sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Começa o Fórum Mundial da Educação na Palestina

Dez mil marcham pelo fim da ocupaçao sionista

sexta-feira 29 de outubro de 2010, por Hilde C Stephansen, Soraya Misleh

Na marcha de abertura, palestinos e visitantes pedem justiça, dignidade e respeito aos direitos humanos pelo Estado de Israel.
O Forum Mundial da Educação foi aberto nesta quinta-feira (29), com a presença de ativistas de todo o mundo, inclusive do Brasil.
Na tradicional marcha que da a largada aos eventos do FSM, cerca de 8 mil participantes, segundo os organizadores, caminharam pelas ruas de Ramallah, na Cisjordania, território ocupado pelo Estado de Israel.
O encontro segue até o próximo domingo (31) e permitirá aos visitantes conhecerem as dificuldades enfrentadas pelos palestinos para assegurar a educacao. Apesar de todos os obstáculos impostos por uma politica segregacionista - como barreiras, muros, postos de controle -, na Palestina praticamente toda a juventude encontra-se na escola e quase não há analfabetismo. (S.M.)

Confira a abertura em imagens de Hilde Stephansen:

Acompanhe on line pelo sitio: http://www.ciranda.net

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O poder da propaganda política sionista e como combater






LB
Rebelião
Poucos dias atrás, navegando na internet, me deparei com um vídeo que me fez pensar. Trata-se de um vídeo gravado em algum lugar dos territórios palestinos ocupados em que se vê como vários palestinos, duas mulheres, um homem adulto e várias crianças, tentando cruzar um posto de controle israelense para chegar ao hospital mais próximo. Uma das mulheres palestinas está a ponto de dar à luz - "Ela está sangrando! Grita seu companheiro aos soldados do posto de controle israelense! Em resposta, os israelenses fecharam a passagem com veículos blindados, dizendo repetidas vezes pelo alto-falante: "Go, go go!”“. Após alguns minutos,se apresenta uma ambulância palestina disposta a embarcar a mãe e levá-la ao hospital. Os palestinos parecem nutrir esperanças que os soldados não se atreveriam a bloquear o caminho da ambulância, mas se equivocam. A partir desse momento, se enfurece as ordens dos israelenses de limpar o caminho e vários veículos blindados sionistas ameaçam atacar a ambulância, que finalmente não tem nenhuma escolha que partir em direção oposta.

O vídeo, com poucas palavras, é uma das provas mais flagrantes da brutalidade de Israel que eu já vi. É verdade que tive a oportunidade de ver algumas coisas bastante espantosas antes, mas às vezes, não é a visão do sangue, nem dos membros expostos, ou corpos crivados de balas ou queimados pelo fósforo que nos produz maior impacto. Por causa do complicado mecanismo psicológico cuja complexidade e causas ignoro, por vezes, nos impressionado mais ver um soldado israelense imberbe desencadeando uma bofetada em um velho palestino, ou uma criança vasculhar as ruínas de sua casa destruída, ou um camponês chorando no campo das oliveiras junto a um toco que uma vez foi uma oliveira.

Pois bem, o vídeo que menciono é um daqueles que possuem a qualidade de ser mais chocante que muitas das imagens que nos chega da Palestina. A razão desse poder está, penso eu, de dois fatores: a banalidade aterradora e seu racismo infinito. Basicamente, são quatro minutos de gravação em que se expressa a quinta essência da ideologia sionista: o seu desprezo radical por toda a vida humana não judia.

Pois bem, sendo como é este, um testemunho gráfico tão absolutamente aterrorizante, e ainda assim tão esclarecedor, imediatamente me veio à mente a pergunta: como é possível que nenhum grande meio de comunicação o tenha ecoado? Uma vez que este vídeo aporta chaves fundamentais para compreender o que está acontecendo na Palestina, que essas chaves podem ser facilmente decifradas por qualquer pessoa - culta ou iletrada, jovem ou velho, sueca, peruana ou zairense - em qualquer lugar do mundo e com um mínimo custo dos neurônios e que, portanto, tem um valor informativo e pedagógico imensuráveis; por isso como é possível manter-lo escondido e silenciado? Os meios de comunicação de massa encontram tempo e espaço para levar ao grande público questões tão transcendental como as cores dos vestidos das senhoras presentes no desfile militar em 12 de outubro e não têm lugar para mostrar este vídeo? O que está acontecendo aqui?

