sábado, 11 de outubro de 2025

Quando dois anos são mais que cem


Rafiqa Salam, ativista da Causa Palestina

outubro 2025

A vida na Palestina é uma vida de resistência! Unidos, sempre defenderam seu país das invasões colonialistas com a coragem de “jamais desistir da Palestina Livre!”

A expressão Palestina livre acompanhou a aguerrida luta dos fedayins contra o domínio do Império Britânico e tornou-se, também, o grito de liberdade contra o colonialismo sionista e genocida da entidade israelense. Palestina livre significa livre do invasor, significa ter de volta o seu solo pátrio ou seja, a Palestina para os palestinos!

Palestina livre é a dignidade engendrada na resistência em mais de 100 anos de luta contra a invasão israelense. Os registros históricos revelam que o povo palestino sempre lutou por sua pátria: de 1930 a 1935, Al-Kaf al-Asuad, a "Mão Negra"; de 1936 a 1939, a revolta árabe; em 1948, a Nakba; em 1967, a guerra dos 6 dias; em 1982, Sabra e Chatila; em 1987, a 1ª intifada; em1993, o acordo de Oslo; em 2000, a 2ª intifada; em 2006, o cerco a Gaza; em 2008, 2012, 2014 e 2021, tivemos ataques sobre Gaza e, por fim, de 2023 a 2025, a Tempestade de Al Aqsa. Resgato alguns levantes, em primeiro lugar, para mostrar que o conflito não iniciou em 7 de outubro de 2023 e, em segundo, para provar que estas lutas são os lastros que fortalecem a Resistência Palestina, a qual não se ilude com “planos de paz prontos”, nem com negociações estrangeiras unilaterais, e nem com os traidores colaboracionistas da Autoridade Palestina.  

Um povo que vive sob ocupação, sem direitos e submetido a violências diárias sabe que a sua liberdade será forjada na luta. A  soberania de um país reside em exercer o direito de ir e vir pelo seu solo pátrio sem postos de controle (Checkpoints); em ter eleições livres sem a tutela israelense; em ver a beleza dos olivais antes dos colonos os destruírem com fogo; nas famílias experimentando a abundância da vida ao invés de a ver ceifada pelo inimigo; em ver seus filhos crescerem, brincarem nas escolas, e não em serem presos e violados pelo exército israelense; em poder ver o horizonte ao invés do muro do apartheid que divide aldeias e as famílias; em viver suas culturas e religiões milenares sem serem agredidos, e em andar pelas terras dos seus ancestrais livres de assentamentos. O coração do heroico povo palestino, que resiste há mais de 100 anos, é irrigado pela justiça e bate forte, unido pela independência do seu país, honrando o sangue dos mártires. E os palestinos sabem que não estão sozinhos! Hoje, mais do que nunca, somos todos palestinos! E as nossas armas são: a solidariedade internacional; a Global Sumud Flotilla; a campanha de Boicote, Desinvestimentos e Sanções (BDS); o processo da África do Sul na Corte Internacional de Justiça; a ruptura das relações diplomáticas, econômicas, comerciais e acadêmicas com a entidade invasora, além de sanções, marchas, manifestações, redes sociais, imprensa alternativa, enfim, todas as formas de denúncias contra as atrocidades cometidas pelo Estado de Israel,  são arrimos para a Resistência Palestina e  para o Eixo da Resistência na continuidade do enfrentamento contra o sionismo.

Israel pratica terrorismo de Estado e crimes de guerra com apoio financeiro e militar dos Estados Unidos, da Inglaterra e da União Europeia. O imperialismo consolida a expansão sionista e amplia a escalada de terror ao patrocinar o novo presidente da Síria, pertencente ao grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), a Al-Qaeda e o Estado Islâmico (ISIS), ao atacar o Líbano, o Iêmen, o Irã, a resistência iraquiana e demais países que apoiam o Eixo da Resistência. Desestabilizar toda a região do Oriente Médio é o propósito destes 77 anos de existência de Israel. Utilizam a mídia corporativa para desumanizar os palestinos; entre notícias, se limitam a divulgar estatísticas de uma guerra, normalizando o caos.

 Mas a verdade não consegue mais ser escondida:  Israel pratica genocídio e limpeza étnica do povo palestino. Por isso, defender dois Estados, significa aceitar a permanência do estado nazisionista de Israel, colidindo com a essência da Palestina livre, que almeja a autonomia do seu território histórico.

O tempo urge e a defesa da Palestina livre é o nosso compromisso em respeito aos palestinos, aos fedayins, aos mártires e a todos que lutam por um Estado Palestino único, laico, democrático e soberano sobre seu solo histórico, isto é, sobre o seu território de 27000km2, com Jerusalém inteira como capital, com o direito de retorno dos refugiados e com a libertação de todos os presos políticos! 

Ativistas e solidários à Causa Palestina afirmam que os palestinos são vitoriosos por não desistirem, por responderem ao mundo que não há paz sem justiça e que não há justiça sem descolonização. O respeito à autodeterminação do povo palestino é o alicerce para a Palestina livre do rio Jordão ao mar Mediterrâneo.

A internacionalização da causa palestina e a libertação dos povos oprimidos estabeleceram laços indestrutíveis na construção de um mundo mais justo, multipolar e socialista. Viva a bravíssima Resistência Palestina e o Eixo da Resistência rumo à independência da Palestina, uma luta que transcende o tempo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário