sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

DU - URANIO EMPOBRECIDO - o horror que o imperialismo espalha por todo o planeta


  • Do DU não falam eles, os politiqueiros & os media que se arrogam serem "referência"
  • Intoxicam-nos com a treta do inofensivo CO2 mas silenciam o crime real
  • Organizações que se dizem ecologistas, como a Quercus e quejandas, são coniventes nesse silenciamento
  • O DU é venenoso e tem efeitos teratogénicos
  • Em Faluja nascem bebés deformados
  • A semi-vida do DU é de milhões de anos
  • As armas tóxicas do imperialismo ameaçam exterminar a humanidade
  • As agressões ao Iraque, Jugoslávia e Afeganistão não afectam apenas esses povos
por David Randall

Em Setembro deste ano nasceram 170 crianças no Hospital Geral de Faluja, 24 por cento das quais morreram na primeira semana. Três quartos dessas crianças apresentavam deformações, incluindo “crianças nascidas com duas cabeças, sem cabeça, um só olho na testa, ou sem membros”.

Os dados comparativos com Agosto de 2002 – antes da invasão – registam 530 nascimentos, dos quais morreram seis e apenas um apresentava deformações. Os dados – contidos numa carta enviada no mês passado às Nações Unidas por um grupo de médicos e activistas britânicos e iraquianos – anteciparam-se às alegações feitas num relatório, publicado no The Guardian de ontem, de que tem havido na cidade um forte aumento de defeitos à nascença.

O jornal citava o director e especialista sénior do Hospital Geral de Faluja, Dr Ayman Qais, que afirmou: “Estamos a observar um aumento significativo de anomalias do sistema nervoso central… Há também um aumento muito pronunciado do número de casos de tumores cerebrais”. Ainda este ano a Sky News noticiou que um coveiro de Faluja afirmara que, entre os quatro ou cinco recém-nascidos que enterra todos os dias, a maior parte apresenta deformações.

A carta dos activistas às Nações Unidas requer que seja feita uma investigação independente “aos materiais tóxicos utilizados pelas forças de ocupação, incluindo o urânio empobrecido e o fósforo”, e um inquérito destinado a investigar os crimes de guerra praticados.

O urânio empobrecido e o fósforo branco são a principal, ou mesmo a única, causa dos defeitos nos nascituros. O fósforo branco, que os militares americanos reconheceram ter sido utilizado contra os insurgentes em Faluja, cidade que tem uma alta densidade de população, tem uma longa história de utilização militar, que remonta à Primeira Guerra Mundial. E embora não haja nenhum estudo científico que tenha provado uma relação causal entre o urânio empobrecido e graves problemas médicos [1] – e há até alguns estudos que parece provarem o contrário – a situação não é nada clara.

Desde a primeira Guerra do Golfo que o seu uso tem sido relacionado com cancros entre as tropas que regressam a casa.

O QUE É O URÂNIO EMPOBRECIDO?

O Urânio Empobrecido, ou DU (Depleted Uranium), é um resíduo da indústria nuclear. Produz-se uma grande quantidade deste resíduo quando o urânio natural é enriquecido para utilização em reactores e armas nucleares. Nos processos nucleares, tais como reactores e armamento, apenas se pode utilizar o isótopo U-235 do urânio. Como a maior parte deste isótopo é extraído do urânio que existe na forma natural, o urânio restante contém U-238 e quantidades mais pequenas de U-235 e U-234 muito mais radioactivos.

O DU é tóxico simultaneamente do ponto de vista químico e radiológico. É este produto final, o que sobra do urânio, que contém principalmente U-238, que tem sido utilizado para fabricar armas de urânio “empobrecido”. É utilizado para armamento porque o exército considera que este metal pesado e denso é um excelente perfurador de blindados, de tanques e até mesmo de edifícios do inimigo.

Grande parte do DU armazenado nos Estados Unidos tem sido contaminada com combustível nuclear utilizado e reciclado de reactores nucleares. Por exemplo, encontraram-se quantidades de U-236 e de substâncias altamente radioactivas, tais como plutónio, neptúnio e ternécio numa bomba anti-tanque de DU utilizada no Kosovo.

Centenas de milhares de toneladas deste stock contaminado foram exportadas para o Reino Unido, para França e para outros países nos anos 90. Ainda não se sabe nem foi revelado até que ponto este DU foi contaminado com combustível utilizado e reciclado. Os governos têm ignorado amplamente os graves perigos que este combustível reciclado apresenta.

Uma defesa vulgar utilizada pelos governos britânico e americano e pelas suas forças armadas é afirmar que o urânio empobrecido é menos radioactivo do que o urânio natural e, portanto, não apresenta perigo para a saúde humana. Mas esta afirmação é mistificadora.

Na sua forma natural o urânio está presente no nosso ambiente em quantidades muito pequenas nos minérios, por exemplo nas rochas e no solo. Ao invés, o DU utilizado pelos militares é concentrado em comparação com as quantidades presentes no ambiente e, portanto, é muitas vezes mais radioactivo do que o minério de urânio.

Em Maio de 2003, Scott Peterson, colaborador do jornal americano CSM, examinou os níveis radioactivos após o lançamento de projécteis DU em Bagdad e concluiu que as leituras do contador Geiger eram 1900 mais elevadas do que os níveis de radiação no ambiente.

Quando o urânio natural está concentrado numa forma semelhante ao do urânio “empobrecido” emite cerca de mais 40% de radiações alfa, mais 15% de radiações gama e cerca do mesmo nível de radiações beta. A toxicidade química do urânio não depende do isótopo e, portanto, o urânio enriquecido, o 'normal' e o empobrecido são igualmente tóxicos do ponto de vista químico.

É extremamente difícil e dispendioso para a indústria nuclear armazenar o DU. Pensa-se que os EUA têm actualmente mil milhões de toneladas de resíduos radioactivos de urânio empobrecido, enquanto o Reino Unido tem pelo menos 50 mil toneladas. Este resíduo é guardado em cilindros em muitos locais por todos os EUA e Reino Unido e é vulnerável à corrosão e a fugas devido ao envelhecimento dos cilindros e ao armazenamento ao ar livre. É guardado principalmente sob a forma de hexafluorido de urânio empobrecido (DUF6) que pode gotejar se os cilindros corroídos abrirem um buraco.

Há notícias de pelo menos 10 cilindros terem aberto brechas nos últimos 10 anos. Transformar este desperdício de DU em armas resolve parte do problema que o governo e a indústria nuclear enfrentam, no que se refere ao que fazer com estes stocks enormes. Não só o DU é praticamente de graça para os fabricantes de armas, como deixa de ter que ser armazenado e vigiado indefinidamente.

