quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Liberdade já para Julian Assange

Na verdade, o único crime de Julian Assange é ter fundado o WikiLeaks e feito as denuncias de crimes contra a humanidade  dos EUA contra os povos sob intervenção e ocupação militar.


Liberdade para Julian Assange

Começa campanha internacional em favor do dissidente político que denunciou os crimes de guerra dos EUA, em especial no Iraque e Afeganist. Seu confinamento revela: “democracias” ocidentais já não toleram jornalismo que revele segredos do poder

Centenas de jornalistas e de trabalhadores dos media do mundo inteiro assinaram uma carta aberta apaixonada que reclama a liberdade incondicional do fundador da WikiLeaks, Julian Assange. Ela pede também o fim imediato da campanha judicial travada contra lei pelo crime de ter revelado crimes de guerra.

Dentre os 422 signatários, até o momento, figuram Kristinn Hrafnsson, redator chefe da WikiLeaks; John Pilger, jornalista de investigação de reputação mundial e Daniel Ellsberg, o denunciante dos "Pentagone papers" que revelou toda a criminalidade da guerra do Vietnan.

Em nome do World Socialist Web Site, a carta foi assinada pelo presidente do comitê de redação internacional do WSWS, David North, e por outros jornalistas do WSWS.

Este apelo poderoso testemunha o carácter canalha e ilegal do aprisionamento de Assange no presídio de alta segurança de Belmarsh pela Grã-Bretanha. Ele indica claramente que os jornalistas que têm princípios vêm a tentativa da administração americana do presidente Donald Trump de o perseguir por 17 acusações principais sob a Lei de espionagem e de aprisioná-lo pela vida toda como um ataque frontal à liberdade de imprensa e uma ameaça grave aos seus próprios direitos.

A posição tomada pelos jornalistas segue-se à carta aberta dirigida ao ministro britânico do Interior no mês passado por mais de 65 médicos eminentes. A carta condena a recusa a fornecer cuidados de saúde adequados a Assange e adverte que ele poderia morrer na prisão. Ela coincide com uma declaração de um grupo de advogados internacionais, os quais documentam a ilegalidade da perseguição a Assange pelos Estados Unidos e pede a sua libertação imediata.

Estas iniciativas mostram que fora do vaso fechados dos governos, das agências de informação e das empresas mediáticas, que têm conduzido a campanha de nove anos contra Assange, a opinião pública mundial está do lado do fundador da WikiLeaks e contra os seus perseguidores.

A carta dos jornalistas diz: "Este caso está no cerne do princípio da liberdade de expressão. Se o governo americano puder perseguir o sr. Assange por ter publicado documentos classificados, isto pode abrir o caminho a processos judiciais contra jornalistas por toda a parte do mundo. Isto constituiria um precedente alarmante para a liberdade de imprensa no mundo".

A carta declara sem meias palavras: "Numa democracia, os jornalistas podem revelar crimes de guerra e casos de tortura e de abusos sem ter de ir para a prisão. Este é mesmo o papel da imprensa numa democracia".

Ela passa em revista as conclusões repetidas do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre a Detenção Arbitrária. Estas conclusões demonstram que Assange tem de facto sido objecto de uma detenção ilegal pelas autoridades britânicas quando invadiram a embaixada equatoriana, onde em 2012 ele havia pedido asilo político.

A carta apresenta a conclusão do Relator especial da ONU sobre tortura, Nils Melzer. Este último declarou que os direitos legais e democráticos de Assange haviam sido espezinhados. Além disso, Assange foi objecto de uma campanha sem precedentes de "mobbing public" que equivalia à "tortura psicológica".

Os jornalistas escrevem: "Consideramos os governos dos Estados Unidos da América, do Reino Unido, do Equador e da Suécia responsáveis pelas violações dos direitos do homem que o sr. Assange foi vítima".

Eles citam um comentário notável de Melzer, que escreveu no princípio deste ano: "Compreendi finalmente que eu me deixara cegar pela propaganda. Caluniou-se Assange sistematicamente para desviar a atenção dos crimes que ele denunciava". O funcionário da ONU sublinhou o papel da imprensa burguesa na diabolização de Assange e na repetição das calúnias cozinhadas contra ele pelos serviços de informação.

