Tríade
Erdogan-Israel-Al Saud, enorme perigo
para Mundo Árabe
Erdogan busca relações mais benéficas com o regime israelense e Arábia Saudita,
formando uma tríade extremamente perigosa para o futuro do Oriente Médio.
Turquia dominada pelo regime de Recep Tayyip Erdogan, com uma relação em
dificuldades com os Estados Unidos, procura relações mais benéficas com regimes
totalitários como o seu próprio, neste caso com a entidade sionista e a Casa al
Saud formando uma tríade extremamente perigosa para futuro do Oriente Médio.
Israel e
Turquia: Tão Amigos Como sempre
Prova disso é
a assinatura de um acordo de entendimento entre o presidente turco, Recep
Tayyip Erdogan, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Roma,
na segunda-feira 27 de Junho. Acordo cujo objetivo é a normalização das
relações entre os dois governos, com dificuldades na sequência dos
acontecimentos de 2010 relacionados com a agressão israelense contra uma flotilha
de navios turcos - Mavi Marmara - que se
dirigia a cidade de Gaza, bloqueada por Israel, que significou o assassinato de
uma dúzia de cidadãos turcos. Após cinco anos de tensões, Ankara e Tel Aviv
decidiram que era hora de acabar com a inimizade e restabelecer as relações,
num momento em que ambos os regimes estão em processo de isolamento e onde a
presença bem sucedida da Federação Russa e da República Islâmica do Irã em
apoio ao governo da República da Síria e seu povo contra o terrorismo takfiri ameaça
seus interesses regionais.
A posição amigável entre Ancara e Tel Aviv consolida um eixo geopolítico de
perigo indubitável para a região Leste do Mediterrâneo. Posição que lhes
permitem exibir uma certa coesão frente aos Estados Unidos, com cujo governo
têm enfrentado, tanto Erdogan, como Netanyahu período de tensão e dificuldade,
mas que em nada limitaram o enorme fluxo de dinheiro que ambos os regimes
recebem de Washington e seus aliados ocidentais, porque ambos os governos são
ferramentas fundamentais para o Ocidente, (leia-se EUA) em seu jogo hegemônico
na região.
A aliança entre Netanyahu com a Turquia
gera, sem dúvida, um marco de impunidade para os crimes cometidos no ataque ao
Mavi Marmara ao sustentar que "o acordo protege os comandantes e soldados
do exército israelita dos processos civis e penais iniciadas em Ankara".
Da mesma forma que garante e preserva o bloqueio marítimo à Faixa de Gaza ao
sustentar que qualquer navio que se dirija para o bloqueado território
palestino é obrigado atracar no porto israelense de Ashdod, (ocupada pelo
sionismo), onde os produtos serão transferidos para Gaza.
Um Netanyahu satisfeito com o acordo alcançado com a Turquia afirmou que isso
também compromete a Turquia a agir para ajudar Israel nos processos de
incorporação em todas as organizações internacionais que Ankara participa. Isto
inclui, fundamentalmente, o apoio da Turquia à abertura de uma missão de Israel
na sede da OTAN em Bruxelas. Para Binali Yildirim, Premier turco , "A
normalização abrange uma série de questões. Mas as relações econômicas e de
cooperação regional tem prioridade" Com relação as prioridades turcas,
espera-se que Israel ajude a fomentar o setor do turismo, após a perda de 4
milhões de turistas russos com a decisão de Moscou de aconselhar os seus
cidadãos não visitar o território turco.
Como uma maneira de limpar a imagem de constante violação aos direitos humanos da população de
Gaza, parte dos acordos estão relacionados com este território palestino ao
"autorizar" Israel, como potência ocupante, a facilitar a entrada de
ajuda humanitária e cooperação turca, muito longe das exigências da sociedade
palestina que é o fim imediato e definitivo do bloqueio criminoso contra GAZA.