Da "única democracia no Oriente Médio" tendemos a crer que já vimos de tudo. No entanto, devido ao divórcio radical que em todas as questões relativas ao conflito israeli-palestino se produz entre a realidade e sua representação, o fato é que o cidadão médio que vive fora das fronteiras do Estado de Israel (1) viu e vê muito pouco do que significa viver cada dia sob as botas e o tacão do regime sionista. Em um ambiente saturado de novas tecnologias de comunicação a maioria da população continua a ignorar as coisas mais básicas do conflito, por exemplo, e para citar apenas uma das principais, o que significa ser palestino numa cruel etnocracia talmúdica cujos governantes levam mais de sessenta anos empenhados em assegurar por meios violentos a purificação racial do território que controlam.

Nossa ignorância dos fatos que acontecem na Palestina não é fortuita. Os meios de comunicação majoritários se encarregam de filtrar e bloquear os atos diários de barbárie israelense, de censurar as imagens que atestam a implacável matriz de controle que a potência colonial sionista há tecido sobre a sociedade palestina para sufocá-la e forçá-la ao exílio. Somente quando a magnitude ou a brutalidade dos fatos é tão grande que não há como esconder (por exemplo, quando Israel lança ofensivas genocidas sob centros de população civil, como em Gaza, ou quando assaltam navios em águas internacionais, assassinando impunemente seus passageiros), os meios de comunicação encontram tempo para incluir em suas reportagens informações sobre o que acontece no território controlado pelo regime sionista. No entanto, mesmo nesses casos, os comentários que acompanham as imagens são muitas vezes tão tendenciosos que o espectador pode muito bem acabar convencido, entre outras coisas, de que foram os violentos passageiros do Mavi Mármara os beatos comandos da marina sionistas que abordaram o navio empunhando buquês de flores (a mortalidade subseqüente seria devido à perfídia inata dos assassinados, provocadores natos dispostos a fazer qualquer coisa para desacreditar o Estado de Israel).

E se porventura sucede, que apesar de todos os esforços da barbárie sionista a autêntica face da ocupação israelense persiste em mostrar-se nas imagens tendenciosas e em filtrar-se entre as linhas dos artigos e editoriais higienizados em favor de Israel, com o conseqüente risco de despertar do sono o leitor / espectador menos avisado, então se acende as luzes vermelhas do departamento agitprop (agitação e propaganda) Sionista, se ativa seu aparato de controle de danos e se põe em marcha seu imenso aparelho firewall (corta fogo).
Recordemos os mais óbvio:
Censura e silenciamento: as notícias e as imagens que contradizem a versão israelense, ou bem se omitem, ou bem se maquiam e distorcem, de maneira que acabe distorcida e apagada a principal linha, essencial da informação do conflito: a existência de um povo que implementa uma ocupação e outro que sofre a ocupação; a existência de um que é o opressor e outro que é o oprimido.

Acusações indiscriminado de anti-semitismo. Esta é a principal Arma de Difamação em Massa (ADM) do arsenal da propaganda sionista. Pode ser jogado sobre a cabeça de qualquer pessoa que critique as ações de Israel, independentemente de sua ideologia, sua trajetória e, sobretudo, independente da solidez dos argumentos que coloca. Graças a esta arma, qualquer pessoa, órgão ou instituição que critique Israel (seja judeu ou goy) é convertido num passe de mágica em anti-semita. Uma arma eficaz para silenciar todos os opositores, mas, felizmente, a sua utilização sistemática exagerado e extemporânea está contribuindo para desprestigiá-la.

Ativação imediata dos terminais mediáticos operados pelos intelectuais sionistas, jornalistas, think tanks e grupos de pressão locais ao serviço de Israel. No Estado espanhol, os nomes e os rostos destes agentes locais da propaganda sionista são bem conhecidos, desde um alinhado papagaio fátuo catalão até um antigo ativista do ETA transmutado em ázimo converso editorial dos principais meios de comunicação espanhóis e, finalmente, pelas principais organizações filo sionistas vinculadas a extrema direita espanhola (PP).

Campanhas de assédio e de intoxicação através de equipes coordenadas que desenvolvem todos os tipos de atividades de assédio e propaganda sionista na Internet, desde a sabotagem de grupos de discussão e de sites de críticas a Israel até as manipulação de entradas da Wikipédia. A existência desta divisão de informática agitprop (agitação e propaganda) Sionista foi reconhecido publicamente por autoridades israelenses.

