quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Israel: Gás, Petróleo e Problemas no Levante



Israel está se preparando para tornar-se um dos principais exportadores de gás assim como de algum petróleo, se tudo sair de acordo com os planos. O gigante campo de gás do “Leviathan”, no Leste do mar Mediterrâneo, descoberto em 2010, é apontado [na corrupta  mídia ocidental] como que “nas costas de Israel.”  Quando da descoberta o campo de gás era: “ … o mais prominente campo jamais encontrado na área da Bacia do Leviathan, a qual cobre cerca de 83.000 km2 da região leste do  Mediterrâneo.” (1)
Esse campo de gás está ligado ao campo Tamar, o qual foi descoberto em 2009 e que se encontra nessa mesma localização. Isso então representa um prospecto de muito dinheiro para Israel, para Houston, para Noble Energy baseada no Texas, e para os parceiros Delek Drilling, Ayner Oil Exploration e para o Ratio Oil Exploration. [drilling=perfuração/prospecção; exploration=exploração]
Também envolvida está Perth, Woodside Petroleum o qual está baseado na Austrália e que já assinou um memorandum de entendimento para 30% do resultado do projeto, isso em negociações que foram descritas como que “Yô-Yô” indo prá-cima-prá-baixo. Atualmente especula-se que a Woodside poderia se retirar do acordo: “ … porque os planos originais de refrigerar o gás para exportação tinha sido conseguido do quando as relações entre Israel e Turquia estavam tensas. Isso mais recentemente já teria mudado, o que abriria então as portas para entubar o gás para a Turquia.”
As avaliações dos potenciais dos campos do Leviathan já subiram dos estimados 16.7 trilhões cúbicos/feet (tcf) de gás, para dezenove trilhões … e ainda se continua a contar…
“Nós descobrimos quase 40 tcf de gás, e temos aproxidamente 19 tcf de gás em condições de exportação para mercados regionais e também para os além-de-regionais. Estamos olhando para capacidades de exportação alcançando 2 bilhões cúbicos-feet por dia, nos próximos dez anos. E ainda continuamos a explorar.”, declarou o vice-presidente da Noble, Keith Elliot (2). Lá também há a avaliação da possibilidade de seiscentos milhões de barrís de petróleo por dia, de acordo com Michael Economides da energytribune.com (“Eastern Mediterranean Energy – the next Great Game.”) [Mediterrâneo do Leste – O próximo Grande Jogo].
Entretanto, mesmo essas estimações podem vir a se monstrar como modestas demais.
[“Assessment of Undiscovered Oil and Gas Resources of the Levant Basin Province, Eastern Mediterranean”, the US Department of the Interior’s US Geological Survey]
“Avaliações dos ainda por Descobrir Gás e Petróleo Recursos na Bacia da Província do Levante, Mediterrâneo Leste”, Pesquisa Geologica do Departamente do Interior  dos Estados Unidos  -  escreveu em 2010: “Nós estimamos uma média de 1.7 bilhões de barrís de petróleo de recuperação capaz (recoverable oil) e uma media de 122 trilhões cúbicos-feet de “recoverable” gas nessa província baseados numa metodologia de avaliação geológica.” [O título desse estudo geológico foi acima apresentado em seu original em inglês]
No entanto, pode ser também que Woodside Petroleum possa estar hesitando quanto a se envolver em futuras disputas, porque está atualmente em prolongadas disputas no Timor Leste com a Austrália, quanto a riqueza (bonanza) energética e de minerais no sub-solo do Mar do Timor Leste, a qual já levou o o Timor Leste a acusar a Austrália de “espionar oficiais leste timorenses durante as negociações do acordo.” (3)
Entretanto, o conflito da Woodside no Timor Leste pode muito bem se mostrar como que nada em comparação com o que pode ser levantado a respeito dos campos do Leviathan e Tamar. Não é por acaso que a região é conhecida como a Bacia do Levante (Levantine Basin). Enquanto Israel as assume como fazendo parte do seu próprio tesouro pessoal, só uma fracção das riquezas desse mar se encontram na região, no território ou na zona de Israel, como mapas (4, 5) claramente o demonstram. Muito ainda não está explorado, mas actualmente a Gaza Palestiniana e o “West Bank”, entre eles, mostram as maiores descobertas, tendo-se então também que qualquer coisa encontrada nas águas territoriais do Líbano e da Síria de certeza que iria levantar reinvidicações por parte de ambos. [Para quem como eu que não parou de se perguntar porque os pobres pescadores em seus pequenos barcos nas costas de Gaza são tão brutalmente assaltados, aqui apresenta-se uma boa hipótese de trabalhho.]
Como que num passo de prevenção, no dia de natal, a Síria anunciou um acordo com a Rússia a respeito da exploração de 2.190 km (850 Square miles) de gás e petróleo na sua costa territorial, a ser:  “ …financiada pela Rússia. No caso de gás ou petróleo, ou ambos, serem descobertos em quantidades comerciais, Moscow iria poder cobrir os gastos da exploração.”  O  ministro de enrgia e petróleo da Síria – Syrian Oil Minister Ali Abbas, disse durante a cerimônia de assinatura, que esse contrato cobria “25 anos, durante várias fases.”
A Síria que está cada vez mais sendo impiedosamente atacada pelas sanções internacionais, já viu sua produção de petróleo diminuida em 90% (noventa porcento) desde que as graves sequências de acontecimentos e erupções, em grande parte incitados pelo ocidente, começaram em março de 2011.  A produção do gás ficou quase que pela metade, indo de 30 (trinta) milhões m3 por dia, a 16.7m3 por dia.
O acordo entre a Síria e a Rússia foi resultado de meses de longas negociações entre os dois países. A Rússia, como um dos dos principais apoiantes do governo da Síria, projeta-se aqui então como um dos principais atores quanto a riqueza energética da Bacia do Levante. (Levant Basin no original) (6)
O Líbano contesta o mapa de Israel quanto as fronteiras marítimas Israel-Líbano, tendo apresentado seu próprio mapa e suas reinvidicações para a ONU, em 2010. Israel reclama o fato, afirmando que o Líbano está concedendo licenças para a exploração de gás e petróleo no que Israel reinvidica como sua  “exclusiva zona econômica.”
Que os Estados Unidos através do seu vice-presidente Joe Biden, se disfarçe apresentando-se no papél de um honesto intermediário, agindo como um negociador de paz na disputa das fronteiras marítimas, seria caso de piada, se não fosse pelo potencial de um novo ataque de Israel ao seu vizinho. Numa visita a Israel em março de 2010 Biden declarou que: “Não há absolutamente nenhum espaço livre entre os Estados Unidos e Israel quanto ao que se refere a segurança de Israel – absolutamente nenhum. Ele disse também então  de quando chegando em Israel: “Que bom estar  em casa, ou como no original – It´s good to be home.” [!]
Tendo-se em conta as décades em que os Estados Unidos se apresentaram como “intermediários no processo de paz” entre Israel e Palestina, isso se apresenta como um caminho de armadilhas, tomadas de partido, e duplicidade, com o chão já muito bem batido e pisado.
Que se esperem muitos problemas a frente.
Ah!… e quanto a Demonologia… Leviathan é um dos sete príncipes do Inferno.
 Felicity Arbuthnot
30 de Dezembro de 2013
 Artigo original em português :
 Tradução Anna Malm: http://artigospoliticos.wordpress.com

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