Neste dia, a
Turquia anunciara que na sexta-feira 01 de julho iria zarpar da cidade de
Mersin, na Turquia, para o porto de Ashdod (Palestina ocupada por Israel) 10
mil toneladas de ajuda humanitária, que sofreria vistoria e seria e
transferidos para Gaza.
Uma abordagem que procura mostrar um panorama de amizade e de ampla aliança,
num momento em que o apoio de ambos os governos para as gangues terroristas que
atacam as sociedades sírias e iraquianas não podem evitar as críticas de seus
próprios aliados e a chamada para que cessem essa conduta criminosa que está
levando o acirramento do conflito no Oriente Médio. Claro, críticas que não implicam
sanções, resoluções ou outras ações com a intenção de deter as agressões dos
governos da Turquia, Israel e Arábia Saudita.
A análise imediata deste acordo entre Tel Aviv e Ankara vislumbra, além dos
interesses políticos sobrepostos das partes, os interesses econômico vinculados
aos vastos campos de gás natural localizadas no leste do Mediterrâneo, parte
deles na Faixa de Gaza, território palestino submetido a um férreo bloqueio por
parte da entidade sionista. Gás palestino que Israel, com o apoio dos EUA e seu
poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, deseja explorar na
contramão do direito internacional, que proíbe o usufruto dos recursos naturais
de um território sob ocupação. É lógico imaginar que Tel Aviv está buscando uma
saída para esse gás através de portos turcos que conta com uma infra-estrutura
de gasodutos na exportação para a Europa , como para o próprio mercado interno.
Assim, no contexto da tensão que vive com a Federação Russa no concerto da
guerra de agressão contra a Síria, onde Moscou, junto a Teerã, o Hezbollah e o
governo sírio combatem contra os grupos takfiri apoiados precisamente por
Israel e Turquia.
Meios de comunicação sionistas dão provas desta aliança
argumentando que "A cooperação entre as forças israelenses e
turcas é antiga. Na verdade, tiveram acordos de segurança bastante firmes na
década de 1990 e início de 2000; a força aérea israelense ajudou a Turquia
modernizar seus equipamentos e compartilharam informações de inteligência ...
há tensões entre os dois governos, por exemplo, a necessidade da Turquia de se
apresentar como um defensor da causa palestina, um complicador para os esforços
de Israel, uma vez que está conduzindo as negociações sobre o fim do bloqueio
de Gaza. Em termos gerais, o tabu regional contra a trabalhar com Israel
poderia limitar a capacidade de cooperação da Turquia com Israel e seu intento
de se tornar uma grande força no Oriente Médio. Mas cada uma dessas coisas só
atrasa o inevitável: os interesses turcos e israelenses estão se alinhando
rapidamente e como a região continua a se ajustar a uma presença diminuída dos
EUA, será uma questão de tempo antes que os dois reativem sua longa e latente
aliança.
Neo Otomanismo. Wahabismo e o sionismo:
O real "Eixo do Mal"
Com a Arábia Saudita, o governo de Erdogan tem consolidado uma relação sob a
égide de um objetivo comum no plano político: opor-se à crescente influência da
República Islâmica do Irã na região. Em abril passado , o presidente turco,
durante visita oficial do rei saudita Salman Bin Abdelaziz à Ankara, concedeu
ao monarca wahhabi a mais alta distinção concedida pela Turquia: A "Ordem
do Estado da República" sob palavras que mostram o horizonte de interesses:
"A consolidação das relações entre a Turquia e Arábia Saudita em todos os
âmbitos, com seu apoio, apresenta uma oportunidade para a paz regional e
mundial ."
Povos como os
do Iêmen, Bahrein, Síria e Iraque são a prova concreta de que as palavras de
governo Turco e a distinção concedida ao representante de um dos regimes mais
opressivos do mundo está carregada de hipocrisia.
Nessa reunião, a questão central - antes das negociações que aconteceriam a
poucos dias mais tarde, em Genebra - foi sobre a Síria e como reforçar e seguir
avançando com o apoio aos grupos terroristas utilizados como instrumentos para
derrubar o governo de Bashar al Assad.