O firewall (corta-fogo) mais grosseiramente vinculado ao aparelho político sionista (o Estado) e o mais patético de todos: cartas do embaixador israelense a todos os meios de comunicação que ouse rasgar a cortina e ameace em tornar visível a face da opressão sionista. Esta insólita modalidade de agitprop (agitação e propaganda) tem uma história curiosa. Segundo conta o ativista israelense Uri Avnery (2), esta estratégia deriva diretamente das orientações emitidas pelo Ministro dos do Exterior israelita Lieberman, quem há poucos meses convocou todos os representantes diplomáticos de Israel e lhes ordenou que a partir desse momento não deixarão sem resposta nenhuma informação contrária aos interesses e imagem de Israel. Depois da reprimenda, as embaixadas de Israel em todo o mundo se transformaram em super ocupados gabinetes de imprensa, cujos funcionários dispararam febrilmente cartas e e-mails para os meios de comunicação a fim de sustentar a narrativa sionista. Esta atividade "informativa" não está confinada aos círculos diplomáticos: quando o Sr. ou a Sra. Embaixadora não consegue dar conta da tarefa, pode mantê-la recrutando agentes de segunda fila ou qualquer sionista, por salário ou por hora, capaz de escrever uma carta ou enviar um e-mail de protesto. Uma análise do arquivo celtibérico irá fornecer um vasto mostruário desse tipo de intervenção.

Tomadas uma a uma, estas armas são bastante eficaz para fazer recuar o mais ousado que se atreva, porém empregadas de forma combinada tem efeito devastador. Nos Estados Unidos há anos conseguiram amordaçar o Congresso e subjugar a totalidade do aparato político, a tal ponto que hoje a política americana se reduz a disputa entre democratas e republicanos para ver quem pronuncia a maior declaração de amor a Israel e ao sionismo. Na Europa, a ação conjunta dos meios de comunicação e de inconfessáveis alianças estratégicas entre as elites dirigentes dos diferentes Estados explicam por que Israel haja podido aceder ao status de parceiro privilegiado da União Européia, quando qualquer outro país com as suas credenciais levaria anos padecendo todo tipo de sanções. No Estado espanhol poucos meios de comunicação se atrevem a enfrentar uma máquina de manipulação e assédio tão bem azeitada, financiada e coordenada.

Esta imagem pode parecer desolador, mas há razão para ter esperança. O edifício hasbara Israel é uma fortaleza imponente, porém seus muros têm uma fenda cada vez mais profunda: Internet e mídia alternativa. No ambiente das moderna tecnologia de informação o controle dos fatos que viram notícias e seu relato são cada vez mais difícil. Por isso é fundamental para aprofundar a fenda e tratar de ampliá-la ajudar a fomentar a difusão de relatos alternativos que interrompem o discurso mentiroso e onipresente sionista. Como há muitas pessoas dedicadas a essa tarefa: franco-atiradores da contra-informarão, jornalistas críticos (incluindo os israelenses), web sites, blogs, grupos de notícias, organizações de solidariedade e muitos outros agentes tecem uma rede de informação alternativa em cujo seio um vídeo em que soldados israelenses impedem uma ambulância levar ao hospital uma mulher palestina em trabalho de parto ocupará sempre um lugar mais proeminente que algumas piadas grosseiras sobre o padrão exibido por alguns figurantes em um desfile militar.

Qualquer pessoa que queira contribuir e combater o poder de hasbara Israel, o aparelho de propaganda e manipulação a serviço da empresa colonial e racista do sionismo, pode começar a fazer a partir deste momento dando publicidade ao vídeo que gerou este comentário. A rachadura do muro é irreversível. Em nossas mãos está a contribuição para aumentá-la até que todo o edifício tombe em meio a uma nuvem de povo e de vergonha.
Estamos ansiosos pela carta de protesto do embaixador israelense ou de um sionista de plantão.

