segunda-feira, 28 de agosto de 2017

ISRAEL SE LANÇA A DESTRUIR AS ESCOLAS DAS CRIANÇAS PALESTINAS!

  •  Hoje existem mais de 55 escolas na Cisjordânia com ordens de demolição  ou paralisação emitidas pela entidade sionista Israhell.

  • Quatro ongs internacionais(Ação Contra a Fome, Save the Children, Conselho Norueguês para os Refugiados e do Gruppo di Volontariato Civile) denunciam os recentes ataques de Israhell contra as escolas palestinas, ao iniciar o ano letivo.

  • As crianças recebem inúmeras ameaças ao tentarem chegar à escola e exercer o seu direito básico à educação, incluindo violência e assédio por soldados israelenses, atividade militar nas escolas ou ao redor da escola, prisões militares e detenção de estudantes em suas salas de aula, atrasos devido ao fechamento de uma área para fins militar ou área de tiro, atrasos nos cheks points , ameaças de destruição e demolição de escolas e paralisação de obras.
  • O Grupo de Trabalho documentou 256 flagrantes violações relacionadas com a educação em 2016, que afetou 29.230 estudantes palestinos. Entre janeiro e março deste ano, houve 24 casos de ataques diretos contra escolas, incluindo incidentes em que o exército sionista lançou bombas de gás lacrimogênio e e bombas sonoras contra estudantes no caminho para a escola.
  • As ONGs denunciam que mais de 20.000 alunos perderam tempo de aprendizagem crucial nos primeiros três meses deste ano devido as obstruções como os atrasos nos famigerados 'check points' ou nas áreas declaradas fechadas para uso militar, bem como a prisão e detenção de crianças em escolas e áreas circundantes.
  • No campo de refugiados Shufaat , leste de Jerusalém, até 15.000 crianças são obrigadas a atravessar um posto de controle (check points) todos os dias só para chegar à escola.
 

 Fuente: Servimedia - España

A nova escola primária em Jubbet ADH-Dibh foi demolida, justo quando o novo ano escolar estava prestes a começar.

Os alunos entram na sala de aula improvisada na escola primária Jubbet ADH-Dibh [Nigel Wilson / Al Jazeera]