No início de março foram realizadas reuniões de
grande importância política e estratégica em Riad, capital da Arábia Saudita.
Reuniões que tiveram outros atores, como o governo egípcio, cujo presidente,
Abdel Fattah El-Sisi, esteve em visita oficial a Riad, no dia 01 de Março. No
dia seguinte foi a vez da visita oficial do presidente da Turquia , Recep Tayyip Erdogan a
capital da Arábia saudita. Os chefes de estado egípcio e turco estiveram envolvidos em
conversações paralelas com o rei saudita Salman bin Abdelaziz . As
visitas simultâneas de Al Sisi e Erdogan a Riad foram chamados de "coincidência" pelo presidente egípcio,
devido às relações tensas entre os governos egípcio e turco. Especulou-se na
ocasião que a presença de Al Sisi e Erdogan teria como propósito a intenção de
monarca wahhabi de promover uma aproximação entre a Turquia e Egito e, assim,
ir expandindo para novos atores o compromisso com os interesses neo otomanos,
sionistas e wahhabitas que projeta sua sombra desde Washington e Bruxelas.
Turquia está determinada a avançar na consolidação de um papel mais relevante
na ordenação do Oriente Médio. As conversações do governo turco - com Israel e
com a Casa al Saud - sugerem e apontam aquilo que poderia efetivamente ser
chamado como o verdadeiro "Eixo do Mal". Conceito tão caro aos
analistas e cientistas políticos ocidentais quando se trata de definir outros
países, mas que perdem a visão necessária quando se trata de conceituar o seu
próprio, ( de seus países) na política internacional.
Em janeiro de 2002 os escritores dos discursos do ex-presidente dos EUA, George
W. Bush: Michael Gerson e David Frum, desenvolveram a insólita ideia chamada
"O Eixo do Mal"- (The Axis of Evil ) - que incluiu o Irã, a Líbia, o
Iraque e a Coréia do Norte. Classificação não só contraditória mas claramente excêntrica, porque não
abundavam elementos comuns entre eles, exceto no que refere ao fabrico e à
transferência de tecnologia sobre mísseis de médio e longo prazo - no marco do
direito legítimo que têm como nações soberanas- e suas difíceis relações com os
Estados Unidos. O que está claro é que com esta ideia, Washington encontrou uma
justificação artificial para continuar o projeto Rumsfeld , denominado escudo
de defesa antimísseis e, assim, incentivar a aplicação de um aumento
substancial nos gastos militares, o que reflete uma das características mais
criticadas da política externa dos EUA: o manejo das visões estereotipadas.
Essa ideia"Eixo do Mal" reativou a visão surgida na administração
Clinton a respeito dos "Rogue States" - estados denominados
"novos inimigos" - que após as críticas geradas deu lugar à uma nova
denominação: States Concern - Estados preocupantes. Aparentemente, um conceito
mais brando assumido por Clinton em meio ao debate sobre estratégia exterior,
que envolvia a implementação de bloqueios e embargos, possíveis de substituir
por políticas de "compromissos construtivos". E eu sustento que é,
aparentemente, mais reflexivo, pois a divisão unilateral significava deixar de
fora estados claramente violadores de qualquer estrutura democrática na forma e
no conteúdo visualizado pelos Estados Unidos, como são, justamente os regimes
como os que agora formam uma tríade que, com toda justiça podem ser de fato
denominados de "eixo do mal", estes sim, regimes ou governos
bandidos/terroristas preocupante para a segurança internacional.
Esta aproximação dos governos da Turquia, Arábia Saudita e Israel representa o
legítimo eixo do Mal, que esta sendo consolidado dia a dia, em questões
diplomáticas, políticas e militares, partilhando objetivos estratégicos ligados
a estabelecer hegemonias, áreas de influência e inimigos comum. Entre os alvos
das ações desta tríade se encontram o governo da Síria, o Hezbollah e a
República Islâmica do Irã, consolidados em uma Frente de Resistência, não só
contra poderes além do Oriente Médio, como os Estados Unidos e a União
Europeia, mas também uma oposição franca e decidida contra o aval, o apoio
financeiro e militar do eixo Riad-Tel Aviv-Ankara aos grupos terroristas
takfiri em suas ações contra a população da Síria e do Iraque.
