sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Discurso de Nikos Seretakis - PC da Grécia (KKE)



Seminário sobre os 140 anos da Comuna do Paris

(Universidade Federal do Rio de Janeiro, 14/09/2011)

Caros amigos;

Em nome do KKE (Partido Comunista de Grécia), gostaria de agradecê-los por seu gentil convite para participar e contribuir neste seminário importante sobre os 140 anos da Comuna de Paris.

Aproveito esta oportunidade para agradecer todos os camaradas, trabalhadores e jovens do Brasil que manifestam sua solidariedade com as lutas do KKE e da PAME (Frente Militante de Todos os Trabalhadores), o movimento sindical classista em nosso país.

O tema que este seminário aborda é de grande importância teórica, política e prática, especialmente em condições de crise capitalista, porque o estudo das experiências, positivas e negativas, das revoluções anteriores e da construção socialista, a defesa das leis do desenvolvimento do socialismo e a defesa da contribuição histórica da União Soviética e em geral do socialismo no século XX, são condições imprescindíveis para construir hoje uma estratégia revolucionária, cientificamente elaborada.

O legado político da Comuna de Paris

O grande heroísmo de homens, mulheres e até crianças que deram suas vidas por uma nova sociedade no primeiro assalto operário ao céu, a experiência da Comuna de Paris e as lições tiradas do curso dos 72 dias do primeiro poder operário no mundo, continuam vigentes.

A burguesia mostrou-se capaz de cometer os maiores crimes, a fim de salvar o poder do capital. Optou por se aliar aos invasores do exército prussiano, para massacrar a classe trabalhadora de Paris. Provou que tinha deixado para trás definitivamente seu papel progressista anterior.

A principal lição das experiências da Comuna de Paris é, como escreveu Marx, que "a classe operária não pode simplesmente tomar posse da máquina estatal existente e colocá-la em movimento para os seus próprios fins." Ao contrário, como afirmou Lenin, "a classe operária deve quebrar, destruir a “máquina do Estado", não se limitando apenas a se assenhorear dela ". A ditadura do proletariado, o poder mais democrático até quando haja estado, em vez da ditadura do capital.

A segunda lição fundamental que a história da Comuna nos ensina é que o novo poder deve começar imediatamente "a expropriação dos expropriadores", isto é, a socialização dos meios de produção concentrados.

A Comuna de Paris dá resposta a todos os derrotistas e conformistas que consideram a correlação de forças como algo estático, que fecham os olhos à objetiva agudização das contradições e a maturação da luta de classes.

Finalmente, a história da Comuna ensina, através da experiência de sua derrota, que o proletariado deve ter estratégia e tática com base científica, conhecimento profundo das leis que regem a luta de classes. Esta tarefa pode ser realizada apenas por um partido comunista com teoria revolucionária, em conflito com a ideologia burguesa, o reformismo e o oportunismo.

Estas conclusões têm importância vital para o movimento revolucionário. Foram confirmados pelas experiências seguintes, ou seja, da Grande Revolução de Outubro, na Russia, da Revolução Cubana e da construção socialista no século passado. As lições extraídas das experiências das revoluções e contra-revoluções, dos êxitos e retrocessos nos dão força para a luta que travamos hoje. Avançamos para o futuro ensinados pelo passado.

Essas experiências tiram ilusões de que seja possível um governo colocar o Estado burguês a serviço dos interesses do povo. Tais ilusões custaram caro ao movimento popular no passado (como no caso do Chile) e hoje em dia tornam-se ainda mais perigosas, sendo que o movimento operário encontra-se perante desafios muito grandes, onde a escolha entre a linha de ruptura e a adaptação determinará a direção dos acontecimentos.

As contra-revoluções, os retrocessos do socialismo na União Soviética e em outros países socialistas, não alteram o caráter da nossa época, como época da transição do capitalismo para o socialismo.

A necessidade da revolução socialista, a derrubada do capitalismo e a construção da nova formação sócio-econômica comunista, não é determinada pela correlação de forças num dado momento histórico, mas pela exigência histórica da resolução da contradição fundamental entre o capital e o trabalho, a abolição da exploração do homem pelo homem, a abolição das classes.

A Crise Capitalista e as Lutas na Grécia

Permitam-me apresentar alguns aspectos da luta atual do KKE que talvez sejam interessantes para vocês, do ponto de vista da troca de experiências.

A crise econômica capitalista encontrou o KKE ideológica e politicamente preparado, em razão de nossas análises sobre as seguintes questões:

- o desenvolvimento do capitalismo grego, nas condições da sua incorporação à União Européia;

- a política de alianças, que aperfeiçoamos e que se baseia na estrutura social e de classes do país;

- o trabalho que desenvolvemos nos últimos dezoito anos para tirarmos conclusões científicas sobre a construção socialista no século XX e sobre as causas da vitória da contra-revolução, particularmente aquelas de caráter interno.

O KKE enfatizou, desde o primeiro momento, que a crise atual é uma crise de superprodução capitalista, que exprime a agudização da contradição principal do capitalismo. Mostrou que as medidas antipopulares expressaram necessidades do capital para assegurar sua competitividade e rentabilidade.

O nosso Partido chamou atenção para as contradições dentro da União Européia, os conflitos entre as potências imperialistas principais e com as forças capitalistas emergentes, como a China – onde todos os fatos provam que as relações de produção capitalista já predominam - a Índia, o Brasil, o papel da Rússia, etc.

Mais de 20 greves gerais no âmbito nacional foram organizadas com êxito, de 2010 até agora, além de inúmeras greves por ramos, setores e empresas, manifestações, ocupações, com a participação de centenas de milhares de trabalhadores.

Os comunistas estão na vanguarda destas batalhas, lutando nas fileiras da PAME, que congrega todos os Sindicatos, Federações, Centros Laborais e Comitês de Luta das empresas e setoriais de orientação classista, envolvendo milhares de trabalhadores.

A organização das lutas se faz em condições de polêmica aguda com as forças do sindicalismo a serviço do patronato, com as direções das confederações gerais no setor privado e público, cujas maiorias são compostas por quadros do PASOK (partido socialdemocrata, atualmente no poder) e da ND (partido liberal) tendo, ao mesmo tempo, o apoio das forças oportunistas. Este bloco constitui um pilar para a estratégia do capital. Defende a União Européia, semeia ilusões e mistificações e cultiva a colaboração de classes.

Organização Nos Locais do Trabalho – Aliança Social

Tomamos medidas adicionais para consolidar a intervenção do partido e realizar trabalho de massas nas fábricas e na indústria em geral, porque aqui se coloca o terreno principal da luta e serão decididos o desenvolvimento da luta de classes e a perspectiva das alianças sociais. Neste quadro, procedemos a uma reestruturação interna na organização dos membros do Partido e à unificação das organizações partidárias que têm um campo de ação unificado.

Colocamos a questão do reagrupamento do movimento operário como questão ainda mais urgente. Elaboramos um quadro de ação e de revindicações comuns para o movimento operário e sua aliança com as camadas médias mais pobres, os autônomos, os artesãos, os pequenos comerciantes e agricultores, os movimentos da juventude e das mulheres.

Déramos impulso à formação duma aliança social a nível nacional na base desse quadro comum de objectivos de luta. É um acontecimento que se dá pela primeira vez na Grécia em tal direção. Esta iniciativa tomada pela PAME foi apoiada pela Frente Militante dos Camponeses (PASY), a Frente Antimonopolista dos Trabalhadores por conta própria e Pequenos Comerciantes (PASEVE). Este agrupamento alargou-se com a participação da Frente de Luta dos Estudantes (MAS) e a Federação das Mulheres Gregas (OGE). Nasceu assim um núcleo da aliança social sustentada em organizações e forças classistas e radicais. Isto levou à formação de comités populares desta aliança em bairros, comités de luta em locais de trabalho etc.

Nós queremos que os comités populares sejam formados de maneira bem preparada, através de amplos processos de massas, que não sejam uma mera “etiqueta”. Que se dirijam às mais vastas massas populares em volta de problemas específicos ou de um conjunto de problemas. Cada parte constituinte desta aliança (sindicato, associação de mulheres, outra organização) continua a sua atividade no seu campo ou setor, em locais de trabalho, zonas industriais, bairros, universidades e escolas. Não se trata de um agrupamento temporário, mas de uma força que facilita a entrada dos trabalhadores e outras camadas populares à luta organizada numa direção antimonopolista e antiimperialista.

O êxito e força desta aliança jogam-se nas fábricas, nos locais de trabalho, onde o conflito entre o trabalho e o capital se expressa clara e directamente. Tem havido já alguns resultados positivos na readmissão de trabalhadores despedidos, no pagamento de salários e indenizações e na ligação da eletricidade a famílias que não pagaram as faturas, devido à sua pobreza. Têm-se dado e continuam a dar-se importantes mobilizações pela abolição dos pedágios nas auto-estradas, os novos impostos, as problemas da saúde, contra o fechamento de escolas e outros.

Reivindicações e Politização da Luta

Prestamos cuidado imenso às reivindicações do movimento operário. As lutas que se limitam a certas reivindicações parciais, cujo objetivo é mitigar as consequências da crise, não são eficazes; os governos mostram dureza, correm riscos, contudo, não podem fazer as concessões que faziam no passado.

Cada luta por questões específicas deve contribuir na organização, concentração e preparação das forças populares para a derrubada do sistema explorador, e abrir o caminho para o poder do povo e a economia do povo, para o socialismo.

