Considerando a
agitação iniciada pelos serviços de inteligência dos EUA nos últimos tempos,
quer na Ásia Central, na Transcaucásia ou noutras zonas limítrofes da Rússia e
da China, está a aumentar o risco de um desastre biológico proveniente dos múltiplos
laboratórios biológicos militares secretos instalados pelos EUA em regiões
potencialmente instáveis do ponto de vista político e social. Quanto a isso, a
questão de os EUA prepararem uma bomba-relógio biológica no Cazaquistão já foi
levantada muitas vezes. O risco crescente de o Pentágono iniciar uma guerra biológica utilizando os mais de 400
laboratórios biológicos americanos localizados por todo o mundo e a necessidade de uma resposta clara ao risco de desastre
biológico mundial a partir das instalações secretas dos EUA no estrangeiro tem
sido repetidamente apontado. Afinal de contas, estes laboratórios biológicos
têm cerca de 13.000 "empregados" que estão ocupados a criar estirpes
de agentes patogénicos assassinos (micróbios e vírus) resistentes a vacinas.
Hoje em dia já não é segredo que os EUA criaram laboratórios biológicos em
25 países do mundo: no Médio Oriente, África, Sudeste
Asiático. Só no seio da antiga União Soviética existem laboratórios biológicos
militares americanos na Ucrânia, Azerbaijão, Arménia, Geórgia, Cazaquistão,
Quirguistão, Moldávia e Uzbequistão.
Os americanos tentam negar a natureza militar
dos estudos realizados em tais laboratórios. Contudo, o segredo que os rodeia
só é comparável ao das instalações militares mais importantes. Não há
responsabilidade perante o público local e global acerca do
"trabalho" que ali é feito. Além disso, nenhuma "proeza"
científica foi apresentada publicamente pelos biólogos americanos ao longo dos
muitos anos de existência de tais laboratórios secretos no estrangeiro. E os
resultados das suas investigações não são publicados em parte alguma que seja
do domínio público. Entretanto, os laboratórios estão a recolher ativamente
informações sobre o património genético (gene pool) das
populações dos países onde estes laboratórios operam. Tudo isto indica que o
Pentágono está sem dúvida a preparar-se para travar uma guerra biológica usando
bioarmas, as quais os EUA preparam nestes laboratórios biológicos. É bem sabido
que os EUA já gastaram mais de 100 mil milhões de dólares nos últimos anos no
desenvolvimento de armas de guerra biológica. Os EUA são o único país do mundo
que ainda bloqueia o estabelecimento de um mecanismo de verificação ao abrigo
da Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção e
Armazenamento de Armas Bacteriológicas (Biológicas) e Tóxicas e sobre a sua
Destruição, de 1972.
Contudo, tal como os pedidos da Rússia
ao Ocidente para um acordo claro sobre medidas de segurança universais e sobre
a não proliferação da OTAN para o leste, as advertências acerca da prontidão
dos EUA para desencadear uma guerra biológica global nunca foram atendidas em
Washington e nas capitais ocidentais.
Tendo isto em mente, dificilmente se
pode recusar o direito de a Rússia, como qualquer outro país, não querer ter
tais armas perto das suas fronteiras pondo em risco a segurança de todos.
Portanto, na atual operação militar de
Moscou para desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia, um dos pontos importantes
será livrar-se dos numerosos laboratórios biológicos militares dos EUA no território
daquele país.
A 24 de Fevereiro, a publicação
conservadora britânica The Exposé publicou um artigo intitulado "Haverá mais no conflito Ucrânia/Rússia do que aquilo que se
vê?" Reconhece que a Rússia deveria ter
conduzido a presente operação militar com base nos seus interesses de segurança
e confirma que desde há muito existe uma ameaça muito grave para as vidas e
saúde da população da Federação Russa provenientes do território da Ucrânia.
Aquela publicação refere-se a pelo
menos 16 laboratórios biológicos militares americanos localizados em Odessa,
Vinnitsa, Uzhgorod, Lviv (três), Kharkiv, Kiev (também três), Kherson,
Ternopil, Dnepropetrovsk, bem como perto de Lugansk e na fronteira com a
Crimeia. Tal "cooperação" entre o Pentágono e o Ministério da
Saúde da Ucrânia remonta a 2005. Os partidos da oposição conseguiram aprovar no
Verkhovna Rada [parlamento] em 2013 o fim desta "cooperação", mas o
golpe de estado liderado pelos EUA em Kiev em Fevereiro de 2014 impediu a
implementação desta decisão, o que resultou em que esta "cooperação"
não só continuasse como também se desenvolvesse ativamente por iniciativa de
Washington.