Deve acrescentar-se aos objetivos deste grupo de governos terroristas, as
guerras de agressão levada a cabo contra o Iêmen, onde as ações criminosas
lideradas pela Casa al Saud, tiveram a complacência, o apoio político e
diplomático de Erdogan e Netanyahu, como quando o comportamento invasivo contra
o povo do Bahrein em sua luta contra o regime Khalifa. O mesmo vale no que se
refere ao povo palestino, abandonados pela monarquia wahhabi e fora do foco de
preocupação em Ankara após os acontecimentos da chamada Flotilha da Liberdade,
que tentava levar ajuda para a Faixa de Gaza.
No caso da Turquia é essencial aprofundar as relações com a Arábia Saudita e
Israel, uma vez que frequentemente vem perdendo o apoio incondicional de
Washington às suas pretensões de hegemonia regional. Isto, principalmente, diz
respeito com a questão kurda que para Ankara constitui uma dor de cabeça, não
só no interior do país onde os kurdos representam 20% da população, com fortes
raízes políticas e militares nas áreas onde opera o partido dos Trabalhadores
do Kurdistão - PKK - mas também no norte da Síria, onde o povo kurdo trava uma
batalha constante contra as gangues takfiri - apoiados por Erdogan - situação
que gera o controle kurdo do território, coisa que a Turquia não aceita. As
Milícias ou Unidades de Proteção Popular - YPG - têm fortalecido as relações
com a Coalizão liderada pelos EUA, obrigando a Ankara exigir de Washington que
faça uma opção.
A opção, de acordo com uma fina análise dos movimentos desde o início da
agressão contra a Síria, portanto, desde março de 2011, indica que Washington
está inclinando-se para o apoio de um Estado Kurdo, não só no norte da Síria,
mas também no nordeste do Iraque. Tendência sob a premissa de que para manter a
dominação ocidental do Médio Oriente, sitiar a República Islâmica do Irã e
impedir o avanço da Federação Russa para o oeste é necessário fragmentar e
balcanizar a Síria e Iraque; prometendo uma falsa independência para os kurdos
de ambos os países. Dessa forma, os EUA promoveria uma espécie de modelo
iugoslavo com soberania sob a tutela da coalizão de países liderados por
Washington. E, por isso, a criação e consolidação de um eixo entre Riad e
Ancara-Tel Aviv serve inteiramente a estes propósitos, embora a imprensa
ocidental apresente este panorama e movimentos como um aparente afastamento de
Washington. É simplesmente mais uma cena da política Leading From Behind a que
estamos acostumados vir de Washington.
http://www.hispantv.com/noticias/opinion/280090/erdogan-israel-arabia-saudi-apoyo-terroristas-siria
Erdogan busca relações mais benéficas com o regime israelense e Arábia Saudita, formando uma tríade extremamente perigosa para o futuro do Oriente Médio.
Turquia dominada pelo regime de Recep Tayyip Erdogan, com uma relação em dificuldades com os Estados Unidos, procura relações mais benéficas com regimes totalitários como o seu próprio, neste caso com a entidade sionista e a Casa al Saud formando uma tríade extremamente perigosa para futuro do Oriente Médio.
