quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Síria: Guerra de Agressão não declarada dos EUA e da OTAN, usando o terrorismo da Al Qaeda como instrumento de morte e destruição

Isis-financé-par-les-USA


Pesquisa Global, 28 de janeiro de 2017

Os oito conceitos a seguir se destinam a esclarecer a natureza da guerra contra a Síria. 
Nunca foi "uma guerra civil". Se trata de uma guerra  de agressão não declarada  usando terroristas afiliados à Al Qaeda como soldados de infantaria dos EUA-OTAN e seus aliados no Oriente Médio.  
Desde o primeiro dia, os terroristas estiveram envolvidos no assassinato de civis. 
Se iniciou em Daraa como uma insurgência integrada por mercenários salafistas. 
A maior parte do que é apresentado a seguir está respaldado por fontes de informação tradicionais e oficiais.

1. O "Movimento de Protesto" de Daraa, de 17 a 18 de março de 2011

Daraa é uma pequena cidade fronteiriça. Os movimentos de protesto nacional são invariavelmente iniciados em grandes áreas urbanas.
Os "Protestos" de Daraa tiveram todas as aparências de um evento encenado envolvendo o apoio oculto dos "terroristas islâmicos".
Fontes do governo apontaram para o papel dos grupos salafistas radicais. Em coro, a mídia ocidental descreveu os acontecimentos em Daraa como um movimento de protesto contra Bashar Al Assad. Tácitamente reconhecido pelos meios de comunicação, muitos dos supostos "manifestantes" eram assassinos profissionais.
Em uma amarga ironia , as mortes dos policiais eram mais altas do que as dos "manifestantes". Não era um movimento de protesto, era uma insurgência armada.
Em Daraa, do telhado,  franco atiradores  estavam alvejando a polícia e os manifestantes.
Ao ler entre  linhas dos noticiários israelenses e libaneses (que reconhecem as mortes da polícia), surge um quadro mais claro do que aconteceu em Daraa, nos dias 17 e 18 de março. A Israel National News Relatório  (que não pode ser acusado de ser tendencioso em favor de Bashar al Assad) confirmou que:


"Sete policiais e pelo menos quatro manifestantes na Síria foram mortos  em continuos e violentos confrontos que eclodiram na cidade sulista de Daraa na última quinta-feira. ...  e a sede do Partido Baath e Tribunal foram incendiados, em nova violência no domingo. (Gavriel Queenann, Syria: Seven Police Killed, Buildings Torched in Protests, Israel National News, Arutz Sheva, March 21, 2011, ênfase acrescentada)
O noticiário libanês também reconheceu o assassinato de sete policiais em Daraa:

[Eles foram mortos] "durante os confrontos entre as forças de segurança e manifestantes ...  Eles foram mortos tentando afastar manifestantes durante manifestação em Dara'a" 

O jornal libanês  Ya Libnan citando Al Jazeera também reconheceu que os manifestantes  "queimaram a sede do Partido Baath e a sede do  tribunal em Dara'a"  (grifo nosso)
Estas reportagens dos eventos em Daraa confirmaram que, desde o início, não era um "protesto pacífico", tal como reivindicado pela mídia ocidental.
Além disso, a partir de uma avaliação dos números de baixas iniciais (Israel News), havia mais policiais do que "manifestantes" assassinados.

Isso é significativo porque sugere que a força policial pode ter sido inicialmente superada em número por uma organização bem organizada de assassinos profissionais.

2. Recrutamento e Treinamento de Terroristas desde o início,  em 2011

Desde o primeiro dia, os islâmicos "lutadores da liberdade" foram apoiados, treinados e receberam equipamentos da NATO e do Alto Comando da Turquia. Segundo fontes de inteligência israelenses:
A sede da OTAN em Bruxelas e o alto comando turco alta estão preparando planos para seu primeiro passo militar na Síria, que é armar os rebeldes com armas para combater os tanques e helicópteros que estão na linha de frente da repressão do regime de Assad contra os dissidentes. ... Os estrategistas da Otan estão pensando mais em derramar grandes quantidades de foguetes anti-tanques e anti-aéreos , morteiros e metralhadoras pesadas nos centros de protesto para derrotar as forças blindadas do governo. ( DEBKAfile, NATO to give rebels anti-tank weapons, August 14, 2011) 
Esta iniciativa, que também foi apoiada pela Arábia Saudita e o Qatar, envolveu um processo de  recrutamento organizado  de milhares de jihadistas "combatentes da liberdade", que lembra o recrutamento de mujahideen para travar a jihad (guerra santa) da CIA,  no auge da guerra  soviético-afegã:
Também se discute em Bruxelas e Ancara, segundo nossas fontes  uma campanha para mobilizar milhares de voluntários muçulmanos em países do Oriente Médio e no mundo muçulmano para lutar ao lado dos rebeldes sírios.  O exército turco poderá abrigar esses voluntários, treiná-los e garantir sua passagem para a Síria. (Ibidem, grifo nosso)
Estes mercenários foram posteriormente integrados em organizações terroristas patrocinadas pelos EUA e aliados, incluindo Al Nusrah e ISIS.