O critério nosso é se as exigências forem ao encontro das necessidades atuais dos trabalhadores. Ponto de partida é a afirmação de que a classe operária é a produtora da riqueza e deve reivindicá-la. Desta maneira, elevamos a exigência dos trabalhadores, promovemos a consciência dos interesses de classe comuns entre as camadas populares e forjamos a aliança social.

Existe hoje uma oportunidade histórica no terreno da incessante luta de classes: dirigir o pensamento e a ação dos povos em luta – sob a direção da classe operária – para o poder da classe trabalhadora. Deve-se entender que, se mesmo num determinado país, for eleita pelo povo uma maioria parlamentar favorável aos trabalhadores e se nessa base se formar um governo, este não será capaz de ultrapassar os limites das leis básicas do capitalismo se não resolver as questões da socialização dos principais meios de produção, da desvinculação do país da União Europeia e da OTAN, da planificação da economia e do estabelecimento do controle operário. É uma oportunidade para amadurecer a ideia de que é imperativa a mudança da classe que detém o poder estatal e não apenas uma mudança de governo.

A Proposta Politica do KKE

Α proposta politica do KKE resume-se à consigna: Frente Democrática, Anti-Imperialista, Anti-Monopolista pelo poder popular e economia Popular.

Para que a economia popular possa existir, visando satisfazer as necessidades da população e não às necessidades do lucro, é necessário resolver a questão da propriedade.

Isto implica: mudança nas relações sociais de propriedade, historicamente ultrapassadas, que determinam o sistema politico. Socialização dos meios de produção básicos e concentrados nas seguintes áreas: energia, telecomunicações, riqueza mineral, mineração, indústria, abastecimento e distribuição de água, transportes. Socialização do sistema bancário, do sistema de extração, transporte e gestão dos recursos naturais; do comércio exterior; construção de uma rede centralizada de comércio interno. Sistemas exclusivamente públicos, gratuitos e universais de educação, saúde, de bem estar e de previdência social.

Ao lado do setor socializado, poderá se formar um setor de cooperativas de produção em nível de pequena agricultura, em ramos onde a concentração tenha um nível baixo. Ambos setores estarão incluídos num mecanismo central de planejamento econômico.

O planejamento central é imprescindível para que se formulem as escolhas e os objetivos estratégicos, para priorizar setores e ramos da produção, para determinar aonde nossas forças e nossos meios deverão ser concentrados. É uma necessidade que deriva do próprio desenvolvimento social.

Que Poder Pode Assegurar Um Tal Rumo de Desenvolvimento

Hoje é possível agrupar a classe operária, camadas intermédias da cidade e do campo, todos os trabalhadores apesar do nível de acordo com a concepção do KKE sobre o socialismo, em torno de reivindicações e de objetivos anti-imperialistas e antimonopolistas. No âmbito da aliança popular podem existir forças com diferentes concepções sobre o poder. Para nós comunistas, o poder popular não pode ser outro senão o poder da classe operária, o poder socialista.

O nosso partido em seu 18º congresso enriqueceu sua concepção programática sobre o socialismo, utilizando as conclusões sobre a construção do socialismo na URSS durante o século XX.

O Estado revolucionário da classe operária, a ditadura do proletariado, tem o dever de obstruir as tentativas da classe burguesa e da reação internacional para restaurar o domínio do capital. Tem o dever de criar uma sociedade nova com a abolição da exploração do homem pelo homem. As suas funções organizativa, cultural, política, educacional e defensiva são guiadas pelo Partido da classe operária. Dará expressão a uma forma mais elevada de democracia, tendo como característica fundamental a participação enérgica da classe operária, do povo, na resolução dos problemas básicos da construção da sociedade socialista e no controle do poder de Estado e dos seus órgãos. É um órgão da classe operária na luta de classes, que continua através de outras formas e sob novas condições.

O centralismo democrático é princípio fundamental do Estado socialista. É indispensável que o exercício do controle operário seja garantido na prática.

O poder revolucionário da classe operária basear-se-á nas instituições que nascerão da luta revolucionária. As instituições parlamentares burguesas serão substituídas por novas instituições do poder operário.

O poder de Estado da classe operária será baseado nas unidades de produção, nos locais de trabalho, através dos quais a classe operária exercerá o controle social da administração e eleger a maioria dos representantes para os órgãos de poder (outras vias de eleição são as escolas e faculdades, as organizações de massas e das mulheres).

A representação das cooperativas de agricultores e de pequenos produtores autónomos assegura sua aliança com a classe operária. O poder popular cuida da composição social dos órgãos em todos os níveis e em particular dos órgãos superiores do poder.

O mais alto órgão do poder de Estado será um organismo de trabalho – que legislará e governará ao mesmo tempo – investido dos poderes executivo e legislativo dentro do seu âmbito de competências. Não é um parlamento, os seus representantes não são permanentes, podem ser destituídos, não se desligam da produção e não têm nenhum benefício económico especial pela sua participação nos órgãos de poder do Estado.

As conclusões sobre o caráter do poder popular, a importância da organização dos trabalhadores nos locais do trabalho constituem provisões valiosas. Nos dão força, nos ajudam na luta quotidiana, reforçando a nossa orientação principal para a organização da classe operária dentro das empresas e dos locais do trabalho e a consciência sobre os limites objetivos que têm as instituições e as estruturas que o movimento operário desenvolve nos marcos do capitalismo, promovendo formas da aliança popular que puderem, em viragens da luta de classes, tornarem-se embriões do novo poder.

Estimados amigos e camaradas,

Temos a convicção firme de que o século XXI será marcado por uma nova onda de revoluções socialistas ou seja, como o grande poeta comunista grego Yianis Ritsos afirmou, vivemos «o último século antes do homem».

http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=3040:discurso-de-nikos-seretakis-pc-da-grecia&catid=41:unidade-comunista

sábado, 24 de setembro de 2011

Discurso na 65ª sessão da assembleia-geral da ONU

por Mahmoud Ahmadinejad [*]


Em nome de Deus, o Compassivo, o Generoso.

Louvemos Alá, o senhor do Universo, e que a paz e todas as bênçãos desçam sobre nosso Mestre e Profeta Maomé, e sobre seu lar puro, seus nobres companheiros e todos os mensageiros divinos.

'Oh, Deus, apressai a vinda do Imã al-Mahdi, assegurai-lhe saúde e vitória, e fazei de nós seus seguidores, que atestam sua perfeição'.

Senhor Presidente (etc.),

Agradeço a Alá, o Magnífico, o Generoso, que me deu, mais uma vez, a oportunidade de falar a essa assembleia mundial. Tenho o prazer de manifestar meu agradecimento sincero a Sua Excelência Joseph Deiss, presidente da 65ª sessão, por seus imensos esforços durante seu mandato. Congratulo-me também com Sua Excelência Nassir Abdulaziz Al-Nasser, pela eleição para presidir essa 65ª sessão das Nações Unidas e desejo-lhe pleno sucesso.

Permitam que aproveite a oportunidade para homenagear todos os mortos do ano que passou, sobretudo as vítimas da trágica fome que atinge a Somália e das devastadoras inundações que agrediram o Paquistão. Conclamo todos a que ampliem as ações de ajuda e assistência às populações afetadas naqueles países.

Ao longo de vários anos, falei aqui sobre várias questões globais e sobre a necessidade de se introduzirem mudanças fundamentais na atual ordem mundial.

Hoje, considerando os eventos internacionais, tentarei analisar a atual situação, de um ângulo diferente.

Como todos sabem, o domínio e a superioridade dos seres humanos sobre outras criaturas dependem da própria natureza e verdade da humanidade, que são dons de Deus e manifestação da corporificação do espírito divino:

– A fé em Deus, que é criador eterno de todo o universo.

– A compaixão, o amor aos outros, a generosidade, a busca de justiça e integridade de palavras e ações.

– A busca por dignidade para alcançar os cumes da perfeição, a aspiração de cada um a elevar a própria vida, material e espiritualmente, e o anseio por realizar a liberdade.

– A oposição à opressão, à corrupção e a discriminação, e o emprenho para apoiar os oprimidos.

– A busca por felicidade, por prosperidade e segurança duradouras, para todos.

Eis algumas das manifestações dos atributos comuns, divinos e humanos, que se deixam ver claramente nas aspirações históricas dos seres humanos, refletidas na herança que recebemos da mesma busca, pela arte, pela literatura, em prosa e em verso, e pelos movimentos socioculturais e políticos que traçam a trajetória humana ao longo da história.

Todos os profetas divinos e todos os reformadores sociais convidaram os seres humanos a trilhar esse caminho bom e reto. Deus deu dignidade à humanidade para elevá-la à altura Dele, para que, assim elevada, a humanidade possa assumir o papel de Seu sucessor, na Terra.

Caros colegas e amigos:

É vivamente claro que, apesar de todas as realizações históricas, inclusive a criação da ONU – que foi produto de incansáveis lutas e esforços de homens de pensamento livre e amantes da justiça, que nunca desistiram de buscá-la, e da cooperação internacional –, as sociedades humanas ainda estão longe de ter alcançado todos os seus nobres desejos e aspirações. Muitas nações em todo o mundo sofrem hoje, sob as atuais circunstâncias internacionais.

E – apesar do desejo e do ímpeto para promover a paz e a fraternidade –, as guerras, os assassinatos em massa, a miséria que se alastra, crises socioeconômicas e políticas continuam a agredir o direito e a soberania das nações, deixando atrás de si danos irreparáveis, em todo o mundo.

