terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Conselho de Direitos Humanos condena Israel e pede investigação de crimes de guerra


O Conselho de Direitos Humanos da ONU, condenou Israel na segunda-feira por "violações graves" dos direitos humanos da população da Faixa de Gaza.
Uma resolução redigida por países árabes, asiáticos e africanos também pediu o envio urgente de uma missão internacional para investigar as ações israelenses na região e pediu que Israel coopere com ela.
Países europeus, o Japão e a Suíça resultaram em 13 abstenções da votação, enquanto blocos árabes, africanos e latinos aprovaram a resolução por 33 votos, o único voto contra foi do Canadá.
A resolução foi considerada por Israel como unilateral e reflexo do "mundo de conto de fadas" do Conselho. O órgão da ONU conta com 47 países, é considerado um dos recursos mais democráticos da ONU já que não dá direito ao veto como no conselho de segurança das nações unidas.
Segundo o documento aprovado, o Conselho "condena fortemente as operações militares israelenses em curso ... que resultaram em violações expressivas dos direitos humanos do povo palestino e na destruição sistemática da infra-estrutura palestina".
O porta-voz dos países árabes disse que “obtivemos sucesso em conseguir os votos da maioria dos membros para formar uma comissão internacional de inquérito para averiguar a verdade sobre a ação israelense em Gaza".
O Embaixador Hisham Badr do Egito afirmou ainda que, as nações árabes conseguiram mobilizar todos os comissários especiais para apresentar relatórios sobre a verdadeira situação de mulheres, crianças, alimentação, saúde, educação, violência e pobreza na Faixa de Gaza resultante da incursão militar e do bloqueio israelenses no território palestino.
Para Badr, este relatório será “de extrema importância para julgar Israel e conseguir as indenizações” As Nações Unidas também investigarão os ataques realizados pelo estado judeu contra instalações da ONU e suas agências humanitárias. Impedindo o socorro médico e civil para os palestinos, acrescentou.
Por sua parte, o Embaixador palestino para as Nações Unidas, disse em Genebra que "oferecemos a ferida palestina sangrando como sacrifício pelo consenso do Conselho dos Direitos Humanos, e mesmo assim não o alcançamos. A flexibilidade de que falam os Europeus não permite o usa da palavra de preocupação perante os massacres que ocorrem na Faixa de Gaza,e nem o que acontece por lá de terror e intimidação provocados por Israel”.
O embaixador palestino criticou o silêncio das nações européias perante a clara violação de direitos humanos que ocorre em Gaza, questionando a alegada definição de direitos humanos praticada por essas nações.
Por sua parte, o representante da União dos Juristas Árabes para as Nações Unidas, Elias Khouri, disse que "Os europeus praticam sempre o mesmo jogo com as questões árabes e Islâmicas. Pedem que sejam amenizadas as declarações e posições das resoluções para que sejam aprovadas. Quando aceitamos as condições e amenizamos as resoluções, eles se abstêm do voto, aprovando com isso uma resolução fraca”.
A resolução teve os termos abrandados a pedido de enviados palestinos, num esforço para chegar a um consenso no Conselho.
A resolução teve o apoio da Rússia, China e membros latino-americanos do Conselho, incluindo a Argentina e o Brasil.
Os Estados Unidos não fazem parte do Conselho e não participaram das discussões.O Canadá se queixou de que o texto, que pediu a retirada imediata das forças israelenses, não reconheceu que Israel agiu visando acabar com o disparo de foguetes contra seu território desde a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.
A Alemanha, falando em nome dos membros do Conselho pertencentes à União Européia, disse que se absteria de votar pelo mesmo motivo.
Mas a resolução também pediu o fim do "lançamento de foguetes contra civis israelenses que resultou na perda de quatro vidas civis", embora observando que os ataques israelenses já mataram mais de 900 palestinos e feriram outros 4.000. 47% das vítimas palestinas são civis, 300 são crianças.
Num debate anterior sobre a resolução, o Paquistão, falando em nome da Organização da Conferência Islâmica, que tem 57 membros, denunciou o que chamou de "uso irrestrito da força e assassinato de civis inocentes" por parte de Israel, além de violação de instalações seguras da ONU bombardeados por Israel matando 45 civis que se refugiavam no local.
Jung Ging coordenador da UNRWA (Agência neutra da ONU que cuida de assuntos relativos aos refugiados), disse que há uma série de graves incidentes na Faixa de Gaza que necessitam de investigação internacional. "Os combates devem ser imediatamente interrompidos, muitas crianças já morreram, e morrerão outras amanhã se não interromperem os combates”.
Diversos organismos internacionais de direitos humanos acusaram o Estado Judeu de experimentar armas desconhecidas e usar outras proibidas em regiões urbanas. Outros grupos jurídicos árabes e ocidentais pretendem elaborar acusações formais contra Israel por prática de crimes de guerra em Gaza.
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, formado em 15 de março de 2006, é Baseado em Genebra, sua principal finalidade é aconselhar a Assembléia Geral sobre situações em que os direitos humanos são violados. A criação do conselho foi aprovada por 170 membros da Assembléia , formada por 190. Quatro nações votaram contra sua criação, Estados Unidos, Ilhas Marshall, Palau, e Israel.
com Al-Jazeera





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