No início da manhã, dezenas de estudantes se reuniram em filas fora da escola primária Jubbetadh-Dibh. Incentivados por seus professores, orgulhosamente cantaram o hino nacional palestino, Fidai.
Tudo lembrava  uma típica cena da Palestina, um ritual matutino nas escolas, em toda a Cisjordânia ocupada, antes dos estudantes iniciarem  suas aulas.
Mas quando os estudantes  da Escola Jubbet ADH-Dibh terminaram  de cantar o hino, não tinham salas de aula para onde ir. Havia apenas uma tenda cheia de cadeiras de madeira e dois quadros-negros.
As seis salas de aula da nova escola, construída em meados de agosto para acomodar 80 alunos, tinha sido desmontadas e removidas pelo exército israelense na noite anterior ao primeiro dia do ano escolar. Dois dias depois, só havia  a fundação de concreto, onde havia as salas de aula e os banheiros.
"Começamos o novo semestre letivo com uma escola desmantelada", disse à Al Jazeera Ibtissam Shaibat, professora de árabe e  matemática da Secretaria de Educação de Belém. "No primeiro dia de aula, eu cheguei por volta das 7:30 e foi horrível quando  vi que a escola não estava aqui."
Um grupo de professores participaram ensinado as crianças que chegavam ao local [Nigel Wilson / Al Jazeera]
No entanto, Shaibat e outros  professores da Secretaria  de Belém concordaram  em dar as aulas para  as crianças que chegavam, até que outra solução seja encontrada. A tenda recém instalada serve como uma sala de aula improvisada, mas devido à falta de espaço, outra  classe tem tem que ter aulas fora da tenda, sob o sol escaldante.
"Nem todos os estudantes estão aqui hoje", disse Shaibat. "O outros se dirigiram as suas escolas anteriores para continuar a sua educação. Seus pais acreditam que este não um bom lugar para as aulas. Está muito quente, então preferem suportar a situação de irem para as escolas mais distantes de casa do que ficarem em  instalações inadequadas ao aprendizado. "
A aldeia palestina de Jubbet ADH-Dibh se encontra  em um cenário dramático sob Jabal al-Fureidis, uma montanha plana de  cinco quilômetros a sudeste de Belém, que alberga um sítio histórico bíblico.
Cerca de 160 pessoas vivem lá, e enquanto a vila tem um jardim de infância, escolas primárias mais próximas estão localizadas nas cidades e vilas vizinhas, o que significa que as crianças têm de caminhar longas distâncias ou pegar um ônibus para chegar à escola .
Estudantes em fila para cantar o hino nacional palestino antes das aulas [Nigel Wilson / Al Jazeera]
Fadiya al-Wahsh, chefe da Fundação de mulheres em Jubbet ADH-Dibh, decidiu  matricular seu filho, Abdelrahman, na terceira série da nova escola.
"Toda a comunidade queria esta escola porque era mais perto de casa". "Para chegar à escola que meu filho estudou o ano passado, ele tinha que pegar um ônibus ou caminhar por um quilômetro e meio. Ele tem asma e reclamava que era longe  e que a escola estava super  lotada, tudo muito mal para sua saúde".
"Antes desta escola, muitos estudantes se apinhavam nas outras escolas", acrescentou Wahsh. "Aqui há muito mais espaço para os alunos, de 10 a 15 alunos por turma, e isso lhes dará uma melhor oportunidade de obter uma boa educação. Nas outras escolas são 50 alunos por turma."
A aldeia está localizada na Área C da Cisjordânia ocupada, uma designação administrativa que remonta aos Acordos de Oslo, que dá às autoridades israelenses controle civil e segurança total sobre este território palestino.
"Congratulamo-nos com o novo semestre letivo com uma escola desmantelada" [Nigel Wilson / Al Jazeera]
Segundo o famigerado acordo de Oslo, a Autoridade Palestina é responsável pela prestação de serviços de educação e saúde para a população palestina na Área C, enquanto a entidade sionista Israel manteve o controle sobre a alocação de terras, planejamento, construção e infra-estrutura nesta área, compreendendo cerca de 60 por cento Cisjordânia ocupada. É nesta parte que são construído sob os escombros das casas e aldeias palestinas, os assentamentos sionistas.
Grupos de direitos locais e internacionais têm  argumentado  que a entidade israelenses usou seu controle sobre a planificação da terra na Área C para restringir a construção e desenvolvimento palestino negando todos os pedidos de licenças de construção e permitindo a expansão dos assentamentos judaicos .
De acordo com o Conselho Norueguês de Refugiados: "Israel  recusa a maioria dos pedidos de permissão de planejamento na Área C, deixando assim os palestinos sem opção que  reconstruir e desenvolver-se sem permissão".
Um porta-voz da Coordenação de Atividades do Governo israelense nos Territórios Palestinos, uma unidade militar israelense que implementa a política do governo israelense na Área C, disse à Al Jazeera que a escola em Jubbet ADH-Dibh não tinha licenças de construção e, portanto, foi desmantelada.
Escola Jubbet ADH-Dibh foi apenas uma das várias escolas palestinas danificadas ou destruídas pelas autoridades israelenses este mês [Nigel Wilson / Al Jazeera]
A escola Jubbet ADH-Dibh foi a terceira Escola palestino, na Cisjordânia ocupada, que foi destruída ou seriamente danificada pela entidade israelense num período de duas semanas. Um jardim de infância, em Jabal al-Baba, foi destruído  em 21 de agosto, enquanto que os painéis solares que forneciam a única fonte de energia para uma escola em Abu Nuwar foram confiscado pela entidade sionista, em 9 de agosto.
O plano para estabelecer a escola em Jubbet ADH-Dibh foi concluída na primavera, e sua construção foi financiada por alguns Estados membros da União Europa. As missões locais da UE emitiram uma  declaração   condenando as autoridades israelenses.
"Toda criança tem o direito a um acesso seguro à educação e os Estados têm a obrigação de proteger, respeitar e cumprir este direito, garantindo que as escolas sejam espaços  invioláveis,  lugares seguros para as criança".
Em consonância com sua posição de longa data sobre esta questão, a UE apela às autoridades israelitas para que ponham termo às demolições e confiscos de casas  e propriedades palestinas de acordo com as suas obrigações como potência ocupante em virtude do Direito Internacional Humanitário e cessem a política de  construção e expansão dos assentamentos , a designação de terra para o uso exclusivo de Israel e a negação do desenvolvimento palestino"
Fuente: Nigel Wilson, Al Jazeera / Traducción: Palestinalibre.org
Tradução para o português: somostodospalestinos.blogspot.com 

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Pelo fim imediato da ocupação polícial no Jacarezinho

 A imagem pode conter: atividades ao ar livre
Depois de quase uma semana de confrontos armados, moradores da Favela do Jacarezinho lançaram na tarde de quarta-feira, 16, um manifesto contra a violência e a política de guerra às drogas do Estado. O texto repudia as ações das Polícias Civil e Militar na comunidade desde a morte de um agente da Core na última sexta-feira. Um feirante e um mototaxista da favela já morreram após o início da série de operações.
Os autores pretendem recolher assinaturas pela comunidade e também através de uma petição online para, posteriormente, encaminhar aos órgãos responsáveis pela segurança no Rio de Janeiro. Mais informações estão disponíveis na página do manifesto no Facebook.https://www.facebook.com/events/1475583749155635/
Leia abaixo o manifesto na íntegra.
“Os últimos 6 (seis) dias foram de intenso terror e clima de guerra na Favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio de Janeiro. As últimas operações foram justificadas pela busca do culpado pela morte do policial da Core Bruno Guimarães Buhler, de 36 anos, morto na última sexta-feira (11). 
Entretanto, vale ressaltar alguns fatos desses 6 dias de terror.
1- Na última sexta, dia 11/08/2017, logo no início da manhã, uma mega operação foi realizada na favela do Jacarezinho. A justificativa: “combate ao tráfico de drogas” local e cumprimento de mandados de prisão. Nesse confronto, o policial civil Bruno Guimarães foi atingido no pescoço e veio a falecer. 
2- Após isso, o que se iniciou com uma operação policial de teórico combate ao tráfico, na verdade, virou um revanchismo contra tudo e todos, com o objetivo de vingar a morte do policial. 
3- No sábado, véspera de dia dos pais, uma nova e desordenada operação se iniciou. Voos rasantes do helicóptero Águia, que, segundo diversos moradores, já “apareceu atirando para baixo”. Uma festa infantil acontecia na Beira do Rio, onde crianças brincavam. Com a invasão e o corre-corre, muitas crianças ficaram desaparecidas de seus pais.
4- O saldo da absurda e odiosa operação/revanche policial de sábado foi dois moradores baleados. Na quarta-feira (16), um desses moradores veio a falecer no hospital.
A operação de sábado invadiu a madrugada. 
5- No domingo, houve uma esperança de calmaria em razão do dia dos pais, porém, no início da tarde, as trocas de tiros recomeçaram e invadiram a noite.
Após 6 dias de enfrentamentos: dois moradores foram mortos, dois moradores baleados, um policial civil morto, comércios fechados/pouco funcionando de sábado a quarta, escolas e creches com aulas suspensas na segunda, terça e quarta, e uma rotina completamente interrompida.
As ações inefetivas da Polícia do Estado do Rio na periferia são a materialização do ódio de um Estado falido contra as camadas mais baixas da sociedade, os excluídos financeira e socialmente. 
Até agora, início do segundo semestre, o número de homicídios decorrentes de intervenção policial passa de 400, o que equivale a 1 morte a cada 8 horas, enquanto foram mortos 97 policiais no mesmo período. É importante mencionar que, em 2016, para cada policial assassinado no Rio de Janeiro outras 30 pessoas morrem em decorrência de intervenções policiais. Temos a polícia que mais mata e que mais morre no mundo.
A maioria dessas ocorrências foi realizada em favelas e periferias do Rio de Janeiro. 
No entanto, o número de mortos por ação policial é muito maior do que o número de baixas na polícia, fazendo com que seja difícil acreditar que todas estas mortes ocorreram em situações em que a polícia estava sendo “atacada” ou estava em confronto, o famoso “auto de resistência”, herança da nossa Ditadura que, na favela, ainda existe sob a batuta das truculentas e odiosas ações policiais.
Há uma tradição de brutalidade, violência e ilegalidade permitidas, desde que seja na favela, o que não ocorre na Zona Sul do Rio. Fica evidente a diferença ao verificarmos os números de mortes em ações efetuadas por batalhões da Polícia Militar na Zona Sul e nas Zonas Norte e Oeste.
O policial se vê na ponta do sistema de repressão estatal, e o Estado deixa por conta deste decidirem o que fazer, reproduzindo assim o ódio e a indiferença com a qual são tratados. Infelizmente, estes não vêem que são tão vítimas da política de segurança pública pautada na guerra implementada no Rio de Janeiro como também são as pessoas que eles oprimem nas periferias em geral.
Como bem resumido por uma autoridade política, a guerra no Rio de Janeiro é: “Homens de pretos matando homens pretos, quase todos pretos”. 
A sociedade, ao aplaudir, e a mídia, ao reverenciar atuações violentas, truculentas e covardes, se passando por guerreiros, assim como a violência produzida pelo próprio Estado, legitima e estimula toda essa barbárie violenta. Violência gera violência.
A população preta, pobre e favelada tem sido vítima cotidiana desse que mais parece um plano de extermínio do que de combate às drogas. A guerra às drogas é, na verdade, uma guerra aos pobres.
A forma com que o Estado brasileiro lida com a questão das drogas sempre foi uma política de controle social dos indesejados. Se buscarmos, podemos ver que, desde o início, ao criminalizar o consumo da Cannabis sativa, por exemplo, o objetivo era perseguir a população negra, recém saída da escravidão, que era quem mais a consumia – assim como foi com a proibição da capoeira, do samba e a perseguição a religiões de matriz africanas. As ações e proibições do Estado brasileiro têm na sua origem e desenvolvimento objetivos racistas e classistas, de controle social de uma parcela indesejada da população. Basta ver a diferença que é tratada uma pessoa presa com 10 gramas de drogas no Jacaré ou em Ipanema. A diferença é clara. O caso Rafael Braga não nos deixa mentir.
Antes com a criminalização e hoje com o (inefetivo) combate ao tráfico, o Estado sempre visou, com suas ações relacionadas ao comércio e ao consumo de drogas, realizar um controle de pretos, pobres e favelados – uma opressão e controle dos excluídos sociais.
O que esperar de um Estado que extermina uma parcela da sua população? Quando não isso, que nega as condições mínimas de existência e subsistência a essa parte da sociedade, interrompendo e comprometendo a vida social dessa população aos seus direitos básicos em saúde, educação? Modificando e adoecendo uma geração inteira de jovens e crianças que, em tese, são pessoas, mas que, na real, são considerados apenas estatísticas quando desaguam em morte?
A partir desses fatos, nós, moradores da favela do Jacarezinho e de tantas outras favelas do Rio de Janeiro, EXIGIMOS que se interrompa a atual forma de operação que tem caracterizado o trabalho das Polícias Militar e Civil, de maneira a discutir e contribuir na formulação de uma nova POLÍTICA DE DROGAS e de combate à criminalidade.
Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2017.”

