sábado, 29 de setembro de 2012

Palestina no Festival do Rio II



Documentário fantastico do Abdallah Omeish sobre o bombardeio de Gaza de 2008/9 , será  organizado um debate também:

Quarta feira dia 3 de outubro 18:30 na Sala 2 do Centro Cultural da Justiça Federal, Cinelândia

A GUERRA A NOSSA VOLTA   (The War Around Us)

de Abdallah Omeish. Com Ayman Mohyeldin, Sherine Tadros. Estados Unidos, 2012. 75min.

Em 2008, o correspondente de Al Jazeera, Ayman Mohyeldin era o único cidadão americano vivendo na Faixa de Gaza. Com o rompimento da trégua entre Israel e o grupo palestino Hamas, a jornalista Sherine Tadros, que tinha vindo à região para um trabalho de 24 horas, também se viu presa ali por dois meses e meio. O governo israelense impediu o acesso da imprensa estrangeira à Faixa de Gaza, enquanto bombardeava a população civil, e Ayman e Sherine se tornaram os únicos jornalistas do Ocidente a cobrir o conflito. As imagens inéditas traduzem, além das atrocidades da guerra, os laços de amizade e o limite humano em situações extremas.

Seguido por debate: Entre a notícia e o silêncio: furando bloqueios/ Selective News Transmission: overcoming barriers, com a participação do diretor do filme Abdallah Omeish, a antropóloga Gisele Fonseca da UFF, a jornalista Claudia Antunes da Revista Piauí

http://2012.festivaldorio.com.br/downloads/alta/thewararo_f02cor_2012112463.jpg

Limites e Fronteiras - (LEP) - 16 anos

QUA (3/10) 18:30 C.C. Justiça Federal 2 [JF217]
SEX (5/10) 13:30 Est Sesc Rio 3 [ER655]
SEX (5/10) 20:15 Est Sesc Rio 3 [ER658]
QUI (11/10) 16:45 C.C. Justiça Federal 1 [JF134]

Palestina no Festival do Rio




MEU BAIRRO (My Neighbourhood)

de Julia Bacha, Rebekah Wingert-Jabi. Com Sara Benninga, Terry Benninga, Zvi Benninga, Mohammed el Kurd, Rifqa el Kurd

. Estados Unidos / Palestina, 2012. 25min.

Mohammed El Kurd é despejado de sua casa no Leste de Jerusalém, tomada por colonos judeus. No entanto, quando ativistas israelitas chegam para protestar pacificamente contra o apossamento junto com os residentes palestinos, Mohammed se surpreende com a cooperação inesperada em sua região. O pequeno protesto logo vira um protesto de 3 mil árabes e israelitas, lutando lado a lado, em um movimento pacífico de resistência contra abusos cometidos pelo Estado nos territórios ocupados por Israel na Palestina. Tribeca 2012.

Dox - (LEP) - 14 anos
TER (2/10) 14:00 Est Sesc Rio 3
TER (2/10) 19:40 Est Sesc Rio 3
DOM (7/10) 14:30 C.C. Justiça Federal 2
DOM (7/10) 19:30 C.C. Justiça Federal 2

http://2012.festivaldorio.com.br/downloads/alta/myneighbo_f01cor_2012110507.jpg

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O exército sírio livra Al Arqub, em Alepo, dos mercenários



Nesta quarta-feira, dia  26 de setembro, o Exército da Síria anunciou ter livrado o distrito de Yeidat(centro-oeste) de Alepo dos mercenários; onde um grupo de homens armados incendiou algumas casas com a finalidade de cobrir  sua fuga.
 
O Exército também livrou Al Arqub, um bairro no subúrbio industrial , a oeste de  Aleppo, onde os soldados confiscaram um depósito-esconderijo de armas e munições e um hospital de campanha do Exército Livre Sírio (ESL).  O bairro de Al Arqub já é considerado pelos militares como uma "Zona Segura".
 
Na segunda-feira, os confrontos ocorreram nos bairros da Bustan Al Bacha (norte), Bab el Hadid (leste da Cidade Velha), Al Isharat e Sujari. O  último bairro poderia ser, juntamente com Bustan al Qasr, o último reduto dos mercenários no sudoeste de Aleppo, dado que os bairros de  Salahuddin e Saif  al Daula  já estavam livres da corja financiada pelo imperialismo/sionismo há muito mais tempo. O bairro de Fardus, ao lado de Sujari,  também já passou para o controle do Exército nos últimos dias.
 
Além disso, as operações de contra os comboios e as posições do mercenário ESL nos arredores da cidade  prosseguem com firmesa pelos meios terrestres e aéreas. São muitos os veículos com metralhadoras que foram destruídos nos ataques: 20 deles foram destruídos, na segunda-feira, na rota Aleppo / Bab Al, ao norte da cidade; outro em Dar al Ayazeh, onde morreram  10 deles. Entre as cidades de Oram al Kubra e  Oram al Sugra (localidade onde existe um campo de pouso militar) sete veículos do ESLforam destruídos e dezenas de mercenários morreram.
Neste sentido, Alepo está se tornando uma espécie de Stalingrado para os rebeldes, encerrados neste território (cada vez mais reduzido), cujas colunas de socorro  são inevitavelmente detidas ou dizimada.
 
tradução: somostodospalestinos.blogspot.com

Confronto entre os marines dos EUA e os guardas de segurança do Iêmem


 
Guardas de segurança do Iêmen se enfrentaram na capital, Saná, com os marines dos EUA  que fazem  a proteção da Embaixada dos EUA, que se tornou alvo de protestos violentos motivados pelo filme anti-Islã.
Os  enfrentamentos começaram depois que os marines insistiram  em revistar as áreas residenciais localizadas ao redor da embaixada, na capital do país, na terça-feira.
Cerca de 50 fuzileiros navais dos EUA haviam sido  mobilizados para o   Iêmen depois que os manifestantes invadiram a embaixada em Saná como  protesto pelo filme  americano/sionista, desrespeitoso  contra o Islã.
O parlamento iemenita condenou essa movimentação dos marines e os deputados manifestaram sua forte oposição à presença de tropas dos EUA em seu país.
Durante toda a semana passada, muitas manifestações foram realizadas  e centenas de milhares de pessoas concentram diante das embaixadas estadunidenses.
http://www.almanar.com.lb/spanish/adetails.php?eid=21241&cid=23&fromval=1&frid=23&seccatid=73&s1=1

Tradução: somostodospalestinos.blogspot.com
 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O poder da propaganda política sionista e a poderosa arma da acusação de anti-semitismo


Os "escolhidos por Deus impedem palestina grávida e sangrando de ir ao hospital..

LRebelião

Poucos dias atrás, navegando na internet, me deparei com um vídeo que me fez pensar. Trata-se de um vídeo gravado em algum lugar dos territórios palestinos ocupados em que se vê como vários palestinos, duas mulheres, um homem adulto e várias crianças, tentando cruzar um posto de controle israelense para chegar ao hospital mais próximo. Uma das mulheres palestinas está a ponto de dar à luz - "Ela está sangrando! Grita seu companheiro aos soldados do posto de controle israelense! Em resposta, os israelenses fecharam a passagem com veículos blindados, dizendo repetidas vezes pelo alto-falante: "Go, go go!”“. Após alguns minutos,se apresenta uma ambulância palestina disposta a embarcar a mãe e levá-la ao hospital. Os palestinos parecem nutrir esperanças que os soldados não se atreveriam a bloquear o caminho da ambulância, mas se equivocam. A partir desse momento, se enfurece as ordens dos israelenses de limpar o caminho e vários veículos blindados sionistas ameaçam atacar a ambulância, que finalmente não tem nenhuma escolha que partir em direção oposta.

O vídeo, com poucas palavras, é uma das provas mais flagrantes da brutalidade de Israel que eu já vi. É verdade que tive a oportunidade de ver algumas coisas bastante espantosas antes, mas às vezes, não é a visão do sangue, nem dos membros expostos, ou corpos crivados de balas ou queimados pelo fósforo que nos produz maior impacto. Por causa do complicado mecanismo psicológico cuja complexidade e causas ignoro, por vezes, nos impressionado mais ver um soldado israelense imberbe desencadeando uma bofetada em um velho palestino, ou uma criança vasculhar as ruínas de sua casa destruída, ou um camponês chorando no campo das oliveiras junto a um toco que uma vez foi uma oliveira.

Pois bem, o vídeo que menciono é um daqueles que possuem a qualidade de ser mais chocante que muitas das imagens que nos chega da Palestina. A razão desse poder está, penso eu, de dois fatores: a banalidade aterradora e seu racismo infinito. Basicamente, são quatro minutos de gravação em que se expressa a quinta essência da ideologia sionista: o seu desprezo radical por toda a vida humana não judia.

