31 de maio de 2010
Mais uma vez, a humanidade é surpreendida com uma ofensiva militar do Estado de Israel contra o heroico povo palestino. Hoje Gaza chora pelos mortos da frota humanitária de barcos que se dirigiam para a costa da região, levando toneladas de comida e remédios.
A invasão militar da Palestina pelos sionistas israelenses semeia, desde 1947 e1948, o ódio, a violência e a discórdia na região. Rios de sangue jorram constantemente nas ruas de varias cidades Palestinas. Milhares de mortos, milhares de torturados e milhares de presos.
Em 2002, fizemos chegar a bandeira do MST em Ramallah, no quartel-general da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Entregamos nossa bandeira nas mãos de Yasser Arafat e presenciamos a destruição da sede da ANP pelo exército de Israel. Ali diante da poeira das bombas sionistas reafirmamos nosso compromisso de defender a luta do povo palestino.
Também participamos, junto com a Via Campesina, das manifestações do "Dia da Terra" e do Fórum Social Palestino.
Em 2007, em nosso 5º Congresso Nacional, 18 mil trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra manifestaram novamente nosso apoio à causa palestina.
A cada ano uma cidade destruída por Israel, um vilarejo, um bairro, várias casas, prédios, centenas de oliveiras. A cada ano mais prisões, torturas e mortes de homens, mulheres, jovens, idosos, crianças palestinas.
O que faríamos se algum governo colonialista e invasor de nossa pátria destruísse nossas casas, matasse nossos filhos, torturasse nossos parentes, prendesse nossos amigos? E se isso acontecesse todos os dias durante 62 anos? De 1948 a 2010, 62 anos de dor, sofrimento e injustiças.
Em dezembro de 2008, enquanto o mundo se preparava para celebrar o Natal, Israel atacava Gaza. Famílias inteiras destruídas. Mais de 1500 mortos, mais de 3000 feridos. E agora, mais uma vez, desrespeitando todos os princípios do direito internacional humanitário, o governo de Israel deu ordem para que seus soldados atacassem e usassem da forca e da violência contra civis, pacifistas e ativistas dos direitos humanos que hoje não podem mais se expressar pois foram mortos por mais essa iniciativa de um governo que já mostrou ao mundo que não acredita nem respeita o diálogo,a autodeterminação nacional e a coexistência pacifica entre os povos e nações.
O Brasil e um pais de tradição pacífica e sua diplomacia tem buscado, nos últimos anos, fortalecer a ideia de que é necessário insistir em soluções politicas para conflitos armados, em soluções negociadas que garantam a redução ou mesmo eliminação dos focos de violência existentes nas mais diversas regiões do mundo.
Sendo assim, nós, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), uma organização que há 26 anos luta por justiça e democracia, gostaríamos de respeitosamente fazer os seguintes pedidos para a representação diplomática brasileira nos territórios palestinos (Ramallah) e para a Embaixada Brasileira em Tel-Aviv (Israel):
1. Que condene o ataque militar israelense à frota de barcos humanitária que tentava chegar em Gaza, ataque que resultou em vários mortos e feridos, inclusive uma brasileira, Iara Lee, cujo paradeiro até o momento não temos conhecimento;
2. Que as representações diplomáticas em Ramallah e Tel-Aviv se organizem para fazer uma visita por vilarejos palestinos e cidades que foram destruídas e onde o Estado de Israel ainda continua demolindo casas, desrespeitando os direitos humanos e os princípios do direito internacional humanitário.
3. Que procure organizar, junto com o Comité Internacional da Cruz Vermelha em Jerusalem uma visita aos presos políticos palestinos, em especial às 34 mulheres e ao representante do Conselho Legislativo Palestino, Ahmad Sadat, que vive uma situação de isolamento absoluto, não podendo receber visitas nem mesmo de sua própria família.
4. Que o governo brasileiro volte atrás na sua decisão de firmar,ratificar e regulamentar o Tratado de Livre Comercio Israel-Mercosul, pois consideramos um grande erro manter relações comerciais desse nível com um Estado que desrespeita cotidianamente os direitos humanos e diversas resoluções da ONU em relação à Questão Palestina e aos princípios fundamentais do Direito Internacional Humanitário;
5. Que o governo brasileiro aproveite este momento para refletir e amparar de maneira mais intensa e efetiva os refugiados palestinos que se encontram hoje no Brasil, principalmente os 150 palestinos que saíram do Iraque e ficaram em um Campo de Refugiados na Jordânia, e que hoje se encontram no Estado de São Paulo;
6. Que o governo brasileiro exija mais uma vez que Israel cumpra as resoluções da ONU sobre o estabelecimento de um Estado Palestino Livre e Soberano no território da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, conforme resoluções já aprovadas e reiteradas pela Assembleia Geral;
7. Que o Brasil se utilize de todos os mecanismos disponíveis na Carta das Nações Unidas e outras resoluções da ONU para exigir do governo de Israel que cumpra a decisão do Tribunal Internacional da ONU de derrubar o “muro da vergonha”, que hoje já tem cerca de 400 km de extensão e que separa o povo palestino e israelense, configurando uma situação de apartheid que priva os palestinos do direito de ir e vir. Sugerimos neste ponto uma visita à entrada dos palestinos em Belém, cidade onde nasceu Jesus, que hoje se encontra cercada.
Desde já agradecemos vossa atenção e esperamos um retorno dessa representação diplomática para que possamos prestar contas ao povo brasileiro depois de uma visita humanitária que estamos realizando nesta região.
