quarta-feira, 8 de maio de 2024

O sionismo explicado pelos sionistas: Como pensa e envelhece a “raça pura”!

Por: José Manuel Goulão é um jornalista português

Talvez não haja uma definição única do conceito de limpeza étnica. Isto, porém, deve ser das mais inspiradas e sinceras:

“Os goyim (não-judeus) nasceram para nos servir, apenas para servir o povo de Israel; sem isso não deveria haver lugar no mundo”.

 ( Ovadia Yussef, fundadora e chefe do partido governamental israelense Shass)


Os árabes e muçulmanos… Sempre os árabes e muçulmanos preocupados por tudo de mau que acontece aos judeus, a começar por quererem manter-se numa terra que não lhes pertence uma vez que, voltando a citar o ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennet em 2022, “ainda vocês trepavam às árvores já nós temos um Estado”. Esta é uma das essências do sionismo e do seu racismo fundamentalista. Não é que existam formas benignas de racismo mas, tal como o regime de apartheid – cujo ideólogo, Cecil Rhodes, foi tão enaltecido pelo fundador do sionismo –, a teoria e prática em que assentam o Estado de Israel são um caso extremo e psicopata de racismo cultivado num ambiente doentio em que se cruzam aberrações teológicas, a crueldade mística e sádica emanando do Antigo Testamento, os mitos do “povo escolhido” e da “terra prometida” encarados como preceitos divinos a conformidades acima de quaisquer leis terrenas e das decisões tomadas pelos humanos não-judeus, que afinal existem “apenas para nos servir”.

À resultante desta mistela de elucubrações tonificadas por uma ficção delirante na qual o ser humano que não seja “judeu” é a menor das preocupações de deus do sionismo, chama o Ocidente coletivo “a única democracia do Médio Oriente”.

A função de Israel como um “polo da civilização no meio da barbárie”, ou seja o argumento que está na base do papel colonial e geoestratégico imperial de que o regime de Telavive continua a desempenhar, com a crueldade inerente, vem dos primórdios do sionismo; Isto é, a componente mística e a nova cruzada na Palestina também tiveram no bojo os interesses económicos, financeiros e o controlo de rotas comerciais e questões-primas dos poderes mundiais dominantes, na altura do Império Britânico. Não é por acaso que este herdou o mandato internacional da Palestina, preparando o terreno para que o papel de colonizador transitasse para o sionismo.

Theodor Herzl especificou, no seu trabalho fundador, que um Estado judaico construído pelo sionismo será “um muro de defesa da Europa na Ásia, um posto avançado da civilização contra a barbárie (…) porque a Europa deverá garantir a nossa segurança”. Herzl tinha, por certo, veia de “profeta”, embora sem o mérito dos de antanho porque o desenvolvimento era previsível perante um quadro de relação de forças tão definido como o da época, tal como o atual – embora este seja bem mais periclitante. Aliás, Joseph Biden parece ter herdado uma costela de Herzl: nos anos oitenta, quando ainda não era guiado pelos auriculares e pelo teleponto, dizia que “o Estado de Israel se não existisse teria de ser inventado”. Não é por acaso que o atual presidente dos Estados Unidos se define como “um cristão sionista”. O sionismo garante os interesses em terrenos dominantes; uma religião, que afinal pode não ser apenas judaica, garante a mistificação da História e das realidades próprias do colonialismo, quando não do fascismo, independentemente das épocas. Um singelo exemplo doméstico: Dª Lucinda Ribeiro Alves, uma fundadora do Chega, diz-se uma “evangélica cristã sionista”, além de seguidora de Bolsonaro.

O sionismo é uma doutrina doentia, aberrante, oportunista e violenta que não pode, nem deve, ser confundida com o judaísmo e a cultura hebraica, muito menos com os povos semitas. O sionismo, seguindo a teoria e a prática dos seus mentores, é uma ideologia antissemita. David Ben Gurion, considerado o fundador do Estado de Israel, que se considerava laico e trabalhista, não deixou dúvidas quanto a isso ao afirmar que “as considerações sionistas prevalecem sobre os sentimentos judaicos e quando o digo não faço mais do que ter em conta os preços sionistas”

Os conceitos de “raça pura” e “povo escolhido” elevam, porém, o Estado de Israel para um patamar transcendente; são conceitos assustadores a todos os níveis e sob quaisquer perspectivas porque sustentam uma entidade desenvolvida dotada de imunidade, impunidade e de uma missão escatológica associada ao fim do mundo, o Armagedão, a luta final entre o bem e o mal biblicamente programada para o lugar de Meggido , por sinal no interior do território israelense. Não se acredita que estamos apenas diante de delírios místicos. Ariel Sharon, criminoso de guerra com o sangue dos mártires de Sabra e Chatila nas mãos e ex-primeiro ministro de Israel, garantiu numa entrevista ao jornal britânico “Guardian” que, em caso de confronto limitado no planeta, “temos capacidade para destruir o mundo e garanto que isso aconteça antes de Israel se afundar”.