NOTAS:

1.Já que menciono as fronteiras de Israel, vale a pena observar que Israel é, por efeitos práticos nos dias de hoje, de fato, um único Estado que ocupa 100% da Palestina histórica, ou seja, todo o território entre o Mediterrâneo e o rio Jordão, onde se aplica três sistemas jurídicos: a) plenos direitos para os judeus em toda extensão desse território; b) direitos reduzidos para a população não-judeus ainda residentes nos territórios de 48; c) a ausência total de direitos para os habitantes não-judeus dos territórios ocupados em 67. Conforme argumentado por Gilad Atzmon, o Estado palestino já existe, mas no momento é chamado de Israel.
2.http://www.rebelion.org/noticia.php?id=99153
Rebelião publicou este artigo com a permissão do autor por Creative Commons License, Respeitando a sua liberdade de publicá-lo em outro lugar.


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CAMPANHA DE BOICOTE ACADÊMICO E CULTURAL À ISRAEL

Este artigo de opinião tem uma história por trás. Quando o duro artigo de opinião de Umberto Eco contra o boicote cultural a Israel apareceu no jornal italiano L'espresso , a PACBI (The Palestinian Campaign for the Academic and Cultural Boycott of Israel, A Campanha Palestina para o Boicote Acadêmico e Cultural a Israel) decidiu que seria necessário refutá-lo. Dois membros da PACBI contataram o jornal através de um colega italiano para pedir que fosse publicada uma refutação no jornal. Depois de muita negociação e muitos emails trocados com um dos editores, a refutação foi reduzida a um mínimo, e o jornal concordou em publicá-la em 2 de julho de 2010 na sua secção de cartas . Todavia, ficou aparente que a versão publicada fora ainda mais reduzida, e que as identidades dos autores não haviam sido incluídas. Isto é na realidade um triste comentário sobre o estado da liberdade de imprensa na Itália, onde se permite que figuras influentes defendam livremente Israel e seus atos criminosos enquanto àqueles que se opõem não é concedido espaço para expressar sua oposição a essas opiniões.



Em 14 de maio de 2010, nas páginas do L'espresso [1] , Umberto Eco atacou os crescentes esforços na Itália em apoio à Palestinian Campaign for the Academic and Cultural Boycott of Israel (PACBI), argumentando que "qualquer posição política, qualquer polêmica contra um governo, não deveria envolver todo um povo e uma cultura inteira”. Nós concordamos, Mas quão relevante é isto para o debate sobre os méritos de um boicote acadêmico contra Israel? Nossa campanha tem consistentemente mirado Israel e suas instituições cúmplices, e não indivíduos.

Uma das mais importante lições aprendidas a partir da luta global contra o apartheid na África do Sul é que recusar tratar nos termos habituais com instituições que são cúmplices em violações graves e persistentes dos direitos humanos não é somente justificado; é um dever ético para intelectuais conscientes em todo o mundo. Ao se tornarem coniventes com políticas contrárias à lei internacional e que infringem direitos fundamentais, as instituições tornam-se responsáveis e portanto imputáveis. Todas as instituições acadêmicas de Israel, sem exceção, estão nesta categoria, tornando imperativo o apelo ao seu boicote a fim de para apoiar os direitos palestinos e por fim à ocupação de Israel e ao sistema de discriminação racial que se enquadra na definição de apartheid da Convenção para a Supressão e Punição do Crime de Apartheid da ONU.

Numa época em que Israel está desconsiderando a lei internacional com completa impunidade, atacando embarcações civis que transportam ajuda humanitária para 1,5 milhões de palestinos que sofrem sob anos de um sítio ilegal israelense, matando e ferindo grande número de trabalhadores voluntários desarmados e outros ativistas, o silêncio acadêmico israelense é mais ruidoso que nunca. Mas isso era previsível. Nunca na sua história as instituições acadêmicas, associações profissionais ou organizações de acadêmicos de Israel condenaram a ocupação. Nunca vocalizaram qualquer oposição aos repetidos encerramentos militares de universidades palestinas, muitas vezes por quatro anos consecutivos, para não falar da negação de direitos sancionados pela ONU aos refugiados palestinos. Quando estudantes palestinos foram detidos durante a primeira intifada (1987-92) por portar livros técnicos ou professores presos por dar aulas "clandestinas", a academia israelense permaneceu vergonhosamente silenciosa, e os acadêmicos israelenses na maior parte continuaram a propagar a imagem enganosa de Israel como uma "democracia" esclarecida.

