Ultimamente, têm sido efectuadas em muitos países do mundo manifestações com slogans abrangentes de "solidariedade com a Grécia" e de que "todos nós somos gregos" [1] . A solidariedade popular e da classe trabalhadora são armas poderosas na luta dos povos. Mas os trabalhadores devem livrar-se de quaisquer tentativas para enganá-los.
Qual Grécia precisa de solidariedade? A Grécia dos capitalistas, os quais procuram obter novos empréstimos da UE e do FMI a fim de fortalecer a lucratividade do seu capital, para reforçar a sua posição contra o povo, ou a Grécia da classe trabalhadora e de outros estratos populares, a qual está a sofrer devido às consequências da crise capitalista, pela qual não tem responsabilidade?
Em muitos destes eventos esta questão não ficou clara. E isto é o caso porque há um esforço de certas forças (principalmente da social-democracia, os oportunistas do Partido de Esquerda Europeu e os "Verdes") para utilizar vagamente a "solidariedade com o povo grego" a fim de branquear o apoio que eles deram no passado ao Tratado de Maastricht e a outros euro-tratados, à UE do próprio capital, a qual é reaccionária e de modo algum pode ser "democratizada", como eles estão agora a afirmar.
Além disso há uma tentativa para que a questão da Grécia seja utilizada nas rivalidades inter-imperialistas, dentro e fora da UE.
Sim, os trabalhadores na Grécia querem a solidariedade dos trabalhadores na Europa e em todo o mundo! Mas solidariedade com suas lutas, suas greves, suas exigências militantes, com o KKE e o movimento sindical com orientação de classe, o PAME que está na linha de frente da luta e não a "solidariedade" que procura a continuação da exploração capitalista e o esmagamento dos trabalhadores.
A respeito desta questão o Gabinete de Imprensa do CC do KKE emitiu a seguinte declaração:
"O KKE dirige uma mensagem a todos os trabalhadores da Europa: Não é necessário para vocês "tornarem-se gregos" a fim de posicionarem-se ombro a ombro com o povo da Grécia.
Apelamos a que se juntem a nós na mesma estrada para os direitos contemporâneos da classe trabalhadora e dos estratos populares pobres, a fim de impedir e derrubar o nosso inimigo comum, a ditadura dos monopólios, a UE, os partidos que as servem.
O seu derrube em todo país ou grupo de países, a socialização dos monopólios, o desligamento da UE, da NATO, com o poder popular da classe trabalhadora, será a maior contribuição para a luta dos povos da Europa e do mundo todo.
O slogan mais moderno e contemporâneo, mais oportuno do que nunca, é: "Trabalhadores de todos os países, Uni-vos!".
[1] É o caso do manifesto recente encabeçado por Mário Soares
O original encontra-se em http://inter.kke.gr/News/news2012/2012-02-17-allilleggi/
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
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