das ações on-line e continue twittando e postando com #FreeOurPrisoners #LiberatePalestinianPrisoners. Compartilhe seus vídeos e selfies de solidariedade! 
Quarta-feira, 15 de abrilTema: Dia de ação dos prisioneiros da Palestina nas prisões árabes e internacionais: Georges Abdallah livre, os Cinco da Terra Santa e outros prisioneiros palestinos
  • Participe das ações on-line e continue twittando e postando com #FreeOurPrisoners #LiberatePalestinianPrisoners. Compartilhe seus vídeos e selfies de solidariedade! 
  • Participe de um evento on-line: A Associação Internacional de Advogados Democráticos e o Comitê Internacional NLG realizarão um webinar sobre sanções econômicas e o COVID-19, incluindo, entre outros palestrantes, Raji Sourani, do Centro Palestino de Direitos Humanos. Isso acontecerá às 10h do Pacífico / 13h do leste / 19h da Europa / 20h da Palestina. Registre-se on-line aqui:  https://bit.ly/SanctionsWarWebinar
Quinta-feira, 16 de abrilTema: Dia de ação para libertar odia de ação contra prisioneiros de crianças palestinos contra tortura e maus-tratos
  • Participe das ações on-line e continue twittando e postando com #FreeOurPrisoners #LiberatePalestinianPrisoners. Compartilhe seus vídeos e selfies de solidariedade! 
  • Participe de um evento on-line: Yafa Jarrar, Ghassan Abu Sitta e Tarek Loubani farão um webinar sobre o COVID-19 e a Palestina. 10h Pacífico / 13h Leste / 19h Europa / 20h Palestina. Evento organizado pela Universidade de Toronto Divest. Registre-se on-line aqui: https://www.eventbrite.ca/e/contain-the-pandemic-free-palestine-tickets-101936476746
  • Apoie prisioneiros palestinos, seminário on-line com Brad Parker e Randa Wahbe. 10h Pacífico / 13h Leste / 18h Grã-Bretanha / 19h Europa / 20h Palestina. Organizado pela Palestina Solidarity Campaign UK. Registre-se aqui:  https://bit.ly/2Ve9x9o
  •  (Em espanhol)  Como as pessoas podem sobreviver em confinamento? Lições de Gaza com Jaldia Abubakra e Nada Mughamis. 12h Pacífico / 15h Leste / 16h Argentina, Uruguai, Brasil / 21h Europa / 22h Palestina. Assista ao Facebook ao vivo em:  https://facebook.com/bdscastellano/
Sexta-feira, 17 de abrilDia dos Prisioneiros Palestinos
Domingo, 19 de abril
  • O NY4Palestine sediará um webinar sobre o caso de Ubai Aboudi e prisioneiros de crianças na Palestina ocupada às 11h do Pacífico, 14h do leste, 20h da Europa, 20h da Europa e 21h da Palestina. Registre-se on-line para participar:  http://bit.ly/ImprisonedPalestiniansWebinar

sábado, 11 de abril de 2020

Armas Biológicas: Uma Visão Geral, Útil e Oportuna, Baseada em Fatos

Global Research, 07 de Fevereiro de 2020
O Governo dos EUA e as suas múltiplas agências e instituições de ensino e saúde conduzem, há muitas décadas, pesquisas intensivas sobre a guerra biológica, em muitos casos fortemente focadas em agentes patogênicos para uma raça específica.
Num relatório para o Congresso dos EUA, o Departamento de Defesa revelou que o seu programa de criação de agentes biológicos artificiais incluía a modificação de vírus não fatais para torná-los letais e engenharia genética para alterar a imunologia dos agentes biológicos para impossibilitar o tratamento e a vacinação. O relatório militar admitiu que, na época, funcionavam cerca de 130 instalações de pesquisa de armas biológicas, dezenas em universidades americanas e outras em muitos locais internacionais fora do âmbito do Congresso dos EUA e da jurisdição dos tribunais.