OS EFEITOS PARA A SAÚDE DO URÂNIO EMPOBRECIDO


O urânio empobrecido é um risco para a saúde, quer como metal pesado tóxico quer como substância radioactiva. Os governos do Reino Unido e dos EUA há muito que tentam esconder estes riscos. Embora, já no fim de 2003, o governo do Reino Unido tenha andado a afirmar que o DU não apresentava perigo nem para soldados nem para civis, as provas acumuladas e alarmantes de cientistas, soldados e activistas forçaram-no a recuar e a reconhecer os riscos existentes.

Mas o que é nítido a partir da leitura de todos os principais estudos é que é necessário que se faça urgentemente mais investigação. Existe muito pouca investigação sobre os efeitos da contaminação pelo urânio nos seres humanos e nunca foram feitos testes rigorosos para averiguar as doses de exposição da utilização militar do DU.

Há três vias principais através das quais ocorre a exposição ao DU no campo de batalha: a inalação, a ingestão e os ferimentos. Quando um penetrante DU atinge o seu alvo, parte do DU da arma reage com o ar no fogo que se segue e transforma-se numa poeira fina (chamada habitualmente 'aerosol') que facilita a inalação e ingestão para os que se encontram nessa área. Mesmo depois de a poeira assentar, mantém-se o perigo de que possa voltar a ficar em suspensão posteriormente através de outras actividades ou devido ao vento, e volte a ser uma ameaça para civis e outros durante muitos anos daí em diante. Já foi noticiado que partículas de DU viajaram 40 km impelidas pelo vento. Os ferimentos abertos também constituem uma porta de entrada de DU no corpo e alguns veteranos têm fragmentos de DU dentro do corpo, vestígios dos combates.

A poeira de DU inalada instala-se no nariz, na boca, nos pulmões, nas vias respiratórias e no tubo digestivo. Quando um penetrante de DU atinge o seu alvo, as altas temperaturas provocadas pelo impacto fazem com que as partículas de poeira de DU fiquem vidradas e portanto insolúveis na água. Isto significa que, ao contrário de outras formas mais solúveis de urânio, o DU se manterá no corpo durante períodos de tempo muito maiores. Este aspecto da toxicologia do urânio tem sido frequentemente ignorado nos estudos dos efeitos do DU sobre a saúde, estudos que se baseiam nas taxas de excreção do urânio solúvel.

A poeira de DU pode manter-se nos tecidos quentes e húmidos dos pulmões e de outros órgãos, como os rins, durante muitos anos. Também se deposita nos ossos onde pode ficar durante mais de 25 anos. Isto permite explicar porque é que os estudos dos veteranos da Guerra do Golfo chegaram à conclusão de que os soldados continuam a expelir DU na urina 12 anos após o conflito de 1991.

O DU ingerido pode ser incorporado nos ossos e daí irradiar para a medula óssea, aumentando o risco de leucemia e de um sistema imunitário enfraquecido. A exposição externa ao DU significa exposição às radiações alfa, beta e gama. Embora a pele bloqueie as partículas alfa, as radiações beta e gama podem penetrar para lá das camadas de pele morta exterior e danificar os tecidos vivos. As partículas beta podem penetrar até uma profundidade de 2 cm, enquanto que as radiações gama (através de um processo chamado “o efeito de Compton”) geram radiações de partículas beta ao longo da sua trajectória através do corpo. A exposição externa às radiações alfa também não é inofensiva.

As cataratas, por exemplo, podem ser causadas pela exposição às radiações alfa. No interior do corpo, o DU apresenta uma série de riscos para a saúde em diferentes órgãos. Os rins são o primeiro órgão a ser prejudicado pelo DU. Numa dose alta, os níveis de urânio nos rins podem levar à falência dos rins em poucos dias após a exposição. Doses mais baixas levam a disfunções dos rins e podem constituir um risco acrescido de doenças de rins a longo prazo. Enquanto emissor radioactivo, o DU também constitui um risco para os pulmões.

Tradicionalmente, a dosimetria de radiações mede o grau de dano calculando as radiações externas absorvidas pelos tecidos: a chamada dose “absorvida”. Mas, como a poeira do DU é inalada ou ingerida, pode manter-se nos tecidos do corpo e emitir radiações intensas durante um período mais longo. Desta forma pode provocar uma grande quantidade de danos numa área relativamente pequena, alterando os códigos genéticos de uma pessoa e provocando cancros. Por causa disso, os soldados e civis expostos ao DU arriscam-se a contrair cancros, especialmente se forem fumadores, dado que os seus pulmões já se encontram irritados. Estão a aparecer muitas novas provas acerca dos riscos das chamadas radiações de 'baixo nível' e dos danos que podem provocar no ADN.

Ultimamente têm-se acumulado provas consideráveis sobre os efeitos 'testemunha', que demonstram que as células irradiadas transmitem os danos às células saudáveis vizinhas. Desta forma pensa-se que as radiações de baixo nível podem provocar danos muito maiores do que seria de esperar. Alguns estudos também têm demonstrado que as células irradiadas transmitem aberrações cromossómicas à sua prole, de modo que células não irradiadas durante várias gerações, ou divisões posteriores de células, podem vir a apresentar esta instabilidade genómica induzida pelas radiações.

Novos indícios também sugerem que a toxicidade química do DU e da sua radioactividade se reforça mutuamente num efeito chamado 'sinergético', o que significa que 'reforça o seu próprio poder' em termos dos danos que pode provocar às células.

Alexandra Miller do Instituto Americano de Investigação de Radiobiologia das Forças Armadas dos EUA, num estudo de 2003, chegou à conclusão de que, quando as células ósseas humanas são expostas ao DU, separam-se fragmentos dos cromossomas que formam pequenos anéis de material genético. Este dano foi observado em células novas mais de um mês depois da remoção do DU, provocando um aumento de oito vezes nos danos genéticos em relação ao que era esperado.

Não é apenas em termos de risco acrescido de cancro que os danos do DU sobre o ADN podem afectar a saúde. Também é responsável por causar um sistema imunitário deficitário, problemas de reprodução e defeitos à nascença. Por exemplo, um estudo de veteranos americanos da Guerra do Golfo chegou à conclusão de que estes têm três vezes mais probabilidades de ter filhos com deformações à nascença do que os pais que não foram combatentes; e que as gravidezes terminam em taxas significativamente mais altas de aborto.

Um importante estudo de 2004, da Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical, financiado pelo Ministério da Defesa, chegou à conclusão de que os bebés cujos pais prestaram serviço na primeira Guerra do Golfo têm mais 50% de probabilidades de ter anomalias físicas. Também encontraram um risco acrescido de 40 por cento de aborto nas mulheres cujos companheiros prestaram serviço no Golfo.

Em Bassorá, no sul do Iraque, têm aparecido notícias chocantes há uma série de anos sobre o aumento nesse local de cancros infantis e de deformações de nascimento ali observadas. As descobertas de um importante epidemiologista iraquiano, Dr. Alim Yacoub foram apresentadas em Nova Iorque em Junho de 2003 e mostram que tem havido um aumento de mais de cinco vezes em malformações congénitas e de quatro vezes mais das taxas de incidência de doenças malignas em Bassorá.

