Por Finian Cunningham - 26/06/2018
(Traduzido pelo Blog)
Enquanto as Nações Unidas advertem que milhões de civis podem morrer de violência e fome devido ao atual cerco da cidade portuária iemenita de Hudeid, não há outra maneira de descrever o que está acontecendo, exceto como "genocídio".
A guerra de mais de três anos no Iêmen travada por uma coalizão saudita apoiada pelo Ocidente é indiscutivelmente genocida desde o início, são oito milhões de pessoas à beira da fome devido ao bloqueio de longa data que sofre o estado árabe, bem como por ataques aéreos indiscriminados.
Mas a mais recente ofensiva no Mar Vermelho, na cidade de Hudeid, no Mar Vermelho, ameaça transformar a maior catástrofe humanitária do mundo em extermínio em massa.
Hudeid é o ponto de entrada para 90% do total da ajuda alimentar e assistência médica ao Iêmen. Se o porto da cidade deixar de funcionar por causa de uma ofensiva militar - como alerta as agências da ONU -, então uma população de mais de 20 milhões será levada à beira da morte.
A coalizão saudita, que inclui as forças do Emirado e mercenários estrangeiros, bem como as forças do regime anterior (que a mídia ocidental falsamente chama de "forças do governo"), é apoiada pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França. Esta coalizão diz que a tomada da cidade acelerará a derrota dos rebeldes Houthis. Para isso, estão usando o cruzamento das linhas de ajuda alimentar e humanitária como uma forma de guerra contra a população civil, isso é sem dúvida, um crime de guerra. O que é absolutamente imperdoável.
Na semana passada, uma sessão urgente no Conselho de Segurança da ONU exigiu que este porto permanecesse aberto. No entanto, a sessão não exigiu a suspensão da ofensiva do saudita e dos Emirado contra Hudaid , que é o segundo maior reduto dos Houthis, depois da capital Sana. Uma população de 600 mil pessoas dentro de cidade portuária já estão expostas aos intensos combates que ocorrem, incluindo ataques aéreos e bombardeios marítimos, antes mesmo de ser interrompido o fornecimento de alimentos, água e remédios.
Como a reunião do Conselho de Segurança foi a porta fechadas, os relatórios da mídia não indicaram quais membros do Conselho votaram contra o pedido sueco de término imediato das hostilidades. No entanto, tendo em conta que três membros permanentes do Conselho, os Estados Unidos, Inglaterra e França, apoiam a ofensiva militar liderada pela Arábia Saudita contra a cidade portuária , pode-se supor que esses países bloquearam o apelo a um cessar-fogo.
Enquanto o horror se estende, a mídia ocidental se esmera para branquear o papel criminoso dos Estados Unidos, da Inglaterra e da França no apoio a ofensiva. A mídia ocidental se concentra na crise humanitária da população de Hudeid e da população ienemita. Mas tem o cuidado de omitir o contexto real e mais amplo e, obviamente, a conclusão de que o cerco de Hudeid não seria possível sem o apoio militar do Ocidente. Se o público ocidental fosse devidamente informado, eles se deparariam com uma forte oposição que revelaria a relação entre os governos ocidentais e os meios de comunicação.
O que é notório na mídia ocidental é a utilização do termo abrangente usado quando se fala sobre os rebeldes Houthis. Invariavelmente, os rebeldes Houthis são descritos como aqueles "apoiados pelo Irã". Este rótulo é usado para implicitamente "justificar" o cerco saudita e dos Emirado à cidade Hudeid, "porque" é dito que a operação é parte da "guerra por procuração contra o Irã". A BBC, a France 24, a CNN, a Deutsche Welle, o New York Times e o Washington Post estão entre os meios de comunicação que comumente praticam essa desinformação sobre o Iêmen.
Tanto o Irã quanto os Houthis negaram qualquer relação militar recíproca entre eles. É verdade que o Irã apoia politicamente e diplomaticamente os Houthis e toda a população iemenita que sofre com a guerra. Os houthianos compartilham a fé xiita comum com o Irã, mas isso está longe de qualquer envolvimento militar. Não há evidências do envolvimento do Irã no Iêmen. A base para esse tipo de afirmação depende exclusivamente das declarações da Arábia Saudita e dos Emirados divulgadas sem nenhuma crítica. Até mesmo o governo dos EUA evitou fazer acusações diretas contra o Irã neste tema do apoio militar aos Houthis. O silêncio de Washington é um claro reconhecimento de que esta acusação já está esgotada e não tem força. Além disso, como poderia um país que foi submetido a um bloqueio ilegal da Arábia Saudita por terra, mar e vias aéreas receber armas fornecidas pelo Irã?