Pois bem, sendo como é este, um testemunho gráfico tão absolutamente aterrorizante, e ainda assim tão esclarecedor, imediatamente me veio à mente a pergunta: como é possível que nenhum grande meio de comunicação o tenha ecoado?

Uma vez que este vídeo aporta chaves fundamentais para compreender o que está acontecendo na Palestina, que essas chaves podem ser facilmente decifradas por qualquer pessoa - culta ou iletrada, jovem ou velho, sueca, peruana ou zairense - em qualquer lugar do mundo e com um mínimo custo dos neurônios e que, portanto, tem um valor informativo e pedagógico imensuráveis; por isso como é possível manter-lo escondido e silenciado? Os meios de comunicação de massa encontram tempo e espaço para levar ao grande público questões tão transcendental como as cores dos vestidos das senhoras presentes no desfile militar em 12 de outubro e não têm lugar para mostrar este vídeo? O que está acontecendo aqui?

Da "única democracia no Oriente Médio" tendemos a crer que já vimos de tudo. No entanto, devido ao divórcio radical que em todas as questões relativas ao conflito israeli-palestino se produz entre a realidade e sua representação, o fato é que o cidadão médio que vive fora das fronteiras do Estado de Israel (1) viu e vê muito pouco do que significa viver cada dia sob as botas e o tacão do regime sionista. Em um ambiente saturado de novas tecnologias de comunicação a maioria da população continua a ignorar as coisas mais básicas do conflito, por exemplo, e para citar apenas uma das principais, o que significa ser palestino numa cruel etnocracia talmúdica cujos governantes levam mais de sessenta anos empenhados em assegurar por meios violentos a purificação racial do território que controlam.

Nossa ignorância dos fatos que acontecem na Palestina não é fortuita. Os meios de comunicação majoritários se encarregam de filtrar e bloquear os atos diários de barbárie israelense, de censurar as imagens que atestam a implacável matriz de controle que a potência colonial sionista há tecido sobre a sociedade palestina para sufocá-la e forçá-la ao exílio. Somente quando a magnitude ou a brutalidade dos fatos é tão grande que não há como esconder (por exemplo, quando Israel lança ofensivas genocidas sob centros de população civil, como em Gaza, ou quando assaltam navios em águas internacionais, assassinando impunemente seus passageiros), os meios de comunicação encontram tempo para incluir em suas reportagens informações sobre o que acontece no território controlado pelo regime sionista. No entanto, mesmo nesses casos, os comentários que acompanham as imagens são muitas vezes tão tendenciosos que o espectador pode muito bem acabar convencido, entre outras coisas, de que foram os violentos passageiros do Mavi Mármara os beatos comandos da marina sionistas que abordaram o navio empunhando buquês de flores (a mortalidade subseqüente seria devido à perfídia inata dos assassinados, provocadores natos dispostos a fazer qualquer coisa para desacreditar o Estado de Israel).

E se porventura sucede, que apesar de todos os esforços da barbárie sionista a autêntica face da ocupação israelense persiste em mostrar-se nas imagens tendenciosas e em filtrar-se entre as linhas dos artigos e editoriais higienizados em favor de Israel, com o conseqüente risco de despertar do sono o leitor / espectador menos avisado, então se acende as luzes vermelhas do departamento agitprop (agitação e propaganda) Sionista, se ativa seu aparato de controle de danos e se põe em marcha seu imenso aparelho firewall (corta fogo).

Recordemos os mais óbvio:

Censura e silenciamento: as notícias e as imagens que contradizem a versão israelense, ou bem se omitem, ou bem se maquiam e distorcem, de maneira que acabe distorcida e apagada a principal linha, essencial da informação do conflito: a existência de um povo que implementa uma ocupação e outro que sofre a ocupação; a existência de um que é o opressor e outro que é o oprimido.

Acusações indiscriminado de anti-semitismo. Esta é a principal Arma de Difamação em Massa (ADM) do arsenal da propaganda sionista. Pode ser jogado sobre a cabeça de qualquer pessoa que critique as ações de Israel, independentemente de sua ideologia, sua trajetória e, sobretudo, independente da solidez dos argumentos que coloca. Graças a esta arma, qualquer pessoa, órgão ou instituição que critique Israel (seja judeu ou goy) é convertido num passe de mágica em anti-semita. Uma arma eficaz para silenciar todos os opositores, mas, felizmente, a sua utilização sistemática exagerado e extemporânea está contribuindo para desprestigiá-la.

Ativação imediata dos terminais mediáticos: operados pelos intelectuais sionistas, jornalistas, think tanks e grupos de pressão locais ao serviço de Israel. No Estado espanhol, os nomes e os rostos destes agentes locais da propaganda sionista são bem conhecidos, desde um alinhado papagaio fátuo catalão até um antigo ativista do ETA transmutado em ázimo converso editorial dos principais meios de comunicação espanhóis e, finalmente, pelas principais organizações filo sionistas vinculadas a extrema direita espanhola (PP).

Campanhas de assédio e de intoxicação através de equipes coordenadas que desenvolvem todos os tipos de atividades de assédio e propaganda sionista na Internet, desde a sabotagem de grupos de discussão e de sites de críticas a Israel até as manipulação de entradas da Wikipédia. A existência desta divisão de informática agitprop (agitação e propaganda) Sionista foi reconhecido publicamente por autoridades israelenses.

O firewall (corta-fogo) mais grosseiramente vinculado ao aparelho político sionista (o Estado) e o mais patético de todos: cartas do embaixador israelense a todos os meios de comunicação que ouse rasgar a cortina e ameace em tornar visível a face da opressão sionista. Esta insólita modalidade de agitprop (agitação e propaganda) tem uma história curiosa. Segundo conta o ativista israelense Uri Avnery (2), esta estratégia deriva diretamente das orientações emitidas pelo Ministro dos do Exterior israelita Lieberman, quem há poucos meses convocou todos os representantes diplomáticos de Israel e lhes ordenou que a partir desse momento não deixarão sem resposta nenhuma informação contrária aos interesses e imagem de Israel. Depois da reprimenda, as embaixadas de Israel em todo o mundo se transformaram em super ocupados gabinetes de imprensa, cujos funcionários dispararam febrilmente cartas e e-mails para os meios de comunicação a fim de sustentar a narrativa sionista. Esta atividade "informativa" não está confinada aos círculos diplomáticos: quando o Sr. ou a Sra. Embaixadora não consegue dar conta da tarefa, pode mantê-la recrutando agentes de segunda fila ou qualquer sionista, por salário ou por hora, capaz de escrever uma carta ou enviar um e-mail de protesto. Uma análise do arquivo celtibérico irá fornecer um vasto mostruário desse tipo de intervenção.

Tomadas uma a uma, estas armas são bastante eficaz para fazer recuar o mais ousado que se atreva, porém empregadas de forma combinada tem efeito devastador. Nos Estados Unidos há anos conseguiram amordaçar o Congresso e subjugar a totalidade do aparato político, a tal ponto que hoje a política americana se reduz a disputa entre democratas e republicanos para ver quem pronuncia a maior declaração de amor a Israel e ao sionismo. Na Europa, a ação conjunta dos meios de comunicação e de inconfessáveis alianças estratégicas entre as elites dirigentes dos diferentes Estados explicam por que Israel haja podido aceder ao status de parceiro privilegiado da União Européia, quando qualquer outro país com as suas credenciais levaria anos padecendo todo tipo de sanções. No Estado espanhol poucos meios de comunicação se atrevem a enfrentar uma máquina de manipulação e assédio tão bem azeitada, financiada e coordenada.

Esta imagem pode parecer desolador, mas há razão para ter esperança. O edifício hasbara Israel é uma fortaleza imponente, porém seus muros têm uma fenda cada vez mais profunda: Internet e mídia alternativa. No ambiente das moderna tecnologia de informação o controle dos fatos que viram notícias e seu relato são cada vez mais difícil. Por isso é fundamental para aprofundar a fenda e tratar de ampliá-la ajudar a fomentar a difusão de relatos alternativos que interrompem o discurso mentiroso e onipresente sionista. Como há muitas pessoas dedicadas a essa tarefa: franco-atiradores da contra-informarão, jornalistas críticos (incluindo os israelenses), web sites, blogs, grupos de notícias, organizações de solidariedade, grupos culturais e muitos outros agentes tecem uma rede de informação alternativa em cujo seio um vídeo em que soldados israelenses impedem uma ambulância levar ao hospital uma mulher palestina em trabalho de parto ocupará sempre um lugar mais proeminente que algumas piadas grosseiras sobre o padrão exibido por alguns figurantes em um desfile militar.

