sexta-feira, 17 de julho de 2009

Conferência Internacional da Esquerda Mundial na Palestina

Traduzido por: Ítalo Rocha

Tema: "Experiências de unificação de partidos e movimentos de Esquerda na Palestina e no Mundo"



A Resolução Final


Segue o relatório da Conferência de Unidade da Esquerda Palestina, que aconteceu em Ramalah, durante os dias 26 e 28 de julho de 2009.
Essa é uma experiência que devemos partilhar com os companheiros da esquerda mundial que participaram da conferência, assim como com toda esquerda brasileira militante da causa palestina . Sem dúvida essa atitude contribui para concretizar a desejada e necessária Unidade da Esquerda Palestina, na Palestina e na diáspora ! Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro

Conferencia Internacional
"Experiencias de unificación de partidos y movimientos de Izquierda en Palestina y en el Mundo"
Em um ambiente carregado de esperança e confiança pela retomada da esquerda palestina do seu papel e posição de liderança na luta de libertação do nosso povo da ocupação colonial, da hegemonia colonial imperialista e na liderança da luta democrática dos setores marginalizados contra a injustiça e a corrupção, para alcançar a justiça social, o Tayyar Nacional Democrático Progressista organizou na Palestina junto à Fundação Rosa Luxemburgo uma Conferência Internacional com o título "As experiências de unificação de partidos e movimentos de Esquerda na Palestina e no Mundo". Ao longo de três dias, desde 26 até 28 de Junho de 2009, a Conferência discutiu vários temas importantes com a presença de líderes e intelectuais de Brasil, El Salvador, Paraguai, Bolívia, Índia, Alemanha, França, Grécia, Bélgica, Espanha, Noruega e Palestina.

A Conferência foi aberta pelo Tayyar Nacional Democrático Progressista no papel de organizador e pela palavra da Fundação da Esquerda Alemã Rosa Luxemburgo na Palestina. A primeira sessão constou três intervenções que trataram das experiências das forças e partidos da esquerda em alcançar a unidade e liderar a luta dos setores marginalizados na Bolívia, em El Salvador e no Paraguai. A segunda sessão constou três exposições que abordaram o papel dos jovens e dos movimentos sociais, as experiências de unidade da esquerda e os avanços obtidos na Alemanha, França e Grécia. A terceira sessão focou em apresentar e tratar de resolver o problema sobre o pensamento ao redor do desenvolvimento dos movimentos políticos na América Latina, sobre a construção da unidade da esquerda no Sul da Ásia, sobre os efeitos da crise financeira internacional e sobre as opções da esquerda no mundo.
O Segundo dia foi aberto com a participação de Gaza através de Videoconferência com a palavra do comitê organizador, e logo na primeira sessão foram apresentadas três visões de três dos partidos da esquerda - o Partido do Povo Palestino, a Frente Popular e a Frente Democrática - sobre as necessidades e os mecanismos de unidade da esquerda palestina. Na segunda sessão três intervenções trataram das experiências do passado de unidade da esquerda na Palestina e das causas da divisão e das diferenças entre os partidos da esquerda desde 1967, enquanto a quarta intervenção tratou da realidade das forças da esquerda na Palestina 48 e das dificuldades que enfrenta a esquerda na Palestina em geral. A sexta sessão foi dedicada a apresentar as exposições do Tayyar, as justificações de sua existência e seu futuro, seus mecanismos e seu programa político. Foi finalizada com a sessão de recomendações na qual se formou um comitê de acompanhamento para efetuar as resoluções da Conferência.
À margem da conferência, os convidados dos países estrangeiros realizaram percursos nas regiões de Nablus, Jerusalém, Belém e Hebron, onde tiveram a oportunidade de ver de perto as práticas da ocupação - especialmente o colonialismo, a demolição de casas e o Muro de segregação racial. Além disso, visitaram algumas instituições e lugares importantes e se dedicaram às reuniões com os ativistas de esquerda nas regiões mencionadas.
Além disso, as delegações mundiais se reuniram com os ativistas do Tayyar, que explicaram todos os aspectos da vida do povo palestino, seu sofrimento com a ocupação, suas ações e sobre os preparativos para realizar o Congresso Constituinte do Tayyar. Também entrevistaram os líderes dos partidos de esquerda - o último foi esta manhã.
A Conferência após se encerrar alcançando seus objetivos ressalta o seguinte:

1. As tarefas de libertação nacional e o fim da ocupação colonial e da hegemonia colonial imperialista são enormes e requerem os grandes sacrifícios e a liderança da luta do povo palestino. Isto não se alcança sem a participação forte e ativa da esquerda palestina na luta nacional e nos órgãos de liderança.

2. A Resistência à ocupação e suas práticas de colonialismo - a construção do muro, a demolição de casas, a matança e a detenção - são tarefas permanente que requerem que a esquerda trabalhe para sua permanência e sua difusão para que se torne método de vida.
3. As forças de luta palestina devem estar unidas na luta contra a ocupação. As suas diferenças devem ser resolvidas através de profundo diálogo, evitando assim cair na violência e no uso das armas entre estas forças nacionais. Devem-se extinguir as detenções políticas.