Prova disso é a assinatura de um acordo de entendimento entre o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Roma, na segunda-feira 27 de Junho. Acordo cujo objetivo é a normalização das relações entre os dois governos, com dificuldades na sequência dos acontecimentos de 2010 relacionados com a agressão israelense contra uma flotilha de navios turcos - Mavi Marmara - que se dirigia a cidade de Gaza, bloqueada por Israel, que significou o assassinato de uma dúzia de cidadãos turcos. Após cinco anos de tensões, Ankara e Tel Aviv decidiram que era hora de acabar com a inimizade e restabelecer as relações, num momento em que ambos os regimes estão em processo de isolamento e onde a presença bem sucedida da Federação Russa e da República Islâmica do Irã em apoio ao governo da República da Síria e seu povo contra o terrorismo takfiri ameaça seus interesses regionais.
A posição amigável entre Ancara e Tel Aviv consolida um eixo geopolítico de perigo indubitável para a região Leste do Mediterrâneo. Posição que lhes permitem exibir uma certa coesão frente aos Estados Unidos, com cujo governo têm enfrentado, tanto Erdogan, como Netanyahu período de tensão e dificuldade, mas que em nada limitaram o enorme fluxo de dinheiro que ambos os regimes recebem de Washington e seus aliados ocidentais, porque ambos os governos são ferramentas fundamentais para o Ocidente, (leia-se EUA) em seu jogo hegemônico na região.
A aliança entre Netanyahu com a Turquia gera, sem dúvida, um marco de impunidade para os crimes cometidos no ataque ao Mavi Marmara ao sustentar que "o acordo protege os comandantes e soldados do exército israelita dos processos civis e penais iniciadas em Ankara". Da mesma forma que garante e preserva o bloqueio marítimo à Faixa de Gaza ao sustentar que qualquer navio que se dirija para o bloqueado território palestino é obrigado atracar no porto israelense de Ashdod, (ocupada pelo sionismo), onde os produtos serão transferidos para Gaza.
Um Netanyahu satisfeito com o acordo alcançado com a Turquia afirmou que isso também compromete a Turquia a agir para ajudar Israel nos processos de incorporação em todas as organizações internacionais que Ankara participa. Isto inclui, fundamentalmente, o apoio da Turquia à abertura de uma missão de Israel na sede da OTAN em Bruxelas. Para Binali Yildirim, Premier turco , "A normalização abrange uma série de questões. Mas as relações econômicas e de cooperação regional tem prioridade" Com relação as prioridades turcas, espera-se que Israel ajude a fomentar o setor do turismo, após a perda de 4 milhões de turistas russos com a decisão de Moscou de aconselhar os seus cidadãos não visitar o território turco.
Como uma maneira de limpar a imagem de constante violação aos direitos humanos da população de Gaza, parte dos acordos estão relacionados com este território palestino ao "autorizar" Israel, como potência ocupante, a facilitar a entrada de ajuda humanitária e cooperação turca, muito longe das exigências da sociedade palestina que é o fim imediato e definitivo do bloqueio criminoso contra GAZA.
Uma abordagem que procura mostrar um panorama de amizade e de ampla aliança, num momento em que o apoio de ambos os governos para as gangues terroristas que atacam as sociedades sírias e iraquianas não podem evitar as críticas de seus próprios aliados e a chamada para que cessem essa conduta criminosa que está levando o acirramento do conflito no Oriente Médio. Claro, críticas que não implicam sanções, resoluções ou outras ações com a intenção de deter as agressões dos governos da Turquia, Israel e Arábia Saudita.
A análise imediata deste acordo entre Tel Aviv e Ankara vislumbra, além dos interesses políticos sobrepostos das partes, os interesses econômico vinculados aos vastos campos de gás natural localizadas no leste do Mediterrâneo, parte deles na Faixa de Gaza, território palestino submetido a um férreo bloqueio por parte da entidade sionista. Gás palestino que Israel, com o apoio dos EUA e seu poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, deseja explorar na contramão do direito internacional, que proíbe o usufruto dos recursos naturais de um território sob ocupação. É lógico imaginar que Tel Aviv está buscando uma saída para esse gás através de portos turcos que conta com uma infra-estrutura de gasodutos na exportação para a Europa , como para o próprio mercado interno. Assim, no contexto da tensão que vive com a Federação Russa no concerto da guerra de agressão contra a Síria, onde Moscou, junto a Teerã, o Hezbollah e o governo sírio combatem contra os grupos takfiri apoiados precisamente por Israel e Turquia.