Qualquer pessoa que queira contribuir e combater o poder de hasbara Israel, o aparelho de propaganda e manipulação a serviço da empresa colonial e racista do sionismo, pode começar a fazer a partir deste momento dando publicidade ao vídeo que gerou este comentário. A rachadura do muro é irreversível. Em nossas mãos está a contribuição para aumentá-la até que todo o edifício tombe em meio a uma nuvem de povo e de vergonha.

Estamos ansiosos pela carta de protesto do embaixador israelense ou de um sionista de plantão.

NOTAS:

1.Já que menciono as fronteiras de Israel, vale a pena observar que Israel é, por efeitos práticos nos dias de hoje, de fato, um único Estado que ocupa 100% da Palestina histórica, ou seja, todo o território entre o Mediterrâneo e o rio Jordão, onde se aplica três sistemas jurídicos:
a) plenos direitos para os judeus em toda extensão desse território;
b) direitos reduzidos para a população não-judeus ainda residentes nos territórios de 48;
c) a ausência total de direitos para os habitantes não-judeus dos territórios ocupados em 67.

Conforme argumentado por Gilad Atzmon, o Estado palestino já existe, mas no momento é chamado de Israel.

A FPLP faz uma síntese da luta do Povo Palestino, por Jadalla Safa

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Vem aí o Fórum Social Mundial Palestina Livre


Convocatória para o Fórum Social Mundial Palestina Livre, de 29 de novembro a 1º de dezembro de 2012, Porto Alegre (Brasil)

A Palestina ocupada pulsa em cada coração livre neste mundo e sua causa continua a inspirar solidariedade universal. 

O Fórum Social Mundial Palestina Livre é uma expressão do instinto humano de se unir por justiça e liberdade, e é um eco da oposição do Fórum Social Mundial à hegemonia do neoliberalismo, do colonialismo e do racismo através das lutas por alternativas econômicas, políticas e sociais para promover a justiça, a igualdade e a soberania dos povos. 

O FSM Palestina Livre será um encontro global de ampla base popular e de mobilizações da sociedade civil de todo o mundo. 
Exatamente após 65 anos de o Brasil ter presidido a seção da Assembléia Geral da ONU que definiu a partilha da Palestina, o Brasil vai abrigar um tipo diferente de fórum global: uma oportunidade histórica de os povos de todo o mundo se levantarem onde seus governos falharam. Os povos do mundo se reunirão para discutir novas visões e ações efetivas para contribuir com a justiça e a paz na região. A participação nesse Fórum deve reforçar estruturalmente a solidariedade com a Palestina; promover ações para implementar os direitos legítimos dos palestinos e tornar Israel e seus aliados imputáveis pela lei internacional. Conclamamos todas as organizações, movimentos, redes e sindicatos em todo o mundo a se unirem ao FSM Palestina Livre, de 289 de novembro a 1º de dezembro, em Porto Alegre, Brasil. Juntos podemos levar a solidariedade à Palestina a um novo patamar. 
Comitê Organizador do Fórum Social Mundial Palestina Livre,


O Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do  Rio de Janeiro está trabalhando junto a entidade sindicais de nosso estado no sentido de garantir fundos para financiar uma expressiva delegação de cariocas militantes da causa internacionalista ao evento. Ajude-nos nesta tarefa!


PARTICIPE TAMBÉM
  1. Organize sua entidade para participar também deste magnífico encontro de militantes interessados pela solidariedade entre os povos. 
  2. Ajude a DIVULGAR a realização do Fórum Social Palestina Livre e estimule a participação de mais pessoas.
  3. Informações complementares : http://wsfpalestine.net/pt-br
Viva a Palestina Livre!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

ASSASSINADO EMBAIXADOR DOS EUA NA LÍBIA



Tripoli  -  Nesta quarta-feira o regime líbio anunciou que  o embaixador dos EUA na Líbia foi morto juntamente com três funcionários do Consulado dos EUA em Benghazi durante um ataque a esta missão diplomática.

O Ministério do Interior disse que o Embaixador dos EUA J.Christopher Stevens e outros três funcionários foram assassinados quando uma multidão indignada atacou o consulado americano em Benghazi em protesto por um filme considerado ofensivo ao Profeta Muhammad (PB),  produzido por extremistas coptos residentes nos Estados Unidos e dirigido por um israelense.


"O embaixador foi morto juntamente com três outros funcionários," disse Wanis Al - Sharif, vice-ministro do interior.

De acordo com o jornal britânico The Guardian o embaixador e outros funcionários não morreram no Consulado, mas durante um ataque contra o carro em que viajavam, após deixar a Embaixada durante o ataque  em busca de um lugar seguro.

"Um funcionário disse que o embaixador e os outros três membros da equipe foram mortos quando homens armados dispararam contra o veículo".

EEUU  está “desconsolado”


Pouco tempo depois, a Secretária de estado norteamericano, Hillary Clinton, afirmou que Estados Unidos estava desconsolado após a confirmação da morte de um membro do Departamento de Estado durante  o ataque ao Consulado.

"Estamos de luto por esta terrível perda," disse Clinton em um comunicado, acrescentando que Washington estava trabalhando com os países do mundo para proteger suas missões diplomáticas após os acontecimentos na Líbia e no Cairo

Manifestantes Egípcios rasgam e queimam a bandeira dos EUA






Manifestantes egípcios escalaram os muros da Embaixada dos EUA no Cairo, nesta terça-feira , e retiraram a bandeira dos EUA de frente da embaixada durante um protesto contra um filme produzido nos Estados Unidos que insulta o Profeta Maomé.



Uma vez que a bandeira americana foi retirada, os manifestantes a rasgaram em pedaços pequenos diante das câmeras de televisão. Em seguida, a bandeira foi queimada.

"Este filme deve ser banido imediatamente e deve ser apresentado um pedido de desculpas..." "Isso é uma vergonha", disse o jovem Ismail Mahmud. Houve, também manifestações exigindo que  o presidente egípcio, Mohammed Mursi, o primeiro presidente  civil egípcio e islâmico, para tomar uma atitude com relação ao fato.

Mais de 20 pessoas estavam em pé sobre o muro da Embaixada, o local em torno reunia, neste momento, milhares de pessoas que participavam da manifestação.
O responsável da Embaixada dos EUA não fez nenhum comentário sobre as ações dos manifestantes, mas a delegação diplomática publicou uma Declaração condenando aqueles que ferem os sentimentos religiosos dos muçulmanos ou  aos seguidores de qualquer outra religião.

Manifestantes pintaram um  slogan  nas paredes da Embaixada, que tem uma estrutura de uma fortaleza e encontra-se perto da Praça de Tahrir, onde os egípcios se rebelaram contra Mubarak, expressava o seguinte: "Se sua liberdade de expressão não tem limites, nossa liberdade de ação, tampouco terá".


http://www.almanar.com.lb/spanish/adetails.php?eid=20651&cid=27&fromval=1&frid=27&seccatid=38&s1=1
Tradução: somostodospalestinoblogspot.com

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Obama pretende reescrever a história da Guerra do Vietname



por Monthly Review
A fuga de Saigon.
Em Maio último o presidente Obama assinou uma proclamação que estabelecia a "Comemoração do 50º Aniversário da Guerra do Vietname", destinada a perdurar durante treze anos, desde Dia da Memória de 2012 até o Dia dos Veteranos em 2025, e a ser dirigida pelo Departamento da Defesa dos EUA. Poucos dias depois, no Dia da Memória, Obama pronunciou um discurso no Monumento à Guerra do Vietname sobre a Comemoração da mesma. Ele observou que embora "conselheiros" militares dos EUA tivesse morrido no Vietname já nos "meados da década de 50", os combates abertos das forças dos EUA pode-se dizer que começaram apenas em Janeiro de 1962 – o que faz com que 1962 seja o ano mais adequado para datar o desencadeamento da guerra, e 2012 o quinquagésimo aniversário do seu início. 

Obama declarou abertamente que a Guerra do Vietname representou uma "vergonha nacional, uma desgraça que nunca deveria ter acontecido". Mas a "vergonha nacional" a que se referiu não se deve às mortes de vários milhões de pessoas, nem a atrocidades como o Massacre de My Lai, o desencadeamento de armas químicas (o Agente Laranja, o mais notório) e a utilização pela máquina de guerra dos EUA de mais do dobro da potência explosiva no Vietname do que a utilizada por todas as partes na Segunda Guerra Mundial – numa tentativa de derrotar um povo a combater para libertar-se primeiro do colonialismo francês e a seguir do neocolonialismo dos EUA. Nada destes factos – com a excepção de uma referência indirecta aos efeitos do Agente Laranja sobre veteranos retornados do Vietname – mereceu sequer menção. Ao invés, para Obama, a "vergonha nacional" foi que o retorno das tropas estado-unidenses nem sempre foi "saudada em casa", elas muitas vezes foram "culpadas pelas malfeitorias de uns poucos" e foram "por vezes... denegridas" – apesar do facto de terem feito enormes sacrifícios numa guerra que "não começaram".

