A razão do protesto de líderes evangélicos contra Dilma e a favor de Israel
por : Kiko Nogueira
Há dois motivos principais para a mobilização de lideranças evangélicas desgostosas com a condenação de Dilma à ação de Israel em Gaza. O primeiro: negócios. Em segundo lugar, mas não menos importante, os negócios.
Segundo conta a BBC, perto de oitenta pessoas estiveram no Ministério de Relações Exteriores para uma audiência. A articulação coube ao deputado federal Lincoln Portela, estrela da bancada evangélica.
Há uma aproximação clara entre as igrejas pentecostais e o judaísmo. Isso ficou evidente nas imagens da inauguração do Templo de Salomão. Além do monumento em si, inspirado na obra do filho de Davi, o bispo Edir Macedo tem se trajado com o xale sagrado usado por rabinos e, no cocuruto, está exibindo um solidéu. Sem contar a barba de profeta.
Não é, diga-se, um fenômeno exclusivamente nacional.
Agora, o grande receio destes líderes é que um ruído nas relações diplomáticas atrapalhe o turismo para a chamada Terra Santa.
É um nicho que movimento muito dinheiro. Muito. Todos os anos, denominações religiosas — diretamente ou através de operadoras — vendem pacotes para milhares de fieis que querem estar nos lugares onde Jesus Cristo, segundo a tradição, esteve. Dê um Google e comprove.
Para o governo israelense, é uma receita sempre bem vinda. Em 2013, 3,54 milhões de visitantes estiveram no país, oriundos, em sua maioria, dos EUA, Rússia, Itália, Alemanha, Reino Unido, França e Brasil.
Os cristãos são mais da metade do movimento. O circuito “Maravilhas de Israel” pode sair por 3 mil dólares numa agência.
A reverenda Jane Silva, uma voz ativa pró-israelense, organizadora do encontro no Itamaraty, preside a Associação Cristã de Homens e Mulheres de Negócios e a Comunidade Brasil-Israel.
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Abaixo o texto onde os "sionistas cristãos" mostram sua "indignação" e seu apoio ao massacre militar que o exército sionista promove na Palestina ocupada.
Esta é a base social do fundamentalismo religioso que os sionistas vêm há anos construindo, também, por essas bandas. E que agora rende seus frutos....lamentável, triste e preocupante. (somostodospalestinos.blogspot.com)
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Abaixo o texto onde os "sionistas cristãos" mostram sua "indignação" e seu apoio ao massacre militar que o exército sionista promove na Palestina ocupada.
Esta é a base social do fundamentalismo religioso que os sionistas vêm há anos construindo, também, por essas bandas. E que agora rende seus frutos....lamentável, triste e preocupante. (somostodospalestinos.blogspot.com)
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Líderes evangélicos saem em defesa de Israel e criticam Dilma
A condenação do governo Dilma
Rousseff à ação militar israelense em Gaza gerou forte reação contrária
de líderes evangélicos brasileiros, expondo os crescentes laços entre
igrejas protestantes e Israel.
A mobilização evangélica teve início em 23 de
julho, quando o governo federal divulgou uma nota condenando os ataques
israelenses em Gaza e convocando o embaixador brasileiro em Tel Aviv
para consultas.Uma das organizadoras do ato, a pastora Jane Silva – que preside a Associação Cristã de Homens e Mulheres de Negócios e a Comunidade Brasil-Israel – diz que líderes evangélicos de vários Estados e de diferentes igrejas compareceram à manifestação.
Com o apoio do deputado federal Lincoln Portela (PR-MG), um dos principais nomes da bancada evangélica no Congresso, Silva marcou uma audiência no Itamaraty para expressar a insatisfação do grupo. Eles foram recebidos pelo embaixador Paulo Cordeiro, subsecretário-geral do órgão para África e Oriente Médio.
"Ficamos ofendidos e magoados com a postura do governo brasileiro, que para nós não condiz com a posição da população cristã brasileira em relação ao conflito", diz a pastora à BBC Brasil. Não há dados, no entanto, que confirmem a avaliação da pastora.
"Quando o governo fala mal de Israel, fala mal de nosso Jesus. E Israel tem o direito de se defender e de existir." “Israel é palco da história bíblica e está muito claro para nós que o Hamas é um grupo terrorista que quer destruí-lo”, acrescentou.