3. Junho de 2014. A entrada em cena do ISIS na "invasão" do Iraque

O Estado islâmico é protegido pelos EUA e seus aliados.
Se quisessem  eliminar as brigadas do Estado islâmico,  poderiam destruí-los bombardeado seus comboios de picapes Toyota quando atravessaram o deserto da Síria para o Iraque em junho de 2014.

O Deserto Siro-Árabe é território aberto (ver mapa abaixo). Com as aeronave de combate e reação  (F15, F22 Raptor, CF-18) que possuem, teria sido - do ponto de vista militar - uma rápida e conveniente  operação cirúrgica  
Mas o objetivo não era eliminá-los, o objetivo era apoiá-los.



4. Setembro de 2014.  A "Campanha Contra o Terrorismo" de Obama. EUA-OTAN e a Coalisão "Humanitária". Ataques aéreos dirigido contra ISIS"

Em setembro de 2014, Obama ordenou uma campanha de "bombardeio anti-terrorismo" contra o ISIS, tanto na Síria como no Iraque. Esta grande campanha de bombardeio foi iniciada dois meses após a entrada do comboio de caminhonetes Toyota para o ISIS no Iraque, em junho de 2014. A campanha de bombardeio já entrou em seu terceiro ano. Seu objetivo não era  ir atrás do Estado Islâmico (ISIS/Daesh). A coalizão consistia de cerca de 4o países, sendo cinco monarquias árabes aliadas, que são conhecidas por proporcionar apoio tanto ao ISIS quanto a Al Qaeda. A "coalizão de 40 nações que desatou  mais de 200 ataques aéreos na Síria em uma única noite com  aviões de combate de última geração dos EUA  e contou com ajuda de cinco monarquias árabes aliadas" Entre o sistema de armas avançadas supostamente usadas contra o ISIS foi o F -22 Raptor.




O número total de incursões dos EUA e da coalizão contra a Síria e o Iraque é da ordem de 111.410. Isso se traduz em uma média de 147 incursões militares por dia (durante um período de 755 dias).
  • Mais de 8.300 incursões de ataque foram realizados contra a Síria de acordo com fontes do Departamento  de Defesa dos EUA.
  • As missões aéreas de não-ataque foram utilizadas para fins de reconhecimento, logística e coordenação com comandos terroristas no terreno. 
  • 31.900 alvos na Síria e no Iraque foram atingidos por aviões de guerra norte-americanos  (ver tabela abaixo), incluindo edifícios públicos, áreas residenciais, infra-estrutura econômica (tudo feito em nome de uma campanha falsa contra ÍSIS/ Daesh). Durante um período de dois anos (setembro de 2014 a setembro de 2016)
Tudo por uma boa causa. Nenhuma desses ataques aéreos  foi dirigido ao povo sírio, de acordo com declarações oficiais.
E essas declarações "humanitárias" nunca foram questionadas pela mídia ocidental.
A iniciativa foi parte da "Guerra Global contra o Terrorismo". Uma violação do direito internacional. O que estamos tratando são extensos crimes de guerra dirigidos contra o povo da Síria e do Iraque. 

5. 2014-2016: 31.900 "Objetivos atingidos / Destruídos" pelos EUA e  incursões aereas  da Coalizão



Fonte: Tabelas do Departamento de Defesa dos EUA, copyright US DoD, 2016


6. O custo da Campanha Aérea de Obama: 9,3 bilhões de dólares 

755 dias, 12,3 milhões de dólares por dia desde agosto de 2014
Estes são os custos da destruição do Iraque e da Síria. Assassinando dezenas de milhares de sírios, provocando uma crise de refugiados. Estes custos são financiados em última instância pelos dólares dos impostos. Estamos lidando com uma conduta de crimes de guerra extensivos. Os principais meios de comunicação permanecem em silencio nesta questão. 
Estes 12,3 milhões de dólares por dia são o custo de destruir a Síria e o Iraque e matar o seu povo.
Na tabela acima, a destruição "oficial" proporcionada, os números referem-se aos ataques dos EUA contra a Síria e o Iraque.
31.900 alvos como parte de uma guerra contra o terrorismo. Ironicamente, o número de terroristas aumentou dramaticamente como resultado da campanha "contra-terrorismo", sem mencionar a campanha internacional da OTAN patrocinando o recrutamento de terroristas.