O Dutch Journal of Medical Science noticiou as conclusões do oftalmologista holandês, Edward De Sutter. Este encontrou, em 4000 nascimentos no Iraque, 20 casos de bebés com o fenómeno anoftalmo: bebés que nasceram apenas com um olho ou a quem faltavam os dois olhos. Esta situação muito rara afecta normalmente apenas 1 em 50 milhões de nascimentos.

Os efeitos prejudiciais para a saúde que as armas de DU apresentam são especialmente preocupantes por causa da probabilidade de os civis ficarem expostos após o término dos conflitos. As crianças principalmente estão em risco porque brincam com terra contaminada que por vezes ingerem e a maior parte dos riscos para a saúde constituem um perigo especial para as crianças mais pequenas.


CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL POR DU

A libertação de DU no ambiente pode poluir a terra e a água durante as próximas décadas [2] . O perigo não se limita às suas emissões no campo de batalha mas expõe as gerações actuais e futuras de civis a alimentos e abastecimento de água contaminados. Também é de prever que as emissões deste tipo no ambiente tenham efeitos negativos na vida das plantas e dos animais embora pouco se saiba quanto a isso. A poeira de DU no ambiente pode voltar a ficar em suspensão no ar através das condições do tempo e da actividade humana, tais como a agricultura.

Constitui uma preocupação especial o facto de as crianças serem particularmente vulneráveis a sofrer exposições significativas quando brincam em locais e ingerem terra contaminada através da sua típica actividade de levar tudo à boca.

O DU também pode contaminar o solo através da corrosão do projéctil original. Pensa-se que cerca de 70 a 80% de todos os projécteis de DU utilizados no Golfo e nos Balcãs se mantêm enterrados no solo. Um estudo do Programa do Ambiente das Nações Unidas na primavera de 2002 chegou à conclusão de que os projécteis recuperados tinham reduzido de massa em 10 a 15%. A corrosão pode canalizar o urânio para as águas subterrâneas, de onde pode viajar até aos pontos de abastecimento de água local.

O DU no solo também pode entrar na cadeia alimentar visto que é absorvido pelas plantas que ali crescem e pelos animais utilizados para alimentação. Um relatório após os conflitos na Bósnia e na Herzegovina chegaram de facto à conclusão de que o DU também se tinha infiltrado na água subterrânea local. O mesmo estudo chegou à conclusão de que se mantinham focos radioactivos nalguns dos locais estudados. Klaus Toepfer, director executivo da UNEP, disse na altura, “Sete anos depois do conflito, o DU continua a ser motivo de preocupação ambiental e, portanto, é vital que tenhamos os factos científicos, com base nos quais possamos dar recomendações claras sobre como minimizar quaisquer riscos”.

Os militares britânicos e americanos demonstraram uma irresponsabilidade extrema ao libertar DU no ambiente, utilizando-o sem a devida monitorização ou sem informação sobre os riscos que apresenta mesmo para os seus próprios países.

Em Janeiro de 2003, a Marinha americana reconheceu ter disparado rotineiramente DU dos seus canhões Phalanx em importantes águas de pesca ao largo da costa do estado de Washington desde 1977. No local de testes de Dundrennan na Escócia foram disparadas cerca de 30 toneladas de projécteis de DU para a bacia de Solway. Apenas um foi recuperado, encontrado na rede de um pescador.

Os dois governos foram igualmente insensíveis na sua indiferença em relação aos perigos a longo prazo para os civis dos países em que utilizaram o DU.

O DU E OS MILITARES

O DU é utilizado numa série de aplicações militares. É atractivo para os militares, para os governos e para a indústria nuclear por três razões principais.
Primeiro, como já foi mencionado, existe em quantidade e é barato e resolve o problema do armazenamento e da fiscalização.
Em segundo lugar, é uma arma de batalha muito eficaz porque a sua alta densidade e qualidades de perfuração lhe permitem penetrar em alvos duros com facilidade.
Em terceiro lugar, o DU é pirofórico, o que significa que arde sob impacto, reforçando a sua capacidade de destruir os alvos inimigos.
O teste de fogo britânico de DU começou na serra de Eskmeals na Cúmbria no início dos anos 60. Os testes continuam hoje em Dundrennan, na Escócia do Sul, sobretudo antes do ataque ao Iraque em 2003. O DU é utilizado actualmente em dois tipos de munições nas forças armadas britânicas: os projécteis anti-tanque de 120 mm (CHARM 3), que são disparados pelos tanques Challenger do exército e os projécteis de 20 mm usados pelo Sistema de Armamento de Proximidade Phalanx da Royal Navy (um sistema de defesa anti-mísseis).
O sistema Phalanx foi desenvolvido pela Marinha americana e é usado pelas Marinhas australiana e britânica. Em 1993, uma fuga de informação de um relatório do Pentágono revelou como a utilização do DU podia levar a riscos acrescidos de cancro: esta fuga levou os fabricantes americanos a mudar para alternativas de tungsténio. Por causa disso a Royal Navy também foi forçada a trocar as suas munições de reposição para o tungsténio, embora ainda tenha stocks de DU.
As forças armadas americanas utilizam o DU principalmente nos seus tanques Abrahams e aviões A10, embora também seja utilizado nos carros de combate Bradley, nos aviões Harrier AV-8B, nos helicópteros Super Cobra e no sistema Phalanx da Marinha. Também é utilizado pelas forças armadas americanas numa série de outras aplicações, incluindo bombas, blindagem de tanques, lastro de aviões e minas anti-pessoais.
Embora os militares americanos e britânicos sejam os únicos países que estão devidamente documentados como utilizando armas de DU, sabe-se que estas existem em pelo menos mais dezassete países, incluindo: a Austrália, o Bahrain, a França, a Grécia, Israel, a Jordânia, o Kuwait, o Paquistão, a Rússia, a Arábia Saudita, a Coreia do Sul, Taiwan, a Tailândia, a Turquia e os Emirados Árabes Unidos.
Os testes de armas de DU provocaram uma contaminação considerável nos locais de testes em todo o mundo. Em Dundrennan, na Escócia, por exemplo, um relatório de 2004 do Ministério da Defesa revelou como, desde 1982, mais de 90 bombas erraram o alvo ou funcionaram mal e espalharam fragmentos de DU pelo terreno. Apesar das pesquisas, parte desses fragmentos nunca foram recuperados. São altos os níveis de contaminação nessas áreas, que tiveram que ser isoladas.
Em Okinawa no Japão e em Vieques, uma ilha de Porto Rico, os militares americanos utilizaram armas de DU sem as devidas autorizações e sem informarem os respectivos governos ou populações locais. Nos EUA, o exército está a tentar ilibar-se das suas responsabilidades de descontaminar antigos locais de testes, como o de Picatinny Arsenal em Nova Jersey e o de Jefferson Proving Ground na Indiana.
É hoje óbvio que os militares conheciam os riscos do urânio empobrecido mas nunca deram instruções de segurança aos soldados, tanto nas Guerras do Golfo de 1991 como nos conflitos dos Balcãs. Um estudo preparado pelo exército americano em Julho de 1990, um mês antes de o Iraque invadir o Kuwait, diz: “Os riscos para a saúde associados à exposição interna & externa de DU durante as situações de combate são certamente muito menores do que outros riscos relacionados com o combate. Mas, na sequência dos combates, a situação do campo de batalha e os riscos a longo prazo para a saúde de nativos e veteranos de combate podem vir a constituir um problema quanto à aceitabilidade da utilização continuada do DU”. Mais ainda, a fuga de informação em 1993 de um documento do gabinete americano do General Cirurgião do Exército dizia, “Quando os soldados inalam ou ingerem poeira de DU incorrem num possível risco acrescido de cancro… esse acréscimo pode ser quantificado em termos de dias previstos de perda de vida”.