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A conexão Macron-Líbia

1/8/2017, Manlio Dinucci, Il Manifesto (de Tlaxcala)
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu 
Emmanuel Macron se reúne perto de Paris com Fayez Al-Sarraj e o marechal Khalifa Hafter
"O que se passa hoje na Líbia é de algum modo o cerne de um processo de desestabilização que tem várias caras" – declarou o presidente Macron, ao comemorar no Eliseu o acordo que "traça o mapa do caminho para a paz e a reconciliação nacional".

Macron atribui a situação caótica do país exclusivamente aos movimentos terroristas, que "visam a lucrar com a desestabilização política e a prosperar com a bonança econômica e financeira que pode haver na Líbia". Por isso – concluiu Macron –, a França ajuda a Líbia a bloquear os terroristas. Não. Macron inverte os fatos.

A França é, exatamente, quem urdiu a desestabilização da Líbia, com EUA, OTAN e as monarquias do Golfo.
Em 2010, segundo documento do Banco Mundial, a Líbia registrava os mais altos índices de desenvolvimento humano na África, com renda per capita acima da média, acesso universal à educação primária e secundária e com 46% da população com formação universitária. Cerca de 2 milhões de imigrados africanos encontravam trabalho na Líbia. O governo líbio favorecia, com seus investimentos, a formação de organismos econômicos da União Africana, independentes das organizações 'ocidentais'.

EUA e França – como fica provado em e-mails de Hillary Clinton – trabalharam em dupla para interromper o plano de Muanmar Gaddafi de criar uma moeda africana, alternativa ao dólar e ao franco Cfa (moeda que a França impõe a 14 de suas ex-colônias na África). Foi Clinton – o New York Times noticiou – quem induziu o presidente Obama a assinar "um documento que autorizava uma operação secreta na Líbia e o fornecimento de armas a rebeldes", dentre os quais se incluíam grupos até então classificados como terroristas.

Pouco depois, em 2011, a OTAN, por ordens dos EUA, demoliu o estado líbio, em guerra (promovida pela França) na qual o interior do país foi atacado também por forças especiais. Daí o desastre social que faria mais vítimas que a própria guerra, sobretudo entre os migrantes.

Essa história Macron conhece bem: de 2008 a 2012 ele fazia fulgurante (embora muito suspeita) carreira no Banco Rothschild, o império financeiro que controla os bancos centrais de quase todos os países do mundo. O Banco Rothschild desembarcou na Líbia em 2011, com a guerra ainda em curso. Ao mesmo tempo, os grandes bancos dos EUA e da Europa fazem o maior ataque de rapina do século, e confiscam 150 bilhões de dólares dos fundos soberanos líbios. 

Nos seus quatro anos de formação chez Rothschild, Macron foi introduzido no Gotha da finança mundial, dos que decidem as grandes operações como a demolição do estado líbio. Dali passou à política, onde tem carreira tão fulgurante quanto suspeita, começando como vice-secretário geral do Eliseu, depois ministro da economia. Em 2016, em poucos meses, Macron criou seu partido, En Marche!, partido do tipo 'faça-você-mesmo', mantido e pago por poderosos grupos multinacionais, midiáticos e financeiros, que lhe abrem o caminho para a presidência. Por trás do protagonismo de Macron, não há portanto só interesses nacionais franceses. O botim roubado à Líbia é imenso: as maiores reservas de petróleo do continente africano e grandes reservas de gás natural; a gigantesca reserva de água do Aquífero do Arenito Núbio – ouro branco que em futuro próximo valerá muito mais que o ouro negro; além do próprio território líbio, de altíssimo valor geoestratégico, na intersecção entre o Mediterrâneo, a África e o Oriente Médio.

Há "risco de que a França imponha forte hegemonia sobre nossa ex-colônia" – alerta Analisi Difesa, destacando a importância de uma iminente operação naval italiana para a Líbia. É apelo ao "orgulho nacional", de uma Itália que exige sua parte na divisão neocolonial de sua ex-colônia.*****


 

