Por Mauro Iasi (outubro de 2013)
Prisões inúteis
Explosão, movimento, grito
Espanto, espasmo, desencanto,
Nervo exposto na rua desperta
Multidão caminha inquieta.
Mil rostos, mil punhos erguidos
Bandeiras lhes dão abrigo
Faixas, ditos e gritos
Falam por mil vozes.
A policia infiltra, ataca
Persegue, espanca, mata
As cadeias se abrem
As portas se fecham
É preciso ferver a água
Para matar o peixe
Na água massa incontida
São jogadas as redes
Pesca funesta, caça
Camburões, delegacia
Galés modernas
Novos navios negreiros.
Meus irmãos estão presos
Muitos já estavam lá
Porões onde escondem
Os restos de minha classe.
Os verdadeiros criminosos
Estão no governo dando ordens
A criminosos fardados
Que garantem a ordem.
O rio rua transborda
Arrasta as margens que o oprimem
As portas de abrem
As cadeias se fecham
É inútil.
Não há grades que prendam
Quem descobriu
Que é livre!
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