O DU NO IRAQUE

A Guerra do Golfo de 1991 assistiu à primeira utilização comprovada de armas de DU. Foram utilizadas nessa guerra cerca de 320 toneladas de DU em armamento, das quais cerca de uma tonelada foi utilizada pelos militares britânicos.

Segundo os dados do Departamento de Defesa americano, dezenas ou centenas de milhares de militares americanos podem ter tido exposição ao DU. Tanto o governo americano como o britânico declinaram qualquer responsabilidade pela descontaminação e ambos se recusaram a estudar as taxas de exposição ou os efeitos posteriores desta utilização de DU.

Alguns anos depois, começaram a aparecer no Iraque as provas quanto à crescente incidência de cancro e de deformações à nascença no sul do país. Depois de fortes pressões americanas, a Assembleia-Geral da ONU, em Novembro de 2001, derrotou uma proposta iraquiana para que as Nações Unidas estudassem os efeitos do DU ali utilizado.

No ataque de 2003 ao Iraque, os militares americanos e britânicos utilizaram o DU apesar da falta de dados fiáveis sobre os efeitos da sua utilização no Iraque 12 anos antes. O governo britânico reconheceu ter utilizado 1,9 tonelada de DU. Embora isto seja apenas uma leve proporção de todo o DU utilizado no Iraque, é o dobro da quantidade utilizada em 1991.

As autoridades americanas ainda não revelaram quanto utilizaram, embora uma fonte inicial do Pentágono tenha revelado que podem existir no Iraque 75 toneladas de DU, provenientes apenas dos aviões A-10.

As implicações para os civis iraquianos são alarmantes. Ao contrário da primeira Guerra do Golfo, que se restringiu principalmente a áreas desertas, grande parte da utilização de DU foi feita em áreas com edifícios, fortemente povoadas.

O governo dos EUA recusou-se a qualquer limpeza de DU no Iraque, agarrando-se à afirmação de que não há qualquer relação com doenças, enquanto que o governo britânico reconheceu pela primeira vez que tem essa responsabilidade, mas afirma que ela não está no topo da sua lista de prioridades.

OUTROS PAÍSES CONTAMINADOS POR DU

BÓSNIA 1994-1995Na Bósnia foram utilizados projécteis de DU pelos aviões americanos A-20, sob os auspícios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). Foram utilizados na Bósnia cerca de 10 800 projécteis de DU, ou seja três toneladas. No entanto, a NATO sempre negou que tenha sido utilizado o DU até 2000, seis anos depois dos ataques, até que começaram a aparecer as notícias nos meios de comunicação.
Durante todo esse tempo não puderam ser feitas limpezas nem campanhas de sensibilização pública, o que levou a exposições desnecessárias dos civis.
O relatório da UNEP, atrás mencionado, e divulgado em Março de 2003, descobriu contaminação por DU na água potável e 'focos' radioactivos. A UNEP recomendou uma monitorização continuada da água potável, a limpeza do DU dos locais, a limpeza de edifícios contaminados e a divulgação pela NATO de todas as coordenadas de ataques com DU.

KOSOVO, JUGOSLÁVIA – 1999A aviação Americana A-10 disparou cerca de 31 300 projécteis de DU, ou seja nove toneladas de DU em áreas do Kosovo, Sérvia e Montenegro durante a acção da NATO nesses locais em 1999. Um ano depois da guerra foram divulgadas informações parciais sobre a utilização do DU, quando o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, enviou uma carta ao secretário-geral da NATO, Lord George Robertson, requerendo informações.
Uma análise num estudo de campo da UNEP, após o conflito, sobre bombas de DU recuperadas, publicado em Março de 2001, chegou à conclusão de que algumas dessas bombas tinham sido feitas com urânio reciclado (ou seja, com urânio que tinha passado por um reactor nuclear) e estavam contaminadas com plutónio. O estudo não encontrou uma contaminação generalizada mas encontrou provas de movimentação de poeira de DU transportada pelo ar. Também encontrou pontos localizados de contaminação concentrada apresentando níveis de U-238 dez mil vezes mais altos do que os níveis normais do ambiente.
O estudo recomendava a descontaminação, a remoção de penetradores e a monitorização da água potável. Um outro relatório publicado pela UNEP sobre a contaminação por DU na Sérvia e em Montenegro encontrou “contaminação generalizada por DU, embora de baixo nível, por partículas de DU transportadas pelo ar” e que “havia poeira de DU amplamente dispersa pelo ambiente”. Tal como os relatórios oficiais, têm aparecido provas episódicas abundantes do chamado “síndroma do Balcãs” em soldados deslocados na região e nas populações civis.
Os sintomas são semelhantes ao “síndroma da Guerra do Golfo” com elevados níveis de leucemia, doenças do sistema respiratório e do sistema imunitário. Em meados de 2004 morreram 27 soldados italianos com sintomas que se pensa estarem relacionados com a exposição ao DU.
Um tribunal de Roma ordenou que o Ministério da Defesa italiano indemnizasse a família de Stefano Melone, um soldado que morreu de um tumor vascular maligno. Segundo o tribunal, a morte de Melone foi “devida à exposição de substâncias radioactivas e cancerígenas” em missões nos Balcãs. Provocou grande tensão no seio da NATO já que os países membros não foram avisados de que os seus soldados iam entrar em zonas contaminadas por DU.

AFEGANISTÃO 2001- 2004Há algumas provas de que foi utilizado DU no Afeganistão, embora isso nunca tenha sido confirmado oficialmente. Por exemplo, sabe-se que estiveram activos na região os aviões americanos A-10 e Harrier, que utilizam munições DU.
O secretário da Defesa, Donald Rumsfeld disse que os EUA encontraram radioactividade indicando a utilização de DU pelos talibãs ou pela Al-Qaeda.