Este facto já não é segredo há muito tempo. Num relatório secreto de 1948, da Comissão de Guerra Biológica do Pentágono, o tema principal era o seguinte:
“Uma arma ou bomba não deixam dúvidas de que aconteceu um ataque deliberado. Mas se… uma epidemia se espalha numa cidade apinhada, não há como saber se alguém atacou e, muito menos, quem foi”, acrescentando esperançosamente que “uma parcela significativa da população humana em determinadas áreas selecionadas, pode ser morta ou incapacitada” apenas, através do uso de quantidades muito pequenas de um agente patogênico. (1) (2)
Um manual de exercícios militares do Exército dos EUA, de 1956, declarava, explicitamente, que a guerra biológica e química era uma parte operacional integral da estratégia militar dos EUA, não era restrita de forma alguma, e que o Congresso tinha concedido a autoridade militar do “First Strike” para o seu uso. Em 1959, uma tentativa do Congresso de remover essa autoridade de “First Strike” foi derrotada pela Casa Branca e as despesas com armas bioquímicas aumentaram de 75 milhões para quase 350 milhões de dólares. Essa verba era uma quantia enorme de dinheiro, no início da década de 1960. (3)
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O Secretário da Defesa dos EUA, Robert McNamara, (imagem acima), executou 150 programas altamente secretos de armas biológicas, na década de 1960, realizando experiências com armas biológicas e testes no terreno, num público involuntário, às vezes em países estrangeiros, mas na maioria das vezes contra os cidadãos americanos. McNamara ordenou que os Chefes do Estado Maior Conjunto “considerassem todas as aplicações possíveis” desses agentes contra nações inimigas, num plano coerente para uma “capacidade de dissuasão biológica e química” total, um plano para incluir estimativas de custo e uma “avaliação das consequências políticas internacionais”. . (4) (5)
No ano de 2000, o Projecto para o Novo Século Americano (6) (7) produziu um relatório intitulado “Reconstruindo as defesas da América”, que continha uma ambição política radical e beligerante da Direita, para a América. O relatório intitulava-se “um plano para manter a preponderância global dos EUA … e moldar a ordem da segurança internacional, de acordo com os princípios e interesses americanos”. Os autores, a sua mentalidade genocida óbvia, declararam:
“Formas avançadas de guerra biológica que podem “atingir” genótipos específicos, podem transformar a guerra biológica … numa ferramenta politicamente útil.”
Instituições de pesquisa de armas biológicas
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O Instituto de Pesquisa Médica de Doenças Infecciosas do Exército dos EUA, em Fort Detrick, Maryland, é a principal instalação militar para pesquisas sobre guerra biológica. Ocupa 80.000 m². Em meados da década de 1980, esta secção de armas biológicas de Fort Detrick recebia quase 100 milhões de dólares por ano e esta era só uma das muitas secções.
Quando o Japão invadiu a China, um dos grandes sucessos do Dr. Ishii (unidade 731) foi o desenvolvimento de métodos de produção em massa de pulgas e carraças infectados com a praga e com outros agentes patogênicos letais para disseminar entre as populações civis – e foi assim que os americanos aprenderam a usar os insectos como armas – criar e disseminar carraças infestadas com a doença de Lyme, do seu Laboratório Secreto de Germes de Plum Island, no Estado de Nova York. Esse mesmo  Laboratório também foi a fonte dos programas americanos de criação e disseminação de mosquitos e pulgas infectados com cólera e febre amarela, na China e na Coreia do Norte, para não falar nos programas nacionais de mosquitos que os EUA infligiram ao seu próprio povo.
Baseados na pesquisa humana de Ishii, os militares dos EUA desenvolveram uma instalação de guerra entomológica (insectos) e prepararam, inicialmente, planos para atacar a Rússia e os Estados soviéticos com armas biológicas entomológicas. A instalação foi projetada para produzir 100 milhões de mosquitos por mês, infectados pela febre amarela e a sua produção foi testada em civis americanos inconscientes, lançando mosquitos infectados e outros insectos, em grandes porções de território dos EUA. Como é típico das forças armadas dos EUA, esses projetos, iniciados nas décadas de 1950 e 1960, foram designados com nomes juvenis, como “Project Big Buzz” e “Project Big Itch” e “Operation Mayday” (8) (9) (10), mas foram testes de viabilidade para a produção de biliões de insectos, infectando-os com agentes patogênicos letais, para depois carregá-los em munições e dispersá-los sobre a Rússia, por intermédio de aviões ou até de mísseis.