A comemoração de treze anos está portanto destinada a aplacar a culpa do país por ter supostamente deixado de honrar plenamente aquelas tropas dos EUA que combateram na guerra, incluindo os 58.282 americanos que morreram. Além disso, a intenção, como indicou Obama, é comemorar cada batalha da guerra e aqueles americanos que nelas combateram "em Hue e Khe Sanh, em Tan Son Nhut e Saigon, da Colina Hamburger até Trovoada Rolante". Referindo-se frequentemente ao que ele chamou um "tempo de divisão entre americanos" internamente durante a Guerra do Vietname, Obama chamou a atenção explicitamente em certa altura para aqueles que "combateram contra" a guerra, isto é, movimento anti-guerra – embora não tenha havido implicação de que isto foi uma posição "honrosa". Hoje o objectivo, declarou ele, é reunir todos os americanos em torno de uma comemoração da guerra todo o bem que finalmente fez para o país – uma vez "curadas" as feridas – ao tornar a "América ainda mais forte do que antes".

Deveria ser óbvio a partir de tudo isto que os planos actuais para uma Comemoração prolongada do 50º Aniversário da Guerra do Vietname destinam-se a muito mais do que meramente honrar veteranos e aqueles americanos que morreram na guerra. É ao invés uma tentativa de reescrever a história e de apagar da memória nacional os factos básicos acerca da mais horrenda guerra imperialista (Norte-Sul) do século XX, bem como a guerra mais impopular da história dos EUA. Durante cerca de uma década e meia, desde meados da década de 1970 até a Guerra do Golfo, a capacidade dos EUA para empenhar-se em grandes intervenções militares directas no terceiro mundo foi prejudicada pelo que os conservadores etiquetaram como Síndrome do Vietname, isto é, a relutância da população estado-unidense a apoiar tais intervenções directas fortes no Sul global. Finalmente, contudo, uma série de eventos históricos – a queda da União Soviética e a correspondente ascensão dos Estados Unidos como a superpotência única, a Guerra do Golfo, os ataques do 11 de Setembro de 2001 e as invasões do Afeganistão e do Iraque – levaram a uma nova era de apoio difuso (entusiasticamente promovido pelos órgãos de poder) à guerra imperial pelos Estados Unidos naquilo que pode ser chamado uma era de "imperialismo nu". A máquina de guerra imperial encara muito claramente a Comemoração do 50º Aniversário da Guerra do Vietname como uma oportunidade para apagar para sempre quaisquer visões públicas negativas que perdurem da Guerra do Vietname, obscurecendo assim as lições reais da guerra. Mesmo a derrota sofrida pelos Estados Unidos frente à forças vietnamitas está agora a ser minimizada ou negada. "Frequentemente também é esquecido que vocês, nossas tropas no Vietname", proclamou Obama patrioticamente, "venceram toda grande batalha que combateram".

Entre o princípio da década de 1950 e o fim oficial da guerra em 1975, a MR publicou cerca de cinquenta artigos sobre o envolvimento directo dos EUA na Indochina, bem como numerosos artigos que tratavam a guerra menos centralmente no contexto da crítica do capitalismo e do imperialismo. Artigos adicionais relativos à Guerra do Vietname foram publicados na revista nos anos posteriores até o presente. Pretendemos, ao longo dos próximos treze anos (entre este momento e o quinquagésimo aniversário do fim da guerra), referirmo-nos quando necessário neste espaço a alguns destes artigos e aos eventos que eles registam; reimprimir artigos chave; corrigir erros decorrentes da actual propaganda oficial da Comemoração da Guerra do Vietname; e publicar algumas novas análises críticas da guerra. Deste modo esperamos tanto recordar aos nossos leitores mais velho e transmitir aos mais jovens as importantes lições sobre militarismo e imperialismo que a Guerra do Vietname realçou. Se a Comemoração oficial do 50º Aniversário da Guerra do Vietname conduzida pelo Departamento da Defesa destina-se a gerar apoio dentro do corpo político dos EUA à guerra imperial renovada, a rememoração da guerra pela MR tem o objectivo precisamente oposto: reforçar oposição, tanto dentro dos Estados Unidos como por todo o mundo, a intervenções militares presentes e futuras por parte dos EUA e de outras potências imperiais.
(...)

O original encontra-se em Monthly Review , Volume 64, Number 4, Setembro/2012

Este editorial encontra-se em http://resistir.info/ .

Romper a opressão do poder ocidental


por Ismail Salami [*]

Já é tempo de os EUA cessarem de desempenhar o papel de guia, pensando e tomando decisões para outros países. Como um primeiro passo, os estados membro do Movimento dos Não Alinhados (MNA) deveriam fazer esforços para libertar o Conselho de Segurança da ONU do seu cativeiro servil aos EUA e seus aliados.
Apesar da deliberada desatenção do ocidente e do desprezo para com a Reunião do Movimento dos Não Alinhados, em Teerão, não se pode negar o facto de que o evento provocou extremo desgosto em Washington e Israel e que o diálogo entre civilizações para alcançar a paz global ainda é uma poderosa factibilidade.

Exactamente na véspera da inauguração da Reunião do MNA, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu manifestou o seu cinismo típico e condenou o comparecimento de representantes de alto nível de mais de 120 países ao evento dizendo que este era "uma mancha sobre a humanidade". A causa da raiva desesperada de Netanyahu é contudo bem perceptível.

A 16ª Reunião do MNA que foi oficialmente encerrada em Teerão na sexta-feira acabou com uma resolução que incluía mais de 700 cláusulas. A resolução final que foi lida pelo presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad manifestou apoio ao programa de energia nuclear do Irão, rejeitou as sanções unilaterais dos EUA contra a República Islâmica e apelou a maiores esforços para defender a causa palestina e cessar a discriminação racial por todo o mundo.

A reunião do MNA tratou um certo número de questões espinhosas que o ocidente deturpa, tal como o programa de energia nuclear do Irão, ou menospreza, tal como a questão palestina e os não autorizados ataques com drones dos EUA que ceifaram as vidas de muitos civis no Paquistão, Afeganistão, Somália e Iémen.

Foi uma oportunidade para os participantes que já têm seus países agarrados pelo pescoço manifestarem as suas queixas. O ministro dos Estrangeiros paquistanês, Hina Rabbani Khar, exprimiu a preocupação do seu país para com os ataques ilegais de drones no Paquistão e instou Washington a por um fim imediato à sua máquina da morte no Paquistão.

"A posição do Paquistão é clara hoje e tem sido clara no passada. Nossa posição é que isto é algo contra-producente. É ilegítimo. É ilegal e portanto deve cessar. Foi isto que o parlamento do Paquistão declarou claramente", disse Rabbani Khar na quarta-feira.

Entretanto, central à reunião foi o vigoroso discurso do Aiatola Seyyen Ali Khamenei , o líder a Revolução Islâmica que reiterou claramente a posição oficial da República Islâmica sobre algumas questões chave, incluindo armas nucleares, e clarificou que o Irão nunca pretendeu produzi-las, nunca avançará num caminho tão horrendo e que a execução, utilização e produção de tais armas é um pecado imperdoável. A sua análise profunda da política paradoxal de Washington merece a devida atenção. Apontando para "uma amarga ironia da nossa era", o Aiatola Khamenei reforçou o facto de que o governo dos EUA "possui a maior e mais mortal acumulação de armas nucleares e outras armas de destruição em massa, e o único país culpado pela sua utilização, está hoje ansioso por conduzir a bandeira de oposição à proliferação nuclear" e que o mesmo regime armou o regime usurpador sionista com armas nucleares e criou uma grande ameaça para esta região sensível".

De facto, Washington e Tel Aviv estão a jogar nas mãos do diabo nos seus esforços para dividir nações e colonizar seus países pela criação de "inimigos globais" e brutalmente mobilizar outros contra eles.