Os trabalhadores dos media declaram (e isto é significativo): "Assange deu uma contribuição excepcional ao jornalismo de interesse público, à transparência e à imputabilidade dos governos através do mundo". Eles recordam algumas das dezenas de prémios que ele recebeu pelas divulgações da WikiLeaks, o que refuta magistralmente a afirmação de que Assange não é "um jornalista", repetida pelos cães amestrados pró patronato alinhados com a administração Trump.

A carta toma igualmente posição a favor dos lançadores de alerta que são perseguidos por terem denunciado atos criminosos cometidos por governos. "As reportagens do sr. Assange sobre os abusos e os crimes são de uma importância histórica, assim como as contribuições dos lançadores de alerta Edward Snowden, Chelsea Manning e Reality Winner, que estão agora no exílio ou encarcerada", afirma.

Os jornalistas mencionam o combate travado pelo romancista francês Émile Zola em favor de Alfred Dreyfus, um oficial militar judeu vítima de uma maquinação baseada sobre falsas acusações de espionagem no fim do século XIX. Em 1898 escreveu sua célebre carta aberta "J'accuse!" na qual ataca nominalmente os responsáveis pela perseguição de Dreyfus.

A carta dos jornalistas diz: "A posição de Zola entrou para os livros da história e constitui ainda hoje nosso dever de lutar contra os erros judiciais e de exigir contas aos poderosos. Este dever é hoje mais necessário do que nunca, no momento em Julian Assange é perseguido por governos e confrontado com 17 acusações principais em virtude da Lei americana sobre espionagem, que remonta a mais de um século".

A comparação é perfeitamente apropriada. Tal como no caso de Dreyfus, são as forças mais reacionárias da sociedade que conduzem a perseguição de Assange e utilizam-na como um precedente para abolir os direitos fundamentais de toda a população. E, tal como para a defesa de Dreyfus, nada menos que a mobilização da classe operária e dos partidários das liberdades civis, a começar pelos jornalistas, é necessária para assegurar a liberdade incondicional de Assange e repelir os atentados aos direitos democráticos.

A última parte da carta merece ser citada na íntegra. "Enquanto jornalistas e organizações de jornalistas que acreditam nos direitos do homem, na liberdade de informação e no direito do público à informação, pedimos a libertação imediata de Julian Assange", lê-se ali.

"Exortamos nossos governos, todas as agências nacionais e internacionais e nossos confrades jornalistas a pedirem que seja posto fim à campanha judicial travada contra ele pelo crime de ter revelado crimes de guerra".

"Exortamos nossos colegas jornalistas a informar o público desta violação das liberdades fundamentais".

Sinal do imenso respeito mundial pela WikiLeaks e do reconhecimento das implicações internacionais da perseguição a Assange: jornalistas de países tão diversos como a África do Sul, o Quénia, a Namíbia, o Uganda, Israel, o Líbano, o Chile, Sri Lanka, a Ucrânia, a Rússia, a China, a Nova Zelândia, a Austrália, a Islândia, a Suécia, a França, a Turquia, a Croácia, os Estados Unidos e uma multidão de outros assinaram a carta.

Dentre eles figuram personalidade com dezenas de anos de experiência na indústria dos media. Na Austrália, Kerry O'Brien, presidente da " Walkley Foundation", assim como os jornalistas de investigação Andrew Fowler e Quentin Dempster fazem parte.

Empregados atuais de grandes organizações mediáticas assinaram igualmente. Na Alemanha, personalidades de primeiro plano de numerosas organizações de imprensa dentre as mais importantes do país participam da iniciativa. Entre outros Becker Sven, redator chefe de Der Spiegel e Bastian Obermeyer, responsável pelos inquéritos do Süddeutsche Zeitung.

Personalidades eminentes dos media progressistas e anti-guerra como Joe Lauria, redator chefe do Consortium News e os jornalistas Chris Hedges, Mark Curtis, Elizabeth Vos, Nozomi Hayase e numerosos outros são signatários.

Anthony Bellanger, secretário geral da Federação Internacional dos Jornalistas (IFJ), associação mundial que reúne 187 organizações filiadas em 140 países e representando 600 mil membros, ali figura igualmente.