Meios de comunicação sionistas dão provas desta aliança argumentando que "A cooperação entre as forças israelenses e turcas é antiga. Na verdade, tiveram acordos de segurança bastante firmes na década de 1990 e início de 2000; a força aérea israelense ajudou a Turquia modernizar seus equipamentos e compartilharam informações de inteligência ... há tensões entre os dois governos, por exemplo, a necessidade da Turquia de se apresentar como um defensor da causa palestina, um complicador para os esforços de Israel, uma vez que está conduzindo as negociações sobre o fim do bloqueio de Gaza. Em termos gerais, o tabu regional contra a trabalhar com Israel poderia limitar a capacidade de cooperação da Turquia com Israel e seu intento de se tornar uma grande força no Oriente Médio. Mas cada uma dessas coisas só atrasa o inevitável: os interesses turcos e israelenses estão se alinhando rapidamente e como a região continua a se ajustar a uma presença diminuída dos EUA, será uma questão de tempo antes que os dois reativem sua longa e latente aliança.
Neo Otomanismo. Wahabismo e o sionismo: O real "Eixo do Mal"
Com a Arábia Saudita, o governo de Erdogan tem consolidado uma relação sob a égide de um objetivo comum no plano político: opor-se à crescente influência da República Islâmica do Irã na região. Em abril passado , o presidente turco, durante visita oficial do rei saudita Salman Bin Abdelaziz à Ankara, concedeu ao monarca wahhabi a mais alta distinção concedida pela Turquia: A "Ordem do Estado da República" sob palavras que mostram o horizonte de interesses: "A consolidação das relações entre a Turquia e Arábia Saudita em todos os âmbitos, com seu apoio, apresenta uma oportunidade para a paz regional e mundial ."
Nessa reunião, a questão central - antes das negociações que aconteceriam a poucos dias mais tarde, em Genebra - foi sobre a Síria e como reforçar e seguir avançando com o apoio aos grupos terroristas utilizados como instrumentos para derrubar o governo de Bashar al Assad.
Turquia está determinada a avançar na consolidação de um papel mais relevante na ordenação do Oriente Médio. As conversações do governo turco - com Israel e com a Casa al Saud - sugerem e apontam aquilo que poderia efetivamente ser chamado como o verdadeiro "Eixo do Mal". Conceito tão caro aos analistas e cientistas políticos ocidentais quando se trata de definir outros países, mas que perdem a visão necessária quando se trata de conceituar o seu próprio, ( de seus países) na política internacional.
Em janeiro de 2002 os escritores dos discursos do ex-presidente dos EUA, George W. Bush: Michael Gerson e David Frum, desenvolveram a insólita ideia chamada "O Eixo do Mal"- (The Axis of Evil ) - que incluiu o Irã, a Líbia, o Iraque e a Coréia do Norte. Classificação não só contraditória mas claramente excêntrica, porque não abundavam elementos comuns entre eles, exceto no que refere ao fabrico e à transferência de tecnologia sobre mísseis de médio e longo prazo - no marco do direito legítimo que têm como nações soberanas- e suas difíceis relações com os Estados Unidos. O que está claro é que com esta ideia, Washington encontrou uma justificação artificial para continuar o projeto Rumsfeld , denominado escudo de defesa antimísseis e, assim, incentivar a aplicação de um aumento substancial nos gastos militares, o que reflete uma das características mais criticadas da política externa dos EUA: o manejo das visões estereotipadas.