Israel, de fato, impôs um cerco estrito a instituições palestinas de educação superior durante as últimas três décadas. Que estas instituições tenham sobrevivido e estejam florescendo é um testemunho de sua determinação e perseverança em resistir a seu modo a um opressivo regime militar determinado a silenciar a voz da academia palestina. Em Gaza, Israel impõe um boicote acadêmico geral, entre outras formas de cerco, ao evitar a quase todos os estudantes entrarem ou sairem da Faixa. A última manifestação do cerco a universidades palestinas – boicote, na verdade – foi o ato arrogante e desdenhoso de Israel ao negar entrada ao renomado intelectual Noam Chomsky para falar na Birzeit University.

Compreendendo a arraigada conivência da academia israelense com as estruturas de opressão naquele país, o eminente historiador israelense Ilan Pappe declarou já em 2005 que "o boicote atingiu a academia porque a academia em Israel optou por ser oficial" [2] Citando a pesquisa de outro acadêmico israelense que mostrou que "de 9000 membros da academia em Israel, somente 30 a 40 estão ativamente engajados na leitura de críticas significativas, e um número menor, apenas três ou quatro, estão ensinando aos seus alunos de maneira crítica sobre o sionismo e assim por diante". Pappe conclui que "a academia escolheu ser a propaganda oficial de Israel. ... A academia é o mais importante embaixador de Israel na alegação de que somos a única democracia no Oriente Médio".

Durante a guerra de agressão de Israel a Gaza em 2008-2009, quando mais de 1400 pessoas, predominantemente civis, foram mortos, milhares de lares foram destruídos junto com dezenas de escolas e abrigos da ONU, hospitais e clínicas foram alvejados e a maior universidade palestina foi bombardeada por F-16's, a academia israelense não foi somente um "observador neutro". Várias universidades contribuíram ativamente para os crimes de guerra cometidos contra palestinos.

Por exemplo, a Universidade de Tel Aviv colaborou diretamente no desenvolvimento de armas e doutrinas militares que foram usadas na agressão maciça de Israel a Gaza, uma guerra que foi condenada pelo Relatório Goldstone e pela Assembléia Geral das Nações Unidas como constituindo crimes de guerra e possivelmente crimes contra a humanidade. [3]

Outras universidades em Israel não fizeram melhor. Um estudo [4] encomendado pelo Israeli Alternative Information Center (AIC – Centro de Informação Alternativa Israelense) documenta inúmeras facetas da cumplicidade acadêmica em Israel. O Ariel College foi construído em território ocupado palestino, tornando-o uma colônia "acadêmica" ilegal. Da mesma forma um dos dois campi da Universidade Hebraica, construído na Jerusalém Leste ocupada, em violação direta à Quarta Convenção de Genebra. O Technion desempenha um papel chave no desenvolvimento de sistemas de armamento usados contra civis palestinos. De fato, a cumplicidade institucional com as instituições militares e de segurança israelenses são a norma em toda a academia, que se orgulha abertamente desta parceria.

Mesmo a defesa das mais básicas exigências de liberdade acadêmica para palestinos sofre a oposição da esmagadora maioria dos acadêmicos israelenses. Ao expressar "grande preocupação com respeito à deterioração em curso do sistema de educação superior na Cisjordânia e na Faixa de Gaza", quatro acadêmicos judeus-israelenses em 2008 redigiram uma petição [5] pedindo ao seu governo que "permitisse a estudantes e professores livre acesso a todos os campi nos territórios...". Tendo sido a petição enviada para todos os 9.000 principais acadêmicos israelenses, somente 407 a assinaram – pouco mais de 4%.

Apesar da cumplicidade generalizada, a PACBI tem sistematicamente feito distinção clara entre visar instituições e visar acadêmicos individualmente; rejeitamos a segunda opção, focando todas as nossas energias num boicote institucional. Isso decorre da nossa oposição, de princípio, a testes políticos ou "listas negras".

Inspirados pela luta da África do Sul pela liberdade, a PACBI e o crescente número de campanhas de boicote acadêmico ao redor do mundo acreditam que a academia israelense não deveria ser automaticamente isentada do boicote, especialmente quando seu papel em disfarçar e perpetuar crimes de Guerra está fora de dúvida.