Em relação a isso, a Reunião MNA pode desempenhar um papel vital desviando o papel destrutivo do governo dos EUA e outras potências ameaçadoras ao avançar com suas agendas globalistas para um papel construtivo sob a égide dos membros do MNA. Reagindo aos efeitos de uma cimeira com significado tão substancial, os media ocidentais censuraram a venda e coibiram-se de relatar os factos, o que de um modo ou de outro mostrou a sua agenda oculta. O blackout dos media no ocidente em relação à Reunião de Teerão é o equivalente ao blackout da verdade e da fidedignidade, um sinal mórbido que indica claramente que esforços globais para alcançar a paz e a harmonia são afinal de contas empurrados para o abismo do fracasso. A fim de destruir o poderio da máfia dos media, o responsável da Islamic Republic of Iran Broadcasting (IRIB), Ezzatollah Zarghami, sugeriu que o Movimento dos Não Alinhados estabelecesse um bloco alternativo de media. Tal iniciativa é na verdade louvável e deve ser considerada um meio eficaz para contrabalançar a cegueira enviesada dos media.

Com plena convicção, pode-se tristemente dizer que há mãos sabotadoras em acção para frustrar os esforços na luta pela paz global à luz de uma liderança unida. O que realmente deveria ser prioridade em futura reunião do MNA é formular uma abordagem efectiva para resolver a crise global e lutar para conseguir um consenso internacional para reduzir a influência política de Washington e a sua auto-proclamada liderança ditatorial. Já é tempo de os EUA cessarem de desempenhar o papel de guru e de pensarem e tomarem decisões para outros países. Como primeiro passo, os estados membro do MNA deveria fazer esforços para libertar o Conselho de Segurança da ONU do seu cativeiro servil aos EUA e seus aliados.

Uma nova ordem mundial está a tomar forma. Nesta nova ordem mundial, o imperialismo começa a esvair-se e a ideia de crescentes expedições militares sob a bandeira de combater ao terrorismo ou ditar a democracia ocidental em breve evaporar-se-á. Esta ideia pode estar a grande distância da realidade mas não é uma impossibilidade. Ela pode ser transformada em realidade graças ao poder emanado dos esforços colectivos de todas as nações. É exactamente isto que o ocidente conduzido pelos EUA mais teme e o que o mundo mais precisa: uma vontade unida de nações a impor-se claramente face à injustiça e de acordo com o direito. 
01/Setembro/2012

Ver também:
  • Why The Western Media Are Angry At Tehran NAM Summit
  • NAM summit set back U.S.-Israeli campaign to isolate Iran

    [*] Autor de vários livros e centenas de artigos, PhD em Estudos Shakespereanos, iranologista e lexicógrafo. Suas obras foram traduzidas em numerosas línguas. Antigo editor-chefe do Tehran Times,autor de Human Rights in Islam Iran, Cradle of Civilization. 

    O original encontra-se em www.presstv.ir/detail/2012/09/01/259325/nam-towards-breaking-western-monopoly/ 


    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

  • O relato de Robert Fisk sobre Darayya

    Equipe Al Manar Site
    O jornalista britânico Robert Fisk, que está na Síria para cobrir a crise, afirma ter visitado Darayya, onde um massacre ceifou a vida de mais de 300 civis e cuja responsabilidade foi rejeitada pelas autoridades sírias e pelos mercenários.
    O primeiro jornalista ocidental a visitar a área após a tragédia conta uma história que não tem nada a ver com o que afirmam as agências e meios de comunicação ocidentais. A história de um morador da cidade, perto de Damasco, que ele conheceu enquanto caminhava sozinho na área, lhe contou que as pessoas tinham sido seqüestrados por militantes do Exército sírio livre (ESL) antes do Exército regular entrar no local. E todas as vítimas eram parentes de soldados  que servem no Exército regular e soldados de folga.

    As negociações foram conduzidas com o proposito de realizar intercâmbios dessas pessoas  sequestradas com milicianos capturados pelas autoridade. No entanto, depois de "usar todas as opções possíveis para chegar a um acordo", autoridades sírias disseram que decidiram por  tomar militarmente esta zona.
    Uma mulher disse a Fisk que havia visto com os seus próprios olhos pelo menos 10 cadáveres atirados na beira de uma rua muito antes de as forças do governo entraram na cidade. Entre as vítimas havia "um empregado dos correios que foi assassinado porque ele trabalhava no setor público", disse outro morador a Fisk.


    Uma jornalista da CNN demitida por sua cobertura sobre os massacres no Bahrein


    O jornal britânico The Guardian revelou que uma correspondente da rede estadunidense CNN, Amber Lyon, foi demitida de seu emprego depois de realizar um documentário de uma hora e meia sobre a situação no Bahrein. Ela se recusou a aceitar as pressões da rede e do governo do Bahrein para mudar algumas passagens e incluir outras,  conseqüentemente, Lyon foi demitida.

    Em sua conta no Twitter, a jornalista denunciou as pressões da rede para alterar o conteúdo do documentário. Ela disse, entre outras coisas, que a maioria dos ativistas entrevistados foram detidos pelas autoridades, incluindo Nabil Rajab e um médico.

    Na verdade, Lyons e sua equipe de dois jornalistas e o câmera foram presos em março de 2011. "Nos confiscaram a câmera pela força e fomos interrogados", disse.


    "Um dia depois de nossa detenção, a imprensa do Bahrein publicou um artigo me acusando de mentir em meu documentário. Foi então que percebi como o governo do Bahrein está disposto a mentir. Compreendi a necessidade de denunciar o regime e sua repressão contra o povo e os ativistas presos ", disse.

    Acrescentou ainda que em seu retorno para os EUA se surpreendeu com a recusa da CNN em transmitir o documentário, cuja realização custou US $ 100.000 , que  inclui testemunhos de familiares de ativistas torturados e imagens clara sobre os disparos das forças de segurança contra os revolucionários .

    De acordo com o artigo do Guardian, a jornalista disse à CNN sobre as circunstâncias de sua prisão pelo governo de Bahrein e denunciou seus crimes. Ela soube, entre outras coisas, que o regime do país do Golfo havia se queixado à direção da  CNN sobre sua cobertura  midiática.


    A CNN também lhe pediu para adicionar informações falsas em seu documentário como a que o  ministro das Relações Exteriores do Bahrein havia pedido: não houve disparos contra manifestantes e que o ativista Nabil Rajab havia fabricado fotos falsas de supostos ferimentos  causados aos manifestantes.



    Em sua conta no Twitter, Amber Lyon conclui: "As ameaças de rede não me assustam. Eles estão tentando me calar. Eu escolhi a profissão de jornalismo para dizer a verdade e não para ocultá-la. "

    Tradução do somostodospalestinos.blogspot.com


    ATENÇÃO: UMA BOA NOTÍCIA......... A SÍRIA RESISTE !




    Na Síria, a vitória dos mercenários do imperialismo ocidental e dos países árabes reacionários até há pouco tempo  atrás parecia ao alcance das mãos. Mas os acontecimentos tomaram rumos completamente  diferente.
    A guerra contra o governo e o povo da Síria tem sido organizada e liderada pela França, Grã-Bretanha, Turquia e, claro, os EUA e Israel. Esses países planejavam que o  destino de Assad seria  resolvido prontamente. Mas a guerra continua e as tropas mercenárias estão  regularmente perdendo terreno, por vezes, à custa de grandes perdas. O cenário líbio não se repetirá.


    Agora, vamos considerar as razões da resistência da Síria e as consequências de uma possível derrota dos mercenários. De um ponto de vista estritamente militar, as potências imperialistas e seus aliados regionais não conseguiram intervir diretamente na Síria. Damasco manteve uma  alta capacidade operacional, o que pressupõe uma eficiência tecnológica e um elevado nível de equipamento.


    Olhando mais de perto, vemos que o ELS realiza mais concentração de ataques em alguns pontos, como em Aleppo, que chegou ser apresenta até recentemente como a nova Benghazi  que uma batalha ao longo da linha de frente. E os seus resultados são verdadeiros fracassos: não  há  territórios "libertados", nem operações com o fim de alcançar uma vitória estratégica. Contudo, a de se dar crédito ao ELS que com sua atuação dentro do país conseguiu  fortalecer ainda mais os laços de  unidade entre o povo sírio e o regime baathista.


    Está cada vez mais claro que a Síria se converteu em algo mais que um campo de confrontação militar. A resistência do governo legítimo frente a empresa de desestabilização a nível internacional tomou uma dimensão que vai além do âmbito regional . Foi o Líder da Revolução iraniana, Ali Khamenei, quem disse que a batalha que hoje se inscreve na Síria é parte da luta entre as forças da Resistência e Libertação contra o imperialismo hegemônico. Assim, se pode dizer.


    http://www.resistance-politique.fr/article-une-bonne-nouvelle-la-syrie-resiste-109712751.html

    segunda-feira, 3 de setembro de 2012

    Israel inocenta Exército por atropelamento de ativista com escavadeira




    Um tribunal da cidade de Haifa, em Israel, rejeitou o recurso da família da ativista americana Rachel Corrie pedindo a responsabilização do Exército israelense pela sua morte. Corrie tentava proteger uma casa palestina da demolição quando foi propositalmente atropelada por uma escavadeira militar em 2003, na faixa de Gaza.
    De acordo com a hipócrita corte israelense, o atropelamento de Corrie foi "acidental" e o motorista que dirigia a escavadeira não podia ver a ativista, que se encontrava sobre um monte de areia, tentando impedir que o veículo destruísse uma casa palestina.