Aproximadamente três mil milhões de seres humanos em todo o mundo vivem com menos de 2,5 dólares por dia; e mais de mil milhões de seres humanos não comem sequer uma refeição suficiente, e regularmente, por dia. Quarenta por cento das populações mais pobres do mundo partilham apenas 5% do rendimento global. E 20% dos mais ricos do mundo dividem entre si 75% do rendimento global total. Mais de 20 mil crianças inocentes e pobres morrem diariamente no mundo, devido à pobreza. Oitenta por cento dos recursos financeiros dos EUA são controlados por 10% da população dos EUA; 90% da população tem de sobreviver com apenas 20% desses recursos.

Quais as causas e as razões que subjazem por trás dessas desigualdades? Como se pode remediar tal injustiça?

Os que dominam e comandam os centros do poder econômico global culpam ou o desejo do povo por religião e a busca por trilhar o caminho dos divinos profetas, ou a fraqueza das nações, ou o mau desempenho de grupos de indivíduos. Afirmam que só o que aqueles mesmos centros do poder econômico global pensem, decidam e prescrevam poderia salvar a humanidade e a economia mundial.

Caros colegas e amigos

Não lhes parece que as causas-raizes desses problemas devam ser procuradas na ordem que hoje domina o mundo, ou no modo como o mundo é governado?

Gostaria de chamar a gentil e atenta atenção de todos para as seguintes questões:

Quem arrancou à força dezenas de milhões de pessoas de seus lares na África e em outras regiões do mundo, durante o sombrio período da escravidão, fazendo daquelas pessoas vítimas da mais cega ganância materialista?

Quem impôs o colonialismo por mais de quatro séculos, a todo aquele mundo? Quem ocupou terras e massivamente assaltou recursos naturais que eram patrimônio de outros povos, quem destruiu talentos e empurrou para a destruição os idiomas, as culturas e as identidades de tantos povos?

Quem deflagrou a primeira e a segunda guerras mundiais, que fizeram 70 milhões de mortos e centenas de milhões de feridos, de mutilados e de sem-tetos?

Quem criou a guerra na península da Coreia e no Vietnã?

Quem, servindo-se de hipocrisia e ardis, impôs os sionistas, durante 60 anos de guerras, destruição, terror, assassinatos em massa, na região do mundo onde ainda estão?

Quem impôs e apoiou durante décadas ditaduras militares e regimes totalitários em países da Ásia, da África e da América Latina?

Quem atacou com armas atômicas populações indefesas e desarmadas e guarda milhares de ogivas nucleares em seus arsenais?

Quais são as economias que dependem, para crescer, de criar guerras e vender armas?

Quem provocou e estimulou Saddam Hussein a invadir e impor um guerra de oito anos contra o Irã? Quem o assessorou e o equipou para que atacasse nossas cidades e nosso povo com armas químicas?

Quem usou os misteriosos incidentes de 11 de setembro como pretexto para atacar o Afeganistão e o Iraque – matando, ferindo, deslocando milhões de seres humanos de seus locais tradicionais de vida nos dois países –, exclusivamente para alcançar a ambição de controlar o Oriente Médio e seus recursos de petróleo?

Quem aboliu o sistema de Breton Woods e imprimiu milhões de milhões (trillions) de dólares sem qualquer lastro em ouro ou em moeda equivalente? Esse movimento desencadeou feroz inflação em todo o mundo, que serviu para facilitar a pilhagem de ganhos econômicos que outras nações tivessem.

Qual o país cujos gastos militares superam anualmente uma centena de milhar de milhões de dólares, mais que todos os orçamentos militares de todos os povos do mundo, somados?

Qual, de todos os governos do mundo, é hoje o mais endividado?

Quem domina os establishments da política econômica em todo o mundo?

Quem é responsável pela recessão econômica mundial, que hoje impõe suas pesadas consequências aos povos de EUA e Europa e de todo o planeta?

Que governos estão sempre prontos a bombardear com milhares de bombas outros países, mas sempre são lerdos e hesitantes, quando se trata de distribuir comida, para povos atormentados pela fome, como na Somália e em outros pontos?

Quem domina o Conselho de Segurança da ONU, ao qual caberia zelar pela segurança internacional?

E há outras dezenas de perguntas semelhantes e, para todas elas, as respostas são claras.

A maioria das nações e governos do mundo não têm qualquer culpa ou responsabilidade na criação das atuais crises globais e, de fato, são, elas, sim, vítimas daquelas políticas que geram crises.

É claro como a luz do dia que os mesmos senhores de escravos e potências coloniais que, antes, provocaram as duas guerras mundiais, causaram toda a miséria e a desordem que, desde então, são causa de efeitos que se vêem em todo o planeta.

Caros colegas e amigos,

Teriam, aqueles poderes arrogantes, a competência e a habilidade para comandar ou governar o mundo, ou seria aceitável que se autodesignem os únicos defensores da liberdade, da democracia, dos direitos humanos, enquanto seus exércitos atacam e ocupam outros países?

Como poderá algum dia a flor da democracia brotar dos mísseis, das bombas e dos canhões da NATO?

Senhoras e senhores,

Se alguns países europeus ainda se servem do Holocausto, depois de sessenta anos, como pretexto, para continuar a pagar resgate, pagar à chantagem dos sionistas, não será também obrigação daqueles mesmos senhores de escravos e potências coloniais pagar indenizações às nações afetadas?

Se os danos e perdas do período da escravidão e do colonialismo tivessem sido de fato indenizados, o que teria acontecido aos manipuladores e potências que se escondem nos porões da cena política nos EUA e na Europa? E haveria ainda divisão entre o norte e o sul do mundo?

Se os EUA e seus aliados da NATO cortassem pela metade seus gastos militares e usassem esses valores para ajudar a resolver os problemas econômicos em seus próprios países, estariam aqueles povos padecendo os sofrimentos da atual crise econômica mundial?
Que mundo teríamos, se a mesma quantidade de recursos fosse alocada às nações mais pobres?

O que pode justificar a presença de centenas de bases militares e de inteligência dos EUA em diferentes partes do mundo – 268 bases na Alemanha, 124 no Japão, 87 na Coreia do Sul, 83 na Itália, 45 no Reino Unido e 21 em Portugal? O que significa isso, senão ocupação militar?

E as bombas armazenadas nessas bases não criam risco de segurança para outras nações?

Senhoras e senhores,

A principal pergunta tem de interrogar sobre a causa que serve de base a essas atitudes. A principal razão tem de ser buscada nas crenças e tendências do establishment.

Assembleias de pessoas em contradição com valores e instintos humanos básicos, sem fé em Deus e sem atenção à via ensinada pelos divinos profetas, impõem a ganância, a sede de poder e seus objetivos materialistas, e tentam calar todos os superiores valores humanos e divinos.

Para eles, só o poder e a riqueza contam. E justificam-se todos e quaisquer atos que promovam essas metas sinistras.

Nações oprimidas sobrevivem sem qualquer esperança de verem restaurados e protegidos os seus direitos legítimos de resistir e opor-se àquelas potências.

Aquelas potências visam só ao progresso delas próprias, prosperidade e dignidade só para elas mesmas, e miséria, humilhações e aniquilação para todos os demais povos.

Consideram-se superiores às demais nações da Terra e por isso fariam jus a concessões e privilégios. Nada respeitam, não respeitam ninguém e violam, sem qualquer consideração, direitos de todas as demais nações e governos e povos do mundo.

Proclamam-se, elas mesmas, guardiãs indiscutíveis de todos os governos e nações. Para tanto, servem-se da intimidação, de ameaças e da força. E fazem mau uso, uso abusivo, de mecanismos internacionais. Quebram, burlam, simplesmente, todas as leis e regulações internacionalmente reconhecidas e respeitadas.

Insistem em impor a todos o seu estilo de vida e suas crenças.

Apóiam oficialmente o racismo.

Enfraquecem países mediante a intervenção militar – destroem a infraestrutura que encontrem naqueles países, para mais facilmente conseguirem saquear recursos naturais, tornando cada vez mais dependentes, nações e povos que querem ser independentes e soberanos.

Semeiam sementes de ódio e hostilidade entre nações e povos de diferentes crenças, para impedi-los de alcançar seus objetivos de desenvolvimento e progresso.

Todas as culturas, a vida, os valores e toda a riqueza de cada nação, as mulheres, os jovens, as famílias, além da riqueza material de cada nação, são sacrificadas ante o altar daquelas ambições hegemonistas e de uma inclinação doentia para escravizar e submeter os diferentes.

Hipocrisia e todos os tipos de fingimento e mentira são admitidos, se ajudam a promover os interesses imperialistas. Admitem o tráfico de drogas e a matança de inocentes, se lhes parece que, com isso, facilitam a rota para que alcancem seus objetivos diabólicos. A NATO está há muito tempo extremamente ativa no Afeganistão ocupado. E, apesar disso, houve ali aumento dramático na produção de drogas ilícitas.

Não admitem nenhuma opinião divergente, nenhum questionamento, nenhuma crítica. Mas, em lugar de tentar oferecer alguma explicação para o que fazem, põem-se, eles mesmos, na posição de vítimas.

Servindo-se de uma rede imperial de imprensa e comunicações, que sempre esteve como ainda está sob a influência do pensamento colonialista, ameaçam qualquer opinião que discuta a versão oficial do Holocausto, do 11 de setembro e da violência dos exércitos invasores e ocupantes.