Regras da Convenção de Genebra ( EUA e o Reino Unido são subscritores):
A limitação de sofrimento humano desnecessário [Art. 35.2]
A limitação de danos ao ambiente [Art. 35.3 e 55.1]
É proibido utilizar armas, projécteis e materiais e métodos de guerra de natureza tal que provoquem prejuízos supérfluos ou sofrimento desnecessário [Art. 35.3]
É proibido utilizar métodos ou meios de guerra que se destinem, ou dos quais se possa esperar causarem danos generalizados, a longo prazo e graves para o ambiente natural [Art. 35.2]
A fim de garantir o respeito e a protecção da população civil e dos objectos civis, as partes em conflito terão sempre que distinguir entre população civil e combatentes e entre objectos civis e objectivos militares e, consequentemente, deverão dirigir as suas operações apenas contra objectivos militares [Art. 48]

São proibidos ataques indiscriminados.
Ataques indiscriminados são:
a) os que não são dirigidos contra um objectivo militar específico;
b) os que utilizem um método ou meio de combate que não possa ser dirigido contra um objectivo militar específico; ou
c) os que utilizem um método ou meio de combate cujos efeitos não possam ser limitados conforme exigido por este Protocolo; e consequentemente, em cada um destes casos, são de natureza tal que atinjam objectivos militares e civis e objectos civis sem qualquer distinção [Art. 51.4]
Deve ter-se o cuidado na guerra de proteger o ambiente natural contra danos generalizados, a longo prazo e graves. Esta protecção inclui a proibição do uso de métodos ou meios de guerra que se destinem ou dos quais se possa esperar causarem esses danos ao ambiente natural e, portanto, prejudicar a saúde ou a sobrevivência da população [Art. 55.1]


07/Dezembro/2009
NR: [1] A afirmação é falsa. Há numerosos estudos científicos que demonstram essa relação causal [2] Não se trata apenas de décadas e sim de milhões de anos. Os efeitos são irreversíveis. Ver também:
International Coalition to Ban Uranium Weapons
Entrevista de Leuren Moret
Bombas sujas, mísseis sujos e balas sujas
O urânio e a guerra
Uma questão de integridade
Afeganistão: O pesadelo nuclear principia
O urânio empobrecido retorna aos EUA O original encontra-se em: http://globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=16442 . Tradução de Margarida Ferreira. Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
- Do DU não falam eles, os politiqueiros & os media que se arrogam serem "referência" - Intoxicam-nos com a treta do inofensivo CO2 mas silenciam o crime real - Organizações que se dizem ecologistas, como a Quercus e quejandas, são coniventes nesse silenciamento - O DU é venenoso e tem efeitos teratogénicos – em Faluja nascem bebés deformados - A semi-vida do DU é de milhões de anos - As armas tóxicas do imperialismo ameaçam exterminar a humanidade - As agressões ao Iraque, Jugoslávia e Afeganistão não afectam apenas esses povos
por David Randall

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

BOICOTE A ISRAEL CRESCE EM MUITOS PAÍSES


por Johh Pilger

A farsa da conferencia sobre a alteração climática em Copenhaga confirmou uma guerra mundial travada pelos ricos contra a maior parte da humanidade. Também pôs em relevo uma resistência que cresce como talvez nunca antes se viu: um internacionalismo ligando a justiça para o planeta terra com os direitos humanos universais, e a justiça criminal para os que invadem e espoliam com impunidade. E as boas notícias provêm da Palestina. A resistência palestina ao roubo do seu país atingiu um momento crítico em 2001 quando Israel foi classificado como um estado de apartheid numa conferência das Nações Unidas sobre o racismo em Durban, África do Sul. Para Nelson Mandela, a justiça para os palestinos é "a maior questão moral da nossa época". O movimento Palestinian Civil Society Call for Boycott, Disinvestment and Sanctions (BDS), foi fundado a 9 de Julho de 2005, voltando a reunir de forma impressionante o grande movimento não-violento que varreu o mundo e levou ao desmoronamento do apartheid africano. "Durante décadas de ocupação e expropriação", escreveu Mustafa Barghouti, uma voz inteligente da política palestina, "90 por cento da luta palestina tem sido não-violenta… Uma nova geração de líderes palestinos [fala agora] ao mundo exactamente como o fez Martin Luther King. O mesmo mundo que rejeita qualquer uso de violência por parte dos palestinos, mesmo em nítida auto-defesa, não pode certamente recusar a não-violência utilizada por homens como King e Gandhi". Nos Estados Unidos e na Europa, sindicatos, associações académicas e igrejas importantes ressuscitaram as estratégias e tácticas que foram usadas contra o apartheid sul-africano. Numa resolução adoptada por 431 votos contra 62, a Igreja Presbiteriana dos EUA aprovou "um processo de desinvestimento selectivo faseado em corporações multinacionais que mantêm negócios com Israel". Isto vem na sequência da opinião do Tribunal Internacional de Justiça de que o muro de Israel e as suas colónias "colonizadoras" eram ilegais. Uma declaração semelhante feita pelo tribunal em 1971, denunciando a ocupação da Namíbia pela África do Sul, desencadeou o boicote internacional. Tal como a campanha da África do Sul, a questão da lei é fundamental. A nenhum estado é permitido desprezar o direito internacional tão deliberadamente como Israel. A resolução de 1990 do Conselho de Segurança da ONU exigindo que Saddam Hussein saísse do Kuwait foi a mesma, quase palavra por palavra, do que a que exigiu que Israel saísse da Cisjordânia. Os Estados Unidos e os seus aliados atacaram e expulsaram o Iraque, ao passo que Israel tem sido recompensado repetidamente. A 11 de Dezembro, o presidente Obama anunciou uma "ajuda" a Israel de 2,75 mil milhões de dólares, um primeiro pagamento dos 30 mil milhões de dólares que os contribuintes americanos irão oferecer durante esta década a partir da sua apertada economia. A hipocrisia é agora bem compreendida nos EUA, onde campanhas de boicote dos consumidores se estão a tornar um lugar comum. A campanha de "beleza roubada" dirige-se contra os produtos de beleza Ahava que são feitos em "colonatos" ilegais da Cisjordânia, forçando a empresa a desistir da sua sensacionalista celebridade "embaixadora", Kristin Davis, estrela de 'O Sexo e a Cidade'. Na Grã-Bretanha, a Sainsbury's e a Tesco estão a ser pressionadas para identificar produtos de "colonatos", cuja venda transgride a cláusula dos direitos humanos no acordo de comércio da União Europeia com Israel. Na Austrália, um consórcio que inclui a companhia francesa Veolia perdeu a sua proposta de mil milhões de dólares, para uma instalação de dessalinização, na sequência de uma campanha denunciando o plano da Veolia para construir uma via-férrea ligeira ligando Jerusalém aos "colonatos". Na Noruega, o governo retirou o seu apoio à Elbit, uma companhia israelense de alta tecnologia, que ajudou a construir o muro na Palestina. Este é o primeiro boicote oficial feito por um país ocidental. "Não queremos financiar empresas que contribuem de forma tão directa para violações do direito humanitário internacional", disse o ministro das finanças norueguês. Em 2005, a Associação de Professores Universitários na Grã-Bretanha (AUT) aprovou o boicote a instituições académicas israelenses cúmplices da opressão dos palestinos. A campanha AUT foi forçada a recuar quando o lobby de Israel desencadeou uma avalanche de difamações e acusações de anti-semitismo. O escritor e activista palestino Omar Baghouti chamou-lhe "terrorismo intelectual": uma perversão da moral e da lógica que afirma que ser contra o racismo para com os palestinos é ser anti-semita. Mas o ataque israelense a Gaza a 27 de Dezembro de 2008 alterou quase tudo. Formou-se a primeira Campanha americana para um Boicote Académico e Cultural de Israel , com Desmond Tutu na sua assembleia consultiva. Na conferência de 2009, o Conselho de Sindicatos da Grã-Bretanha aprovou um boicote de consumidores. O "tabu Israel" acabou. A complementar tudo isto observa-se a rápida evolução da lei criminal internacional desde o caso Pinochet em 1999, quando o antigo ditador chileno foi colocado sob prisão domiciliar na Grã-Bretanha. Os instigadores da guerra israelenses enfrentam agora um processo semelhante em países que têm leis de "jurisdição universal". Na Grã-Bretanha, a Lei das Convenções de Genebra de 1957 foi reforçada pelo relatório da ONU sobre Gaza, do juiz Richard Goldstone, que em Dezembro obrigou um magistrado de Londres a emitir um mandato de prisão para Tzini Livni, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, acusado de crimes contra a humanidade. Em Setembro, apenas a imunidade diplomática artificial salvou Ehud Barak, o ministro da Defesa israelense durante o ataque a Gaza, de ser preso pela Scotland Yard. Há precisamente um ano, foram assassinadas pelos israelenses em Gaza 1400 pessoas indefesas. A 29 de Dezembro, Mohamed Jassier tornou-se o 367º residente de Gaza a morrer, porque as pessoas que precisam de tratamento médico para salvarem a vida não têm autorização de sair. Não podemos esquecer isto quando observarmos a BBC a "equilibrar" este sofrimento com os protestos mistificadores dos opressores. Existe neste momento uma dinâmica clara. Para assinalar o primeiro aniversário da atrocidade de Gaza, uma grande caravana humanitária de 42 países – muçulmanos, judeus, cristãos, ateus, velhos e novos, sindicalistas, escritores, artistas, músicos e os que encabeçam comboios de alimentos e medicamentos – convergiu para o Egipto e, apesar de a ditadura do Cairo, subornada pelos americanos, ter impedido a maior parte de prosseguir para Gaza, as pessoas daquela prisão aberta ficaram a saber que não estão sós, e as crianças escalaram os muros e hastearam a bandeira palestina. E isto é só o começo.
14/Janeiro/2010 O original encontra-se em http://www.johnpilger.com/page.asp?partid=563 . Tradução de Margarida Ferreira. Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

