quarta-feira, 30 de maio de 2018

Palestina: ¡Heil Netanyahu!

Palestina: ¡Heil Netanyahu!
Por Guadi Calvo
É difícil lembrar de uma guerra mais assimétrica como esta que Israel executa  contra o povo palestino, uma guerra que tem um único propósito: o desaparecimento completo de todos os palestinos, - ou bem  porque acabam buscando refúgio em outros países ou bem porque acabam mortos nas campanhas militares periódicas que Tel Aviv executa, com cada vez mais frequência,-  para terminar ocupando todo o território que até 1948 era a Palestina.
Nada pode justificar que um dos  exércitos mais bem armados do mundo concentre todos os seus apetrechos bélicos contra um povo armados com pedras ou, considerando na melhor das hipóteses,  com  armamentos que não são melhores com aqueles que qualquer grupo criminoso em El Salvador ou Brasil contam.
É tão óbvio o drama dos palestinos, que custa crer  que alguém minimamente informado não tenha uma imagem clara e precisa do que está em jogo nesta ocupação, que acaba de completar 70 anos e é a fonte de todos os problemas do Oriente Médio, que já deixou milhões de mortes e consumido  recursos financeiros  que poderiam ter mudado a equação da miséria, não só na região, mas em todo o mundo.
Recordar o dia da catástrofe ou Nakba, dia da ocupação sionista - 15 de Maio de 1948, quando cerca de 750.000 palestinos, que viviam ali desde o princípio dos tempos, foram expulsos para sempre de suas casas, de suas terras e de seus olivais por um exército invasor patrocinado, nesta época, pelo Reino Unido e, hoje, pelos Estados Unidos.
Desde então, milhões de palestinos e quatro gerações tiveram que se amontoar em campos de refugiados no Líbano, na Síria ou no Egito, onde suas vidas são alimentadas pela esperança de retornar um dia à sua terra natal, a terra de seus ancestrais.
Aqueles que permaneceram nos poucos quilômetros de terras que ainda têm sido capazes de manter, ou, dito de outra forma, que o sionismo por uma questão estratégica, não decidiu por ocupar, vivem amontoados em Gaza ou na Cisjordânia, onde  não têm direito a nada e sofrem constantemente a repressão das forças militares israelenses, abuso policial, que atinge idosos, mata crianças e constantemente humilha os homens, apenas por não  olharem para baixo ao cruzar com uma patrulha, que são sempre muitos, sempre armados como para uma terceira guerra mundial.
Em Gaza, como diria o pensador americano Noam Chomsky   a "maior prisão a céu aberto  do mundo, uma faixa de 50 km de comprimento e 11 de largura, no Mar Mediterrâneo, os dois milhões de habitantes que lá vivem não podem nem  pescar, sem o risco de serem metralhados pela prefeitura judaica, que os assedia pelo mar. Em Gaza , não há  acesso à água potável, seus habitantes contam com poucas horas de eletricidade por dia, de acordo com os caprichos das "autoridades" judias,  são obrigados a conviver com o lixo produzido por dois milhões de pessoas durante semanas e até meses com temperaturas que muitas vezes excede 40 graus, já que é Israel quem decide se recolhe ou não o lixo.
Os palestinos são obrigados a esperar por horas, todos os dias, para atravessar os chekpoints estabelecidos pelo exército sionista, sabendo que por qualquer motivo "qualquer  dia" pode ser impedido de seguir caminho e chegar ao trabalho,  ir no hospital ou , simplesmente, ir comprar  produtos básicos como alimentos , água ou medicamentos. A Cisjordânia (West Bank) já não é mais uma unidade territorial, é um arquipélago fragmentad, nos últimos anos, pelas políticas impulsionadas por Tel Aviv,  que vão destruindo  casas e aldeias   inteiras  pela força, com demolições e tratores , para construir "colônias", normalmente ocupadas por elementos ligados à maioria reacionária da sociedade israelense, que das janelas e varandas de suas novas casas confortáveis e bem equipadas dão início a prática de " tiro ao alvo palestino" com poderosos rifles de alta precisão, que lhes são providos pelo Estado judeu.