No ano passado, quando se impôs, em todo o mundo, a necessidade de fazer-se investigação séria sobre os segredos ocultados nos incidentes de 11/Setembro/2001 – ideia apoiada por todas as nações e governos independentes e pela maioria da população dos EUA –, meu país e eu, pessoalmente, fomos pressionados e ameaçados pelo governo dos EUA.

Em lugar de nomear equipe para investigar com seriedade o que realmente acontecera, assassinaram o perpetrador e jogaram o cadáver ao mar.

Não teria sido razoável levar à justiça e processar abertamente o principal perpetrador do incidente a fim de identificar os elementos por trás do espaço seguro proporcionado para os aviões introduzirem-se e atacarem as torres gêmeas do World Trade?

Por que não se cogitou de usar o julgamento de um suspeito, para realmente descobrir quem mobilizou terroristas e levou a guerra e tantas outras misérias a tantas partes do mundo? Há informação secreta que tenha de permanecer secreta?

Considerar o sionismo visão ou ideologia sagrada é como obrigação imposta ao mundo. Toda e qualquer discussão sobre os fundamentos e a história do sionismo são pecados imperdoáveis. Mas eles permitem e endossam todos os sacrilégios e insultam todas as demais religiões.

Liberdade real, dignidade plena, bem-estar e segurança estáveis e duradouros são direitos de todos os povos.

Nenhum desses valores é alcançável enquanto tantos dependerem do atual e ineficiente sistema de governança mundial, nem ninguém jamais os alcançará mediante intervenção militar comandada por potências arrogantes e sob fogo dos aviões mortíferos da NATO.

Aqueles valores só se podem realizar em contexto de independência reconhecida, de reconhecimento dos direitos dos diferentes, mediante cooperação harmônica.

Haverá meio para resolver os problemas e desafios que atormentam o mundo, no contexto dos mecanismos e ferramentas que dominam o quadro internacional hoje? Há meios para ajudar a humanidade a atingir sua eterna aspiração por igualdade, segurança e paz?

Todos os que tentaram introduzir reformas que preservassem as normas e tendências hoje existentes fracassaram. Os importantes esforços conduzidos pelo Movimento dos Não Alinhados e pelos Grupos 77 e 15 (G-77 e G-15), e por tantos destacados indivíduos, fracassaram também e não conseguiram introduzir mudanças fundamentais.

A administração e o governo mundiais exigem reformas nos fundamentos. O que temos de fazer agora?

Caros Colegas e amigos,

Temos de trabalhar com decisão firme e em cooperação coletiva para traçar outro plano, que considere os princípios e os valores humanos fundamentais como o monoteísmo, a justiça, a liberdade, o amor e a busca pela felicidade.

A criação da Organização das Nações Unidas ainda é dos maiores feitos históricos da humanidade. É preciso reverenciar a importância desse feito e usar o mais extensamente possível as capacidades dessa organização como ferramentas para alcançar os mais nobres projetos de toda a humanidade.

Não podemos permitir que a organização planetária que manifesta o desejo coletivo de todos e as aspirações de toda a comunidade de nações seja desviada de seu bom curso e convertida, também ela, em arma a serviço das potências mundiais armadas.

Temos de construir condições que assegurem a participação coletiva e o envolvimento de todas as nações, num esforço que leve à paz e à segurança para todos os povos do mundo.

É preciso dar sentido profundo e real à governança partilhada e coletiva do mundo. Esse sentido profundo e real deve considerar e respeitar os princípios do direito internacional. A ideia de justiça deve servir de critério e base efetiva para todas as decisões e ações no plano internacional.

Todos temos de reconhecer que não há outro modo para governar o mundo e pôr fim à violência, à tirania, a todas as discriminações.

Não há outra via que leve a sociedade humana à prosperidade e ao bem-estar. Essa é verdade viva e reconhecida. Ao reconhecer essa verdade, deve-se reconhecer também que o que temos ainda não é suficiente. E temos de abraçar com fé o trabalho, que terá de ser incansável, para conseguir o que ainda não temos.

Caros Colegas e Amigos

Governança partilhada e coletiva do mundo é direito legítimo de todas as nações, e nós, como representantes delas, temos o dever de defender os direitos dos povos do mundo.

Embora algumas potências tentem insistentemente frustrar todos os esforços internacionais que visem promover a cooperação coletiva, temos, mesmo assim, de fortalecer nossa certeza de que alcançaremos o objetivo comum de construir cooperação coletiva e partilhada para governar o mundo.

As Nações Unidas foram criadas para tornar possível que todas as nações participassem do processo internacional de tomar decisões.

Todos sabemos que esse objetivo ainda não foi alcançado porque falta justiça nas estruturas e mecanismos hoje vigentes nas Nações Unidas.

A composição do Conselho de Segurança é injusta e desigual. Portanto, mudanças ali e a reestruturação das Nações Unidas são exigências basilares das nações, às quais a Assembleia Geral tem de dar atenção.

Na sessão inaugural da reunião do ano passado, destaquei a importância dessa questão e propus que essa década fosse declarada década da Governança Global partilhada e coletiva.

Quero hoje reiterar aquela proposta. Estou certo de que, mediante a cooperação internacional diligente, e com esforços de todos os líderes e governos do mundo, todos comprometidos com construir relações de justiça, e com o apoio das demais nações, conseguiremos construir um brilhante futuro comum.

Esse movimento trilha com certeza o caminho certo para criar o que temos de criar, para assegurar futuro promissor a toda a humanidade.

Futuro que será construído quando iniciativas da humanidade ouçam o que ensinam os divinos profetas, sob a liderança iluminada do Imã al-Mahdi, salvador da humanidade e herdeiro de todas as palavras divinas, dos líderes e da descendência de nosso grande Profeta.

A criação de uma sociedade suprema e ideal, com a chegada de um ser humano perfeito, que ama verdadeira e sinceramente todos os seres humanos, garantida promessa de Alá.

Virá com Jesus Cristo, para liderar os amantes da liberdade e da justiça que erradicarão a tirania e a discriminação e promoverão o conhecimento, a paz, a justiça, a liberdade e o amor por todo o mundo. Cada indivíduo conhecerá a beleza do mundo e as coisas boas e os atos justos trarão felicidade à humanidade.

As nações, hoje, já despertaram e, aumentando a consciência entre todos, as nações já não sucumbirão à opressão e à discriminação.

O mundo testemunha hoje, mais que nunca, o amplo despertar em terras islâmicas, na Ásia, na Europa e na América. Esses são movimentos em expansão, em influência e alcance, que visam a fazer justiça, criar liberdade e construir melhor futuro para todos.

O Irã, nossa grande nação, permanece pronta para dar a mão a outras nações nessa bela via de harmonia, alinhados, todos nós, com as justas aspirações de igualdade de toda a humanidade.

Saudemos mais uma vez o amor, a liberdade, a justiça, o conhecimento e o futuro luminoso pelo qual a humanidade espera.

Nova York, 65ª sessão da Assembleia Geral da ONU, 22/9/2011

[*] Presidente do Irão.

A versão em inglês encontra-se em english.irib.ir/analysis/... . Tradução de VV.

Este discurso encontra-se em http://resistir.info/ .

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O DESCONFORTO QUE SINTO

por Rafiqa Salam
comitepalestinasc@yahoo.com.br
setembro de 2011

A ANP inflama a todos com a ida a ONU para o reconhecimento da Palestina como Estado. Um reconhecimento que implica na mudança de status de observador da OLP como entidade de representação dos palestinos na ONU (adquirido em 1974) para o de Estado Pleno.

O que devemos analisar é que esta tática de reconhecimento na ONU não significa um estado independente e soberano. Também não significa que os palestinos poderão sair às ruas e ocuparem suas terras, que foram usurpadas de forma agressiva e gradativa nestes 64 anos pelos sionistas.
Primeiro a ANP inflama, mas depois reprime. Está preocupada em como controlar os palestinos – que podem proclamar seu estado, mas não podem comemorar livremente! Saudar um novo estado, embora ele não exista de forma concreta!....... ou poderão os palestinos ocuparem os diversos assentamentos ilegais espalhados pela Cisjordânia?? Poderão quebrar o Muro da Vergonha, derrubá-lo e recuperar os quintais de suas casas?? E a colheita de oliveiras? acontecerão sem repressão do exército israelense? Os palestinos poderão festejar o novo estado - o 194º estado membro da ONU – pelas ruas da palestina sem serem detidos e revistados nos check points?? Que ironia....194 o número refere-se a posição que o Estado da Palestina ocupará na ONU... e eu que pensei que era uma justa referência a Resolução 194!! Ah, mas esse assunto a traidora ANP não teve tempo de tratar... A Resolução 194 foi aprovada pela ONU, em 1948, e reconhece aos refugiados palestinos o direito de regressarem aos seus lares ou de serem indenizados, se assim o preferirem.

Tantas perguntas, sem respostas........ como segurar as reações dos palestinos, que querem ecoar seus gritos na Primavera Árabe! Espero que não sejam as balas e a violenta repressão do exercito nazi-sionista que detenham nossos irmãos palestinos....... Que a paz, que tanto é propagada nessa campanha de reconhecimento na ONU, não seja a do cemitério......

Assisto este processo sem me envolver – o que é um desconforto, uma tristeza, vivo um paradoxo - mas não me sinto representada neste teatro dirigido pela ANP. Não posso ter outra atitude, uma vez que não sou neutra e defendo a Palestina Livre, com autonomia e soberania sobre todo o seu território histórico, com Jerusalém (inteira!) como capital, com o direito de retorno dos refugiados e a libertação dos 11 mil presos políticos.