BRASIL: PORTA DE ENTRADA DOS ARMAMENTOS ISRAELITAS PARA AMÉRICA LATINA

CARTA ABERTA DOS PALESTINOS AO GOVERNO E AO POVO BRASILEIRO

O Comité Nacional Palestiniano de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BNC)* aplaude congratula a recomendação da Comissão Parlamentar Brasileira dos Negócios Estrangeiros e Defesa Nacional para congelar oAcordo de Comércio Livre (ACL) entre a Mercosul e o Estado de Israel até que “Israel aceite a criação de um Estado Palestiniano nas fronteiras de1967.”1

Esta decisão é um acto de pressão explícito para que Israel cumpra com o direito internacional e é consistente com o respeito do governo brasileiro do pelo direito internacional do governo brasileiro e a sua notável defesa aos dos direitos humanos universais. Esta recomendação transmite uma mensagem clara a Israel de que há um preço para a sua contínua ocupação, colonização e políticas de apartheid contra o povo palestiniano.

É com grande inquietação que recebemos a notícia do “uso antecipado de aeronaves de construção israelita pela polícia brasileira,” como parte de um acordo de $350 milhões que a polícia nacional brasileira assinou com a Indústria Aerospacial Israelita (IAI)2. Através deste acordo, Israel irá fornecer à polícia nacional do Brasil “dezenas de aeronaves não tripuladas” para além de múltiplas aeronaves e equipamento auxiliar.3 (ponto final e referência, não ao contrário, já corrigi). A inauguração deste contracto coincide com o primeiro aniversário da Guerra criminal de agressão israelita contra a Faixa de Gaza ocupada, que matou mais de 1400 pessoas e feriu milhares de outras, na sua maioria civis.

As mesmas aeronaves que Israel está a vender ao Brasil foram largamente usadas extensivamente para destruir casas, fábricas, escolas da ONU, mesquitas e infraestruturas palestinianas básicas palestiniana, causando o imenso sofrimento a 1.5 milhões de palestinianos presos em Gaza, a maior prisão ao ar livre do mundo. Como é que o Brasil, um dos principais defensores globais a favor da primazia da lei no palco internacional, pode ignorar as conclusões e recomendações da Missão de Investigação do Juiz Richard Goldston que descreve os ataques de Israel como crimes de guerra?

O acordo Israel-Brasil é somente parte de uma tendência maior de vários acordos vastos de armamento com Israel, pelo que o Brasil está a tornarse na principal porta de entrada de armamento israelita para a América Latina. A relação normalizada com Israel contradiz os valores defendidos pelo povo brasileiro, tal como estão consagrados no Artigo 4º da Constituição Brasileira onde seafirma que a política externa do país deve ser guiada pela “prevalência dos direitos humanos,” “auto-determinação dos povos,” “defesa da paz” e “solução pacífica dos conflitos.”
Para além disso,estes acordos de armamento com Israel estão em violação contradição do com apelo da Amnistia Internacional para uma proibição total do comércio de armas com Israel.4

O Brasil tem o maior orçamento de defesa da América do Sul, que chegou a quase $24 mil milhõesem 2009. Enquanto que isto é apenas uma fracção daquilo que é gasto em Defesa nos EUA; na China ou nos principais países da UE em defesa, o montante é significativamente maior do que a despesa dos países vizinhos, sendo a Colômbia o segundo país mais despesista, com um orçamento de Defesa de $7.8 mil milhões, em 2009.

Em 2000, foram criadas ligações militares laços militares amplos foram criados entre o Brasil e
Israel, e um pouco depois, Israel tornou-se num importante fornecedor crítico do exército
brasileiro, com a Elbit Systems, o competidor da IAI, a liderar. Isto O enfoque foi deu-se
principalmente em áreas de alta tecnologia, mas também se estendeu para às pequenas armas
convencionais. Actualmente, todas as principais companhias israelitas têm as suas atenções
viradas para encaram o Brasil como o mercado chave na América Latina.