Sharon nunca foi conhecida por ter muita garganta e ser um fanfarrão.

“Um projeto nacionalista, mais nada”

Sionismo e racismo são indissociáveis. Assentam na ficção mística e têm como objectivo a expansão do poder judaico de origem europeia, dotado de um estatuto civilizacional e humanista de que o Ocidente colectivo se declarou proprietário, através de vastas zonas de influência económica, estratégica e, sobretudo, militar do Médio Oriente.

Pode dizer-se que o Estado de Israel é um pequeno território. Pode até reclamar-se um desabafo da primeira-ministra sionista Golda Meir: “A única coisa que tenho contra Moisés é ele ter andado 40 anos no deserto para nos dirigir ao único lugar no Médio Oriente que não tem petróleo. Se Moisés tivesse virado à direita em vez de ter virado à esquerda teríamos petróleo e os árabes areia”.

O errado palpite geográfico de Moisés, no entanto, é uma coisa que se corrige. Segundo a mesma Golda Meir, “a fronteira de Israel é onde os judeus vivem, não onde existe uma linha no mapa”.

Considerações afins já tinham sido feridas por Ben Gurion vinte trinta anos antes de enunciar o dogma de que “a pedra de toque do sionismo é uma verdadeira colonização conduzida por judeus em todas as regiões da Terra de Israel”, um conceito que então ainda deixou em aberto. Posteriormente o primeiro primeiro-ministro de Israel avançou na concepção dessa ideia, embora sem desvendar ainda totalmente o jogo, ao declarar que “o Estado será apenas uma etapa na realização do sionismo e a sua tarefa é preparar uma expansão; o Estado deverá preservar a ordem, não apenas pregando a moralidade, mas também com capturas, se necessário”.

Dito e feito. No “protocolo de governo” quando se tornou primeiro-ministro, em 1948, Ben Gurion localizou que “devemos partir para a intervenção com o objectivo de esmagar o Líbano, a Transjordânia (actualmente Jordânia) e a Síria”. Citado por “Times of Israel”, o líder líder sionista e judeu desvendou a sua estratégia militar: “quando bombardearmos Amã eliminaremos também a Cisjordânia e então a Síria cairá; sem qualquer esforço militar especial que coloque em perigo as outras frentes, apenas usando as tropas já designadas para essa tarefa, poderemos limpar a Galileia”, no norte do território atual de Israel até à fronteira com o Líbano, o que implicou a expulsão de pelo menos 100 mil palestinos. Ben Gurion “limpou” a Galileia, é certo, mas outras disposições do programa continuam por cumprir – percebendo-se, no entanto, que não foram retiradas do pacote de ambições sionistas.

Num conselho ao então jovem oficial Ariel Sharon, dado no seguimento do massacre na aldeia de Qibya em 1953 – chacina de 70 pessoas, dois terços das quais eram mulheres e crianças, não faltaram mestres aos genocidas de agora em Gaza – Ben Gurion disse que “ a única coisa que interessa é podermos existir aqui na terra dos nossos antepassados; e que mostremos aos árabes que há um preço alto a pagar pelo assassinato de judeus”. “Existir” nesta terra, de acordo com o pensamento do primeiro chefe de um governo israelense, significa “que devemos aceitar as fronteiras de hoje, mas os limites das aspirações sionistas são uma questão do povo judaico e nenhum fator externo será capaz de limitá- eis”. Palavras que são todo um programa político-militar genocida inequívoco, ignorando deliberadamente o direito internacional.

O rabino Yeuda Leib Maimon, da Agência Judaica, foi mais explícito do ponto de vista geográfico ao depor perante as comissões de inquérito da ONU relacionadas com o processo de criação de Israel, no fim dos anos quarenta do século passado; trahu então o mapa genérico do Grande Israel como objectivo nacionalista do projecto sionista: “A terra prometida estende-se do Nilo ao Eufrates – integra parte da Síria e do Líbano”, e também do Egipto e do Iraque, se olharmos o mapa mais atentamente .

Através de declarações como estas cai por terra o argumento tantas vezes invocado e segundo o qual a necessidade de um “lar judaico” e a emigração judaica para a Palestina surgiu como consequência da violência contra os judeus na Europa, designadamente os pogroms em massa e a carnificina realizada pelo nazismo hitleriano. Chaim Weizman, o primeiro presidente do Estado de Israel, foi um modelo de pragmatismo ao confirmar essa falsidade perante a Organização Sionista Mundial: “O sionismo não é resposta a uma opressão, mas um projeto nacionalista, mais nada”.

