quarta-feira, 24 de março de 2010

Urânio empobrecido: Um crime de guerra dentro de uma guerra criminosa


Os povos iraquiano, palestino, afegão são vítimas fatais da utilização das armas produzidas com o lixo nuclear, armas largamente produzidas e utilizadas pelos exércitos de ocupação dos Estados Unidos da América e sua base militar no Oriente Médio, Israel.

O resultado de sua utilização a médio prazo, você pode verificar com seus olhos:


por William Bowles

Como se destruir um país e a sua cultura não fosse suficientemente mau, o que dizer acerca da destruição do seu futuro, dos seus filhos? Quero bradar isto de cima dos telhados! Somos cúmplices em crimes de tamanha enormidade que acho difícil encontrar as palavras para descrever o que sinto acerca deste crime cometido em meu nome! Em nome do mundo "civilizado"?
"Esqueça-se do petróleo, da ocupação, do terrorismo ou mesmo da Al-Qaeda. O perigo real para os iraquianos destes dias é câncer. O câncer está a propagar-se rapidamente no Iraque. Milhares de bebés estão a nascer com deformidades. Os médicos dizem que estão a lutar para enfrentar o aumento do câncer e dos defeitos natos, especialmente em cidades sujeitas a pesado bombardeamento americano e britânico". — Jalal Ghazi, para New America Media Segundo Dahr Jamail, "Os militares estado-unidenses e britânicos utilizaram mais de 1700 toneladas de urânio empobrecido (depleted uranium, DU) no Iraque durante a invasão de 2003 (Jane's Defence News, 4/2/04) acima da 320 toneladas utilizadas na Guerra do Golfo de 1991 (Inter Press Service, 3/25/03). Literalmente, todas as pessoas com quem falei no Iraque durante os meus nove meses de reportagem ali sabem de alguém que sofre ou morreu de câncer. (...) Ghazi cobriu Faluja, a qual absorveu a carga de duas maciças operações militares dos EUA em 2004, até 25 por cento dos nascituros têm sérias anormalidades físicas. As taxas de câncer em Babil, uma área a Sul de Bagdad, elevaram-se de 500 casos em 2004 para mais de 9000 em 2009. O Dr. Jawad al-Ali, director do Centro de Oncologia em Bassorá, disse à Al Jazeera English (10/12/09) que houve 1885 casos de câncer no ano de 2005, agora de 1250 a 1500 pacientes visitam o seu centro a cada mês. — 'The New 'Forgotten' War' By Dahr Jamail, 15 March, 2010
Mesmo a BBC foi forçada a reconhecer a realidade (Ouçam: 'Child deformities 'increasing' in Falluja' 4 March, 2010). Mas é verdade que pesquisei o sítio web da BBC em busca do vídeo clip que havia visto na semana passada, de modo que fui poupado às cenas horrorosas que testemunhara, registadas no hospital principal de Faluja. Se isto tivesse sido uma herança de Saddam, teríamos visto imagens como aquelas acima repetidas infindavelmente nos mass media, completadas com resoluções da ONU e tudo o mais. Esta peça curta colocada no sítio web da BBC finalizava assim:
"Numa declaração, o Pentágono disse que "Nenhum estudo até à data indicou questões ambientais que resultassem em questões específicas da saúde. Munições não explodidas, incluindo dispositivos explosivos improvisados, são um perigo reconhecido" ".
Fim da história, tanto quanto o que preocupa a BBC. Assim, como é que isto não é uma manchete? Mesmo a Coligação Travem a Guerra (Stop the War Coalition) mal menciona o assunto, mais preocupada aparentemente com os apuros dos guerreiros do imperialismo, dos guerreiros britânicos que dispararam esta coisa imunda não só contra inocentes iraquianos como também contra inocentes da antiga Jugoslávia e do Afeganistão. Mas então somos os cidadãos do Império, o que explica porque Stop the War tem pouco ou nada a dizer sobre o assunto.
"Quando disseram que o urânio empobrecido era a arma preferida do império estado-unidense, eles mentiam. A palavra 'empobrecido' é um truque de relações públicas. Ela faz parece que o material nuclear está esgotado. Não está. É urânio. Vamos chamá-lo urânio. Por outras palavras, DU é o resíduo nuclear de baixo nível. O DU também pode conter traços significativos de "neptúnio, plutónio, amerício, tecnícium-99 e urânio-236". – http://tuberose.com/
As declarações do governo britânico e estado-unidense de que o Depleted Uranium é uma arma "convencional" são contraditadas pelos factos:
O armamento com urânio empobrecido (DU) cumpre a definição de armas de destruição em massa em duas de três categorias sob o U.S. Federal Code Title 50 Chapter 40 Section 2302.
Desde 1991, os EUA libertaram atomicidade equivalente a pelo menos 400 mil bombas de Nagasaki na atmosfera global. Isto é 10 vezes a quantidade libertada durante testes atmosféricos, a qual era o equivalente a 40 mil bombas de Hiroshima. Os EUA contaminaram permanentemente a atmosfera global com poluição radioactiva que tem uma semi-vida de 2,5 mil milhões de anos.
Os EUA conduziram ilegalmente quatro guerras nucleares na Jugoslávia, Afeganistão e duas vezes no Iraque desde 1991, chamando o DU de armamento "convencional" quando de facto é armamento nuclear.
O DU no campo de batalha tem três efeitos sobre sistemas vivos: é um veneno químico como metal pesado, um veneno "radioactivo" e tem um efeito de "partícula" devido à dimensão das partículas que é de 0,1 mícrons ou mais pequeno.
Os planos para o DU como armamento são de um memorando de 1943 do Gen. L. Groves, do Projecto Manhattan, que recomendou o desenvolvimento de materiais radioactivos como armas de gás venenoso – bombas sujas, mísseis sujos e balas sujas.
As armas com DU são penetradoras com energia cinética muito efectiva, ainda mais efectiva do que as bio-armas uma vez que o urânio tem uma forte afinidade química para estruturas de fosfato concentradas no DNA.
O DU é o Cavalo de Tróia da guerra nuclear – ele mantém-se presente e continua a matar. Não há maneira de limpá-lo e nenhuma maneira de anulá-lo porque ele continua a desintegrar-se em outros isótopos radioactivos em mais de 20 passos.
Terry Jemison do U.S. Department of Veterans Affairs declarou em Agosto de 2004 que mais de 518 mil veteranos do Golfo (período de 14 anos) estão agora com incapacidade médica e que 7.039 foram feridos no campo de batalha naqueles mesmo período. Mais de 500 mil veteranos dos EUA estão sem casa.
Em alguns estudos de solados que tiveram bebés normais antes da guerra, 67 por cento dos bebés pós-guerra nasceram com defeitos graves – com falta de cérebro, olhos, órgãos, pernas e braços e doenças do sangue.
No Sul do Iraque, cientistas estão a relatar níveis de radiação gama no ar cinco vezes mais elevados, o que aumenta a carga corporal diária dos habitantes. De facto, o Iraque, a Jugosláveis e o Afeganistão são inabitáveis.
O câncer começa com uma partícula alfa sob as condições certas. Um grama de DU é da dimensão de um ponto nesta sentença e liberta 12 mil partículas alfa por segundo. – http://tuberose.com/ De modo que todas vocês, pessoas alegadamente civilizadas, o que estão a fazer acerca disto?
PS: Oh, esqueci-me das armas com DU fornecidas a Israel pelos EUA, também lançadas sobre o povo de Gaza.
Este artigo foi postado do : http://resistir.info/ .

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