Jogador está em greve de fome numa prisão de Israel há 86 dias
O Centro Palestino para os Direitos Humanos fez apelo à Fifa para que a entidade intervenha para salvar o jogador da seleção palestina Mahmoud Sarsak, que está em greve de fome em uma prisão israelense há 86 dias.
Conforme divulgou em comunicado, a ONG palestina pediu que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, adote medidas urgentes para preservar a integridade do atleta.
- Imploramos que sejam empregados todos os meios a seu alcance, inclusive se dirigir as autoridades israelenses, a fim de salvar a vida de Sarsak e poder ajudá-lo a retornar aos campos de futebol - diz carta escrita por Raji Sourani, diretor do Centro Palestino para os Direitos Humanos.
O jogador, meia da seleção palestina, tem 25 anos e é natural de Gaza. Ele se tornou uma grande promessa ao ser incorporado ao time local do campo de refugiados de Rafah, no sul da faixa.
No dia 22 de julho de 2009, ele foi detido pelo Exército israelense, quando viajava da Faixa de Gaza para a Cisjordânia, aonde iria se juntar ao elenco de uma equipe local.
O jogador foi detido sob a chamada "lei de combatentes ilegais", que segundo o Centro é utilizada desde 2005 para prender os residentes em Gaza. Desde o dia 19 de março, Sarsak optou pela greve de fome, em protesto pela sua detenção e pelas condições na prisão, entre elas não poder receber visitas de familiares.
O advogado do atleta, Mohammed Jabarein, declarou a agência de notícias palestina "Ma'an", que Sarsak tem tomado apenas leite nos últimos dias, para não morrer.
Ainda nesta terça-feira a Fifa divulgou que fez um pedido à Federação Israelense de Futebol, para que chame a atenção das autoridades do país para assegurar a integridade física de todos os jogadores palestinos detidos, além de cobrar que eles passem por um processo justo.
A Fifa indicou que sua preocupação é devido aos relatórios recebidos sobre a detenção de vários jogadores, que configuraria aparente violação de sua integridade e seus direitos humanos.
http://www.lancenet.com.br/minuto/Jogador-palestino-greve-atencao-Fifa_0_717528449.html#ixzz1xzeDnNFL
Pai pede em carta libertação de
jogador de futebol preso por Israel
Leia abaixo a íntegra da carta, que é também endereçada ao jogador Ronaldo. A carta foi traduzida por Natalia Forcat e Baby Abrão.
O palestino Mahmoud Kamel Muhammad Sarsak divulgou carta aberta em que relata o drama e a injustiça vivida pelo filho, um jogador profissional de futebol preso há 3 anos por soldados israelenses quando viajava para a Cisjordânia onde iria participar de um jogo pela seleção palestina.
Mahmoud Sarsak, agora com 25 anos, foi enquadrado na Lei dos Combatentes Ilegais, que é considerada por entidades de direitos humanos uma peça que dá a Israel a permissão de prender pessoas sem acusação formal e mantê-las presas por tempo indeterminado.
http://carosamigos.terra.com.br/index2/index.php/noticias/2942-pai-pede-em-carta-libertacao-de-jogador-de-futebol-preso-por-israel
Carta aberta
"Mahmoud Sarsak, nosso irmão e filho, tem 25 anos e é jogador profissional de futebol do campo de refugiados de Rafah, na Faixa de Gaza. Hoje ele entrou em seu 68o. dia de greve de fome. Pedimos que você apoie Mahmoud e sua reivindicação de tratamento justo. Sua voz pode ajudar a salvar a vida de Mahmoud, e será uma pequena vitória contra a injustiça.
Mahmoud está preso há três anos, desde que, em 22 de julho de 2009, foi detido por soldados israelenses no posto de controle militar de Erez, em Gaza, quando se dirigia para a Cisjordânia, onde se reuniria à seleção palestina de futebol para um jogo no campo de refugiados de Balata.
Depois disso Mahmoud foi transferido para a prisão de Ashkelon, em Israel, onde permaneceu para interrogatório durante 30 dias, antes de receber ordem de prisão pela Lei dos Combatentes Ilegais israelense, em 23 de agosto de 2009.
A Associação Addameer de Apoio aos Prisioneiros e aos Direitos Humanos declarou que, "na prática, a Lei dos Combatentes Ilegais contém ainda menos proteção aos detentos do que as poucas que são garantidas aos cidadãos da Cisjordânia sob detenção administrativa", e permite que Israel mantenha os palestinos de Gaza presos por período indefinido, sem acusação e sem processo.
Mahmoud deu início a uma greve de fome em 19 de março de 2012 para protestar contra o fato de estar preso sem acusação e sem processo, solicitando ser informado dos motivos pelos quais vem sendo mantido na prisão há 3 anos, para poder fazer sua defesa, que é seu direito mais básico de acordo com o direito internacional. Depois de ter começado a greve de fome, ele foi transferido para a prisão de Naqab, em 8 de abril, e em seguida colocado em confinamento em solitária na prisão de Eshel. Em 18 de abril foi transferido para a clínica do presídio de Ramleh, em consequência da deterioração de seu estado de saúde. Hoje, 25 de maio, ele completa 68 dias em greve de fome, marco extremamente perigoso, que pode levá-lo à morte a qualquer momento.
Mahmoud é um dos 4.400 palestinos mantidos em prisões israelenses, em violação aos artigos 49 e 76 da IV Convenção de Genebra, que proíbe a transferência de cidadãos de povos ocupados (como é o caso dos palestinos) ao território do país ocupante (Israel). Violações desses artigos são consideradas crimes de guerra, segundo o direito internacional.
Para nós, é insuportável ver Israel receber a honra de ser anfitrião do 21o. campeonato de futebol da UEFA em 2013, e preparar-se para participar das Olimpíadas de Londres, enquanto rotineiramente prende, tortura e mata palestinos, incluindo jogadores de futebol, sem ser penalizado. Esse não é um jogo justo. Esportes devem demonstrar solidariedade.
Como familiares de Mahmoud, pedimos às pessoas de consciência que exijam sua libertação imediata, que pressionem governos e organizações internacionais para exigir que Israel cumpra as normas mais básicas do direito internacional. Em particular, pedimos aos companheiros jogadores de futebol e atletas que manifestem apoio a Mahmoud, que não permaneçam em silêncio enquanto a crueldade e a arbitrariedade de Israel destrói as aspirações de um atleta em ascensão e mantém em suas celas milhares de pessoas em condições sub-humanas.
Pedimos aos times de futebol e aos fã-clubes antirracistas que organizem apoios para Mahmoud e para todos os presos políticos palestinos. Sua voz pode contribuir para salvar a vida de Mahmoud, como dissemos, e para garantir mais essa pequena vitória contra a injustiça.
É hora de pôr fim aos crimes que Israel comete impunemente, e de exigir a libertação de todos os palestinos presos ilegalmente por Israel, incluindo aqueles que, junto com nosso amado Mahmoud, fizeram greve de fome em nome de sua dignidade e de sua liberdade.
Mahmoud Kamel Muhammad Sarsak (pai de Mahmoud)"
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