Farawana levou o depoimento da própria experiência na prisões israelenses e apresentou à imprensa os conteúdos do encontro.
“A tortura praticada nas prisões israelenses não procura só o abatimento psicofísico do detento senão sobretudo a destruição dos sentimentos nacionais. A tortura fez-se possível por meio de um sistema de leis e procedimentos arbitrários. Nas prisões israelenses, todos fazem parte deste sistema: médicos e enfermeiros, guardas carcerários e segurança”.
Em 1987 a Corte Suprema israelense aprovou o uso da tortura nas prisões com a fórmula: adopção de ‘pressões psicológicas e físicas moderadas’.
Tratava-se da Comissão Landau com a que Israel construiu as bases ‘legais’ para autorizar a tortura sobre os prisioneiros e sobretudo para proteger a seus oficiais e serviços de segurança, da justiça.
“Israel pratica a tortura com método e coerência, em cada fase da detenção, a partir da detenção e as humilhações das quais nossos familiares são submetidos quando vêm nos visitar, desta forma ficam expostos a esta política. Trata-se de medidas que procuram provocar impactos psicológicos e semear raiva e frustracões entre os detentos palestinos”.
É um sistema político estudado e aprovado pelo governo de Israel e no qual todos estão envolvidos: os abusos e os maus tratos que são submetidos os prisioneiros não são casuais.
Os detentos palestinos doloridos ou doentes que são conduzidos ao hospital, para atenção urgente ou intervenções, são atados de pés e mãos às camas por todo o período de internação.
“Para que isto seja tolerado é necessária a cumplicidade do pessoal médico”.
Farawana fornece as cifras atualizadas da presença e as categorias dos detentos:
Os prisioneiros palestinos em cárceres israelenses são 6800, entre os quais há 300 menores, 34 mulheres e 231 em detenção administrativa (indefinidamente prorrogadas).
- 7 são provenientes da Faixa de Gaza e estão submetidos à ‘lei de combatentes ilegais’, e são 11 os deputados palestinos seqüestrados por Israel.
- 309 acham-se em cárceres israelenses desde antes dos acordos de Oslo (entenda-se desde o primeiro acordo assinado em 1993, conhecido como Declaração de Princípios para o mútuo reconhecimento entre as partes).
- 117 palestinos estão detidos faz mais de vinte anos e 19 mais de um quarto de século.
A seguir, a lista deste último grupo de detentos, com a data de detenção:
- Nael Al-Barghouthi (Ramallah) 04-04-1978
Fakhri Al-Barghouthi(Ramallah) 23-06-1978
Akram Mansour (Qalqiliya) 02-08-1978
Fawwad Al-Razem (Al Quds/Jerusalén) 30-01-1979
Ibrahim Jaber (Al-Khalil) 08-01-1981
Hassan Salme (Ramallah) 08-08-1982
Othman Musleh (Salfit) 15-10-1982
Samir, Karim e Maher Younes (Territorios Palestinos Ocupados en 1948) enero 1983
Salim Al-Kayyal (Jaffa) 30-05-1983
Hafez Qandas (Belén) 15-05-1984
Eissa Abd Rabbo (Ramallah) 20-10-1984
Ahmed Farid Shahade (Ramallah) 16-02-1985
Mohammed Nasser (Ramallah) 11-05-1985
Rafae Karaje (Ramallah) 20-05-1985
Talal Abu Al-Kabash (Al-Khalil) 23-06-1985
Moustafa Eghnimat (Al-Khail) 27-06-1985
Ziyad Eghnimat (Al-Khalil) 27-06-1985.
Nael e Fakhri Al-Barghouti y Akram Mansour estão em prisão desde faz mais de trinta anos.
Farawane concluiu convidando a todos os que trabalham no campo dos direitos humanos a se organizar pela libertação dos detentos palestinos e criar alternativas práticas para socorrer às vítimas palestinas da tortura israelense.
“O estado do sujeito que sofre práticas de tortura não pode encontrar reabilitação válida exclusivamente através de serviços de base que as duas autoridades palestinas (Cisjordânia e Gaza) fornecem, senão que deve ser monitorados em seu curso. Porque uma vez liberado, quem sofre a tortura, pode ser facilmente vítima de ressentimento, ostracismo, desconfiança e exclusão social”.
Traducción: Beatriz Esseddin
Original: http://www.info.uk/
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