segunda-feira, 7 de março de 2022

OS POLÍTICOS NEM-NEM

 Há uma certa classe de políticos que não gosta de fazer opções, sobretudo quando elas são difíceis. Por isso, quando obrigados, fazem artes mirabolantes para ficar bem com todos.

Muitos refugiam-se em declarações equidistantes dignas de socialistas fabianos, como essa do Somos contra a guerra.

Na agressão à Yuguslávia eles diziam nem NATO nem Milosevic – e aquele governante foi devidamente demonizado pelas mídias corporativas e o país foi massacrado pela OTAN durante 78 dias.

Na agressão ao Iraque eles diziam nem coligação dos EUA nem Saddam Hussein – e aquele governante também foi devidamente demonizado e o país foi arrazado.

Na agressão à Líbia diziam nem NATO nem Kadafi – e aquele país que tinha o mais alto nível desenvolvimento humano de toda a África foi arrasado e o seu presidente assassinado.

Na agressão ao Afeganistão diziam nem coligação dos EUA nem talibãs – e aquele pobre povo sofreu 20 anos de ocupação brutal até conseguir escorraçar a besta imperial.

Na maior parte dos casos os políticos nem-nem preferem o silêncio, como nos oito anos de guerra no Donbass, na Ucrânia, desde o golpe fascista, que provocou milhares de mortos (e iria continuar).

Mas quando alguém intervém para por cobro à chacina, tais políticos sentem que são obrigados a tomar posição. Então, saem-se com o nem NATO nem Putin.

Parece que assim mantêm as suas consciências tranquilas e preservam seus belos princípios.

Mas quando um agente da polícia impede um homicida de consumar os seus intentos, a vítima não costuma perguntar se este agente tem uma moral irreprochável.

Resistir.info - 06/Março/2022


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