quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

TODA PALESTINA LIVRE JÁ



Por Jamal Halawa*
Traduzido por Stela

Já basta, basta de infâmia, já basta de massacres sionistas, já basta de guerras capitalistas, já basta do silêncio assassino e já basta de Israel. Este estado criado pelas grandes potências européias em 1948, contra a decencia e a moralidade de todas as consciências humanas, em bases a graves difamações da história local e da história geral. Este estado, cuja evolução demografica segue sendo, sessenta anos depois de sua criação, não natural; por que continua se baseando principalmente na imigração ilegal de indivíduos de todo o mundo que, supostamente, professam a religião , ou pertencem a etnia judía. Com a intenção de criar um estado de maioria judia – base do argumento sionista- promovem, desde mais de um século, gigantescos investimentos para emigrar judeus pertencentes a diferentes etnias provenientes dos cinco continentes para a Palestina. Provocaram e financiaram guerras para derrubar impérios e assim facilitar o acesso das grandes potências coloniais ao território árabe na margem oriental do Mediterraneo. O movimento sionista foi criado em 1897. Produziram e seguem produzinho uma verdadeira política de limpeza étnica em toda Palestina há mais de 60 anos.
Nesse período, Israel não deixou um só minuto de agredir, de anexar, de levantar muros e valas, de provocar guerras em toda zona do Oriente próximo, entre países e grupos étnicos ou confessionais, de utilizar o terror permanente para medrontar a todos os povos que habitam o Oriente Médio, especialmente o povo palestino.
Em definitivo, o Ocidente capitalista é o ocidente avarento, ambicioso, ávido, expansionista e assassino. O ocidente do bem estar social, democrático? Mentiroso, hipócrita! Este ocidente do capital cujo desenvolvimento se baseia na exploração e na expoliação dos povos de todo o mundo, dos cinco continentes, criou um estado forte, um estado racista , um estado militar, um estado porta aviões de guerra, um estado máquina de fabricar mortes, terror e destruição. Um estado de generais assassinos, que se promovem matando seres humanos para ter créditos eleitorais. Essa é a democracia israelense! Em troca , este ocidente , se livra de um grupo étnico-cultural que há séculos são parte da evolução e do progresso da civilização ocidental; grupo étnico-cultural nitidamente ocidental e estranho na civilização árabe, estranhos também para os próprios judeus orientais – árabes ou sefarditas. Dessa forma (Como no?) também limpam a consciência das histórias de matanças, perseguições e expulsões que a Europa ocidental e oriental fez sofrer o povo judeu.

A atual matança em Gaza nos atinge a todos, não somente aos palestinos, nem aos árabes, nem somente aos muçulmanos, mas sim a todos aqueles que ainda tem consciência viva, a memória lúcida e um nível de honestidade minimamente íntegro. Esta guerra é mais uma guerra de Israel baseada no terror para calar, amedrontar o povo que resiste a ocupação, o povo que não se submete, um povo digno de uma merecida vitória.

É então dever de todos os amantes da paz mundial, da justiça e da dignidade do homem, acima de tudo, empreender uma luta global de resistência a nova guerra do capital, de organizar-se e disciplinar-se em uma estratégia de resistência mundial.

Ante a evidência que as instituições e os organismos internacionais são os máximos responsáveis de que este estado fictício, fabricado - Israel - siga cometendo impunemente crimes contra a humanidade e ante a evidência histórica de quão sujo é o papel que cumpre a serviço do capitalismo desde sua fundação – 1948 – temos que refletir seriamente, se queremos verdadeiramente restabelecer a paz mundial, sobre os mecanismos necessários para a luta e a resistência em todas suas expressões e a nível internacional, a fim de por um ponto final ao estado de Israel.

Estou falando de reestabelecer a normalidade na zona através da estrita imposição da legalidade internacional, sequestrada pelo ocidente do capital, se trata do povo palestino, todo o povo palestino voltar a sua terra histórica de onde foram expulsos há mais de 60 anos, se trata de por fim a emigração ilegal de judeus de todo o mundo até a Palestina histórica. Se trata de por fim a máquina de guerra e morte chamada Israel. Se trata de que todos os habitantes da terra voltem a respirar com normalidade, pondo fim a impunidade de um estado assassino que leva 60 anos matando sem compaixão e violando todas as convenções existentes. Se trata de criar um ESTADO PALESTINO plurinacional, democrático, com igualdade de condições entre todas suas comunidades, etnias confessionais, em toda Palestina Histórica.

Não há mais espaço para se permanecer neutro ou distante diante do que esta ocorrendo ou se esconder atras do discurso que reparte responsabilidades a ambos os lados do conflito quando, até o mais inconciente sabe bem que há uma só parte do conflito que ocupa a terra alheia , cerca o povo durante anos fazendo-o passar fome e toda sorte de penalidades, utiliza a mais sofisticada máquina de guerra para matar cívis ou resistentes que lutam e sacrificam suas vidas pela liberdade de seu povo.

Toda palestina livre já, não responde a um slogan gratuito , sem a um título de artigo de opinião pouco meditado, mas sim é uma reflexão de um palestino construída durante esses anos de sofrimento. É um grito que ecoa nos ouvidos das consciências despertas e que se expande e perpassa as fronteiras do mundo, todas as raças e todas as religiões. É um grito a favor da paz mundial, a favor da emanc ipação econômica e moral do homem. Se de verdade buscamos a paz temos que reconstruir sobre o esqueleto do fracasso e moribundo sistema criminal do capitalismo.

* Palestino residente en España.

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