Em Abril de 2009, o Brasil acolheu a Exposição da América Latina para o Aeroespaço e a Defesa (LAAD) que recebeu quatro empresas chave israelitas que fornecem e lucram com a Guerra actual com o povo palestiniano, incluindo a IAI.5 Este acesso crescente ao Mercado brasileiro, especialmente no comércio de armas, fornece à economia israelita uma fonte de receitas necessária, permitindo que o estado continue a gastar em Guerra e consolidando as políticas e prácticas de colonização, ocupação e apartheid.

Para além de fornecer ao exército israelita aeronaves militares usados nas incursões brutais
contra civis palestinianos, a IAI produz novas tecnologias militares usadas na opressão contínua
israelita do povo palestiniano.

Para além da vantagem econômica, Israel consegue uma certa legitimidade para as suas políticas através da assinatura de cada acordos e tratados com países de estatuto global como o Brasil. Quando o Brasil compra armamento israelita isto significa que implicitamente considera Israel como um “bom” parceiro de negócios, ajudando a branquear os seus crimes e violações graves do direito humanitário internacional.

Esta nova onda de comércio brasileiro com companhias de armamento israelitas é especialmente
preocupante numa altura em que o Brasil tenciona tornar-se num mediador entre a
Palestina/Israel. A abertura de portas ao investimento israelita no Brasil e no resto da região,
especialmente no comércio de armas, só pode ser visto pela sociedade civil palestiniana e pelos
apoiantes de todo o mundo de uma paz justa, à volta do em todo mundo como uma forma de
cumplicidade do governo brasileiro e da elite económica com na perpetuação da ocupação,
colonização e apartheid israelita. Esta posição, Claramente põe em causa, claramente, alguma
possibilidade do Brasil ser aceite pelos palestinianos, Árabes e muitos na sociedade civil
internacional como um actor justo e mediador na busca de uma paz justa na região, com base
baseada no direito internacional e no direito inalienável do povo palestiniano para a autodeterminação.

Um ano depois do ataque brutal israelita aos palestinianos de Gaza, Israel continua com o cerco
criminal à Faixa – amplamente visto como um acto de genocídio. Continua com a sua ocupação
militar e a sua colonização extensa, com o objectivo de uma limpeza étnica gradual da população
indígena palestiniana no Negev, em Jerusalém ocupada, assim como em outras partes da
Cisjordânia. Continua com a construção do Muro, declarado ilegal pelo Tribunal Internacional de
Justiça em 2004, e a prender e a reprimir activistas de resistência popular que lutam, à luz do fracasso total da “comunidade internacional para impor o parecer consultivo, para
implementar o veredicto do TJI para que o Muro seja desmantelado.
Apreciando uma impunidade sem precedentes e insistindo numa negligência total das suas obrigações sob a lei internacional, Israel tem focado procurado principalmente em se promover, procurando recompensas de governos à volta em todo do mundo. Nós sentimos fortemente de que o Brasil não deve ser um país que ofereça tais recompensas.

Nós apelamos ao governo e povo brasileiro, pois eles têm trabalhado incansavelmente para fazer
acontecer a recomendação que cessa o ACL Mercosul-Israel, para mais uma vez,
tomarem uma posição corajosa de responsabilizar Israel pelas suas graves violações do direito
internacional em:

1. Terminar o acordo de aeronaves IAI-Brasil;
2. Abster-se de assinar novos acordos de armamento com Israel e eliminar gradualmente os
contractos existentes feitos à luz do desprezo incumprimento, por parte de Israel, das leis
internacionais e da sua contínua opressão ao povo palestiniano.
*O Comité Nacional Palestiniano de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BNC) é uma
coligação uniões, movimentos, redes e instituições representativas da sociedade civil
palestiniana.

1 http://www.bdsmovement.net/?q=node/543
2 http://www.haaretz.com/hasen/spages/1140276.html
3 http://www.kyivpost.com/news/world/detail/52614/
4 http://www.amnesty.org/en/news-and-updates/news/arms-embargo-vital-gaza-civilian-toll-mounts-20090115
5 http://www.bdsmovement.net/?q=node/422

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

No oitavo aniversário o seqüestro do camarada Sa’adat, a FPLP condena a AP pela cooperação de segurança com a ocupação


A Frente Popular para a Libertação da Palestina denunciou a Autoridade Palestina e suas forças de segurança pelo seqüestro de seu Secretário Geral, o Companheiro Ahmad Sa'adat em 15 de janeiro de 2002, no oitavo aniversário deste complo para prender o companheiro Sa'adat a mando da ocupação. Em 13 de janeiro de 2010, a FPLP apelou a todos para aprender as lições e experiências de se confiar nas promessas dos EUA e dos israelenses e advertiu contra a adulteração da frente interna palestina com esquemas de cooperação de segurança que só servem a ocupação e suas metas comprovadas de liquidar as lideranças nacionais confiáveis.

O seqüestro do companheiro Sa'adat por forças de segurança de AP (Autoridade Palestina) depois de atraí-lo para uma reunião sob falsos pretextos em Ramallah foi seguido de exigências da ocupação para aprisionar o líder, depois da liquidação pela FPLP de um dos símbolo do extremismo; o racista sionista ministro do turismo Rehavam Ze'evi, em resposta ao assassinato de Abu Ali Mustafa; o Secretário Geral da FPLP .

A PFLP disse na época e reitera hoje que as forças palestinas de segurança da Autoridade prendendo o Secretário Geral de um partido político palestino e de uma facção da Resistência, um líder do movimento nacional palestino e da Organização de Libertação da Palestina, criam um precedente inaceitável e perigoso. A Frente enfatizou que esta ação era um desvio de todas normas de condução das discussões internas e cruzaram todas linhas vermelhas na arena interna Palestina, em resposta às exigências e ditames da ocupação.


A declaração da Frente diz que esta obediência as forças inimigas acompanhadas por desrespeito para com à Unidade Nacional e a Sociedade, a Democracia, a Lei e Justiça, só serviu para promover os ditames da ocupação, subvertendo os princípios da sociedade nacional e enfraquecendo a unidade nacional. Disse que estas ações servem aos interesse da ocupação e subverte a cultura de Resistência, ajudando a ocupação em sua meta de liquidar a Resistência, os quadros qualificados e seus líderes, e auxilia seus planos de roubar a terra palestina, expulsando o Povo Palestino, e corroendo os Direitos Palestinos.