Todos os defensores de Assange dos direitos democráticos devem promover o mais amplamente possível a posição destes jornalistas. A carta deveria ser difundida nos media sociais, enviada a todos os trabalhadores dos media e distribuída nos campus universitários e nos bairros populares.

Esta carta é uma nova manifestação da onda de apoio da opinião pública em favor de Assange e de que a hostilidade à sua perseguição, que anima milhões de trabalhadores, estudantes, jovens e intelectuais por todo o mundo, surge à superfície da vida política.

Esta evolução bem vinda sublinha a necessidade de intensificar a campanha pela sua defesa, sobretudo alçando-a o mais amplamente possível na classe operária internacional. Esta é a força social mais poderosa do mundo e seus interesses são indissociáveis de uma ofensiva para proteger todos os direitos democráticos e sociais.
13/Dezembro/2019
Ver também
  • The Fate of Journalism & Julian Assange , Kristinn Hrafnsson, Editor-In-Chief of WikiLeaks
  • Le sort du journalisme et Julian Assange (Defend Wikileaks) , Kristinn Hrafnsson
  • Visiter le prisonnier politique de la Grande Bretagne , John Pilger
  • Assange lawyer discloses conditions for British justice TO RETHINK his extradition

    O original encontra-se em www.mondialisation.ca/...


    Este artigo encontra-se em https://resistir.info/ .

  • Recordemos ...
    Na verdade, o único crime de Julian Assange é ter fundado o WikiLeaks. Em vários lugares têm acontecido debates acalorados sobre se o WikiLeaks fez ou não prosperar a causa da liberdade de imprensa; se terminou sendo bom ou mau para a democracia; se essa plataforma deve ou não ser censurada. O que se sabe com certeza é que o papel do WikiLeaks na difusão de meio milhão de informes secretos sobre abusos cometidos por militares no Afeganistão e no Iraque, e de uns 250 mil comunicados enviados pelas embaixadas dos Estados Unidos ao Departamento de Estado, constituem “um marco na história do jornalismo”, definindo dois períodos — um antes e um depois deles. O WikiLeaks foi criado em 2006 por um grupo de internautas anônimos, tendo Julian Assange como porta-voz, e assumiu a missão de receber e tornar públicas informações filtradas (leaks), garantindo a proteção das fontes (1).
    Recordemos as três razões que, segundo Julian Assange, motivaram sua criação. “A primeira foi a morte em escala mundial da sociedade civil. Fluxos financeiros via transferência eletrônica de fundos, que se movem com velocidade maior que a penalização política ou moral, destroçando a sociedade civil em todo o mundo. […] Nesse sentido, a sociedade civil está morta, já não existe; uma ampla classe de pessoas tem consciência disso e se aproveita para acumular riqueza e poder. A segunda […] é que há um enorme e crescente Estado de vigilância disfarçado, que está se expandindo pelo mundo, com base principalmente nos Estados Unidos. […] A terceira é que os meios de comunicação internacionais são um desastre, […] o ambiente da mídia internacional é tão mau e deformador que seria melhor que não houvesse nenhum meio, nenhum”.
    Assange traz uma visão radicalmente crítica do jornalismo. Numa entrevista chega inclusive a afirmar que, “dado o estado de impotência do jornalismo, me pareceria ofensivo ser chamado de jornalista. […] O maior abuso foi a guerra [do Iraque e do Afeganistão] relatada pelos jornalistas. Jornalistas que participam na criação de guerras por sua falta de questionamento, sua falta de integridade e pelo covarde bate-bola com fontes governamentais”.