    A família de Corrie pretende apelar da decisão do tribunal perante a Suprema Corte de Justiça de Israel. De acordo com o seu advogado, Hussein Abu Hussein, a corte "deu legitimidade para agressões a pessoas inocentes e para violações de direitos humanos básicos" . Segundo o tribunal israelense, "o campo de visão de uma escavadeira é limitado e o motorista não viu (a ativista)".
    A corte também afirmou que o local onde Corrie se encontrava era uma "região de tiroteios e os soldados estavam expostos ao lançamento de granadas": "A falecida podia ter se afastado do perigo facilmente, mas escolheu se arriscar".
    Protesto
    Corrie, 23 anos, pertencia ao Movimento de Solidariedade Internacional, que protesta contra a ocupação israelense dos territórios reivindicados pelos palestinos. Em 16 de março de 2003, ela estava na cidade de Rafah, no sul da faixa de Gaza, quando escavadeiras do Exército israelense começaram a demolir casas pertencentes a civis palestinos.




    Para a familia de Corrie, a investigação sobre a sua morte, conduzida pelo próprio Exército israelense, "não foi confiável, nem transparente, nem completa". "O Estado de Israel tem a obrigação, pela lei internacional, de usar todos os meios possíveis para proteger civis dos riscos causados por operações militares. As tropas israelenses violaram esse princípio de forma brutal ao matar Rachel Corrie e devem ser responsabilizadas", disse Hussein.
    "Estamos tristes e preocupados com a decisão do juiz Oded Gershon", afirmou a mãe de Corrie, Cindy. "Sabíamos de antemão que seria um processo difícil, mas queríamos apresentar os fatos e confrontar o sistema com perguntas duras. Não aceitamos a afirmação de que o motorista da escavadeira não viu Rachel. Ele sabia que ela estava lá."

    Embaixador

    A família de Corrie espera que o governo americano continue exigindo do governo israelense mais esclarecimentos sobre a morte da ativista. Em um encontro recente com parentes da americana, o embaixador dos EUA em Israel, Daniel Shapiro, declarou que a investigação sobre o caso realizada por autoridades israelenses "não foi satisfatória nem completa".
    Corrie não é a única ativista estrangeira morta por tropas israelenses. O britânico Thomas Hurndall foi alvejado na faixa de Gaza em 2003 e morreu depois de passar nove meses em estado de coma. Outros ativistas foram feridos em circunstâncias semelhantes.

    FARC-EP: Há rumores... Será a Paz à vista?



