Emitido após a reunião das facções palestinas no Cairo, em 23 e 24 de outubro de 2025
A convite da República Árabe do Egito, sob o generoso patrocínio de Sua Excelência o Presidente Abdel Fattah El-Sisi, e em continuidade aos esforços dos irmãos mediadores do Egito, do Catar e da Turquia para pôr fim à guerra em Gaza e lidar com suas consequências — incluindo os resultados da Cúpula da Paz de Sharm El-Sheikh em outubro de 2025 — várias facções palestinas realizaram uma reunião na capital egípcia, Cairo, para discutir os desdobramentos da causa palestina e a segunda fase do plano do presidente Trump para encerrar a guerra na Faixa de Gaza, como parte dos preparativos para um diálogo nacional abrangente que vise proteger o projeto nacional e restaurar a unidade palestina.
Os participantes iniciaram o encontro prestando homenagem às massas do povo palestino na pátria e na diáspora, em especial ao povo de Gaza, e aos mártires, prisioneiros e feridos, em reconhecimento à sua resistência e sacrifícios, reafirmando a necessidade de continuar todos os esforços para pôr fim ao sofrimento e alcançar um futuro melhor para o povo palestino e sua causa nacional.
Os participantes também renovaram seu reconhecimento aos esforços árabes, islâmicos e internacionais, incluindo os do presidente Trump, em favor do cessar-fogo em Gaza.
As forças palestinas afirmaram que a fase atual requer uma posição nacional unificada e uma visão política comum, baseada na unidade de palavra e destino, e na rejeição de todas as formas de anexação e deslocamento na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém.
Condenaram a aprovação, em primeira leitura, pelo parlamento de ocupação israelense, da lei que busca “aplicar a soberania israelense sobre a Cisjordânia”, considerando-a uma agressão perigosa à identidade e à existência palestina, e elogiaram a decisão do presidente Trump de suspender esse movimento e sua promessa de que não se repetirá.
As facções enfatizaram que a unidade nacional é a resposta decisiva a essas políticas e que é necessário tomar todas as medidas práticas para alcançá-la.
As partes reunidas concordaram com o seguinte:
1. Apoiar e continuar a implementação do cessar-fogo, incluindo a retirada das forças de ocupação da Faixa de Gaza, o levantamento completo do bloqueio, a abertura de todas as passagens fronteiriças — inclusive Rafah —, a entrada de toda a ajuda humanitária e médica, e o início de um processo abrangente de reconstrução que restaure a vida normal na Faixa e ponha fim ao sofrimento da população.
2. Transferir a administração da Faixa de Gaza a um comitê palestino temporário composto por independentes (tecnocratas), responsável por gerir os assuntos da vida cotidiana e os serviços básicos, em cooperação com os países árabes e instituições internacionais, com base na transparência e responsabilidade nacional. Também será criada uma comissão internacional para supervisionar o financiamento e a execução da reconstrução, reafirmando a unidade do sistema político palestino e a independência da decisão nacional.
3. Tomar todas as medidas necessárias para manter a segurança e a estabilidade em toda a Faixa de Gaza, destacando a importância de uma resolução das Nações Unidas sobre o desdobramento de forças internacionais temporárias para monitorar o cessar-fogo.
4. Encerrar todas as formas de tortura e violações contra os prisioneiros nas prisões da ocupação e obrigar Israel a cumprir as leis e convenções internacionais, reafirmando que a questão dos prisioneiros permanecerá no topo das prioridades nacionais até que todos alcancem a liberdade.
5. Continuar o trabalho conjunto para unificar visões e posições diante dos desafios enfrentados pela causa palestina, incluindo a convocação urgente de uma reunião nacional ampla com todas as forças e facções palestinas para adotar uma estratégia nacional e revitalizar a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) — o único representante legítimo do povo palestino — de forma a incluir todos os componentes e forças vivas da nação palestina.
Ao encerrar o encontro, os participantes destacaram que “o tempo é sangue”, e que o momento atual é decisivo, reafirmando diante do povo palestino seu compromisso de transformar esta reunião em um verdadeiro ponto de virada rumo à unidade nacional, em defesa do direito do povo à vida, à dignidade, à liberdade e à autodeterminação, pela preservação da causa palestina, dos direitos das futuras gerações e pela criação do Estado palestino independente com Jerusalém como sua capital, garantindo também o direito de retorno dos refugiados palestinos.
Os participantes expressaram ainda seu agradecimento à República Árabe do Egito, sob a liderança do presidente Abdel Fattah El-Sisi, e aos mediadores, pelos esforços contínuos em apoio à causa palestina.
Asinam: Forças e Facções Palestinas reunidas no Cairo
Sexta-feira, 02 de Jumada al-Awwal de 1447 H
Correspondente a 24 de outubro de 2025

Nenhum comentário:
Postar um comentário