Poderíamos detalhar por  páginas e páginas os horrores que, todos os dias e por 70 anos, "o povo escolhido" e sua sociedade militarizada  submete o povo palestino.
Poderíamos escrever longos relatórios das inúteis ações  da comunidade internacional e em particular as Nações Unidas que  com uma certa periodicidade emite resoluções inúteis: 14 no total, a primeira em 1947 e a última em 2017, resoluções que tentam resolver a situação, e que Israel faz o mesmo  que Charles Manson (famoso psicopata, assassino da década de 60 , nos EUA), com seus professores de ética.
O caso  Israel, se  não fosse tão dramático e urgente,  mereceria ser estudado por cientistas sociais (sociólogos, antropólogos, psicólogos e historiadores) para se entender como um povo que historicamente sofreu o que sabemos, particularmente durante a Segunda Guerra Mundial, replique a maldade de uma maneira perversa, nos corpos de outro povo:  o povo palestino.
O melhor papai do mundo!
Israel desde antes de sua criação, resultado entre outras questões da pressão do Banco Rothschild a Londres, usou e abusou do poder do lobby de muitos judeus poderosos e muito próximos das autoridades políticas tanto do Reino Unido, como dos Estados Unidos e  da França, para alcançar o status que hoje desfruta,  sem ter que prestar contas a ninguém de suas ações contra outros países, da repressão contra os palestinos, que vivem no Estado judeu e se opõem às políticas imperiais do regime sionista, da fabricação, da venda e do tráfico de armas, que como já foi visto em muitas ocasiões, acabam nas mãos de grupos terroristas, além de não dá satisfação a nenhum organismo internacional sobre os próprios avanços tecnológicos das armas de destruição em massa e seu poder nuclear, ninguém controla Israel.
Israel tinha talento suficiente para superar décadas de resoluções e repreensões, até de alguns  ocupantes do Casablanca e tal maestria finalmente produziu os resultados esperados:  um Messias, ou pelo menos o melhor pai do mundo, ruddy e jopo chamado Donald Trump.
Desde sua posse em janeiro de 2017, Trump não deixou de beneficiar Israel, buscando encurralar seus inimigos, não apenas quebrando o  pactuado, da época de Barack Obama, assinado pelo Grupo 5 + 1, sobre  acordos nucleares com o Irã, mas também subindo o tom para ameaças e sanções contra qualquer empresa ou país que considere estabelecer acordos comerciais com Teerã, tentando isolar novamente o poder persa. Trump volta a escalar o conflito da Síria, com a finalidade de executar o governo de Bashar al-Assad, historicamente inimigo de Israel, que não por coincidência ocupa parte do  território sírio, o rico território das Colinas de Golan, finalmente, como cereja do bolo, desafiando a todos o  Mundo Árabe, ordenou a mudança da embaixada estadunidense de Tel Aviv para al-Quds (Jerusalém), não só  capital histórica da Palestina, mas o terceiro lugar mais sagrado do Islam, depois de Meca e Medina.
Este desafio já fez mais de mil mortos, todos  palestinos, muitas crianças, inclusive bebês de colo, enquanto a filha predileta do presidente americano, Ivanka Trump, no último em 14 de maio,  inaugurava o novo edifício da embaixada em al-Quds, junto ao sionista confesso Jared Kushner, seu marido e o  genocida Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, enquanto centenas de palestinos eram assassinados a poucos quilômetros dali pelas tropas sionistas, enquanto a aviação judaica voltava , uma vez mais .... bombardear Gaza, dando continuidade à política de solução final para a questão palestina.
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Não há dúvida de que nem todos os judeus do mundo, nem todos os cidadãos israelenses concordam com o genocídio  que realizam contra os palestinos, que muitos deles sentem o mesmo desgosto e vergonha que o resto dos honestos cidadãos do mundo, mas então, é urgente transformarem-se em um  aríete contra este holocausto, antes de serem forçados a erguer os braços e gritar Heil Netanyahu!
  http://www.resumenmediooriente.org/2018/05/18/palestina-heil-netanyahu/

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