Houve confirmações deste julgamento um pouco mais dramático porque revelaram até que ponto o projeto nacionalista deu prioridade aos interesses do sionismo, a colonização da Palestina pela elite asquenaze da Europa, e secundarizou o respeito pelas massas judaicas, olhares como peões dentro de uma estratégia para alcançar o objectivo expansionista pretendido.

Ben Gurion foi claro ao assumir que “se tivesse sido possível salvar todas as crianças judaicas na Alemanha e transferi-las para Inglaterra ou salvar metade e transferi-las para Israel escolheria esta última hipótese”. A “preferência” enunciada, embora apenas conjectural, diz-nos que o sionismo estaria disponível para sacrificar a vida de alguns milhões de crianças judaicas ao objectivo colonial

Para que não fiquem dúvidas em relação ao significado destas palavras, Ben Gurion insistiu posteriormente: “A catástrofe dos judeus europeus não é diretamente um assunto meu; a destruição dos judeus europeus é uma sentença de morte do sionismo”; ou seja, menos judeus asquenaze poderiam instalar-se na Palestina, o que subverteria o caráter elitista e segregacionista do projeto nacionalista.

Não encontramos nada de inovador nas práticas atuais de Israel em relação ao passado do sionismo, mesmo quando recuamos até os primórdios da doutrina. Nas palavras e nos atos dos teóricos, teólogos, ideólogos, dirigentes e operacionais que durante décadas desenvolveram e apuraram aquilo a que pode chamar-se “a essência do Estado de Israel” deparamos permanentemente, sem quaisquer preocupações autocríticas e respeito por opiniões alheias, com as práticas de genocídio, racismo, limpeza étnica e desprezo pela vida humana como pilares de um expansionismo colonial ao serviço de poderes imperiais entendidos como expressão natural e necessidade da cultura e civilização superiores do Ocidente.

O “povo de Deus” é puro e intocável

“Quando uma raça tem um caráter tão marcante, não deve fundir-se nas outras”, aconselhava, em 1900, o fundador da Organização Sionista Mundial, Max Nordau.

Essa raça deve ser “pura”, logo incompatível com misturas. Quase 120 anos depois de Nordau, em 2019, o ex-chefe do Partido Trabalhista e ministro da Economia e Indústria de Israel, Isaac Peretz, ficou alarmado durante uma visita aos Estados Unidos. De regresso a Israel declarou que “a assimilação de judeus no mundo, sobretudo nos Estados Unidos, é um segundo holocausto; com os casamentos mistos, o povo judeu perdeu seis milhões de pessoas durante os últimos 70 anos”.

À luz do sionismo deve entender-se o terror de Peretz perante tal hecatombe. Abraham Kook, que foi o grande rabino asquenaze da Palestina entre 1919 e 1935, explicou que “a diferença entre uma alma de Israel (…) e a alma de todos os não-judeus é maior e mais profunda do que a entre a alma de um homem e um animal”. Ou seja, existem “as almas de Israel” e, a grande distância, praticamente no mesmo patamar mas bem lá no fundo, estão os homens e os animais. Em 1948 foi entregue a Avraham Kook o monopólio dos assuntos civis no recém-nascido Estado “laico” de Israel.

O rabino Ovadia Yussef, que chefiou até à morte, em 2014, o partido governamental sefardita Shass, enriqueceu com numerosas expressões o carácter racista do regime. Uma das mais referências ensina-nos que “Os goyim (termo que designa gentios ou não-judeus) nasceram para nos servir, apenas para servir o povo de Israel; sem isso não deveria haver lugar no mundo”.

Este conceito foi muito recentemente inserido na Constituição Israelita. Como recordou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, “Israel não é um Estado de todos os cidadãos, é um Estado-nação do povo judeu e unicamente do povo judeu”.

A inclusão deste preceito na lei fundamental do Estado sionista é consequência natural do pensamento de Vladimir Jabotinsky, considerado fundador do movimento “revisionista” do sionismo em 1925, corrente que deu origem ao espectro de direita e extrema-direita absolutamente dominante em Israel desde meados dos anos anos noventa do século passado. Jabotinsky, que o próprio Ben Gurion definiu como “fascista”, foi um ucraniano muito bem relacionado ideologicamente e operacionalmente com Mussolini, além de ter sido um inspirador do nacionalismo e do nazismo na Ucrânia tanto entre 1918 e 1920, através da figura de Simon Petliura , um antissemita responsável pela morte de centenas de judeus em pogroms por ele organizados, como comodidade, durante os anos trinta, a ascensão de Stepan Bandera e outros colaboracionistas nazistas que são hoje como figuras de referência do regime filonazi de Kiev.

O secretário pessoal de Jabotinsky foi Benzion Netanyahu, pai do atual primeiro-ministro de Israel. Inspirando o conceito recentemente introduzido na Constituição israelense, aquele que é considerado “o segundo sionista mais importante depois de Herzl”, Vladimir Jabotinsky, definindo que “nação absoluta é um espectro social original, um território contínuo e claramente delimitado desde tempos imemoriais com uma língua original, uma religião autóctone e sem qualquer minoria estrangeira”, formulação que recomenda inequivocamente a realização de limpezas étnicas para purificar o Estado.

Vladimir Jabotinsky defendeu a tese de que “o Estado deve ser constituído pela força e de uma só vez” e, para isso, “não há alternativa: os árabes devem dar lugar aos judeus no Grande Israel”.

Jabotinsky, “pai” da direita israelense no poder e defensor confesso da limpeza étnica, como acabámos de ver, conviveu ideologicamente com o nazifascista alemão Leo Strauss que, uma vez nos Estados Unidos se transformou na referência ideológica dos neoconservadores que atualmente controlam o aparelho político do complexo militar-industrial-tecnológico. O secretário de Estado Anthony Blinken, o conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, e a secretária adjunta demissionária de Estado, Victoria Nuland, todos eles ferozmente sionistas e envolvidos no golpe de Maidan em Kiev, rastilho da guerra na Ucrânia, são discípulos condenados do fascista Leo Strauss.

Há os sionistas e os animais

Se uma doutrina sionista se caracteriza pela definição de um judaísmo estratificado em camadas, por exemplo desde a “raça pura” asquenaze até às falachas de origem etíope, “a excluir”, podemos deduzir, sem o risco de sermos imprecisos, que os povos árabes , igualmente semitas, são mais do que “impuros” ou inoportunos ocupantes da “Terra de Israel”: o sionismo considera-os como animais a abater – os acontecimentos actuais e as práticas terroristas permanentes ao longo de três quartos de século demonstram-no sem equívocos desde que haja olhos para ver, autorizados, espírito humanista e respeito pelos direitos humanos, de todos os seres humanos.

Ezra Yachin, um veterano terrorista com mais de noventa anos que foi membro do grupo exterminador Lehi, autor de massacres em várias aldeias palestinianas, o mais conhecido dos quais é o de Deir Yassin, em 1948, foi escolhido para exortar os militares encarregados da chacina em curso em Gaza. E disse: “Esses animais não podem continuar a viver; todos os judeus devem empunhar uma arma e matá-los”.

Todos os entes que não são sionistas ou são animais ou andam lá próximos são um dogma da doutrina expansionista e genocida fundado por Herzl. Como vimos, os goyim, os não-judeus, têm uma “alma” mais próxima dos animais do que de uma “alma de Israel”. Existem “para servir os judeus”, especificam figuras proeminentes do regime israelense.

O professor Arnon Soffer, fundador da Universidade Hebraica de Haifa, destacado figura da elite acadêmica sionista e que foi conselheiro de Ariel Sharon na estratégia de confinar os mais de dois milhões de cidadãos de Gaza num campo de concentração a céu aberto, admitiu que as pessoas cercadas nesse território “tornar-se-ão animais mais do que já são hoje”.

O primeiro-ministro Netanyahu chamou-lhes “bestas humanas”, enquanto o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, garantiu que em Gaza “estamos a lutar contra animais humanos e acautelados em conformidade”.

Estas concepções sobre a singularidade de um “povo escolhido” reinando sobre as “almas” restantes do mundo que não foram agraciadas pelo sopro divino percorrem a história do sionismo desde os primórdios e são assumidas por todas as camadas da elite asquenaze – e algumas ortodoxias sefarditas – sejam descendentes direitistas dos “revisionistas” de Jabotinsky, sejam socialistas ou trabalhistas, patrões ou membros da Central Sindical Histadrut.

David Hacoen, proeminente dirigente desta agremiação, estipulou após a sua fundação, no final dos anos vinte do século passado, que “nunca aceitarei árabes no meu sindicato” porque “o sionismo é um sistema de desenvolvimento separado”. O regime segregacionista da África do Sul herdou este conceito como a definição do apartheid.

“Não admito que o cão no estábulo tenha o direito final sobre o estábulo mesmo que nele tenha dormido durante longo tempo”. A frase lapidar é de David Ben Gurion, trabalhista, “laico”, fundador do Estado de Israel e seu primeiro primeiro-ministro.

Esta figura de referência sionista e israelense “não admite” que “as peles vermelhas sofreram uma grande injustiça na América, nem os negros na Austrália. Não admito que tenha sido cometido um erro com esses povos”, insistiu, “porque uma raça mais forte, uma raça de maior qualidade, mais sofisticada, tenha vindo tomar o seu lugar”.

Talvez não haja uma definição única do conceito de limpeza étnica. Isto, porém, deve ser das mais inspiradas e sinceras. 

https://strategic-culture.su/news/2024/05/03/o-sionismo-explicado-pelos-sionistas-como-pensa-e-age-a-raca-pura/

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