Paz no Oriente Médio exige o fim do sionismo

 La paz en Oriente Medio exige el fin del Sionismo
Dia após dia, cadeias  de notícias internacionais dão conta dos crimes cometidos pelas forças de ocupação sionistas e dos colonos extremistas plantados nos territórios da Cisjordânia (Ribeira Ocidental) contra a população palestina.
Só no ano de 2017 cinquenta palestinos foram assassinados pelas mãos do exército de ocupação e seus "lacaios" extremistas  que vivem em assentamentos construídos em território palestino.
Sexta-feira, 21 de julho, nas imediações da Explanada das Mesquitas, em Al-Quds, as forças de ocupação assassinaram quatro palestinos por protestarem contra as medidas destinadas a impedir o livre trânsito no terceiro lugar mais sagrado do mundo para os muçulmanos. A Mohamad Sharaf, 17, Mohamad Abu Ghannam, 20, e Mohamad Jalaf, 17, se une  Rafat Hirbawi, assassinado na quarta-feira, 19 de julho, além dos 1.200 feridos pela repressão das forças de ocupação no primeiro semestre de 2017.
O objetivo é judaizar a Palestina
Dia após dia, as ações das forças de ocupação do regime israelense desencadeia sua política criminosa contra uma população indefesa, seja em Al-Quds, Al-Jalil, em Beit Lahm, Beit Jala, em Gaza, Ramallah, Jan Yunis, Tulkarm ou qualquer uma das cidades, vilas e aldeias palestinas. A política colonialista implementada desde o nascimento provocado da entidade sionista em 1948 e catalisado pela sede de expansão de uma ideologia que emerge nos salões e corredores das casas de bilionários judeus na Europa imperial em França e na própria Inglaterra . Uma ideologia que não cessou de anexar territórios sob a consigna  de um "espaço vital", assimilando o discurso e a  prática  com a Alemanha nazista.
Israel se caracteriza, pela sua política, seus crimes, sua ideologia e práticas coloniais, racistas e criminais contra o povo palestino, em uma entidade nacionalsionista que vê o outro como um animal, um "Goyim" sem direitos, nenhuma chances de se desenvolver e somente  destinados a servir, como frequentemente enfatizam os políticos, como o ministro de assuntos militares Avigdor Lieberman, a ministra de assuntos jurídicos Ayelet Shaked e o próprio primeiro-ministro Benyamin Netanyahu, obcecado com a criação mitológica do "Grande Israel" e cuja linha de trabalho esta focada na judaização  dos territórios palestinos ocupados. Portanto, tem razão a Federação Palestina do Chile -  país que abriga o maior número de chilenos de origem palestina fora do Oriente Médio -,  quando afirma que tal ação segue uma política constante de perseguição por parte de Israel, que visa mudar o status quo da cidade de Jerusalém e esvaziá-la de seus habitantes nativos dando passo assim à judaização da cidade histórica.
 A classe dominante de Israel é conformada por políticos perigosos, que se o direito internacional fosse de fato considerado,  teriam  que ser conduzidos em  algemas a um Tribunal Internacional para serem  julgados por seus crimes de guerra. Todos eles e cada membro do gabinete, político e  militar criminosos de guerra, bem como os juízes que cegos, mudos e surdos colaboram pisoteando os direitos do povo palestino. E, no entanto, a comunidade internacional, tão vazia de conteúdo, dotada de uma espantosa dupla moral hipócrita e vergonhosa acaba cedendo às pressões do pai adotivo do regime israelense: Os Estados Unidos, com o seu poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas(Conselho de segurança da ONU) e o gordo aporte financeiro e militar que a cada ano concede ao regime sionista,  impedem que esta entidade desapareça e a mantêm servindo no papel de gendarme dos interesses ocidentais no Mundo Árabe.
Neste contexto, surge um lógico questionamento: Em que cenário pode um povo aceitar mansamente que sua terra seja entregue a colonos impulsionados por uma ideologia cuja sede se encontra em Londres e Paris, financiados pelo Fundo Nacional Judeu - criado em 1901 em Basilea, Suíça - e posteriormente protegidos por bandos  armados como a Haganá e o Irgun como?  

Essa pergunta, evidentemente, atualíssima no contexto de hoje , 2017, quase 70 anos após a  resolução 181, tempo em que o povo palestino ainda se encontra submetido à morte diariamente, à perseguição religiosa, à assassinatos impunes, à roubos de terras e de seus recursos hídricos, à destruição de sua identidade e à violação de todo tipo, e diária, dos direitos humanos.  Tempo em que ainda os refugiados são impedidos de retornar a sua terra natal e que os jovens não sabem o que significa nascer na sua terra natal, Palestina, sem medo de que um soldado ou um colono lhe assassine. Poderia você leitor humildemente aceitar todos esses crimes em paz, sem reagir?
A resistência é legítimo e necessário
Repito o que sustento permanentemente  frente  a ocupação que sofre o povo palestino desde 1948 e os resultados dessa ocupação em termos de mortos, feridos, destruição das suas aldeias, das demolição de  casas,  da segregação racial, do  apartheid,  do fechamento de coletivos, dos centenas de pontos de verificação, que impedem a livre circulação,  do vergonhoso muro  de 721 km invadindo o sonho de um estado palestino, do impedimento de praticar suas crenças religiosas, de transitar livremente pelo seu território, ver seus filhos crescerem sem o perigo de que sejam assassinados. Me pergunto frente a esta dramática realidade e insisto na questão:   Em que contexto pode um povo mansamente aceitar  que suas terras sigam ocupadas nas mãos dos defensores de uma ideologia criminosa que forjou uma entidade transgressora do direito internacional que goza de total impunidade sob a proteção de países ocidentais - seja por ação ou omissão - que assassina diariamente os filhos da terra , os palestinos, que a partir do final do século XIX começou a receber ondas de colonos europeus que vieram para reivindicar um "direito" mitológico supostamente entregue por seu deus?

Essa questão  requer uma resposta urgente e necessária a realidade insuportável,  que já faz setenta anos desde Resolução 181,  que dividiu a Palestina, sem consultar seus  habitantes  e  que escolheu as melhores terras da Palestina histórica para a uma entidade artificial, sob o discurso da vitimização  pelas mãos do nazismo, discurso que  até os dias atuais rendeu  significativos recursos bilionários da Alemanha ao sionismo. Norman Finkelstei qualificou essa política junto à Alemanha e aos bancos suíços como  " a indústria do holocausto", uma permanente exploração do que foi outrora o sofrimento dos judeus.  