7. Armas estadunidenses para a Al Qaeda e ISIS 

De acordo com Jane’s Defence Weekly , citando documentos divulgados pelo  governo dos EUA Federal Business Opportunities (FBO),  os EUA - como parte de sua "campanha de contra-terrorismo" - forneceu aos rebeldes sírios [conhecida como moderada Al Qaeda] grandes quantidades de armas e munições.


Os EUA e seus aliados (incluindo a Turquia e a Arábia Saudita) confiaram no comércio ilícito de armas leves produzidas na Europa Oriental, nos Balcãs, em China, etc., para entrega a grupos rebeldes dentro da Síria, incluindo ISIS-Daesh e Al Nusra. Por sua vez, operando desde as Colinas do Golã ocupadas, as FDI de Israel forneceram armas, munições e apoio logístico aos rebeldes da Al Qaeda que operam no sul da Síria.
Enquanto os aliados de Washington  no Oriente Médio realizam transações obscuras em um flutuante mercado de armas leves, uma parte significativa desses embarques  ilícitos de armas é, no entanto, diretamente encomendada pelo governo dos EUA.
Estas remessas de armas não são realizadas através de transferências de armas internacionalmente aprovadas. Embora sejam o resultado de uma aquisição do Pentágono (ou governo dos EUA), eles não são registrados como ajuda militar "oficial". Eles usam comerciantes privados e companhias de navegação no âmbito de um próspero comércio ilícito de armas leves.
Com base no exame de uma única remessa patrocinada pelo Pentágono em dezembro 2015  de mais de 990 toneladas , pode-se razoavelmente concluir que  as quantidades de armas leves nas mãos dos rebeldes da  "oposição" rebeldes, na Síria, são substanciais e extremamente grande.

Captura do Relatório de Defesa de Jane

8. Armas "Made in Canada" entregues à Arábia Saudita, um Estado Patrocinador do Terrorismo  

O acordo de Ottawa com a Arábia Saudita é coordenado com Washington. Ele serve essencialmente a agenda militar do Pentágono no Oriente Médio, canaliza bilhões de dólares para o complexo industrial militar dos EUA.
Amplamente documentado, a Arábia Saudita é o Estado patrocinador da Al Qaeda afiliada no "grupos de oposição" na Síria, incluindo o Estado Islâmico (ISIS). Riad - atuando em conexão e em nome de Washington - desempenha um papel central no financiamento do Estado Islâmico (ISIS), bem como no recrutamento, treinamento e doutrinamento religioso de forças mercenárias terroristas que ocupam a Síria e o Iraque.
O que isso significa é que o Canadá está vendendo armas para um país que está apoiando e patrocinando organizações terroristas. Além disso, a Arábia Saudita está atualmente envolvida numa guerra de agressão contra o Iêmen em flagrante derrogação do direito internacional.
As armas são "Made in Canada", produzidas pela General Dynamics Land Systems, em Londres, Ontário, uma subsidiária da empresa de defesa estadunidense General Dynamics.
A General Dynamics tem subsidiárias em 43 países, incluindo o Canadá.
A posição oficial de Ottawa é que essas armas, que incluem "veículos de combate com metralhadoras e canhões antitanque", devem ser usadas pela Arábia Saudita apenas para fins de defesa nacional. Eles não devem ser usados ​​contra civis.
Os opositores do acordo de armas de US $ 15 bilhões do Canadá com a Arábia Saudita levaram o Ottawa ao tribunal. A ação foi liderada pelo  Professor de direito Daniel Turp  juntamente com estudantes da Universidade de Montreal. Em um recente julgamento (23 de janeiro) do Tribunal Federal em Montreal, o caso foi rejeitado: "O juiz Daniele Tremblay-Lamer decidiu que o papel do tribunal não era julgar moralmente a decisão do então ministro dos Negócios Estrangeiros, Stéphane Dion, manteve a permissões de exportação permitindo o negócio. "

9. A Libertação de Alepo
Enquanto Aleppo estava sendo liberada do flagelo do terrorismo apoiado pelos EUA e pela OTAN, a maioria dos meios de comunicação acusavam as forças do governo sírio de cometer atrocidades contra civis, descrevendo Aleppo como uma crise humanitária. O que eles não  mencionam é que nos últimos quatro anos a parte oriental de Aleppo foi ocupada por terroristas da Al Qaeda que agora são mantidos como rebeldes de "oposição".
Os terroristas são descritos como as vítimas da agressão do governo sírio. Desde o início, as atrocidades cometidas pelos terroristas são casualmente culpa das forças do governo sírio e seus aliados.
*Michel Chossudovsky é um economista canadense, professor emérito de Economia da Universidade de Ottawa. Foi professor visitante de várias universidades da Europa Ocidental, do Sudeste Asiático e da América Latina.
http://www.globalresearch.ca/syria-undeclared-us-nato-war-of-aggression-using-al-qaeda-terrorism-as-an-instrument-of-death-and-destruction/5571339

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