    imagemCrédito: Eltiempo     Manifestação da Marcha Patriótica
    José Antonio Gutiérrez D.
    Rebelión
    As negociações de paz voltaram, com a bênção de uma boa parte do establishment, para a agenda política colombiana. A intriga de Uribe, que denunciou a aproximação do governo com as FARC-EP em Cuba, procurando assim canalizar apoio ao seu projeto de extrema-direita[1], foi suficiente para gerar uma onda de opinião favorável a essas aproximações. O tiro saiu pela culatra. Santos, diante do assunto, portou-se com grande sigilo, mas na segunda-feira a TeleSur já deu a notícia quente: as FARC-EP assinaram o início de um acordo de paz com o governo colombiano[2]. As expectativas são altas quando há apenas alguns dias Gabino, o comandante máximo do ELN, disse estar disposto a participar de uma iniciativa de diálogo da qual já fazem parte as FARC-EP [3]. É uma declaração de grande importância, uma vez que as lições do passado dizem que não seria possível hoje a negociação em paralelo com as distintas expressões do movimento guerrilheiro colombiano. Enquanto escrevo estas notas, aguardamos o anúncio oficial de Juan Manuel Santos a respeito.
    Esta aproximação não é gratuita e nem surge de uma boa vontade do mandatário: é óbvio que a tese do "fim do fim" carece de sustentação e que o Plano Colômbia chegou ao limite. A insurgência tem respondido ao desafio colocado pelo avanço do militarismo e um novo ciclo de lutas sociais ameaça a deterioração da situação política no médio prazo, em um nível que será difícil de controlar para a oligarquia. A cena política parece, por vezes, perigosamente volátil. Além disso, não surpreende a vontade da insurgência para se aproximar da mesa de negociação: primeiro, porque é uma insurgência que vem tentando, há 30 anos, em todos os tons possíveis, a solução política para o conflito social e armado, e por outra parte porque a insurgência tem melhorado muito nos últimos anos a sua força, não só militarmente mas, acima de tudo, no campo político.
    Cuidado com as ilusões
    Ainda que a assinatura deste acordo seja um desenvolvimento positivo, não podemos ser excessivamente otimistas, nem muito menos triunfalistas, pensando que a “paz”, por si só, representará um triunfo para os setores populares e suas demandas históricas, bloqueadas a sangue e fogo por mais de meio século, a partir do Estado. Há de se ter plena consciência de que o caminho até um eventual processo de negociações está repleto de contratempos, assim como de que existem diferenças substanciais, de fundo, a respeito da questão do que se pode esperar destas negociações ou o que se entende por esta palavra na boca de todos: “paz”. Há de se ter plena consciência de que a oligarquia com a qual se negocia é a mais sanguinária do continente e que não entra para negociar por uma súbita mudança de convicção
    Enquanto o conjunto das organizações sociais pleiteia que a paz é muito mais do que o cessar fogo, mas consistiria na resolução coletiva de problemas estruturais que originam a violência, para o Estado segue sendo um tema de desmobilização, reinserção e a discussão de formalidades jurídicas relacionadas [4]. Santos quer “uma ‘paz express’, sumária, mecânica. A quer clandestina, sem a presença da multidão, sem sociedade civil, sem organizações populares. A quer sem reformas, sem mudanças de nenhuma espécie na sociedade nacional. Para ele é suficiente que seja com o marco legal que se aprovou recentemente e talvez ainda com as regulamentações que com dificuldade poderão tramitar em um Senado hostil diante do iminente processo eleitoral” [5].
    Santos sustentou uma posição ambígua ante o tema da paz: por um lado, diz ter as chaves da paz, que um dia foi perdida e no outro dia apareceram numa caixa forte; por outro lado, aprofunda a guerra suja, mediante o fortalecimento da militarização das comunidades rurais (os chamados planos de Consolidação Territorial); mediante o fortalecimento dos golpes às instâncias médias da insurgência e uma estratégia de judicialização das “redes de apoio” do movimento guerrilheiro, que submete o poder judicial às necessidades do projeto contra-insurgente (essência do Plano Espada de Honra); e por último, mediante o fortalecimento da impunidade para as ações das forças armadas dentro de uma estratégia sistemática de terrorismo de Estado (a ressurreição do chamado foro militar, acordo ao qual chegaram Santos e Uribe recentemente).
    A partir da perspectiva santista, a paz ou a guerra não são senão estratégias para impor um insustentável projeto econômico-social neoliberal, baseado no Plano de (Sub) Desenvolvimento Nacional do santismo, cujos pilares são a agroindústria e a mineração. Se se conseguirá converter esta oportunidade para abrir negociações em um espaço a partir do qual se possa impulsionar as transformações sociais que demanda o povo colombiano, dependerá da capacidade de organização e mobilização do próprio povo, e tal coisa acontecerá apesar do Estado, não graças a ele.
    Paz? Que paz?
    Há uma coisa que o bloco dominante não perde de vista. É que a negociação com a insurgência hoje não é o mesmo que ocorria nas negociações de 1990-1994. Aqui não existem organizações cujo espectro ideológico seja um liberalismo radicalizado; não estamos ante grupos reformistas em armas, cuja direção está assumida pelos "bacanas", nem as demandas políticas dessas organizações insurgentes serão satisfeitas com promessas de reformas constitucionais cosméticas, nem com garantias generosas para desmobilizar-se, nem elas aceitarão uma "agenda restrita". Estamos diante de movimentos revolucionários que representam os mais pobres dos mais pobres. Estamos diante de movimentos guerrilheiros que representam as aspirações históricas deste campesinato que sempre ficou por baixo em todas as iniciativas de "paz". Estamos diante de insurgentes cujos pés se confundem com a terra que pisam. Estamos diante de quem não tinha nada e merece tudo.
    Tampouco estamos diante de grupos derrotados militarmente, como os que se mobilizaram em 1990-1994, mas estamos diante de organizações fortemente enraizadas em amplas regiões do país, com capacidade operacional em quase todo o território nacional, com uma renovada capacidade para bater as forças armadas de Estado; em amplas regiões do país a insurgência é uma realidade política inescapável, um autêntico duplo poder que é legitimado em outras comunidades pisoteadas pela consolidação territorial do Exército e o flagelo paramilitar. Ainda que se queira convencer do contrário alguns comentaristas [6], se a insurgência negocia hoje é porque pode negociar, porque tem força e capacidade para fazê-lo. E bem sabem na Casa de Nariño que a desmobilização e a rendição desejadas pelo uribismo não são uma opção política.
    Isto reconhece um artigo de 25 de agosto do El Espectador:
    "É evidente que as FARC não são um parceiro fácil. Querem reforma agrária, que seja com base na Lei de Terras e na Lei de Vítimas; pretendem que se discuta a forma de contratação com multinacionais de petróleo e mineração; requerem espaços políticos para avançar para um contexto mais democrático e acreditam que a paz hoje também envolve a gestão adequada do meio ambiente. O resto são detalhes formais,  como o inamovível de que, se houver uma negociação, deve ser feita em território nacional". [7]
    Resulta apenas óbvio que o discurso das FARC-EP como uma organização “terrorista”, “bandoleira”, “convertida em cartel do narcotráfico”, “lumpenizada”, é insustentável, pura propaganda, ainda mesmo quando se possa questionar certos métodos que utiliza. Ninguém em sã consciência pode negar que todos os aspectos que a insurgência reclama (terras, recursos naturais, democracia, meio ambiente, educação, saúde, seguridade social, etc.) sejam temas de crucial importância, onde as políticas do governo fazem água e que requerem a mais ampla participação do conjunto da sociedade. Que a insurgência tome estes temas e os converta em elementos indissociáveis do avanço de qualquer tentativa de superar o conflito social e armado de raiz, é um autêntico pesadelo para os setores mais recalcitrantes da oligarquia. Não é a suposta bandoleirização da insurgência, tão alardeada pelos meios de comunicação oficiais, que aterroriza a oligarquia, mas seu caráter político e revolucionário, e sua capacidade de articular as demandas de diferentes setores sociais.
    É por isso que o bloco dominante sabe que a grande luta que vem a seguir é no plano político, mais ainda do que no militar. Porta-vozes do empresariado têm se pronunciado a favor de uma agenda de negociação restrita moldada nas negociações com o M-19, ou seja, uma negociação sem mudanças estruturais [8]. Eles esperam sair das negociações com o menor número de concessões e reformas possível, e sabem que isso os coloca em contradição não só com a insurgência, mas com um setor importante do povo organizado. Para isso, temos de estar alertas para o recrudescimento da guerra suja e dos ataques contra as organizações populares que lutam pela mudança social e que tradicionalmente têm acompanhado os processos de diálogo na Colômbia.
    Esgota-se, momentaneamente, a estratégia militarista
    Contudo, ainda que esta oligarquia tenha muito receio de abrir as portas a negociações que, com toda certeza, terminarão em um debate nacional sobre projetos antagônicos de país, sabe também que a persistência no rumo belicista é colocar a corda no pescoço; a insurgência se fortalece e existe hoje uma escalada do conflito social e da mobilização popular em todo o país que, se persistir, poderia ameaçar seriamente a hegemonia do bloco dominante. O país se encontra à beira de um novo ciclo de violência precipitado pelo deslocamento forçado, a desapropriação violenta de camponeses e comunidades, a penetração da mineração e da agroindústria em todo o país. A violência com a qual se vem impondo o modelo santificado no Plano de (Sub) Desenvolvimento Nacional de Santos gera, necessariamente, resistência. E a resistência, em um país como a Colômbia, dá-se de múltiplas formas, sendo caldo de cultivo para uma situação potencialmente explosiva.
    Negociar com a insurgência pode servir a oligarquia, em suas mais otimistas projeções, para alcançar a paz neoliberal que permita o avanço do projeto neoliberal agro-extrativista, reduzindo os níveis de resistência, ao menos, dos projetos insurgentes. Em uma pesquisa feita com empresários colombianos pela Fundação Ideias Para a Paz, "A grande maioria deixou claro que descarta uma agenda de negociações que inclui reformas estruturais e com múltiplos atores, como ocorreu no Caguán. Eles preferem uma restrição ao desarmamento, a desmobilização e reintegração onde o Estado pode ser ‘generoso’. "[9]. Ou seja, a paz para facilitar a exploração das massas e do meio ambiente colombiano.
    Nas projeções menos otimistas da oligarquia, as negociações serviriam ao menos para ganhar tempo e preparar-se para enfrentar, de maneira mais letal e eficiente, o seguinte ciclo de violência que paira no horizonte. Tal era a verdadeira intenção do governo Pastrana ao enfrentar o processo de negociações de San Vicente del Caguán. O próprio Pastrana, que falava de paz enquanto negociava o Plano Colômbia e dava altas somas à ferramenta paramilitar do Estado, cinicamente admitiu o seguinte em um artigo de dez anos após o colapso das conversações de Caguán:
    “O Plano Colômbia (...) nos permitiu sentarmos na mesa de diálogo em desvantagem inicial, praticamente desarmados, com a certeza de que se haveria de concluir, seja com êxito ou fracasso, com um Estado armado até os dentes e pronto, como nunca antes, tanto para a guerra como para a paz”. [10]
