quarta-feira, 11 de novembro de 2009

MINISTRO DE DEFESA DO BRASIL FALA A MESMA LINGUA QUE SHIMON

O ministro Nelson Jobim cumprimenta o presidente de Israel, Shimon Peres, após assinatura de acordo de cooperação na luta ao terror
MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

O presidente de Israel, Shimon Peres, disse nesta terça-feira que o Brasil é exemplo para a criação de um novo Oriente Médio pautado pela paz. Ao receber o prêmio de cidadão honorário de Brasília, Peres disse que o sonho dele é não ter nações inimigas.

"Brasília é a capital do mundo novo, capital de esperança, e espero que o Oriente Médio siga seus passos. Assim como fez o Brasil com um mundo novo, que surja um Oriente Médio novo. O nosso sonho é o sonho de chegar a paz entre os povos, chegar a um mundo de paz. Um homem para outro não é inimigo. Um para o outro tem alternativa de ser hóspede ou anfitrião. Podemos caminhar juntos pelo mundo", disse.
Roberto Jayme/Reuters

Peres afirmou ainda que existe uma sintonia entre os interesses do governo brasileiro com os de seu país para trabalharem cooperação.

"No mundo existem duas lógicas: a da pedra e da água. A pedra é forte, mas o que você pode fazer com ela? Você não pode unir duas pedras, não pode fazer de duas pedras uma coisa nova. A água corre, mas não deixa a superfície ficar da mesma forma, mas cria novas necessidades. Por isso, temos cooperação de água e não de pedra [...] Sei que chamam o Brasil de país do futuro, mas o futuro já é o Brasil", afirmou.

Em conversa reservada nesta quarta-feira, o presidente de Israel e o ministro Nelson Jobim (Defesa) sinalizaram a intenção de fechar um acordo de cooperação entre os dois países de combate ao terrorismo e reforço das ações da paz no mundo.
Jobim entregou cópia do plano de defesa nacional e disse que a reorganização das Forças Armadas para se adaptar ao novo cenário mundial que não é mais de guerras convencionais, mas de guerras "irregulares e sem uniformes".

"O país está elaborando um plano nacional de defesa. A reorganização não só pra garantir a soberania do Brasil, mas também para evitar as ameaças não convencionais. Há espaço para um grande entendimento com Israel. Saímos de um mundo bipolar, fomos para unipolar e agora estamos num momento de multipolaridade que exige compromisso maior com a paz e capacidade de dissuasão", disse.

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