Finkelstein é um homem muito corajoso por ter desmascarado  aqueles que usam o sofrimento de determinados seres humanos para justificar e fazer sofrer outros  seres humanos e por ter condenado  este  comportamento como ignóbil e infame. Não há dúvida de que o lobby sionista  submeteu a Alemanha e a Suíça, bem como os legítimos requerentes judeus dos crimes cometidos. Finkelstein denuncia que esses fundos -  estimados em mais de 100 bilhões de dólares - foram usados ​​ não para beneficiar as vítimas e suas famílias, mas para manter a indústria do Holocausto.
 
Então, como é possível que o povo palestino tenha que pagar por crimes que não cometeu e ficar sujeito ao mesmo tipo de política criminosa que os nazistas submeteram os judeus, os russos, os poloneses, os ciganos, dissidentes e os doentes mentais? Como podemos aceitar que milhões de palestinos sejam privados dos direitos básicos e vivam sujeitos ao arbítrio, à ocupação, ao roubo de sua riqueza, à pilhagem do seu patrimônio cultural e histórico, à fragmentação do seu território, à violação  dos direitos humanos, ao bárbaro assassinato de sua juventude e crianças. Poderia você leitor aceitar mansamente esses crimes? Claro que não!  menos ainda se acontecesse  na sua  casa, no seu quintal, em seu espaço histórico, logo, a resposta gera um imediato sentimento de autodefesa, para  lutar contra o  ocupante na defesa de sua história.
Portanto, toda resistência a essa realidade é legítima e um dever. Como também é indiscutível, necessário e fundamental que o Eixo de Resistência seja de claro apoio  e sustentação da luta do povo palestino. Dotar essa luta de apoio político, mas também material para o combate ao ocupante: apoios em fóruns internacionais, mas também com armas para combater o invasor. Denuncias a nível internacional, mas também cercar as fronteiras da Palestina histórica e mostrar ao sionismo que não mais toleramos seus crimes, seja contra os palestinos, sírios, libaneses ou iraquianos entre outros. Ao mesmo tempo intensificar os chamados aos povos dos países árabes que deponham seus governos corruptos e criminosos, suas monarquias feudais que entregam seus povos a ganância e as ambições ocidentais sob o domínio de três ideologias criminosas como nunca antes vista no mundo: o imperialismo, o sionismo e wahabismo.
 
Israel não respeitar o direito internacional, ignora as resoluções das Nações Unidas, zomba do direito internacional, comete crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Destrói patrimônio histórico palestino, viola os direitos humanos do povo palestino, os assassinam a sangue frio em seus lugares sagrados, os expulsam  de suas terras.assassinados a sangue frio e ainda aqueles países que tanto vociferam  sobre a defesa dos direitos humanos na Venezuela, em Cuba ou em qualquer país que não faz parte do coro de amigo do imperialismo, do sionismo e do wahabismo, essas potências lideradas pelos Estados Unidos apoiam a política sionista criminosa e suas violações.
 
Não há sanções, não há bloqueios, não há zonas de exclusão aérea, não há boicote econômico e ninguém propõe   congelar os bens dos criminosos sionistas, sejam os  políticos, militares ou ideólogos. A hipocrisia neste plano é vergonhosa e, portanto, a entidade sionista mantém sua agenda criminosa e fica impune contra cada violação. Isso tem que ter um fim, Israel deve pagar por todos os seus  crimes, por cada  um de seus assassinatos e roubos, pela ocupação e o desprezo pelas vidas de milhões de pessoas. Há muito a fazer para conseguir a liberação final da Palestina e parte disso é  desaparecer todos os vestígios do sionismo. A paz na região envolve a eliminação desta ideologia criminosa.
 
Pablo Jofre Leal jornalista chilena e escritor. analista International, Mestre em Relações Internacionais pela Universidade Complutense de Madrid. temas especializados, principalmente da América Latina,Oriente Médio e Norte da África. Ele colabora com várias redes de notícias internacionais. Criador análise website Internacional ANÁLISE GLOCAL www.analisisglocal.cl
http://www.hispantv.com/noticias/opinion/348147/oriente-medio-israel-sionismo-represion-plaestinos-mezquita-aqsa-judaizar