Desconfortável mesmo é assitir que o território do “novo estado palestino” é menos de 8% dos 22% que sobrou depois da invasão sionista de 1967......... ou podemos ter a esperança que as áreas ocupadas por colônias ilegais, pelo Muro da Vergonha, pelos Check Points e pelas Zonas de Segurança serão liberadas e entregues aos árabes...... Deconfortável é ver o adjetivo “direita” acrescentado ao lado das palavras sionistas, judeus israelenses, colonos......como se possível fosse existir sionistas de esquerda! Como se possível fosse ver os judeus israelenses deixar de defender dois estados e proclamarem a Palestina Livre! Como se possível fosse ver os colonos entregarem suas casas aos primos árabes!!! (Eu lembro da destruição das casas dos assentamento em Gaza, tudo destruído, podendo ser utilizadas para acabar com o déficit habitacional em Gaza, maior adensamento demográfico.... aliás, não só as casas em Gaza foram destruídas, mas o povo e as vilas foram bombardeadas).

“A proposta da construção de um Estado Palestino da forma que está colocada tira do Estado ocupante a responsabilidade por todas as atrocidades que cometeu, comete, e ainda cometerá, diariamente, contra o povo e sua terra; legitima a ocupação militar; coloca numa situação de despejo os 1,5 milhões de palestinos que conseguiram se manter nos territórios ocupados em 1948, que deu origem à criação do Estado judeu; retira dos refugiados o direito inalienável do retorno para sua terra, afinal o ocupante passaria a ter a posse legal das terras onde existiam as aldeias dos palestinos; legitima todos os privilégios construídos sob os escombros e o sangue dos palestinos e diminui, absurdamente ainda mais, a extensão territorial aprovada pela ONU, através da Resolução 181, na votação da partilha em 1948, sem a consulta ao povo que lá vivia, que “concedia” aos donos da terra, os palestinos, a posse de apenas 48% da Palestina Histórica e a doação de 52% das terras palestinas para os europeus construírem um Estado Judeu” (Stelinha, 2011)

A ANP esclarece dizendo que os avanços serão no plano político: integrar-se a ONU possibilita a defesa dos territórios palestinos, pois estes não serão mais considerados “terra disputada” mas sim “terras ocupadas”. Se este ganho político é fundamental, porque Abbas condiciona a ida a ONU? Em declarações, afirma que se acontecer a retomada de negociações "confiáveis" por parte do governo israelense, a ANP não vai a ONU. Mais uma vez a ANP negocia e barganha com os sionistas a mercê da real vontade dos palestinos.

O desconforto que sinto é pequeno quando comparado a saudade que tenho dos meus camaradas que, por um momento, nos encontramos em frentes de lutas diferentes, mas sempre juntos na luta em defesa da nossa Palestina! A todos, meu respeito e a lembrança de que a Palestina Livre é uma construção de todos nós! Viva a resistência palestina! Viva a Intifada! Todo o nosso respeito aos lutadores e mártires palestinos!

Palestina livre!
Viva a Intifada! Resitência até a vitória!
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino
"Um beduíno sozinho não vence a imensidão do deserto, é preciso ir em caravana"
www.vivapalestina.com.br
www.palestinalivre.org

sábado, 17 de setembro de 2011

EN SÃO PAULO: DEBATE & ATO DE LANÇAMENTO DA CAMPANHA DE BOICOTE à ISRAEL


A Frente Palestina USP realizará uma série de eventos na semana em que a Assembléia das Nações Unidas estará debatendo e votando sobre o Estado palestino. Haverá duas mesas de debate sobre a votação, questões relativas à criação de um ou dois estados na região, e as implicações da Primavera Árabe no tema.

Além disso, será realizado, juntamente a organizações sindicais, movimentos palestinos e de direitos humanos, MST, ativistas e intelectuais, um ato de lançamento da campanha BDS (Boicotes, desivestimentos e sanções ao Estado de Israel). A campanha, cujas inspirações advêm da mobilização da comunidade internacional na luta contra apartheid sul-africano, visa combater e dar visibilidade às violações aos Direitos Humanos e ao Direito Internacional perpetradas pelo Estado israelense, o qual vem constituindo um regime de segregação, injustiça e violência.

Semana "Palestina e o Mundo"


19 de setembro, segunda-feira, às 18h30
Auditório da História - FFLCH, USP (Cidade Universitária)
Debate: A votação do Estado palestino na ONU - parte I
Com:
- Reginaldo Nasser (Relações Internacionais - PUC)
- Arlene Clemesha (Línguas Orientais - USP)
- Celso Zilbavicius (Chinuch- Marcha da Vida)
- Soraya Misleh (Movimento Palestina para Tod@s)

20 de setembro, terça-feira, às 18h30
Sala dos Estudantes - Faculdade de Direito, USP (Largo São Francisco)
Ato de Lançamento da Campanha BDS a Israel no Brasil


22 de setembro, quinta-feira, às 18h00
Auditório da História - FFLCH, USP (Cidade Universitária)
Debate: A votação do Estado palestino na ONU - parte II
Com:
- Arlene Clemesha (Letras Orientais- USP)
- Leonel Itaussu (Ciências Políticas - USP)
- Salem Nasser (Direito - FGV)
- Valério Arcary (IFE- SP)
Contamos com sua presença e apoio na divulgação!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Na ONU, o funeral da “Solução Dois Estados”




12/9/2011, Ilan Pappe, Countercurrents
http://www.countercurrents.org/pappe120911.htm
(de The Electronic Intifada, http://electronicintifada.net/content/un-funeral-two-state-solution/10370)

Ilan Pappe é autor de vários livros, professor de História e diretor do
Centro Europeu de Estudos da Palestina, na Universidade de Exeter.

Todos seremos convidados para o funeral da “Solução Dois Estados”, se e quando a Assembleia Geral da ONU anunciar que aceita a Palestina como estado-membro.

O apoio da vasta maioria dos membros da ONU porá fim a um ciclo que começou em 1967 e que valeu à mal orientada “Solução Dois Estados” o apoio de todos os atores, poderosos e nem tanto, nos palcos internacionais e regionais.

Mesmo dentro de Israel, o apoio envolveu várias vezes a direita, como também envolveu a esquerda e o centro da política sionista. E apesar do apoio passado e futuro, todos, dentro e fora da Palestina, parecem já saber e conceder que a ocupação continuará e que, até no melhor dos cenários, haverá uma grande Israel racista, ao lado de um bantustão fragmentado, esfacelado e inaproveitável.

O encenação chegará ao fim em setembro ou outubro – quando a Autoridade Palestina planeja oficializar o pedido para incluir a Palestina como membro pleno da ONU – ou de um ou de outro dos seguintes modos.

Pode ser fim doloroso e violento, se Israel continuar a beneficiar-se de imunidade internacional e decidir empregar força brutal para desenhar o mapa israelense da Palestina pós-Oslo. Ou a encenação acabará de modo mais pacífico e revolucionário, com a gradual substituição de velhas mentiras por novas verdades sólidas sobre paz e reconciliação para os palestinos. Ou, talvez, o primeiro cenário é precondição desgraçada para o segundo. O tempo dirá.

Um dicionário substituto para o sionismo

Em tempos antigos, enterravam-se os mortos com seus objetos e pertences. O próximo funeral provavelmente seguirá ritual semelhante. O item mais importante que deve ser despachado para os sete palmos abaixo é o dicionário da ilusão e da falsidade e entradas famosas como “processo de paz”, “única democracia no Oriente Médio”, “Israel amante da paz”, “paridade e reciprocidade” e “solução humana para o problema dos refugiados”.

O dicionário substituto está em preparação há muitos anos, e define “sionismo” como “colonialismo”; “Israel”, como “estado de apartheid”; e a Nakba, como ação de limpeza étnica. Será mais fácil pô-lo em uso depois de setembro.

Os mapas da solução morta jazerão ao lado do cadáver. A cartografia que fez encolher a Palestina a 1/10 de seu corpo histórico, e que foi apresentada como se fosse algum mapa da paz, que se vá para sempre.

Não é preciso fazer mapa alternativo. Desde 1967, a geografia do conflito jamais mudou realmente, ao mesmo tempo em que nunca parou de transformar-se no discurso dos liberais, jornalistas e acadêmicos sionistas, que ainda contam, hoje, com amplo apoio internacional.

A Palestina sempre foi a terra entre o rio e o mar. Continua a ser. Seu destino mutante não se caracteriza pela geografia, mas pela demografia. O movimento dos colonos judeus que chegou à Palestina no final do século 19 responde hoje por metade da população e controla a outra metade, mediante uma matriz de ideologias racistas e políticas de apartheid.

Paz não é questão de mudança demográfica, nem de redesenhar mapas: é a eliminação de todas essas ideologias e políticas. Quem sabe – talvez seja mais fácil fazê-la agora, do que jamais antes.

Expor o movimento de protesto em Israel


O funeral mostrará a falácia que é o atual movimento de protesto de massa em Israel, ao mesmo tempo em que destacará seu potencial positivo. Por sete semanas, principalmente judeus israelenses de classe média protestaram em grandes movimentos de rua contra as políticas sociais e econômica do seu governo.

Para atrair e fidelizar grande número de manifestantes, os líderes e coordenadores do movimento não se atreveram a falar sobre “ocupação”, “colonização” ou “apartheid”. As forças do mal, dizem eles, seriam as brutais políticas capitalistas do governo.