    Em ambos os casos, seja que a oligarquia busque pacificar o país sem mudanças substanciais, ou seja que procurem ganhar tempo para continuar com o negócio da guerra, qualquer paz que possa ser alcançada será efêmera, é apenas a calma que precede a tempestade violenta que recairá sobre as costas dos excluídos, dos despossuídos, dos violentados​, dos oprimidos. E são eles que devem ser mobilizados para impor a necessária vontade de mudanças estruturais e de fundo: o vento sopra a seu favor no momento, pois a mobilização popular está crescendo e há uma tendência saudável para a unidade dos que lutam. Estes dois fatores favorecem a possibilidade de que o bloco popular converta-se num fator de peso nas negociações, especialmente quando o bloco dominante tem contradições internas que, sem ser antagônicas, são bastante agudas e vão gerar uma crise de hegemonia.
    Os "inimigos (não tão) submetidos" Santoyo e as contradições interburguesas
    A hegemonia do bloco dominante, consolidada durante quase uma década de Plano Colômbia e da mal denominada "Segurança Democrática" (de que Santos era um continuador), é afetada não só pela crescente mobilização e descontentamento popular, mas também pela erosão da unidade do bloco dominante. Cada vez mais se tornam mais freqüentes os confrontos entre o uribismo entrincheirado entre os elementos inflamados das forças armadas, dos agricultores, da narcoburguesía e do caudilhismo, todos os quais vêem na guerra o seu grande negócio, e o santismo, que representa os interesses supremos do capital transnacional, buscando a "paz" para abrir caminho para seus negócios e investimentos na área agro-extrativista. Embora estes setores também tenham recorrido ao paramilitarismo para assegurar a "confiança dos investidores" e a desapropriação violenta para enriquecer, privilegiariam uma forma menos dispendiosa para garantir seus lucros, colocando-os em uma situação um tanto diferente com relação aos setores da burguesia que dependem, estruturalmente, da desapropriação violenta para acumulação de capital.
    O colunista Alfredo Molano, há uns 2 meses, analisava esta contradição no bloco dominante e o impacto que teria sobre um eventual processo de negociação:
    "Ao presidente fica mais fácil negociar com os guerrilheiros do que com os militares, empresários e caudilhos para terminar derrotado em outro Caguán. Foi essa carência o verdadeiro obstáculo para as negociações entre Pastrana e Marulanda. O erro do ex-presidente não foi a liberação de 30.000 km, mas foi não ter negociado com o establishment e com os militares o preço que essas duas poderosas forças estavam dispostas a pagar ". [11]
    Enquanto se aprofunda a crise de hegemonia do bloco de poder, e enquanto avançam as lutas populares, assim como a insurgência, seria insensato para Santos não reagir diante da agitação que o uribismo leva adiante nos quartéis e seu trabalho de polarização no interior das estruturas de poder. Nem Santos, nem os capitalistas que representa, nem o imperialismo que o respalda, aceitarão que Uribe se converta em um fator de desestabilização. Eles todos suportaram Uribe quando ele serviu e ajudou a reconstruir a cambaleante hegemonia de uma oligarquia decadente. Mas nem o imperialismo e nem a oligarquia têm amigos, mas interesses apenas. No momento em que deixa de cumprir esse papel, Uribe se torna um "descartável".
    Neste sentido deve-se compreender o encurralamento geral a que a justiça  submete o círculo interno de Uribe, com a condenação de Rito Alejo, os sinais crescentes de paramilitares como Mancuso entre seus vínculos com a AUC, os problemas dos familiares narcos do ex-presidente e a deportação do Geral Santoyo.
    Não é que nós estejamos percebendo agora a extensão da podridão no ambiente em torno de Uribe, algo de que se sabe há algum tempo, mas agora o contexto é diferente. No caso Santoyo em particular, parece haver um elemento importante contra Uribe: se alguém pode comprometê-lo com o tráfico de drogas e os paramilitares, é ele. Já começou a falar de alguns generais, incluindo o braço direito de Uribe, Mario Montoya, e ameaçou "abrir o bico” sobre os políticos [12]. Será Santoyo uma cartada do santismo para tentar colocar Uribe sob controle? Haverá de se esperar a reação de Uribe ao anúncio de paz, o que provavelmente fará através do Twitter. Porém, se continuar jogando pela desestabilização, sua queda será, provavelmente, uma questão de tempo.
    Envolver o povo na negociação
    Ainda quando devemos ver as negociações sem ingenuidade e com bastante realismo, é indubitável que o atual momento abre um potencial enorme para superar as condições estruturais que levaram ao conflito social e armado na Colômbia, e que vem alimentando este modelo de capitalismo mafioso que acumula em função de desapropriações violentas. Tanto Santos como os empresários rechaçam ou relutam em aceitar a participação de "múltiplos atores" no processo de paz. Isto é, procuram excluir o povo da resolução de um conflito que o afeta diretamente, deixando intactas as condições para o início da nova onda de violência, como as que cronicamente afligem as sociedades do pós-conflito da América Central. Embora o movimento de guerrilha na Colômbia seja parte de um processo acumulativo importante de lutas populares na Colômbia, e mesmo que tenha um nível de legitimidade muito importante em muitas regiões do país, é claro que nem a insurgência, nem qualquer expressão do movimento popular colombiano pode assumir a representação exclusiva do movimento popular.
    A insurgência tem se manifestado muitas vezes de acordo com esta posição, o que eles vêem como consistente em relação com seus postulados históricos. Em resposta ao professor Medófilo Medina, o comandante máximo das FARC-EP, Timoleón Jimenez, explica o significado da luta política, "para o poder do povo", desta guerrilha comunista: "Nem o Programa  Agrário, nem em qualquer documento posterior das FARC até a data de hoje, jamais se colocou que nossa meta como organização política e militar seja tomar o poder depois de vencer em uma guerra de posições o Exército colombiano, tal como se repete de vez em quando para todos aqueles que insistem em nos fazer reconhecer a impossibilidade desse objectivo. Desde o nosso nascimento, as FARC temos concebido o acesso ao poder como uma questão das multidões em agitação e movimento. "[13]
    Nesta linha, o citado artigo do El Espectador coloca claramente, como um problema da negociação, que:
    "Já se sabe anteriormente que outro dos aspectos difíceis é a agenda das FARC. A este respeito, é claro que, em princípio, a pretensão da guerrilha é envolver a sociedade civil na questão. Ou seja, para que os movimentos sociais, a academia e as minorias políticas tenham a mesma voz que possam ter os grupos econômicos. Assim, o movimento chamado de Marcha Patriótica pode tornar-se protagonista. Trata-se da criação de espaços políticos onde a discussão não se limita apenas ao impasse entre o governo e os guerrilheiros. (...) A respeito de Cauca as FARC têm um pensamento claro: se começa  um processo de paz com o governo, os indígenas desse departamento devem ter uma  voz especial na mesa de negociação "[14].
    É necessário que as pessoas afirmem e exijam o seu direito de tomar parte neste processo e transformá-lo em um diálogo nacional em que se discutam os projetos de país que estão confrontadas em um conflito que não é só armado, mas principalmente social. Sobre a solução política, a mesma resposta do comandante Timoleón Jimenez afirma que:
    "Não pode ser entendida senão como uma reafirmação da ordem existente. Não se trata de modo algum de guerrilheiros arrependidos e desacreditados que entregam suas armas e se submetem ao escárnio midiático e jurídico, para em seguida, com a espada a um fio das suas cabeças, ingressarem no mercado da política partidária a fim de fazer coro com as mentiras oficiais. Do que se trata é reconstruir as regras da democracia para que se debatam ideias e programas em igualdade de oportunidades. Sem o risco de ser assassinado ao chegar em casa. Falo dos desaparecidos e torturados por uma mão misteriosa que já se sabe que existe, como aquelas forças obscuras que exterminaram a União Patriótica sob o olhar impassível da classe política colombiana. É justo que se abra um debate público sobre estas questões, que se possa falar destes temas sem ser imediatamente oprimido pelo conjunto dos monopólios de informação".
    Há de se colocar o povo em meio às negociações, mesmo que a oligarquia fique incomodada em ver tantos maltrapilhos ocupando o debate político, terreno reservado por dois longos séculos a uma elite republicana dourada, a linhagens moribundas e decadentes cujos nomes se repetem uma e outra vez na ocupação dos cargos de poder. Trata-se de ocupar estes espaços, de conduzir o debate político sobre a paz e a guerra,  sobre o modelo político e econômico para todas as praças públicas da Colômbia, a todas as faculdades e escolas, em todos os locais de trabalho, minas e vilas rurais. Deve-se usar este debate para promover um projeto de país para coletar e harmonizar as demandas mais urgentes de todos os setores populares que hoje lutam contra o modelo  econômico de morte e pilhagem imposto pelos de cima.
    O anúncio do início deste novo caminho em busca de uma solução política não deve significar que se tenha que desmobilizar o povo. Muito pelo contrário, indica que é hora de o povo sair para lutar ainda mais decisivamente, que se aprofunde a mobilização social e se reforce os espaços da unidade do povo em luta. Devemos integrar, mais do que nunca, expressões como a Marcha Patriótica, para evitar um novo genocídio e proteger os espaços a partir dos quais o povo se mobiliza e faz ouvir sua voz e seu compromisso com uma nova sociedade. Nós apoiamos as lutas dos camponeses, operários, presos políticos, que agora estão em desobediência e greves em todo o país. Exigimos o fim da estigmatização, perseguição e detenção de ativistas sociais. Devemos exigir a suspensão da designação de "organizações terroristas" para os insurgentes, a fim de garantir as condições ideais para o diálogo franco e livre. Devemos exigir que este acordo inicial  avance para um cessar-fogo bilateral e para o desmantelamento dos grupos paramilitares, como forma de proteger a vida e a integridade das pessoas que hoje devem se converter em atores e protagonistas deste processo.
    Somente a mobilização popular pode assegurar que o processo de paz que está no horizonte possa ser concluído com as transformações estruturais que reclamam amplos setores da Colômbia. E à luz dos enormes desafios colocados pelo poder, esta luta pela paz não será nada menos do que uma luta abertamente revolucionária. É hora de falar claramente sobre o caráter revolucionário desta luta, que envolve o confronto de um modelo baseado na exploração, pilhagem, morte e exclusão, com um modelo que cresce no coração do povo, baseado na inclusão, no respeito às comunidades e ao meio ambiente, na sustentabilidade para proteger a vida, na dignidade e na auto-determinação das pessoas. Não é nada mais nada menos do que o tipo de Colômbia que se quer construir o que está em jogo.
    Tradução: PCB (Partido Comunista Brasileiro)
    NOTAS DO AUTOR:
    [4] Para um artigo que reflita as atitudes predominantes do Estado a respeito dos alcances limitados que esperam de uma eventual negociação, ver http://www.elespectador.com/impreso/politica/articulo-3...antos
    [6] Ver, por exemplo, a última coluna de Humberto de la Calle http://www.elespectador.com/opinion/columna-370093-paz ou o seguinte artigo http://www.elespectador.com/impreso/politica/articulo-3...antos Ver, em resposta a esta tese, um artigo nosso em http://www.anarkismo.net/article/21961
    (*) José Antonio Gutiérrez D. É militante libertário, residente na Irlanda, onde participa dos movimentos de solidariedade com a América Latina e Colômbia, colaborador da revista CEPA (Colômbia) e El Ciudadano (Chile), bem como do sítio web internacional www.anarkismo.net. Autor de "Problemas e Possibilidades do Anarquismo" (em português -Faisca ed., 2011) e coordenador do livro "Orígenes Libertarios del Primero de Mayo en América Latina" (Quimantú ed. 2010).