Muitos dos segredos oficiais do
Pentágono e da Casa Branca sobre laboratórios biológicos clandestinos dos EUA
no estrangeiro foram revelados por Francis Boyle, professor de direito internacional na
Universidade de Illinois em Champaign (EUA) que redigiu a lei Biological
Weapons Anti-Terrorism Act of 1989 (BWATA). Como salienta este
cientista americano, "Temos agora neste país uma
indústria de Armas Biológicas Ofensiva que viola a Convenção sobre Armas
Biológicas e a minha Lei Anti-Terrorismo de Armas Biológicas de 1989". De acordo com Boyle, "as universidades americanas têm um
longo historial de permitirem voluntariamente que a sua agenda de investigação
.... seja cooptada, corrompida e pervertida pelo Pentágono e pela CIA para a
ciência da morte". Ele cita como exemplo o grupo do Dr. Yoshihiro Kawaoka da
Universidade de Wisconsin, o qual conseguiu aumentar a toxicidade do vírus da
gripe por um fator de 200. De acordo com Boyle, o Pentágono e a CIA estão "prontos,
dispostos e capazes de lançar a bioguerra quando convém aos seus interesses... Eles têm um stock daquelas de
super-armas antrax que já usaram contra nós em Outubro de 2001".
A ameaça a pessoas que vivem mesmo à distância de tais
laboratórios é evidenciada por uma investigação efetuada pelo jornal USA Today, o qual mostrou que, só entre 2006 e 2013,
ocorreram mais de 1.500 acidentes e violações de segurança em 200 laboratórios
biológicos militares no território dos EUA. Então, e quanto a possíveis
incidentes semelhantes em laboratórios biológicos na Ucrânia ou noutras antigas
repúblicas soviéticas?
No Verão de 2019, "o principal
laboratório de guerra biológica da América foi mandado parar toda a
investigação dos vírus e agentes patogénicos mais mortais por receios de que os
resíduos contaminados pudessem escapar para fora das instalações", informou o jornal britânico The Independent.
O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), a autoridade de saúde
pública nos EUA, revogou [a licença] do centro militar de investigação
biológica em Fort Detrick para lidar com ebola, varíola e carbúnculo depois de inspetores
do CDC terem encontrado "problemas com os procedimentos utilizados para
descontaminar águas residuais" em Fort Detrick. A este respeito, é notável
que a possibilidade de "vírus e agentes patogénicos mortíferos" que
se infiltram nas águas residuais de Fort Detrick fosse detectada pouco antes do
surto da COVID-19, que os americanos foram rápidos em atribuir à China. Também
é de notar que o Pentágono intensificou significativamente as atividades dos
seus laboratórios biológicos no estrangeiro desde 2019, deslocando claramente o
"trabalho" sobre estirpes particularmente perigosas e o
desenvolvimento de armas biológicas.
Nestas circunstâncias, a tarefa de pôr
termo às atividades dos laboratórios biológicos secretos dos EUA como parte da
desmilitarização daquele país justifica-se no programa da operação militar de
Moscou na Ucrânia.
Contra este pano de fundo, deve-se
notar que a embaixada dos EUA na Ucrânia removeu
todos os documentos acerca dos laboratórios biológicos em Kiev e em Odessa do
seu sítio web oficial depois de Moscou ter lançado a sua operação militar. Isto confirma ainda que, para além da ameaça nuclear de Zelensky,
a Rússia também estava a ser preparada para bio-extinção.
Sob estas circunstâncias, compreende-se
o anúncio feito em Outubro último pela Agência de Redução de Ameaças da Defesa
dos EUA (US Defense Threat Reduction Agency, DTRA) no sítio
web de compras do governo dos EUA de um anexo sobre o "combate a agentes
patogénicos altamente perigosos". Este documento dizia respeito aos 3,6
milhões de dólares para finalizar o lançamento de dois laboratórios biológicos
na Ucrânia – em Kiev e em Odessa, onde maquinaria, equipamento e pessoal já
estavam a ser preparados para os Estados Unidos desencadearem uma guerra
biológica sob a cobertura da Ucrânia.
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