Setor de Relações InternacionaisMovimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST
Mais uma vez, a humanidade é surpreendida com uma ofensiva militar do Estado de Israel contra o heroico povo palestino. Hoje Gaza chora pelos mortos da frota humanitária de barcos que se dirigiam para a costa da região, levando toneladas de comida e remédios.
A invasão militar da Palestina pelos sionistas israelenses semeia, desde 1947 e1948, o ódio, a violência e a discórdia na região. Rios de sangue jorram constantemente nas ruas de varias cidades Palestinas. Milhares de mortos, milhares de torturados e milhares de presos.
Em 2002, fizemos chegar a bandeira do MST em Ramallah, no quartel-general da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Entregamos nossa bandeira nas mãos de Yasser Arafat e presenciamos a destruição da sede da ANP pelo exército de Israel. Ali diante da poeira das bombas sionistas reafirmamos nosso compromisso de defender a luta do povo palestino.
Também participamos, junto com a Via Campesina, das manifestações do "Dia da Terra" e do Fórum Social Palestino.
Em 2007, em nosso 5º Congresso Nacional, 18 mil trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra manifestaram novamente nosso apoio à causa palestina.
A cada ano uma cidade destruída por Israel, um vilarejo, um bairro, várias casas, prédios, centenas de oliveiras. A cada ano mais prisões, torturas e mortes de homens, mulheres, jovens, idosos, crianças palestinas.
O que faríamos se algum governo colonialista e invasor de nossa pátria destruísse nossas casas, matasse nossos filhos, torturasse nossos parentes, prendesse nossos amigos? E se isso acontecesse todos os dias durante 62 anos? De 1948 a 2010, 62 anos de dor, sofrimento e injustiças.
Em dezembro de 2008, enquanto o mundo se preparava para celebrar o Natal, Israel atacava Gaza. Famílias inteiras destruídas. Mais de 1500 mortos, mais de 3000 feridos. E agora, mais uma vez, desrespeitando todos os princípios do direito internacional humanitário, o governo de Israel deu ordem para que seus soldados atacassem e usassem da forca e da violência contra civis, pacifistas e ativistas dos direitos humanos que hoje não podem mais se expressar pois foram mortos por mais essa iniciativa de um governo que já mostrou ao mundo que não acredita nem respeita o diálogo,a autodeterminação nacional e a coexistência pacifica entre os povos e nações.
O Brasil e um pais de tradição pacífica e sua diplomacia tem buscado, nos últimos anos, fortalecer a ideia de que é necessário insistir em soluções politicas para conflitos armados, em soluções negociadas que garantam a redução ou mesmo eliminação dos focos de violência existentes nas mais diversas regiões do mundo.
Sendo assim, nós, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), uma organização que há 26 anos luta por justiça e democracia, gostaríamos de respeitosamente fazer os seguintes pedidos para a representação diplomática brasileira nos territórios palestinos (Ramallah) e para a Embaixada Brasileira em Tel-Aviv (Israel):
1. Que condene o ataque militar israelense à frota de barcos humanitária que tentava chegar em Gaza, ataque que resultou em vários mortos e feridos, inclusive uma brasileira, Iara Lee, cujo paradeiro até o momento não temos conhecimento;
2. Que as representações diplomáticas em Ramallah e Tel-Aviv se organizem para fazer uma visita por vilarejos palestinos e cidades que foram destruídas e onde o Estado de Israel ainda continua demolindo casas, desrespeitando os direitos humanos e os princípios do direito internacional humanitário.
3. Que procure organizar, junto com o Comité Internacional da Cruz Vermelha em Jerusalem uma visita aos presos políticos palestinos, em especial às 34 mulheres e ao representante do Conselho Legislativo Palestino, Ahmad Sadat, que vive uma situação de isolamento absoluto, não podendo receber visitas nem mesmo de sua própria família.
4. Que o governo brasileiro volte atrás na sua decisão de firmar,ratificar e regulamentar o Tratado de Livre Comercio Israel-Mercosul, pois consideramos um grande erro manter relações comerciais desse nível com um Estado que desrespeita cotidianamente os direitos humanos e diversas resoluções da ONU em relação à Questão Palestina e aos princípios fundamentais do Direito Internacional Humanitário;
5. Que o governo brasileiro aproveite este momento para refletir e amparar de maneira mais intensa e efetiva os refugiados palestinos que se encontram hoje no Brasil, principalmente os 150 palestinos que saíram do Iraque e ficaram em um Campo de Refugiados na Jordânia, e que hoje se encontram no Estado de São Paulo;
6. Que o governo brasileiro exija mais uma vez que Israel cumpra as resoluções da ONU sobre o estabelecimento de um Estado Palestino Livre e Soberano no território da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, conforme resoluções já aprovadas e reiteradas pela Assembleia Geral;
7. Que o Brasil se utilize de todos os mecanismos disponíveis na Carta das Nações Unidas e outras resoluções da ONU para exigir do governo de Israel que cumpra a decisão do Tribunal Internacional da ONU de derrubar o “muro da vergonha”, que hoje já tem cerca de 400 km de extensão e que separa o povo palestino e israelense, configurando uma situação de apartheid que priva os palestinos do direito de ir e vir. Sugerimos neste ponto uma visita à entrada dos palestinos em Belém, cidade onde nasceu Jesus, que hoje se encontra cercada.
Desde já agradecemos vossa atenção e esperamos um retorno dessa representação diplomática para que possamos prestar contas ao povo brasileiro depois de uma visita humanitária que estamos realizando nesta região.
Setor de Relações InternacionaisMovimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST
Sim, somos todos Palestinos, povo mártir.
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