De um relatório do Exército dos EUA, de Março de 1981, um escritor observou que “podem-se maravilhar com o preço ou melhor, com o baixo custo do lançamento de um ataque de mosquitos infectados pela febre amarela sobre uma cidade – com um gráfico útil incluído, sobre o “Custo por Morte”! O incidente das ovelhas Dugway também merece atenção. (11)
Em seguida, tivemos a “Operação Drop Kick” (12), projetada para testar várias maneiras de dispersar insectos infectados em grandes áreas geográficas, sendo os testes realizados em várias partes do continente americano, incluindo a maior parte da costa leste. Tivemos o “Projeto SHAD” (Risco e Defesa a Bordo do Navio). Então, em 2000, tivemos o “Projecto Bacchus” projetado para determinar a viabilidade de construir uma instalação de produção de antrax num país estrangeiro, permanecendo sem ser detectado. Havia outros programas, é claro, todos com nomes tolos e projetados para avaliar a disseminação de insectos infectados e outros agentes patogênicos letais nas populações civis. Eles foram mantidos em segredo, por que eram ilegais de acordo com o Direito Americano e violavam o Direito Internacional e muitos Tratados de Armas que outras nações assinaram de boa fé, com os EUA.
Além de Fort Detrick, as Forças Armadas dos EUA têm uma fábrica de armas biológicas em Vigo, Indiana, uma instalação de produção maciça especializada em agentes patogênicos biológicos e capaz de produzir 275.000 bombas contendo botulínico ou um milhão de bombas de antrax por mês. Os tanques de fermentação em Vigo, continham 250.000 galões, ou cerca de um milhão de litros, tornando-o, de longe, segundo relatos, a maior instalação bacteriana de produção em massa do mundo.
Esta instalação  não é recente. Vigo estava totalmente operacional durante a Segunda Guerra Mundial, sendo, essencialmente, uma fábrica de bio-antrax – uma das primeiras encomendas foi a de Winston Churchill, em 1944, de 500.000 bombas de antrax, que Churchill afirmou que deveria ser considerada, apenas, a “primeira parcela”. Vigo acabou por ser entregue à Pfizer para o “fabrico de antibióticos” e foi substituída, em meados da década de 1950, por uma nova instalação de última geração, no Arsenal de Pine Bluff. (13) (14) (15)
Daily News publicou um artigo, em 24 de Setembro de 2005, no qual detalhava os planos do Exército dos EUA para compras a granel de antrax, relacionando uma série de contratos, descobertos por Edward Hammond, Director do Sunshine Project, que emanava da Dugway Proving Ground, no Utah. Estas notificações pediam que várias empresas licitassem a produção de grandes quantidades de antrax, além de produzir “quantidades significativas” de outros agentes biológicos. Um contrato especificava que a empresa licitante “deve ter capacidade e estar disposta a cultivar (antrax) em quantidades de 1.500 litros” e “também deve poder produzir lotes de 3.000 litros” de outros agentes biológicos não especificados. (16) (17)
Quando os militares de uma nação estão a produzir agentes patogênicos biológicos letais em quantidades de milhões de litros, é o momento de parar de fingir que não estamos envolvidos em guerra biológica. Não nos tranquiliza saber que os militares possam afirmar que são estirpes “inofensivas” de agentes patogênicos, pois 
(a) qualquer instalação capaz de produzir agentes patogênicos benignos pode facilmente produzir variedades letais e 
(b) não existe antrax “inofensivo”.
Não há diferença material entre um programa de guerra biológica defensivo e ofensivo, e mesmo os tolos não podem reivindicar a clausula de “autodefesa” quando produzem milhões de litros de antrax. Até o Gabinete de Prestação de Contas do Governo dos EUA, no seu relatório de 1994 sobre esses programas, afirmou que o Programa de Defesa Biológica das Forças Armadas dos EUA continha “dezenas de divisões, departamentos, grupos de pesquisa, bio-inteligência e muito mais e, de alguma forma, estavam todos relacionados com a “’defesa’ em qualquer sentido” e, por natureza, eram programas militares beligerantes e ofensivos. No entanto, temos a certeza de que os EUA “nunca usaram armas biológicas”, pelas mesmas pessoas que estavam a concorrer simultaneamente aos contratos de produção de antrax e outros “agentes patogênicos” em múltiplos lotes de 3.000 litros. É impossível impedir a dissimulação da propaganda na  América,  mesmo em livros oficiais de Medicina Militar.
Havia outros locais e instalações construídos pelos militares dos EUA, além de Fort Detrick,  exclusivamente para o desenvolvimento de armas biológicas, incluindo a Estação de Testes de Horn Island, no Mississippi, que deveria ser o principal local de testes de armas biológicas e o Plum Island Germ Laboratory, no Estado de Nova York, a partir do qual os militares espalharam a Doença de Lyme entre metade da população da área.