Além dos laços religiosos com os locais sagrados de Israel, líderes evangélicos citam em defesa do país argumentos semelhantes aos que são usados pelo governo israelense como, por exemplo, culpar o que chamam de estratégia de usar 'escudos humanos' pelas mais de mil mortes entre palestinos.
Até agora, mais de 1.600 mil palestinos morreram, entre eles integrantes do Hamas, mas também bebês, mulheres e crianças. Do lado israelense, morreram 67, três civis.
Eles dizem temer, ainda, que a deterioração das relações diplomáticas afete o fluxo de peregrinos brasileiros para a Terra Santa.
Segundo Silva, os ataques de Israel são uma resposta legítima aos foguetes do Hamas, grupo que controla Gaza.
O grupo entregou ao embaixador um manifesto em que critica o governo brasileiro por, entre outros pontos, ter condenado os ataques de Israel mas não ter censurado as ações do Hamas.
"Nós amamos o povo palestino e temos orado pelas mães palestinas, os idosos, crianças, mas não aprovamos o terrorismo."
Clique Leia mais: Brasil condena Israel por uso desproporcional da força
Após deixar o Itamaraty, o grupo foi recebido na embaixada de Israel. Também participaram do protesto alguns membros da comunidade judaica de Brasília.
"Quando o governo fala mal de Israel, fala mal de nosso Jesus. E Israel tem o direito de se defender e de existir" pastora Jane Silva
Passagem bíblica
No Amazonas, houve outro protesto em defesa de Israel organizado por evangélicos – este, liderado pelo apóstolo René Terra-Nova, fundador do Ministério Internacional da Restauração. Segundo organizadores, a manifestação reuniu 30 mil pessoas.E em seu programa de TV no último sábado, o pastor Silas Malafaia, principal líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, também tratou do tema.
Ao se referir à posição do governo brasileiro quanto aos ataques israelenses, Malafaia citou uma passagem bíblica segundo a qual "a nação que amaldiçoa Israel também é amaldiçoada".
Dizendo precisar "dar algumas dicas (sobre o conflito) para o povo de Deus", ele afirmou no programa que os atos de Israel são "a reação de um estado soberano sendo atacado por terroristas".
Na semana passada, a pomposa inauguração em São Paulo do Templo de Salomão, da Igreja Universal do Reino de Deus, também deu mostras da crescente aproximação entre grupos evangélicos brasileiros e Israel.
No caso da Universal, a aproximação também se dá com o Judaísmo: na cerimônia, bispos da Universal vestiam quipá e talit, acessórios tradicionais judaicos, e o hino de Israel foi executado. Do lado de fora do templo, foram hasteadas as bandeiras da Universal, do Brasil e de Israel.
A BBC Brasil perguntou à Universal qual sua posição em relação às ações israelenses em Gaza, mas não obteve resposta.
'Soft power' religioso
O crescente alinhamento entre líderes evangélicos e Israel não é fenômeno exclusivo do Brasil.Nos Estados Unidos, país que abriga a maior população protestante do mundo, os Sionistas Cristãos – como são conhecidos os evangélicos pró-Israel – exercem importante influência política.
Para estreitar os laços com o grupo, o governo israelense estimula visitas de grupos evangélicos à Terra Santa.
Em 2013, uma reportagem do Christian Science Monitor, uma das principais publicações mundiais sobre religiões, descreveu os bastidores de um evento anual organizado pelo governo israelense para homenagear líderes protestantes.
No encontro, o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, disse aos presentes: "Vocês aqui são o melhor ataque e a melhor defesa que poderíamos ter (…). Aproveitem a cidade de Jerusalém (…) e voltem para casa como fortes embaixadores do Estado de Israel e da cidade de Jerusalém".
A reportagem diz que, após se consolidar nos Estados Unidos, o movimento evangélico pró-Israel agora ganha força em países emergentes com crescente população protestante, como Brasil e Nigéria.
Peregrinações em risco
Para a pastora Jane Silva, caso o Brasil atenda grupos que pedem o rompimento das relações diplomáticas com Israel, os maiores prejudicados seriam fiéis brasileiros."O governo estaria punindo os próprios brasileiros", diz a pastora.
Segundo ela, muitos brasileiros visitam a Terra Santa todos os anos.
"Só lá podemos ver o túmulo onde Jesus foi sepultado, onde ressuscitou, caminhar pelas ruas pavimentadas de milagres. Quando voltamos, logo começamos a programar a próxima visita."
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/08/140806_evangelicos_israel_dilma_jf_kb.shtml
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