    A filosofia do WikiLeaks baseia-se num princípio fundamental: os segredos existem para ser descobertos. Toda informação oculta nasce com a vocação de ser revelada e colocada à disposição dos cidadãos. As democracias não devem esconder nada; tampouco os dirigentes políticos. Se as ações públicas destes últimos não são incompatíveis com sua atuação pública ou privada, as democracias não deveriam temer a difusão de “informação vazada”. Neste caso – e só neste caso – significaria que são moralmente exemplares e que o modelo político que encarnam – julgado como “o menos imperfeito de todos”– poderia de fato estender-se, sem nenhum obstáculo ético, ao conjunto do planeta. Por que os jornalistas teriam de calar-se numa democracia, quando um político afirma uma coisa em público e a contraria na esfera privada?
    O WikiLeaks oferece aos internautas a possibilidade de tornar públicos, por meio de sua plataforma, gravações, vídeos ou textos confidenciais sem indagar como foram obtidos, mas cuja autenticidade verifica. O WikiLeaks vive de doações dos internautas e de fundações e não aceita ajudas governamentais nem publicidade. Um bom número de instâncias públicas reconheceu a utilidade de seu trabalho. Em 2008 recebeu o Prêmio de Índice de Censura, outorgado pelo semanário britânico The Economist, e em 2009 a Anistia Internacional lhe concedeu o prêmio de melhor “novo meio de comunicação” por ter trazido à luz, em novembro de 2008, um documento censurado sobre um caso de malversação de fundos realizado pelo grupo do antigo presidente do Quênia, Daniel Arap Moi.
    Desde sua criação, o WikiLeaks tem sido um banquete permanente de segredos, uma verdadeira fábrica de novidades. Difundiu bem mais revelações do que muitos meios de comunicação de prestígio em décadas… Entre os maiores escândalos que trouxe à tona destacam-se:
    > Os documentos que denunciavam as técnicas usadas pelo banco suiço Julius Baer Group para facilitar a evasão fiscal;
    > O manual de comportamento penal do Exército norte-americano na base de Guantánamo;
    > A lista de nomes, endereços, números de telefone e profissão dos membros do Partido Nacional Britânico (BNP, de extrema direita), na qual figuravam policiais;
    > A lista pormenorizada de mensagens de email trocadas com o exterior pelas vítimas dos atentados do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001;
    > Os documentos que provavam o caráter fraudulento da quebra do banco islandês The New Kaupthing;
    > Os protocolos secretos da Igreja da Cientologia;
    > O histórico dos e-mails pessoais enviados durante a campanha eleitoral por Sarah Palin, candidata republicana à vice-presidência dos Estados Unidos, a John McCain, de seu computador profissional (o que é proibido pela legislação estadunidense);
    > Os expedientes do julgamento do assassino Marc Dutroux, inclusive a lista com números de telefone, contas bancárias e endereços de todas as pessoas investigadas neste célebre caso de pedofilia.
    Por tudo isso, assim como Edward Snowden e Chelsea Manning, Julian Assange é parte de um novo grupo de dissidentes políticos que lutam por um modo diferente de emancipação e são rastreados, perseguidos e assediados, não por regimes autoritários mas por Estados que pretendem ser “democracias exemplares”…
    ...
    Notas
    (1) Ver Ignacio Ramonet, La Explosión del periodismo, Clave Intelectual, Madrid, 2011. (2) www.freeassangenow.org (3) http://www.andes.info.ec/es/noticias/cuatro-anos-libertad-negada-julian-assange-seran-tratados-event...

    segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

    Você sabe o que significa Palestina Livre?



    Por Rafiqa Salam

    Palestina Livre! Muito antes desta expressão fazer parte das lutas de solidariedade ao povo palestino já era bradada pelos palestinos nas décadas que antecederam a invasão sionista que culminou na criação do Estado de Israel, sob resolução 181-ONU de 1947. Foi o hino na Guerra dos Seis Dias (1967), no massacre de Sabra e Chatila (1982), na Primeira Intifada (1987), na Segunda Intifada (2000) e em outras lutas de resistência, inclusive entoam na Marcha do Retorno, iniciada em 30 de março de 2018 marcando nossas sextas-feiras até o presente.
    Palestina Livre é mais que uma expressão! 
    Imprime a ideologia de uma luta, é a Palestina Livre do sionismo! 
    Parece simples de entender, mas na prática não é. Apoiadores, simpatizantes, militantes, solidários da Causa Palestina com o símbolo de vitória nas mãos e cartazes nas manifestações gritam: Palestina Livre! Passou a ser dita por muitos, mas por vezes desatrelado do compromisso com o seu significado. 
    Defender a Palestina Livre do sionismo requer defender a Palestina histórica, devolvendo o seu território de 27.000km², do rio Jordão ao mar Mediterrâneo! Requer defender Jerusalém como sua capital, assegurar o direito de retorno ou indenizações aos 6 milhões de refugiados e exigir a imediata libertação presos políticos, aproximadamente 7 mil. Requer defender a autodeterminação do povo palestino! 
    É entender que a proposta de dois estados para dois povos não é equânime, não é justa e não é viável. E é a realidade que revela tal constatação! Estivemos durante o mês de outubro na Palestina. Esta foi a minha terceira viagem (estive em 2010 e 2014). Entre a beleza e o árduo trabalho da colheita da azeitona, da produção do puro azeite de oliva, contrastava a violência israelense cotidiana sobre os palestinos. Comparando os períodos que estive na Palestina, está viagem mostrou um cenário ainda mais desolador: check points israelenses móveis e fixos distribuídos por toda a Palestina; o muro da vergonha de mais de 700 km serpenteando as terras palestinas impedindo o direto de ir e vir dos palestinos; a invasão dos assentamentos judaicos nas áreas A e B (as áreas não contíguas descritas no fracassado Plano de Oslo como possível território para conformação do Estado palestino); prisões arbitrárias de crianças, adolescentes, mulheres, homens que lutam em defender o seu solo pátrio e por melhores condições de vida (muitos em prisões administrativas, sem julgamento); violências do exército israelense sobre os civis, sem respeitar as casas, escolas, hospitais e nem os lugares sagrados, retratando a brutalidade da limpeza étnica. Mas, também, mostrou a resistência palestina e, além dos gritos: Palestina Livre, a convicção de que a defesa de dois estados chegava ao fim: Como consolidar dois estados quando os direitos dos palestinos não são respeitados?
    Hoje, a Palestina está 100% ocupada por Israel. A Autoridade Nacional Palestina (ANP) não tem autonomia política, econômica e nem geográfica: Cisjordânia parece um queijo suíço e Gaza está cercada e isolada. Realidade orquestrada pelo Estado Sionista de Israel e pelos Estados Unidos. 
    Defender dois estados é assimilar as violações perpetradas por Israel nestes 71 anos. É ter a ilusão que Israel se retirará das áreas que ocupa ilegalmente, sendo que seu o propósito expansionista é conhecido por todos: do rio Nilo ao Eufrates! É não reconhecer que as negociações que aconteceram ao longo da história resultaram em fortalecimento do Estado de Israel e a depreciação do Estado Palestino. Passa a ser uma contradição gritar Palestina Livre e defender dois estados! O tempo urge e o silêncio da ANP, dos governos dos países árabes e do mundo não é mais aceitável.
    Mais do que sangue nas veias palestinas corre a determinação em defender sua Pátria! A consolidação da Palestina Livre pressupõe a autodeterminação do povo palestino. O sionismo não é uma ameaça só à Palestina, mas para o mundo! A unidade nacional palestina e a solidariedade internacional são as fortalezas para a defesa da criação de um único Estado. Um país onde todos possam viver com equidade, direitos e justiça social. Uma Pátria sem segregação, sem perseguição religiosa e sem racismo é possível, pois estes são os sentimentos e a vontade do povo palestino. A conquista do Estado Palestino, laico, democrático, sobre seu solo Pátrio histórico, com Jerusalém capital é a Palestina Livre!
    A vontade de compartilhar o significado da expressão revolucionária Palestina Livre aconteceu agora, no regresso desta viagem. Por muitos anos, no início da minha militância, tínhamos uma palavra de ordem que gritávamos: Palestina para os Palestinos! Compreendíamos que era a expressão mais justa do povo recuperar seu território saqueado. O tempo passou e a luta palestina se fortaleceu, ganhou mentes e corações. Passamos a gritar: Sionistas fora da Palestina. A minha palestinidade não está na minha descendência! Está na minha convicção por justiça! E, como disse Mandela, “nós sabemos muito bem que nossa liberdade é incompleta sem que haja liberdade para os palestinos”! Assim, é imprescindível entender o que significa Palestina Livre!
    A Palestina Livre é uma construção coletiva, diária, de consciência e engajamento! 
    E você é parte desta luta quando compreende, se envolve e se compromete com a consolidação deste direto!
     Somos todos palestinos e Viva a Palestina Livre!
    Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino 
    comitepalestinasc@gmail.com dez 2019