Essa ideia"Eixo do Mal" reativou a visão surgida na administração Clinton a respeito dos "Rogue States" - estados denominados "novos inimigos" - que após as críticas geradas deu lugar à uma nova denominação: States Concern - Estados preocupantes. Aparentemente, um conceito mais brando assumido por Clinton em meio ao debate sobre estratégia exterior, que envolvia a implementação de bloqueios e embargos, possíveis de substituir por políticas de "compromissos construtivos". E eu sustento que é, aparentemente, mais reflexivo, pois a divisão unilateral significava deixar de fora estados claramente violadores de qualquer estrutura democrática na forma e no conteúdo visualizado pelos Estados Unidos, como são, justamente os regimes como os que agora formam uma tríade que, com toda justiça podem ser de fato denominados de "eixo do mal", estes sim, regimes ou governos bandidos/terroristas preocupante para a segurança internacional.
Esta aproximação dos governos da Turquia, Arábia Saudita e Israel representa o legítimo eixo do Mal, que esta sendo consolidado dia a dia, em questões diplomáticas, políticas e militares, partilhando objetivos estratégicos ligados a estabelecer hegemonias, áreas de influência e inimigos comum. Entre os alvos das ações desta tríade se encontram o governo da Síria, o Hezbollah e a República Islâmica do Irã, consolidados em uma Frente de Resistência, não só contra poderes além do Oriente Médio, como os Estados Unidos e a União Europeia, mas também uma oposição franca e decidida contra o aval, o apoio financeiro e militar do eixo Riad-Tel Aviv-Ankara aos grupos terroristas takfiri em suas ações contra a população da Síria e do Iraque.
Deve acrescentar-se aos objetivos deste grupo de governos terroristas, as guerras de agressão levada a cabo contra o Iêmen, onde as ações criminosas lideradas pela Casa al Saud, tiveram a complacência, o apoio político e diplomático de Erdogan e Netanyahu, como quando o comportamento invasivo contra o povo do Bahrein em sua luta contra o regime Khalifa. O mesmo vale no que se refere ao povo palestino, abandonados pela monarquia wahhabi e fora do foco de preocupação em Ankara após os acontecimentos da chamada Flotilha da Liberdade, que tentava levar ajuda para a Faixa de Gaza.
No caso da Turquia é essencial aprofundar as relações com a Arábia Saudita e Israel, uma vez que frequentemente vem perdendo o apoio incondicional de Washington às suas pretensões de hegemonia regional. Isto, principalmente, diz respeito com a questão kurda que para Ankara constitui uma dor de cabeça, não só no interior do país onde os kurdos representam 20% da população, com fortes raízes políticas e militares nas áreas onde opera o partido dos Trabalhadores do Kurdistão - PKK - mas também no norte da Síria, onde o povo kurdo trava uma batalha constante contra as gangues takfiri - apoiados por Erdogan - situação que gera o controle kurdo do território, coisa que a Turquia não aceita. As Milícias ou Unidades de Proteção Popular - YPG - têm fortalecido as relações com a Coalizão liderada pelos EUA, obrigando a Ankara exigir de Washington que faça uma opção.
A opção, de acordo com uma fina análise dos movimentos desde o início da agressão contra a Síria, portanto, desde março de 2011, indica que Washington está inclinando-se para o apoio de um Estado Kurdo, não só no norte da Síria, mas também no nordeste do Iraque. Tendência sob a premissa de que para manter a dominação ocidental do Médio Oriente, sitiar a República Islâmica do Irã e impedir o avanço da Federação Russa para o oeste é necessário fragmentar e balcanizar a Síria e Iraque; prometendo uma falsa independência para os kurdos de ambos os países. Dessa forma, os EUA promoveria uma espécie de modelo iugoslavo com soberania sob a tutela da coalizão de países liderados por Washington. E, por isso, a criação e consolidação de um eixo entre Riad e Ancara-Tel Aviv serve inteiramente a estes propósitos, embora a imprensa ocidental apresente este panorama e movimentos como um aparente afastamento de Washington. É simplesmente mais uma cena da política Leading From Behind a que estamos acostumados vir de Washington.
http://www.hispantv.com/noticias/opinion/280090/erdogan-israel-arabia-saudi-apoyo-terroristas-siria
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