segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Palestina: Navios de guerra turcos escoltarão ajuda humanitária a Gaza

A Marinha acompanhará futuras missões humanitárias rumo ao território palestino bloqueado por Israel desde 2007 e as protegerá dos ataques sionistas.

"Os navios de guerra turcos se encarregarão de proteger os barcos turcos que levem ajuda humanitária à Faixa de Gaza", submetida a um bloqueio israelense, declarou o primeiro ministro turco Recep Tayyip Erdogan à cadeia catariana Al-Jazeera. "Não vamos voltar a permitir que nossos barcos sejam atacados por Israel, como ocorreu com a Flotilha da Liberdade, a partir de agora Israel se encontrará com uma resposta apropriada", agregou.
Com anterioridade o mandatário havia anunciado que navios de seu país patrulharia com mais regularidade pelas águas do Mediterrâneo oriental, interpretado pela imprensa como uma tentativa de romper o bloqueio israelense.
Nas mesmas declarações, Erdogan indicou que "A Turquia se manterá firme em seu direito a controlar as águas territoriais do leste do Mediterrâneo" e, a respeito, disse ter "tomado medidas para impedir que Israel explore unilateralmente os recursos naturais" da região, em alusão às reservas de gás natural. "Israel começou a proclamar seus direitos sobre zonas econômicas exclusivas no Mediterrâneo", denunciou.
Mas o primeiro-ministro sublinhou que "nunca terá esses direitos porque a Turquia, como garante a República Turca do norte do Chipre, adotou medidas na região e será firme se for atacado seu direito a controlar as águas jurisdicionais no leste do Mediterrâneo".
Sob o julgamento do ex-diretor israelense do Ministério de Relações Externas, Alon Liel, esta advertência deveria ser tomada muito mais a sério que um hipotético apoio turco a uma flotilha rumo à Gaza, dado os interesses turcos na região".
A Turquia protestou na semana passada pelas avaliações de um informe ("Palmer"), patrocinado pela ONU, sobre o ataque à Flotilha em 2010, que qualifica de "excessiva e não razoável" as mortes e lesões provocadas pelas agressões.
Ankara tampouco compartilha as conclusões do reporte que estima como legal o bloqueio a Gaza em um balanço dos fatos que só favorece a Israel, disse o governo.
Resposta sionista
O regime de Israel considerou, tendo em conta além dos problemas que tem no Egito, que "o silêncio é a melhor resposta" para não piorar suas relações, que agora se encontram em seu pior nível após a negativa de Tel Aviv de se desculpar pelo assalto à Flotilha, que terminou com a morte de nove ativistas turcos. Ainda que duvide que Ankara vá cumprir o que manifestou.
Altas pessoas do regime sionista israelense disseram que a Turquia incorreria em uma "provocação muito grave" se se levar a cabo sua advertência. O titular de Relações Externas, o ultradireitista Avigdor Lieberman, foi mais além. Segundo o diário Yediot Aharonot, durante uma reunião especial na quinta-feira colocou uma série de medidas de resposta para "fazer frente à Turquia".
Assim, Israel desaconselharia seus cidadãos que tenham feito o serviço militar a viajar à Turquia, apoiariam "um reconhecimento no Senado dos EUA do genocídio armênio", respaldaria à resistência curda e lançaria uma ofensiva diplomática para torpedear seu caminho rumo à União Europeia.
"Cobraremos de Erdogan um preço que deixe claro que não vale a pena começar a enfrentar Israel", disse Lieberman, seguindo a tática habitual dos sionistas de que eles são atacados e se veem "obrigado a responder". Apesar de que a atitude turca vem pelo assassinato por militares terroristas israelenses de nove ativistas pela paz.
O homem forte israelense, Benjamin Netanyahu, que cancelou um compromisso para tentar satisfazer Ankara oferecendo desculpas israelenses por seus "erros operativos" durante o ataque à Flotilha, mas não por tê-lo levado acabo, seguiu a mesma tônica. Assegurou que Israel se comporta com "responsabilidade" e confiou que a Turquia também o faça.
Mas o ministro de "Inteligência" do regime, Dan Meridor, qualificou nesta sexta-feira de grave e séria ameaça os pronunciamentos em relação à presença de navios militares turcos nas águas internacionais que circulam a Faixa de Gaza controlada por Israel.

http://diarioliberdade.org/

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