Num certo sentido, têm alguma razão. Aquelas políticas impedem que a raça superior de Israel usufrua plena e uniformemente os frutos da colonização da Palestina. Mas divisão mais justa do espólio não garantirá vida normal, nem para judeus nem para palestinos: para que haja vida normal, é preciso pôr fim ao saque e à pilhagem.

Ao mesmo tempo, mostraram desconfiar do que políticos e jornalistas lhes dizem sobre a realidade socioeconômica. Talvez abram caminho para entender melhor as mentiras que lhes impingiram sobre “o conflito” e sua “segurança nacional” ao longo de tantos anos.

O funeral deve nos energizar, todos, para repetir a mesma distribuição do trabalho, de antes. Os palestinos precisam urgentemente resolver a questão da representação. Judeus progressistas em todo o mundo têm de ser mais empenhadamente chamados a boicotar, desinvestir e aplicar sanções (Campanha Boycott, Divestment and Sanctions, BDS) e para outras campanhas de solidariedade aos palestinos.

A recente interrupção da apresentação da Filarmônica de Israel, que se apresentava no prestigioso evento “BBC Proms” em Londres, chocou os gentis israelenses, mais que qualquer dos eventos de genocídio de sua própria história.

Mas, acima de tudo, como relataram veteranos jornalistas israelenses que acompanhavam o evento, o mais horripilante foi ver tantos judeus entre os manifestantes. São os mesmos jornalistas que nada fizeram além de achincalhar, no passado, a Campanha de Solidariedade à Palestina e os ativistas da Campanha BDS, apresentados como ativistas de grupos terroristas e extremistas da pior espécie. Todos acreditavam nos próprios relatos. Reconheça-se, a favor dela, que a mini-Intifada no Royal Albert Hall em Londres, pelo menos, conseguiu abalar as certezas daqueles jornalistas.

Por um estado em movimento de ação política

Na Palestina, é chegada a hora de por em movimento o discurso de Um Estado, pô-lo em ação política e, talvez, adotar o novo dicionário. A miséria está por todos os cantos e, portanto, será preciso devolver e reconciliar por todos os cantos.

Se a relação entre judeus e palestinos tem de ser reformulada em base justa e democrática, não se pode aceitar o mapa da Solução Dois Estados nem sua lógica de partilha. Também significa que a sacra distinção entre colônias exclusivas para judeus próximas de Haifa e outras, próximas de Nablus, é sacra distinção a ser enterrada.

Deve-se demarcar distinção, isso sim, entre judeus que queiram discutir a reconstrução de relações, mudança de regime e status igual para todos, e judeus que nada queiram discutir – e pouco importa onde morem hoje. Há surpreendentes fenômenos a esse respeito, se se estuda a fundo o tecido humano e político da Palestina histórica em 2011, governada como é pelo regime israelense: a disposição para dialogar é às vezes mais evidente além da linha de 1967, que aquém dela.

O diálogo interno para uma mudança de regime, a questão da representação e o movimento BDS são todas parte do mesmo esforço para trazer justiça e paz à Palestina. O que enterraremos – assim se espera – em setembro é um dos principais obstáculos que sempre impediram que essa visão se realizasse.

Veja como os internacionalistas britânicos conseguiram impedir a transmissão da Filarmônica de Israel - Intifada na BBC Proms
(com imagens em Telegraph, Londres
http://www.telegraph.co.uk/culture/music/proms/8736402/BBC-Proms-radio-broadcast-pulled-after-Israel-protest.html)

A música que Roberto Carlos não cantou em Jerusalé...

Com Texto Livre: A música que Roberto Carlos não cantou em Jerusalé...: Contém imagens fortes! . . Vídeo produzido por Kais Ismail Musa.

Palestina: Navios de guerra turcos escoltarão ajuda humanitária a Gaza

A Marinha acompanhará futuras missões humanitárias rumo ao território palestino bloqueado por Israel desde 2007 e as protegerá dos ataques sionistas.

"Os navios de guerra turcos se encarregarão de proteger os barcos turcos que levem ajuda humanitária à Faixa de Gaza", submetida a um bloqueio israelense, declarou o primeiro ministro turco Recep Tayyip Erdogan à cadeia catariana Al-Jazeera. "Não vamos voltar a permitir que nossos barcos sejam atacados por Israel, como ocorreu com a Flotilha da Liberdade, a partir de agora Israel se encontrará com uma resposta apropriada", agregou.
Com anterioridade o mandatário havia anunciado que navios de seu país patrulharia com mais regularidade pelas águas do Mediterrâneo oriental, interpretado pela imprensa como uma tentativa de romper o bloqueio israelense.
Nas mesmas declarações, Erdogan indicou que "A Turquia se manterá firme em seu direito a controlar as águas territoriais do leste do Mediterrâneo" e, a respeito, disse ter "tomado medidas para impedir que Israel explore unilateralmente os recursos naturais" da região, em alusão às reservas de gás natural. "Israel começou a proclamar seus direitos sobre zonas econômicas exclusivas no Mediterrâneo", denunciou.
Mas o primeiro-ministro sublinhou que "nunca terá esses direitos porque a Turquia, como garante a República Turca do norte do Chipre, adotou medidas na região e será firme se for atacado seu direito a controlar as águas jurisdicionais no leste do Mediterrâneo".
Sob o julgamento do ex-diretor israelense do Ministério de Relações Externas, Alon Liel, esta advertência deveria ser tomada muito mais a sério que um hipotético apoio turco a uma flotilha rumo à Gaza, dado os interesses turcos na região".
A Turquia protestou na semana passada pelas avaliações de um informe ("Palmer"), patrocinado pela ONU, sobre o ataque à Flotilha em 2010, que qualifica de "excessiva e não razoável" as mortes e lesões provocadas pelas agressões.
Ankara tampouco compartilha as conclusões do reporte que estima como legal o bloqueio a Gaza em um balanço dos fatos que só favorece a Israel, disse o governo.
Resposta sionista
O regime de Israel considerou, tendo em conta além dos problemas que tem no Egito, que "o silêncio é a melhor resposta" para não piorar suas relações, que agora se encontram em seu pior nível após a negativa de Tel Aviv de se desculpar pelo assalto à Flotilha, que terminou com a morte de nove ativistas turcos. Ainda que duvide que Ankara vá cumprir o que manifestou.
Altas pessoas do regime sionista israelense disseram que a Turquia incorreria em uma "provocação muito grave" se se levar a cabo sua advertência. O titular de Relações Externas, o ultradireitista Avigdor Lieberman, foi mais além. Segundo o diário Yediot Aharonot, durante uma reunião especial na quinta-feira colocou uma série de medidas de resposta para "fazer frente à Turquia".
Assim, Israel desaconselharia seus cidadãos que tenham feito o serviço militar a viajar à Turquia, apoiariam "um reconhecimento no Senado dos EUA do genocídio armênio", respaldaria à resistência curda e lançaria uma ofensiva diplomática para torpedear seu caminho rumo à União Europeia.
"Cobraremos de Erdogan um preço que deixe claro que não vale a pena começar a enfrentar Israel", disse Lieberman, seguindo a tática habitual dos sionistas de que eles são atacados e se veem "obrigado a responder". Apesar de que a atitude turca vem pelo assassinato por militares terroristas israelenses de nove ativistas pela paz.
O homem forte israelense, Benjamin Netanyahu, que cancelou um compromisso para tentar satisfazer Ankara oferecendo desculpas israelenses por seus "erros operativos" durante o ataque à Flotilha, mas não por tê-lo levado acabo, seguiu a mesma tônica. Assegurou que Israel se comporta com "responsabilidade" e confiou que a Turquia também o faça.
Mas o ministro de "Inteligência" do regime, Dan Meridor, qualificou nesta sexta-feira de grave e séria ameaça os pronunciamentos em relação à presença de navios militares turcos nas águas internacionais que circulam a Faixa de Gaza controlada por Israel.

http://diarioliberdade.org/

Fundador da banda Pink Floyd junta-se à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel e apela aos colegas da indústria da música e a artistas de outras áreas para que adiram também.


O fundador, vocalista e baixista da banda Pink Floyd, cuja música "Another Brick in the Wall Part 2" serviu de hino da juventude negra sul-africana contra o apartheid e, mais tarde, foi também cantada por jovens palestinianos contra o muro que Israel construiu nos territórios ocupados, anunciou este domingo a sua adesão ao boicote cultural contra Israel.

Waters apelou aos colegas da indústria da música e a artistas de outras áreas para aderirem à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel, até que termine a ocupação e a colonização de todas as terras árabes e o muro seja desmantelado; sejam reconhecidos os direitos fundamentais dos cidadãos árabo-palestinianos de Israel em plena igualdade; e sejam respeitados, protegidos e promovidos os direitos dos refugiados palestinianos de regressar às suas casas e propriedades, como estipulado na resolução 194 das NU.

Leia na íntegra a carta aberta divulgada pelo músico britânico.

Carta aberta de Roger Waters

Em 1980, uma canção que escrevi, "Another Brick in the Wall Part 2", foi proibida pelo governo da África do Sul porque estava a ser usada por crianças negras sul-africanas para reivindicar o seu direito a uma educação igual. Esse governo de apartheid impôs um bloqueio cultural, por assim dizer, sobre algumas canções, incluindo a minha.

Vinte e cinco anos mais tarde, em 2005, crianças palestinianas que participavam num festival na Cisjordânia usaram a canção para protestar contra o muro do apartheid israelita. Elas cantavam: "Não precisamos da ocupação! Não precisamos do muro racista!" Nessa altura, eu não tinha ainda visto com os meus olhos aquilo sobre o que elas estavam a cantar.