[1] espresso.repubblica.it/dettaglio/boicottiamo-i-latinisti-israeliani/2127031

[2] Meron Rapoport, "Alone on the Barricades" (entrevista com Ilan Pappe), Haaretz. 6 May 2005

[3] www.electronicintifada.net/downloads/pdf/090708-soas-palestine-society.pdf

[4] alternativenews.org/images/stories/downloads/Economy_of_the_occupation_23-24.pdf

[5] www.pacbi.org/etemplate.php?id=792&key=407

O original encontra-se em www.odsg.org/... . Tradução de RMP.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

UNIVERSIDADE ORGANIZA SEMANA DA CULTURA ÁRABE

Palestina em debate:
O Mundo Árabe: tensões e conflitos no Tempo Presente
Khader Othman (Comerciante e membro do Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestno) e
Silvinha (Representante do Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino)

dia 19/10/2010 - terça-feira - 19 horas
local: Prédio de Ciências Humanas - FAED - UDESC - av. Madre Benvenuta - Itacorubi - Florianópolis

Veja a baixo a PROGRAMAÇÃO ATUALIZADA:
I SEMANA DA CULTURA ÁRABE E DO ISLAMISMO NO CONTEMPORÂNEO
18 a 21 de outubro 2010


Programação :
Segunda-feira (18/10/2010)
Abertura:

19h – Auditório (FAED-UDESC)
A Comunidade árabe e o Islã em Florianópolis
Amin El-Karam
(Sheik da Mesquita de Florianópolis)
Prof. Dr. Emerson César de Campos
Profa. Dra. Glaucia Oliveira Assis

20h - Auditório FAED (UDESC)
Cultura e Costumes árabes
Mohamed Adawy
(Membro da comunidade árabe de Florianópolis)

Terça-feira (19/10/2010)
15h – Sala 26 (FAED-UDESC)
Lemon Tree (Exibição do filme)
Debatedor: Prof. Dr. Luis Felipe Falcão

19h – Auditório FAED (UDESC)
O Mundo Árabe: tensões e conflitos no Tempo Presente
Khader Othman
(Membro do Comitê de Solidariedade à Causa Palestina)
Silvinha
(Membro do Comitê de Solidariedade à Causa Palestina)

Quarta-feira (20/10/2010)
19h – Sala 50 (FAED-UDESC)
O islamismo no tempo presente
Luigi Faraci (Professor de Teologia)

Quinta-feira (21/10/2010)
15h – sala 27 (FAED-UDESC)
The Bubble (Exibição do filme)
Debatedor: Prof. Msc. Fábio Francisco Feltrin de Souza

Encerramento: 19h – Auditório FAED (UDESC)
Estrangeiros numa Ilha: territórios e populações estrangeiras
em Florianópolis – SC – (1990- 2008).
(Apresentação de Pesquisa pelas: Carolina F. de Figueiredo
e Thamirys M. Lunardi)

19h30 – Auditório FAED (UDESC)
Um árabe na literatura brasileira
Salim Miguel (Escritor)

ENTRADA FRANCA
local: Prédio de Ciências Humanas - FAED - UDESC - av. Madre Benvenuta - Itacorubi - Florianópolis

Organização: projeto de pesquisa Imigração Árabe em Florianópolis/ UDESC / sob coordenação do Prof. Emerson César de Campos

informações: Bruno Bortoli brunobortoli@ymail.com

Palestina livre!
Viva a Intifada! Resitência até a vitória!
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino
"Um beduíno sozinho não vence a imensidão do deserto, é preciso ir em caravana"
http://www.vivapalestina.com.br/
http://www.palestinalivre.org/

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

TODO APOIO A CAMPANHA DE BOICOTE CONTRA ISRAEL PELOS FRANCESES

Colonização e apartheid: é isso que está ferindo a lei


Israel é que deve ser levados à justiça!

Em Bordeaux, Persignam, Mulhouse, Paris e Pontoise, ativistas deverão, em breve, comparecer a um tribunal devido à sua participação na campanha não violenta do BDS - Boicote, Desinvestimento e Sanções - contra Israel.

O presidente do Instituto Nacional de Vigilância contra o Anti-semitismo (BNCVA) declarou à imprensa que já são 80 acusações relativas a incidentes semelhantes, em toda a França. Estes processos são resultado das declarações enganosas proferidas pelo Primeiro-Ministro Fillon e o ministro do interior Hortefeux, bem como as instruções recentemente emitidas aos magistrados pelo ministro da justiça Alliot -Marie.

Este é um ataque sem precedentes sobre a campanha BDS engendrado pelas agências pró-Israel em conluio com o governo Sarkozy, cujas medidas racistas contra os ciganos estão causando indignação em toda a Europa.