Uma parte da instalação de Plum Island foi projetada, exclusivamente, para desenvolver e testar agentes patogênicos letais de animais que poderiam destruir o fornecimento de alimentos de uma nação inimiga – como os EUA tentaram fazer na Coreia do Norte. Um dos resultados desta pesquisa foram  as estirpes mortais de febre aftosa, que os americanos partilharam com os seus colegas psicopatas, em Porton Down, no Reino Unido – que a utilizaram bem. Uma parte adicional foi o desenvolvimento, teste e produção de bombas contendo o que foi designado como “o ácido aniquilador dos vegetais” e que poderia destruir cereais, grãos e a maioria das culturas vegetais que são cultivadas. Tenho uma forte suspeita de que muitas das recentes epidemias de gripe das aves e gripe suína se originaram de agentes patogênicos criados em Plum Island.
O livro intitulado Medical Aspects of Biological Warfare (2007)/Aspectos Médicos da Guerra Biológica (2007), publicado pelo Cirurgião Chefe das Forças Armadas dos EUA, admite o estabelecimento de “uma instalação de produção em larga escala, em Pine Bluff, Arkansas”, com a nova instalação  a dar prioridade a um  “laboratório avançado … a medidas que permitam a fermentação, a concentração, o armazenamento e a utilização como armas, de microorganismos em larga escala”.
E também admite que, em 1951, os EUA tinham produzido as suas primeiras armas biológicas, bombas contra as culturas e munições “antipessoal”, tendo “armado e armazenado” tudo isto. Acrescenta que a CIA  tinha desenvolvido armas, independentemente, usando toxinas, incluindo veneno de cobra e saxitoxina para operações secretas”, mas que infelizmente “todos os registos sobre o seu desenvolvimento e distribuição foram destruídos em 1972” quando as informações se tornaram públicas. (18)
E as forças armadas americanas tentaram usar doenças venéreas como armas, utilizando disfarces como o Projeto Guatemala Syphilis, onde infectaram milhares de pessoas e deixaram-nas morrer. A narrativa oficial, embora admita a criminalidade, adere obstinadamente à história de um propósito de caridade de testar medicamentos – a milhares de pessoas a quem foi negado, especificamente, os medicamentos que teriam salvado as suas vidas. (19)
As forças armadas americanas parecem desesperadas, não só para encontrar formas biológicas de matar nações, mas também estão interessadas em métodos para destruir o fornecimento de alimentos. Consequentemente, também confessaram (pelo menos) outras dezenas de ocasiões em que, agentes devastadores de doenças de plantas e plantas, foram libertados em experiências para testar métodos de destruição de toda a vida vegetal de uma nação inimiga.
 Em 2012, a comunicação mediática japonesa revelou que o Governo dos Estados Unidos tinha testado armas biológicas específicas para matar plantas, em Okinawa e Taiwan, durante a década de 1960 e início da década de 1970, e que os militares dos EUA também testaram algumas delas no interior dos EUA. Esses mesmos agentes devastadores também foram aplicados no Vietname. O objectivo do agente laranja nunca era desfolhante como foi reivindicado, mas foi desenvolvido para destruir a totalidade das plantações de arroz do Vietname e contaminar o solo, suficientemente,  a fim de impedir o crescimento do arroz.
Este texto é a Parte I de um artigo de 3 partes.
Parte II — A Geopolítica das Armas Biológicas
Parte — III Sementes geneticamente modificadas: concebidas como armas
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Larry Romanoff, consultor de administração e empresário aposentado. Ocupou cargos executivos especializados em empresas de consultoria internacionais e possuía uma empresa internacional de importação e exportação. Professor Visitante da Universidade Fudan de Shangai, apresenta estudos de casos em assuntos internacionais a executivos especializados. Romanoff reside em Shangai e, actualmente, está a escrever uma série de dez livros, de um modo geral, relacionados com a China e com o Ocidente. Pode ser contactado através do email: 2186604556@qq.com.
Notas
(11) https://military.wikia.org/wiki/Dugway_sheep_incident (This article has many useful references)
(18) Medical Aspects of Biological Warfare; https://repository.netecweb.org/items/show/325
A fonte original deste artigo é Global Research
Copyright © Larry Romanoff, Global Research, 2020
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos 
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
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