Em contraste, enquanto os meios de comunicação ocidentais costumam descrever os rebeldes Houthis como "apoiados pelo Irã", omitem descaradamente os termos "apoiados pelos Estados Unidos" ou "apoiados pelos britânicos e os franceses", ao se referirem às forças sauditas e dos Emirados que estão bombardeando o povo do Iêmen há três anos. Ao contrário de acusações desnecessárias sobre as ligações iranianas com Houthis, a conexão militar ocidental foi verificada e confirmada pelas grandes exportações de armas e pelo fornecimento de combustível e logística no apoio aos esforços de guerra da Arábia Saudita e dos Emirados contra o Iêmen..
No domingo passado, o New York Times lamentou sobre as condições infernais no Iêmen, classificando as de "guerra muito complexa", como se a guerra fosse um mistério insondável. Por que o New York Times não publica editorias corajosos clamando abertamente pelo fim da cumplicidade dos EUA na guerra contra o Iêmen? Ou talvez isso seja muito , de fato, muito "complexo" para o editorial do Times?
O Washington Post levantou uma falsa preocupação, na semana passada, declarando: "A crise humanitária mais grave no mundo corre o risco de piorar ainda mais. A ofensiva liderada pelos Emirados Árabes Unidos (e da Arábia) está em curso contra a cidade portuária de Hudeid controlada por rebeldes Houthis, apoiados pelo Irã".
Neste relatório, o Post não mencionou o fato de que os ataques aéreos realizados por forças sauditas e dos Emirados são realizados por caças F-15 dos EUA, por Britsh Typhoons e aviões franceses Dassault. Incoerentemente, o Post cita declarações de autoridades dos EUA que afirmam que suas forças não estão "diretamente envolvidas" na ofensiva na cidade portuária. Como isso é credível quando os ataques aéreos são conduzidos por eles diariamente? O Washington Post nem sequer tenta buscar mais informações a respeito.
No relatório da semana passada, a BBC, que também expressa uma falsa preocupação e pesar pela "crise humanitária" em Hudeid continua normalmente, embora sem provas, marcando os rebeldes Houthis como "apoiados pelo Irã". Mas, inacreditavelmente, ao longo do artigo (pelo menos em edições anteriores), não havia uma única menção do fato verificável de que a Arábia Saudita e o Emirado receberam bilhões de dólares em armas britânicas, americanas e francesa.
No último parágrafo de suas edições anteriores, a BBC editorializa: "Em março de 2015, a Arábia Saudita e outros países árabes, de maioria sunita, lançaram uma campanha militar para restaurar o governo do presidente Hadi (exilado) depois da ascensão do grupo Houthis visto como um proxy xiita iraniano ".
Preste atenção à implicação embaraçosa e pouco convincente da BBC sobre o Irã. Isto é uma estupenda distorção do conflito no Iêmen pela emissora estatal britânica que, surpreendentemente, ou talvez devesse ser audaciosamente, exclui completamente qualquer referência ao fato dos governos ocidentais estarem alimentando a guerra genocida no Iêmen.
No final de 2014, fantoche dos EUA e dos saudita, o auto-proclamado "presidente" Mansour Hadi foi derrubado por uma rebelião liderada pelos Houthis e outros rebeldes. A rebelião iemenita incluiu os shiitas e o sunitas. A apresentação do Irã como um patrocinador dos xiitas é uma distorção repulsiva que os sauditas e seus patrocinadores ocidentais têm usado para justificar o ataque sobre o Iêmen, a fim de repor o seu presidente fantoche, que vive no exílio na capital saudita, Riad. Em suma, a mídia está ocultando uma guerra criminosa com mentiras e manipulações.