A Frente exigiu que a Autoridade Palestina assuma sua responsabilidade - além das responsabilidade dos EUA e dos britânicos em vários níveis - como o partido do "Acordo de Jericó" que aprisionou o camarada Sa'adat e seus companheiros na prisão de Jericó sob o controle dos EUA e britânicos, e que conduziu mais tarde ao sítio do exército de ocupação na prisão e o seqüestro de Sa'adat e seus companheiros para as prisões sionistas. A FPLP disse que a Autoridade é responsável por estes aprisionamentos, assim como a cumplicidade direta dos EUA e da Grã-Bretanha no ataque da ocupação na prisão, os coloca no mesmo nível de responsabilidade da ocupação pelo aprisionamento do camarada Sa'adat. Exige a liberdade para o companheiro Sa'adat e todos os prisioneiros nos cárceres da ocupação, saudando a sua firmeza.

Frente Popular pela Libertação da Palestina - FPLP

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Saudação do blog : Um Ano Novo repleto de vitoriosos combates para todos os povos oprimidos!

Por favor, aceitem um precioso presente do povo palestino:



Sua Arte!!!!!!






São obras de artes do pintor palestino Ismail Shammout.











Em nome do povo palestino nos confraternizamos com todos os militantes internacionalistas, com todas as entidades e partidos políticos que durante esses longos e tenebrosos anos de ocupação fascista estiveram firmes na defesa intransigente da causa palestina!


O povo palestino agradeçe sua solidariedade! Lembrar que se nossa luta se mantém com a mesma firmeza que a caracterizou como símbolo de resistência de uma época, é por que temos a sua solidariedade, sua amizade, sua simpatia e sua parceria.


É assim , por que nosso inimigo é o mesmo inimigo que combates no campo, na luta sindical, nas favelas, no movimento estudantil: É o sionismo que se veste de mil formas e uniformes e fala mil línguas, é dono do capital, dos exércitos, das armas, da mídia, das guerras e dos extermínios étnicos e sociais.


No dia 27 de dezembro fez 1 ano que a Palestina foi criminosamente bombardeada, onde foram assassinados mais de 1.400 pessoas, maioria de mulheres e crianças; cujo rastro contabiliza mais de 5.000 feridos gravemente e uma cidade inteira destruída..... GAZA.


Atualmente, a população sofre os horrores de um bloqueio econômico criminoso, que transforma a cidade no maior campo de concentração produzido por um estado fascista.

Na Cisjordânia, o estado judeu expulsa as famílias árabes de suas casas e no lugar constrói colônias para os novos colonos judeus que chegam nos territórios ocupados, trazidos de toda parte do mundo com a promessa de terra, casa e ajuda do governo israelense. Bairros inteiros estão sendo destruídos, palestinos assassinados ou presos para dá lugar a colonias judias.


Mas o povo palestino não desiste por que tem sua solidariede!


Finalmente, desejamos a todos boas festas e um ano repleto de bons e vitoriosos combates!

A LUTA CONTINUA...e contamos com sua valiosa contribuição para caminharmos até a vitória!


E, abaixo um pequeno vídeo (3min e 55s), muito bem produzido, sobre Gaza, com uma bela canção ao fundo.
GAZA

REPRESENTANTE DO COMITÊ DO RIO DE JANEIRO FOI IMPEDIDO, PELA POLÍCIA EGPCIA, DE PARTICIPAR DAS MANIFESTAÇÕES NA FRONTEIRA COM A PALESTINA.


Nilo Mendes, representante do Comitê de Solidariedade do Rio de Janeiro foi detido pelas autoridades egípcias e teve seus documEntos apreendidos quando tentava se dirigir a cidade de Lariza, há 6 horas do Cairo , afim de se juntar as delegações estrangeiras que estavam lá também para participar das manifestações de repúdio ao bloqueiro econômico imposto por Israel à Faixa de Gaza, cidade Palestina que sofreu o criminoso bombardeiro no final do ano passado.
Nosso companheiro está no Cairo desde o dia 27 de dezembro para participar da Grande Marcha organizada pela Coligação Internacional pelo fim do Bloqueio à Gaza. Marcha que foi impedida de se realizar pelo governo fantoche e pró sionista do Egito.


MARCHA DE LIBERDADE PARA GAZA PROMOVIDA PELA COLIGAÇÃO INTERNACIONAL
Na sequência da agressão israelita a Gaza, no inverno 2008-2009, foi constituída uma Coligação Internacional pelo Fim do Cerco Ilegal a Gaza que reúne pessoas de todas as crenças ou sem crença e se focaliza no respeito pelos direitos humanos em conformidade com o direito internacional.
Para assinalar o 1º aniversário da agressão israelita, a Coligação mobilizou a opinião pública internacional para organizar uma Marcha em conjunto com o povo de Gaza, no dia 31 de Dezembro, para reclamar o fim do bloqueio ilegal.
A Marcha se insere como parte de uma estratégia mais ampla para pôr fim, à ocupação israelita denunciando as suas flagrantes violações do direito humanos e internacional, como na demolição de casas e expansão dos colonatos, nas cerca de onze mil prisioneiros políticos, entre eles mulheres e crianças, nas torturas praticadas pelo Estado sionista, no hediondo tráfigo de órgãos humanos (dos palestinos), enfim no genocídio praticado há 61 anos pelo terrorista Estado de Israel.

Segunda-feira, 04 Jde janeiro de 2010
Deputados turcos viajam para entrar em Gaza com Viva Palestina Comboio
O grupo turco de ajuda humanitária, IHH, disse em um comunicado enviado à Boletim Mundo, que cinco deputados turcos estão indo para o Egito, nesta segunda-feira, para se juntarem ao comboio de ajuda internacional Viva Palestina Convoy que chegou ao porto egípcio de Al Arish, uma semana depois da data que inicialmente esperava chegar à Faixa de Gaza, no primeiro aniversário da ofensiva de Israel ,dia 27 de dezembro.Viva Palestina Convoy está agora no porto egípcio de El-Arish com ULUSOY, navio turco-6, financiado por um empresário do Golfo,que levou o comboio a partir do porto sírio de Lattakia para o Egito.Os voluntários que estavam em Lattakia na Siria, embarcam hoje (03/01) em voos separados para se juntarem ao comboio. Depois que todos chegarem à porta de Al-Arish, o comboio percorrerá uma hora de carro até a fronteira de Rafah.Espera-se que o comboio entre em Gaza na noite de terça-feira. Ele poderá permanecer em Gaza por 24 horas apenas. Durante esse tempo, todas as ajudas, medicamentos e instrumentos médicos serão entregues às autoridades de Gaza. Após 24 horas, todos os voluntários ,que viajam com o comboio, vão para o Egito e depois embarcam de volta para seus países.Enquanto isso, o Egito abriu sua fronteira com a Faixa de Gaza no domingo, durante três dias.
Israel matou cerca de 1.500 palestinos e mais de 5000 habitantes de Gaza na ofensiva e impôs o cerco sobre os territórios ocupados desde 2007. Um grupo internacional de advogados e ativistas de direitos humanos acusam Israel de cometer "genocídio" por meio de seu bloqueio à Faixa.
Por Beth Monteiro
Fonte :Mundo Boletim / News DeskFoto: Viva Palestina comboio a bordo donavio turco.