Há uma certa classe de políticos que não gosta de fazer opções, sobretudo quando elas são difíceis. Por isso, quando obrigados, fazem artes mirabolantes para ficar bem com todos.
Muitos refugiam-se em declarações equidistantes dignas de socialistas fabianos, como essa do Somos contra a guerra.
Na agressão à Yuguslávia eles diziam nem NATO nem Milosevic – e aquele governante foi devidamente demonizado pelas mídias corporativas e o país foi massacrado pela OTAN durante 78 dias.
Na agressão ao Iraque eles diziam nem coligação dos EUA nem Saddam Hussein – e aquele governante também foi devidamente demonizado e o país foi arrazado.
Na agressão à Líbia diziam nem NATO nem Kadafi – e aquele país que tinha o mais alto nível desenvolvimento humano de toda a África foi arrasado e o seu presidente assassinado.
Na agressão ao Afeganistão diziam nem coligação dos EUA nem talibãs – e aquele pobre povo sofreu 20 anos de ocupação brutal até conseguir escorraçar a besta imperial.
Na maior parte dos casos os políticos nem-nem preferem o silêncio, como nos oito anos de guerra no Donbass, na Ucrânia, desde o golpe fascista, que provocou milhares de mortos (e iria continuar).
Mas quando alguém intervém para por cobro à chacina, tais políticos sentem que são obrigados a tomar posição. Então, saem-se com o nem NATO nem Putin.
Parece que assim mantêm as suas consciências tranquilas e preservam seus belos princípios.
Mas quando um agente da polícia impede um homicida de consumar os seus intentos, a vítima não costuma perguntar se este agente tem uma moral irreprochável.
Resistir.info - 06/Março/2022
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