4. Os participantes das forças, partidos, organizações, pessoas esquerdistas, democratas e progressistas acordaram sobre a importância da unidade da esquerda em qualquer lugar e especialmente na Palestina pela existência da ocupação e dos grandes sacrifícios para sua resistência e pela situação de divisão que existe e pela qual uma de suas causas é a debilidade da influência da esquerda sobre os assuntos sociais e políticos.



5. A tarefa de construir o estado livre e democrático baseado nos princípios de justiça social não se alcança sem a unidade ativa das forças da esquerda e das forças progressistas.

6. As duas tarefas de reativar e unificar a esquerda com seus componentes de forças e partidos políticos, organizações e marcos sociais e populares e personalidades são duas tarefas paralelas e inseparáveis.

7. As experiências fracassadas do passado por distintas causas não anulam a importância desta idéia e, pelo contrário, demonstram a necessidade da sociedade palestina por esta unidade e, em especial, dos setores mais prejudicados pela permanência da ocupação e de suas práticas e repressões, além dos setores que são mais prejudicados pelas políticas da direita na Palestina e pelo Islã político.

8. As forças da esquerda estão obrigadas a iniciar o que acordaram sobre a importância da sua unidade, e qualquer diferença com relação aos mecanismos desta unidade não deve representar meio de fugir desta obrigação por parte de alguma destas forças, visto que os impedimentos são internos das forças da esquerda.


9. A unidade da esquerda não é simbólica para as estruturas dos partidos de esquerda. Ela deve ser unidade de trabalho e ação que penetre na luta nacional e social de todos os componentes da esquerda, de partidos, forças e marcos sindicais e populares, instituições e personalidades. Esta unidade deve representar uma posição única de todos os temas presentes e, sobretudo a unidade de estruturas e marcos organizativos, sociais e populares.


10. As experiências de unidade da esquerda em outros lugares do mundo, entre os quais foram apresentados alguns exemplos bem-sucedidos, visto que os partidos unidos de esquerda têm alcançado o poder em distintos países e em alguns têm conseguido grandes êxitos, estas experiências representam um fator impulsionador para a unidade.

11. As experiências dos povos que vimos nesta conferência nos dão a esperança e o estímulo para o trabalho permanente com o fim de alcançar a unidade da esquerda na Palestina.


12. A Conferência aprecia as posições da Venezuela e da Bolívia por romper suas relações diplomáticas com o estado de Israel e solicita a todos os países do mundo, especialmente aqueles onde as forças de esquerda têm um papel importante, para que tomem ação semelhante. A conferência reivindica o desenvolvimento das relações de amizade baseadas na luta comum contra as forças de repressão, e para levar a cabo uma campanha de solidariedade com o povo da Palestina em sua luta para a libertação nacional. E aqui convocamos nossos companheiros nos partidos de esquerda para que apóiem a campanha de boicotar o estado de Israel, e para pressionar seus países para que não se aprove o tratado de livre comércio com Israel.

13. A Conferência aprecia e respeita as lutas do povo palestino e os grandes sacrifícios de seus membros de mártires, feridos, prisioneiros e resistentes. Além disso, louva as lutas de todos os povos reprimidos pelo colonialismo em todas as suas formas.

14. Nossos companheiros, após percorrer todas as regiões da pátria e de ver de perto as condições de vida do povo palestino através da conferência e de suas viagens pelas distintas regiões do país, expressam sua solidariedade e apoio total ao povo palestino e às suas forças esquerdistas e democráticas.

15. Hoje nos despedimos das delegações visitantes da Palestina e da esquerda palestina, apreciando muito a sua participação para o sucesso desta conferência através de suas intervenções e presença nas sessões e atividades desta conferência, e também por agüentar as dificuldades da viagem, passar por fronteiras, aeroportos e pontos de revista.

O Tayyar agradece a todos os que ajudaram na organização desta conferência, e em especial à Fundação da Esquerda na Alemanha Rosa Luxemburgo e à sua equipe de trabalho em Ramallah e na Alemanha. Agradece também ao comitê organizador desta conferência e aos voluntários de todas as regiões, bem como aos expositores e aos dirigentes das sessões, aos jornalistas e aos meios de comunicação por cobrir esta conferência, suas sessões e atividades. Além do mais, agradece a todos os que participaram nesta conferência de todas as cidades e províncias e a nossos companheiros dentro da linha verde (Palestina 1948) e na faixa de Gaza, os quais participaram em algumas sessões pela Videoconferência.



Finalmente, o Tayyar Nacional Democrático Progressista seguirá adiante para fundar-se como um marco unido e aglutinador dos esforços de todos os nacionalistas democráticos, e ao mesmo tempo estará aberto e disposto a aceitar qualquer iniciativa e mudança nas posições das forças e partidos existentes de esquerda.
O sucesso alcançado por esta conferência deve ser aproveitado para conquistar a unidade das forças de esquerda em todos os lugares onde não se tenha conquistado e, especialmente, nos países árabes pelos quais decidimos realizar esta conferência da esquerda em forma constante e anualmente.

Expedido na Palestina – Segunda-feira 29-06-2009.
Tayyar E-mail: palestiniantayyar@gmail.com


Palestina livre!
Viva a Intiffada Palestina!

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