Para coroar tudo isso, essas acusações estão baseadas em uma lei de 29 de julho de 1881 para atacar os ativistas BDS “... A grande ironia é que essa lei penaliza a prática de “... ódio , discriminação ou violência contra pessoa ou grupo devido à sua origem ou devido a pertencer ou não a uma determinada etnia, raça, nação ou religião ".

Queremos perguntar, então:

Quem, com total impunidade, está praticando violência e discriminação em uma base diária nos Territórios Ocupados da Palestina?

Quem, com total impunidade, aprova a legislação do apartheid contra os próprios palestinos concidadãos?

Quem, com total impunidade, comete crimes de guerra, e chacinas e persegue a população civil na Cisjordânia e em Gaza?

Quem, com total impunidade, estão violando a lei internacional, colonização e exploração os recursos dos territórios ocupados?

Quem, com total impunidade, tem imposto nos últimos cinco anos um cerco mortífero à Faixa de Gaza?

É Israel que está violando a lei internacional quando pratica a ocupação, a colonização, a apartheid e os crimes de guerra; quando nega os direitos dos presos e os direitos dos refugiados.

É Israel que devem ser cobrados na justiça!

O objetivo da campanha BDS é obrigar Israel a respeitar a lei.

Por que o sistema jurídico francês condena os cidadãos que realizam ações pacíficas para que a lei seja respeitada e aplicada? Cidadãos franceses que pedem boicote, desinvestimento e sanções contra Israel são impulsionados pela necessidade urgente de acabar com a sistemática violação da lei por parte de Israel e inabalável impunidade que lhe foi concedida pelo governo francês.

A campanha BDS/ França apela a uma ampla manifestação de apoio a todos aqueles, sem exceção, que estão sendo processados por causa de suas ações de boicote e exige que Israel seja indiciado e que as comissões de apoio sejam estabelecidas e desenvolvidas em todo o país.

A campanha BDS/ França está colocando sua equipe de advogados ao serviço daqueles que estão sendo processados e de todos os ativistas do BDS. A partir de agora, a campanha para promover BDS e indiciar Israel deve ser ainda mais reforçada. Devemos utilizar as próximas manifestações como oportunidades para demonstrar a força de nossa campanha, comparecendo em grande número.

BDS Campanha França

www.bdsfrance.org

campagnebdsfrance@yahoo.fr

Membros da França BDS Campanha: filisteu ABNA, Aliança para a liberdade edignidade, a Alternativa Libertária , américains contre la guerre, américains pour la paix ET la justiça Montpellier, Associação dos Palestiniens en France, Associação dostravailleurs magrebinos en France, Associação dos tunisiens en France, AURDIP ,CCIPPP , féministes Collectif des pour l' égalité, Collectif judeo arabe et pour citoyenla paix , Collectif des musulmans de France, palestiniens Comités pour le Droit auretour , Comités BDS França Clichy Palestina, BDS França Montpellier, França BDSNord Est , Orne Palestina, BDS Mulhouse, AFPs Gennevilliers, AFPs/ Cruas , BDS Ardèche Méridionale , CNT, CAPJPO - europalestine ,A coordenação inter- associativa pour la Palestina, Coordenação de acção pour l ' nãoviolente de l' Arche , artesãos Fédération du monde , Fédération des Tunisiens pour unedes Deux Rives citoyenneté , Federação pour une alternativa sociale et écologique ,Fórum bairros sociais des populaires , União Geral dos Estudantes Palestinos ,Génération Palestina, La guerre ter - Toulouse, Parti des Indigènes de la République ,Mouvement des objecteurs de croissance , quartiers Mouvement pour la des justiça sociale , banlieues imigrações Mouvement , Mouvement pour une alternativa não violente , a ANP et musulmanes spiritualité Réseau juif internacional antisioniste ( IJAN ), Respaix , consciências Réveil des , Stop Toulouse apartheid, Une toile contre le mur - Annemasse, Solidaires União Sindical , Union des travailleurs tunisiens immigrés , União Juive française pour la paix .