Na realidade, a guerra do Iêmen é produto das potências ocidentais e dos regimes déspotas do mundo árabe, que tentam reverter o processo de revolução popular que aspirava construir um governo consideravelmente mais democrático, no país mais pobre da região árabe, superando décadas de tutela do ocidente e da Arábia Saudita em regime de cleptocracia.
Por mais de três anos, as forças sauditas e dos Emirados, apoiadas pelo Ocidente com aviões de guerra ocidentais, bombas, mísseis, helicópteros de ataque, navios e reabastecimento aéreo, além de direcionar a logística, empreenderam uma campanha de bombardeio ininterrupto contra civis iemenitas. Nada ficou de fora: hospitais, escolas, mercados, mesquitas, funerais, salões de festas, casas de família, fazendas, estações de tratamento de água e serviços de energia, toda infraestrutura foi impiedosamente destruída. Até cemitérios foram bombardeados.
Por mais de três anos, as forças sauditas e dos Emirados, apoiadas pelo Ocidente com aviões de guerra ocidentais, bombas, mísseis, helicópteros de ataque, navios e reabastecimento aéreo, além de direcionar a logística, empreenderam uma campanha de bombardeio ininterrupto contra civis iemenitas. Nada ficou de fora: hospitais, escolas, mercados, mesquitas, funerais, salões de festas, casas de família, fazendas, estações de tratamento de água e serviços de energia, toda infraestrutura foi impiedosamente destruída. Até cemitérios foram bombardeados.
Mesmo durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã, a coalizão liderada pela Arábia Saudita - a suposta guardiã das duas mesquitas sagradas de Meca e Medina - continuou a massacrar civis inocentes do ar.
Em outro lugar da região, os políticos ocidentais e a mídia corporativa lançaram protestos histéricos contra o governo sírio e seus aliados russos enquanto estes libertavam as cidades dos terroristas apoiados pelo Ocidente, acusando a Síria e Rússia por "crimes de guerra" e "uso desumano da força". Nenhuma das campanhas hiperbólicas da mídia ocidental relacionadas à Síria jamais foi comprovada. Lembre-se de Allepo? Ghouta Oriental? O povo sírio está voltando com prazer para reconstruir suas vidas em paz sob a proteção do governo sírio depois que terroristas ocidentais foram expulsos. As alegações da mídia ocidental sobre a Síria revelaram-se mentiras ultrajantes, que foram enterradas às pressas pelos mesmos meios de comunicação como se nunca houvessem sido proferidas.
Em outro lugar da região, os políticos ocidentais e a mídia corporativa lançaram protestos histéricos contra o governo sírio e seus aliados russos enquanto estes libertavam as cidades dos terroristas apoiados pelo Ocidente, acusando a Síria e Rússia por "crimes de guerra" e "uso desumano da força". Nenhuma das campanhas hiperbólicas da mídia ocidental relacionadas à Síria jamais foi comprovada. Lembre-se de Allepo? Ghouta Oriental? O povo sírio está voltando com prazer para reconstruir suas vidas em paz sob a proteção do governo sírio depois que terroristas ocidentais foram expulsos. As alegações da mídia ocidental sobre a Síria revelaram-se mentiras ultrajantes, que foram enterradas às pressas pelos mesmos meios de comunicação como se nunca houvessem sido proferidas.
De fato, há em andamento uma guerra genocida contra o povo do Iêmen que é totalmente apoiada pelos governos ocidentais. A barbárie mais recente é o cerco a cidade portuária de Hudeid, cujo objetivo insano e assassino é de, finalmente, submeter toda população faminta aos interesses do Ocidente , da Arábia Saudita e dos Emirados. Este é um crime de padrão Nuremberg.
Sem exageros, os meios de comunicação ocidentais funcionam como o Ministério de Propaganda de Goebbels - por excelência - cuja tarefa é "branquear" os genocídios cometidos por seus governos. As incríveis mentiras que transmitem e as omissões dissimuladas sobre o Iêmen são mais uma das razões pelas quais a mídia ocidental perderam qualquer vestígio de credibilidade. Eles estão servindo, como no Vietnã,no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, na Síria e em muitos outros casos, como cúmplices dos crimes de guerra épicos contra o Iêmen.
Postado do:http://epogledi.com/bs/ vijesti/1026/kako-zapadni- mediji-pravdaju-genocid-u- jemenu/
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