Um ano mais tarde, em 2006, fui contratado para actuar em Telavive.

Palestinianos do movimento de boicote académico e cultural a Israel exortaram-me a reconsiderar. Eu já me tinha manifestado contra o muro, mas não tinha a certeza de que um boicote cultural fosse a via certa. Os defensores palestinianos de um boicote pediram-me que visitasse o território palestiniano ocupado para ver o muro com os meus olhos antes de tomar uma decisão. Eu concordei.

Sob a protecção das Nações Unidas, visitei Jerusalém e Belém. Nada podia ter-me preparado para aquilo que vi nesse dia. O muro é um edifício revoltante. Ele é policiado por jovens soldados israelitas que me trataram, observador casual de um outro mundo, com uma agressão cheia de desprezo. Se foi assim comigo, um estrangeiro, imaginem o que deve ser com os palestinianos, com os subproletários, com os portadores de autorizações. Soube então que a minha consciência não me permitiria afastar-me desse muro, do destino dos palestinianos que conheci, pessoas cujas vidas são esmagadas diariamente de mil e uma maneiras pela ocupação de Israel. Em solidariedade, e de alguma forma por impotência, escrevi no muro, naquele dia: "Não precisamos do controlo das ideias".

Tomando nesse momento consciência que a minha presença num palco de Telavive iria legitimar involuntariamente a opressão que estava a testemunhar, cancelei o concerto no estádio de futebol de Telavive e mudei-o para Neve Shalom, uma comunidade agrícola dedicada a criar pintainhos e também, admiravelmente, à cooperação entre pessoas de crenças diferentes, onde muçulmanos, cristãos e judeus vivem e trabalham lado a lado em harmonia.

Contra todas as expectativas, ele tornou-se no maior evento musical da curta história de Israel. 60.000 fãs lutaram contra engarrafamentos de trânsito para assistir. Foi extraordinariamente comovente para mim e para a minha banda e, no fim do concerto, fui levado a exortar os jovens que ali estavam agrupados a exigirem ao seu governo que tentasse chegar à paz com os seus vizinhos e que respeitasse os direitos civis dos palestinianos que vivem em Israel.

Infelizmente, nos anos que se seguiram, o governo israelita não fez nenhuma tentativa para implementar legislação que garanta aos árabes israelitas direitos civis iguais aos que têm os judeus israelitas, e o muro cresceu, inexoravelmente, anexando cada vez mais da faixa ocidental.

Aprendi nesse dia de 2006 em Belém alguma coisa do que significa viver sob ocupação, encarcerado por trás de um muro. Significa que um agricultor palestiniano tem de ver oliveiras centenárias ser arrancadas. Significa que um estudante palestiniano não pode ir para a escola porque o checkpoint está fechado. Significa que uma mulher pode dar à luz num carro, porque o soldado não a deixará passar até ao hospital que está a dez minutos de estrada. Significa que um artista palestiniano não pode viajar ao estrangeiro para exibir o seu trabalho ou para mostrar um filme num festival internacional.

Para a população de Gaza, fechada numa prisão virtual por trás do muro do bloqueio ilegal de Israel, significa outra série de injustiças. Significa que as crianças vão para a cama com fome, muitas delas malnutridas cronicamente. Significa que pais e mães, impedidos de trabalhar numa economia dizimada, não têm meios de sustentar as suas famílias. Significa que estudantes universitários com bolsas para estudar no estrangeiro têm de ver uma oportunidade escapar porque não são autorizados a viajar.

Na minha opinião, o controlo repugnante e draconiano que Israel exerce sobre os palestinianos de Gaza cercados e os palestinianos da Cisjordânia ocupada (incluindo Jerusalém oriental), assim como a sua negação dos direitos dos refugiados de regressar às suas casas em Israel, exige que as pessoas com sentido de justiça em todo o mundo apoiem os palestinianos na sua resistência civil, não violenta.

Onde os governos se recusam a actuar, as pessoas devem fazê-lo, com os meios pacíficos que tiverem à sua disposição. Para alguns, isto significou juntar-se à Marcha da Liberdade de Gaza; para outros, juntar-se à flotilha humanitária que tentou levar até Gaza a muito necessitada ajuda humanitária.

Para mim, isso significa declarar a minha intenção de me manter solidário, não só com o povo da Palestina, mas também com os muitos milhares de israelitas que discordam das políticas racistas e coloniais dos seus governos, juntando-me à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel, até que este satisfaça três direitos humanos básicos exigidos na lei internacional.

1. Pondo fim à ocupação e à colonização de todas as terras árabes [ocupadas desde 1967] e desmantelando o muro;

2. Reconhecendo os direitos fundamentais dos cidadãos árabo-palestinianos de Israel em plena igualdade; e

3. Respeitando, protegendo e promovendo os direitos dos refugiados palestinianos de regressar às suas casas e propriedades como estipulado na resolução 194 das NU.

A minha convicção nasceu da ideia de que todas as pessoas merecem direitos humanos básicos. A minha posição não é anti-semita. Isto não é um ataque ao povo de Israel. Isto é, no entanto, um apelo aos meus colegas da indústria da música e também a artistas de outras áreas para que se juntem ao boicote cultural.

Os artistas tiveram razão de recusar-se a actuar na estação de Sun City na África do Sul até que o apartheid caísse e que brancos e negros gozassem dos mesmos direitos. E nós temos razão de recusar actuar em Israel até que venha o dia – e esse dia virá seguramente – em que o muro da ocupação caia e os palestinianos vivam ao lado dos israelitas em paz, liberdade, justiça e dignidade, que todos eles merecem.
Postado: http://diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=13026:roger-waters-adere-ao-boicote-cultural-a-israel&catid=93:direitos-nacionais-e-imperialismo&Itemid=106

Tradução do Comité Palestina

ROBERTO CARLOS DEBAIXO DOS CARACÓIS DO NAZI-FACISTA-SIONISTA

ROBERTO CARLOS E ISRAEL - ISRAEL E O BRASIL
(...........ENQUANTO ISSO O FUNDADOR DA BANDA PINK FLOYDE, ROGER WATER ADERE AO BOICOTE CULTURAL A ISRAEL ( PRÓXIMA MATÉRIA POSTADA))


Laerte Braga

O cantor e compositor Roberto Carlos foi recebido pelo presidente de Israel Shimon Peres. Israel é uma invenção dos países aliados ao fim da Segunda Grande Guerra Mundial, forma de estabelecer uma base para o controle dos países árabes e do petróleo, evidente e principalmente.

É um Estado terrorista e hoje, longe de ser mera base, é a maior ameaça terrorista existente, uma ressurreição do REICH, no capítulo nazi/sionista. O ex-primeiro-ministro Ben Gurion, considerado o fundador do moderno estado de Israel, como chamam, foi colaborador do III REICH.

Controla o maior arsenal nuclear do mundo, capaz de destruir cem vezes o planeta, já que detém a maioria das ações da companhia ESTADOS UNIDOS INC. Formam juntos o conglomerado ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A. Um dia foi ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A.

O Brasil é um dos alvos prioritários de Israel e do conglomerado como um todo.

O governo Lula, na política de uma no cravo e outra ferradura, ao mesmo tempo que se aproximava de países árabes como o Irã, assinou um tratado de livre comércio com Israel. Desde então o avanço dos terroristas nazi/sionistas sobre nosso País tem sido escandaloso sob todos os aspectos e hoje ocupam funções vitais dentro do Estado brasileiro, como atuam através do seu esquadrão da morte, a MOSSAD, em ações de guerra – são peritos em assassinatos de adversários, seqüestros, tortura, o repertório da boçalidade nazi/sionista.

E o marketing, evidente.

Um artista, qualquer que seja, ir apresentar-se em Jerusalém – cidade palestina ocupada por Israel – não implica em apoio ao terrorismo de estado daquele país. É necessário registrar que milhares de cidadãos de Israel começam a se opor às políticas de seu governo, percebendo os riscos e armadilhas de um delírio hitlerista. É lógico, muitos deles conhecem os horrores dos campos de concentração nazista e avaliam o que sejam os horrores dos campos de concentração mantidos por ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A.

Só que Roberto Carlos não foi se apresentar em Jerusalém como artista em condições normais para um artista. Foi comprado por grupos nazi/sionistas que atuam no Brasil e trabalham com incrível desvelo a construção de imagem favorável ao Estado terrorista, na tentativa de reverter os danos causados por ações como roubo de terras palestinas, riquezas palestinas, bloqueio de Gaza, assassinatos de cidadãos de outros países que tentam chegar a Gaza com ajuda humanitária, enfim, a barbárie que caracteriza Israel.

Esse tipo de evento, ou fato, como queiram, é comum. O ex-presidente do STJ – Superior Tribunal de Justiça –, aquele que deu um chilique e demitiu um estagiário que aguardava na fila do caixa eletrônico sua vez, atrás do ministro, o nome é Ari Pendgler, é um dos principais ativistas desse tipo de trabalho, digamos assim.

As Nações Unidas vão divulgar nos próximos dias um relatório em que afirmam que as forças de Israel agiram com violência contra ocupantes de um navio de ajuda humanitária que pretendia chegar a Gaza. Morreram vários deles e o governo da Turquia resolveu suspender as relações militares e diplomáticas com Israel por conta disso.

A covardia sionista não tem paralelo na história contemporânea, exceto se compararmos ações como a de Hitler, ou agora, a “ajuda humanitária” à Líbia para o controle do petróleo naquele país.

Querem o Brasil e por conta disso começam a comprar figuras de prestígio popular no País. Caso de Roberto Carlos.