Israel impede parlamentar palestiniana de ir a hospital na Jordânia


 7 de Outubro de 2010
Maan News
Fonte: Maan News
 As autoridades israelitas estão a impedir uma parlamentar palestiniana que se encontra doente de ter acesso aos cuidados de saúde, segundo disse um ex-parlamentar europeu nesta segunda-feira. A membro do Conselho Legislativo Palestiniano Khalida Jarrar foi aconselhada pelos médicos a fazer exames à cabeça há mais de dois meses, depois dos testes num hospital de Ramallah terem revelado os resultados, declarou a ex-vice-presidente do Parlamento Europeu Luisa Morgantini. Declarou ainda que Jarrar foi aconselhada a ir imediatamente para Amã, na Jordânia, pois os hospitais palestinianos não estavam equipados para fazerem os exames necessários. No entanto, passadas mais de seis semanas, os serviços de segurança israelitas continuam a impedir a viagem invocando razões de segurança. Os advogados de Jarrar obtiveram um ofício da Administração Civil israelita na Cisjordânia, datado de 17 de Agosto, que afirmava não haver razões de segurança que a impedissem de viajar para o exterior. No entanto, Jarrar disse que a 30 de Agosto tentou atravessar a Ponte Allenby para a Jordânia e os soldados israelitas impediram a sua passagem, alegando razões de segurança.
Khalida Jarrar é uma parlamentar pertencente à Frente Popular de Libertação da Palestina, e nunca foi incriminada ou relacionada com qualquer acto violento, acrescentou Luisa Morgantini, observando que privar Jarrar do seu direito à saúde mostra apenas um dos muitos lados trágicos e sombrios da ocupação militar israelita.
Morgantini apelou ao Parlamento Europeu para pedir às autoridades israelitas para permitirem a Jarrar o acesso urgentemente aos cuidados médicos na Jordânia, e para garantir os direitos à saúde e à vida ao povo palestiniano.
http://tribunaliraque.info/pagina/artigos/noticias.html?artigo=758

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Tentativa de Golpe de Estado no Equador!

Hoje , mais uma vez enfrentamos o perigo de um golpe na nação irmã do Equador. Um inquérito policial , seguida pela inacção das forças armadas ante o rapto do seu comandante em-chefe , é novamente o cenário atual  da luta entre as forças de esquerda, liberais e nacionalistas, contra o avanço de um oligarcagia direita e reacionária , que não querem entregar um mísero centavo de seus lucros extraordinários frente a medidas e políticaa que não favorece .
Novamente, como ocorreu em Honduras, a desculpa é uma suposta medida impopular do governo, que provoca as  forças reacionárias a ação. A verdade é que o suposto corte de  benefício  para a polícia, previo aumento do soldo, não havia gerado até o dia de hoje nenhuma oposição , quando havia já vários meses que tinha sido estabelecido .
O presidente Rafael Correa foi levado a um hospital da polícia em Quito por causa dos ferimentos infligidos pela polícia ( sufocado por gás lacrimogêneo , espancamentos e outros atos vergonhosos de violência ), mas está detido como prisioneiro, já que os insurgentes ao redor do hospital nãoi permitem a  entrada ou  saída de ninguém.
O exército está dividido. Apesar do aeroporto internacional de Quito ter sido tomado pelas Força Aérea , outros comandos militares apoiam o presidente Correa. Mas as pessoas tomaram as ruas e se dirigem rumo ao hospital em Quito, para encontrar e libertar o  presidente, mas estão sendo reprimidos por forças polícias , sem o envolvimento de forças militares para detê-los.
O que realmente aconteceu foi uma aliança entre os setores mais reacionários da sociedade equatoriana e as forças policiais , bem como militares, para derrubar um governo progressista com desculpas patéticas. O que não pode alcançar através do voto , eles fazem através do uso das forças armadas que lhes sejam subservientes. Certamente, como em Honduras, vamos descobrir mais adiante que tudo isto sob a tutela daa embaixada americana.
A nós , de outros países latinos, cabe entender nosso papel , atuar e defender o estado demo´ráti8co do Equador, principalemnte porque somos uma só nação, somos um mesmo povo , se não for fortemente repudio essa nova tentativa de golpe , corremos o mesmo sorte.
Estamos todos de olho P/Secretaria Operativa de los Movimientos Sociales hacia el ALBA

Cerca de 51 feridos atendeu a Cruz Vermelha em Quito, após violentos confrontos nesta quinta-feira entre a polícia e partidários do presidente Rafael Correa.


Ministro Miguel Carvajal notificados oficialmente morto e seis feridos , por causa de violentos confrontos nas ruas da capital.


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