sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Belo Horizonte soltou um grito pela paz na Palestina



Belo Horizonte soltou um grito pela paz na Palestina nesta quinta-feira (15). Durante todo o dia, foi manifestado a solidariedade do povo da cidade contra a matança promovida pelo governo de Israel na Faixa de Gaza. Várias atividades foram organizadas pelo Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino, formado na última semana por dezenas de entidades sociais e partidos políticos.

A jornada se iniciou pela manhã com uma vigília na tradicional Praça Sete, centro de Belo Horizonte, onde houve discursos e exibições de fotos e vídeos sobre o genocídio israelense.
Enquanto isso, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Al-Zeben, foi recebido na Câmara Municipal de Belo Horizonte por políticos e representantes de entidades sociais mineiras.

Durante a tarde, cerca de duas mil pessoas, segundo os organizadores, se reuniram na Praça Sete, seguindo depois em passeata até a sede da Federação Israelita, onde foi lido o manifesto do Comitê e queimadas as bandeiras dos Estados Unidos e de Israel. Lá também, mulheres descendentes de palestinos estenderam no chão bonecos sujos de sangue para simbolizar as centenas de crianças mortas no genocídio.

Embaixador
O embaixador Ibrahim Al-zeben agradeceu a solidariedade dos mineiros e relatou que tem sido este o sentimento em todo o país. ''Os brasileiros que estão agora nesta praça representam agora toda a solidariedade que tem sido expressa pelo país nos últimos dias. Que cada grito daqui possa ecoar em todo o mundo''.

Para ele, é difícil compreender como os descendentes do holocausto podem praticar aquela matança. ''A barbárie que vem ocorrendo não é contra os palestinos, mas contra a humanidade''. Num gesto de paz, Ibrahim convidou os judeus da cidade a participar e repudiar o que vem ocorrendo em Gaza. ''Estamos aqui protestando contra o governo de Israel e não contra o seu povo''.

Comitê
Representando o Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino, o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Aloísio Morais, considerou que as atividades superaram as expectativas. ''Há muito tempo não víamos uma manifestação tão unitária e participativa. O impressionante o espírito solidário do belo-horizontino, muitas pessoas aderiram ao protesto na praça e vieram caminhar em nossa passeata'', comentou Morais.

O jornalista ressaltou o espírito democrático da Associação Israelita, que colocou uma faixa em sua sede defendendo a paz e a existência do estado palestino em harmonia com o estado israelense. ''Mostramos também o nosso espírito democrático, pois esta não é uma manifestação contra o povo de Israel e sim contra o seu governo que age de forma fascista'', ressaltou Aloísio.

Solidariedade
No seu discurso, o deputado estadual Carlin Moura (PCdoB) relatou uma experiência que presenciou nos últimos dias em todo o estado. ''Nas últimas semanas ocorreram manifestação de trabalhadores demitidos em cidades mineiras e metalúrgicas, que reuniram milhares de pessoas. Em todas elas, além do combate ao desemprego, foi expresso a solidariedade dos mineiros aos palestinos e sempre fez parte das atividades um grito por paz no Oriente Médio.

Já a deputada federal Jô Moraes (PCdoB) saudou o clima de unidade demonstrado nas atividades, ''há muito tempo a nossa praça Sete não ficava tão cheia e tão unida. Diferentes organizações, diferentes ideais se juntaram aqui hoje para mostrar que nossa cidade não aceita este absurdo que esta sendo cometido pelo governo israelense''.

As atividades de solidariedade ao povo palestino têm continuidade nesta sexta-feira (16), onde pela manhã o embaixador Ibrahim Al-zeben faz uma palestra na sede do Sindicato dos Jornalistas sobre a situação em Gaza e depois se reúne com entidades mineiras.

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