Em 1967, época do esplendor dos festivais de música, um episódio determinou o verdadeiro caráter de Roberto Carlos, nada a ver com seu trabalho como cantor e compositor (embora como compositor tenha sido acusado várias vezes de plágio e de comprar músicas).

Foi no festival da antiga RECORD, também nada a ver com a atual. Naquele ano surgiram Caetano Veloso com “Alegria Alegria”. Gilberto Gil com “Domingo no Parque”, a extraordinária “Roda Viva” de Chico Buarque de Holanda e o primeiro lugar foi de Edu Lobo com “Ponteio”.

Ficou marcado quando Sérgio Ricardo atirou o violão na platéia ao ser vaiado por sua música em homenagem a Mané Garrincha. Sérgio Ricardo é um dos grandes compositores da MPB e a vaia foi injusta. A música era BETO BOM DE BOLA.

Luís Carlos Paraná nasceu em Ribeirão Claro, São Paulo, foi comerciário no Rio de Janeiro – onde aprendeu a tocar violão sozinho – e companheiro de quarto numa pensão do extraordinário João Gilberto. Morreu precocemente e deixou uma obra de grande valor na MPB. Foram duas grandes perdas precoces. O próprio Luís Carlos Paraná e Sidney Muller.

Em 1967 inscreveu no festival da RECORD a música MARIA CARNAVAL E CINZAS e ficou com o quinto lugar. O intérprete foi Roberto Carlos. Àquela época vaiado pelo auditório por sua posições políticas dúbias diante da ditadura militar. Já se sabia ali que o cantor e suposto compositor não tinha nada a ver com a luta contra a censura, as prisões arbitrárias de cantores, compositores, artistas de um modo geral. Omisso e em seguida cúmplice do regime militar no processo de silêncio diante da barbárie e aceitação das regras da censura.

Foi mais além que isso.

Terminado o festival o próprio Roberto Carlos disse a jornalistas que não participaria mais de festivais, havia se irritado com a vaia, estava acostumado aos aplausos de astro da chamada jovem guarda. Não discuto mérito artístico, não está se tratando disso, mas caráter de artista. Houve um incidente – troca de palavras criticas – entre ele e Chico Buarque através da mídia e cada qual seguiu seu caminho. Chico e sua dignidade de lutador contra a ditadura e Roberto Carlos a falta de tal em sua cumplicidade com a ditadura militar.

Anos mais tarde o cantor conseguiu revelar a face hipócrita de setores dominantes da Igreja Católica e a natureza de santo do pau oco do papa João Paulo II. O feroz combate dos dignatários – vá lá – da igreja contra o divórcio não impediu que o papa, em sua visita ao Brasil, recebesse e abençoasse o cantor e sua companheira, sendo ele divorciado. João Paulo II é produto de marketing e esse detalhe, no Brasil, seria abafado pelo prestígio do cantor junto a determinados setores do público e do próprio papa, visto como santo (mas do pau oco, por baixo das vestes papais a suástica gravada no peito).

Hoje, o cantor se presta a ação terrorista de Israel em todos os cantos do mundo, à cobiça em torno do Brasil e sobre o Brasil, no papel de astro da música brasileira, de artista de prestígio indiscutível, mas de um caráter às vezes doentio (basta ver as exigências que faz em relação a suas apresentações, assim tipo cor de lençol, tantas toalhas, guardanapos, etc).

Foi cooptado – comprado – por esse marketing do terrorismo nazi/sionista.

Besteira tudo isso?

Israel desde o tal tratado de livre comércio se tornou controladora da indústria bélica brasileira – logo tecnologias indispensáveis à segurança nacional, a própria soberania do Brasil. Toma conta de setores industriais estratégicos, de bancos (isso é o óbvio), é parte do apoio ao latifúndio escravagista que ainda habita por aqui em larga escala e agentes da MOSSAD atuam no controle de refugiados palestinos (suas terras foram roubadas pelos israelenses), como dispõem de larga influência em setores do Estado brasileiro e nos três poderes.

O mingau brasileiro sendo comido pelas beiradas pela nação líder do IV REICH.

Roberto Carlos é uma distração/alienação para o povo tanto de lá, como de cá. Mais de cá, pois o show em Jerusalém é só para dizer que você tem prestígio aqui e fechar o negócio, impressionar o alvo.

É lamentável, estamos mergulhando outra vez em noites que não terminam em dias.

A propósito, Luís Carlos Paraná não teve nada a ver com Roberto Carlos interpretar sua belíssima MARIA CARNAVAL E CINZAS. Àquela época o cantor tentava parecer uma coisa que não era e nem nunca foi. Seu verdadeiro caráter veio a tona exatamente no pós festival e suas declarações à imprensa. Mania de Deus.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

MANIFESTO DE APOIO À UNIDADE DO POVO SÍRIO CONTRA AS AMEAÇAS DO IMPERIALISMO



1.A OTAN conseguiu! Hoje, a Líbia é um país destruído, com milhares de mortos e desabrigados. Segundo organismos dos Direitos Humanos, há 4 milhões de refugiados da Líbia, fugindo para os países fronteiriços, de uma população de 6.5 milhões. Fogem da OTAN e de seus “rebeldes” mercenários apresentados pela mídia, como salvadores da pátria, que vieram salvar o povo da ditadura. Nada mais falso!

2.Nossa posição política é de total independência com relação ao governo Kadafi, no entanto não podemos esconder os fatos : A Líbia ostentava o Maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África , maior que o do Brasil; o ensino era gratuito até a Universidade; o sistema de saúde era público, moderno e gratuito; o Banco estatal fazia empréstimos sem juros; em 2007, construiu o maior sistema de irrigação do mundo, que transformou o deserto, 95% da Líbia, em fazendas produtoras de alimentos e colocou água a disposição do povo líbio, gratuitamente e o que incomodava sobremaneira: seu Banco Central não estava atrelado ao sistema financeiro mundial, cuja referência é o dólar.

3.O “bombardeio humanitário” destruiu a vida de milhões de trabalhadores negros, que apesar de todo sofrimento, resistem bravamente à invasão do país pela Al-Qaeda, a velha aliada da CIA, no Oriente Médio. Mas, os EUA e a UE, através da OTAN estão no caminho de atingir seu principal objetivo militar e geopolítico: a ocupação , a apropriação das riquezas naturais e o controle político da Líbia, Síria, Líbano e Iran e concluir a limpeza étnica da Palestina. Tudo em nome da democracia deles!

4.Um poderoso aliado é determinante nesta fase histórica tão conturbada de crise sistêmica do capital e guerras de rapina contra os povos: a mídia sionista. Antes dos tanques e aviões lotados de bombas de nêutron empobrecidas que causam terríveis mutações genéticas nos seres humanos, os jornais e TVs preparam os corações e as mentes dos homens e mulheres para que aceitem suas mentiras, como verdade inquestionável. Assim, para o Iraque, o motivo foi a existência de fictícias armas nucleares; para a guerra no Afeganistão, o combate ao terrorismo; na Líbia, a intervenção humanitária, retórica também utilizada para justificar um iminente ataque à Síria;

5.A Síria é a bola da vez! Neste sentido os EUA, UE , Israel, Turquia, Arábia Saudita e a OTAN já deram início a “operação campanha de desestabilização”, que inclui apoio militar encoberto ( armas e treinamento) a grupos mercenários sírios e aos paramilitares da Al-Qaeda dirigidas contra o governo sírio, que se destaca na região, pelo apoio às resistências antimperialistas e na luta contra o sionismo. A idéia é destruir o equilíbrio político existente entre os diversos grupos políticos e étnicos e causar o caos. As bombas “humanitárias”viriam salvar o povo sírio, sob o lema de "Responsabilidade para proteger" ("Responsibility to Protect", R2P), a mesma tática aplicada contra a Líbia. Esse movimento, por tabela, causaria a desestabilização imediata do Líbano e fortaleceria o aliado Israel.

6.Esse movimento de protesto na Síria, como na Líbia, não tem nada de pacífico, nem de democrático e nem de primavera. Se apropriam da agenda de luta por democracia para investir contra o espírito secular e tolerante que marca historicamente a formação da sociedade Síria. O Estado está enfrentando homens armados, Edifícios públicos incendiados, como o Tribunal de Justiça e o Banco Agrícola, em Hama, onde os “manifestantes paramilitares” estavam armados com metralhadores sofisticadas. São os franco atiradores trazendo pânico e medo para população e o exército é constantemente alvejado por esses mercenários.

7.O Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro não tem dúvidas de que lado está: incondicionalmente ao lado do povo da Síria , que por diversas vezes, já demonstrou através de manifestações gigantescas de rua, sua intenção de lutar em defesa da integridade do país , contra o imperialismo e o sionismo. Neste momento histórico, todos os setores progressistas e de esquerda da Síria estão juntos contra a ameaça de ataque e destruição de seu país. Construindo uma Frente antimperialista!

8.E o Comitê de solidariedade à Luta do Povo Palestino do RJ está do lado deles contra o inimigo imperialista e sionista!

NÃO À AGRESSÃO IMPERIALISTA NA SÍRIA!
TODO APOIO A FRENTE ANTIMPERIALISTA !
TOTAL REPÚDIO À OCUPAÇÃO DAS TROPAS IMPERIALISTAS E SEUS “REBELDES” DA OTAN, NA LÍBIA!
FORA A OCUPAÇÃO SIONISTA DA PALESTINA!
PALESTINA LIVRE!

Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro