“Estamos no coração da batalha de Qalamoun. Se o Estado não assumir suas responsabilidades, o povo as assumirá”
Hassan Nasrallah em 16/5/2015 |
O secretário-geral do Hezbollah, Sua Eminência Sayyed Hassan Nasrallah, falou sábado pela televisão libanesa, e tratou de vários tópicos internos e regionais, sobretudo das vitórias da Resistência em Qalamoun.
Na abertura de sua fala, Sua Eminência desmentiu todos os rumores mentirosos sobre seu estado de saúde. Disse que os boatos vêm no contexto da guerra psicológica contra a Resistência e seu povo.
Nova Nakba...
Sayyed Nasrallah disse que al-Nakba nos faz pensar imediatamente na Palestina ocupada, nos milhares de palestinos deslocados em 1976 e no estabelecimento da atual situação dos sionistas que conspiraram contra e atacaram todos os países em torno, incluindo Líbano, Síria, Egito e outros.
Convocou o mundo árabe e muçulmano a
(...) estudar as causas da Nakba e a identificar as responsabilidades, para que as gerações contemporâneas aprendam com a experiência passada, que incluiu as lutas honradas dos mujahidin e dos mártires e também os que traíram a própria nação para servir a interesses privados.
Na sequência, Sayyed Nasrallah alertou que a nação árabe e muçulmana enfrenta hoje uma nova Nakba:
No Líbano, na Síria, Iraque e em todo o mundo árabe e muçulmano onde hátakfiris, haverá uma nova Nakba.
Sua Eminência conclamou a que enfrentemos o novo projeto takfiri dos EUA, que criará uma nova Nakba e visa a segmentar nossa nação muçulmana.
Aconselhou a nação a aprender as lições do passado e que todos os lados têm de assumir suas responsabilidades na luta contra o projeto takfiri dos norte-americanos, que quer produzir uma Nakba ainda maior.
A Nakba dos militantes takfiris foi trazida pela primeira vez à região pelo projeto sionista britânico. Agora que a traz é o projeto sionista takfiri norte-americano, e os EUA o usam para enfraquecer a nação muçulmana, dividi-la em pedaços e assumir o controle de nossas capacidades – disse Nasrallah.
No coração de Qalamoun. A vitória está próxima
Qalamoun, divisa com a Síria |
Passando a tratar de alguns aspectos dos sucessos da Resistência em Qalamoun, Sayyed Nasrallah destacou que:
(...) o exército sírio, apoiado por outras forças sírias das cidades e vilas de Qalamoun, e o Hizbullah são uma única equipe. A equipe adversária é a Frente al-Nusra e o ISIL – disse Sua Eminência. A batalha de Qalamoun está sendo travada em áreas localizadas até a 2.500m acima do nível do mar. Já tivemos várias batalhas em Qalamoun, com derrota para os grupos adversários armados.
Sua Eminência anunciou que a Resistência continua no centro da batalha de Qalamoun. Observou também que a tomada dos postos terroristas em Qalamoun foi importante para garantir a segurança da rodovia Damasco-Homs e cidades libanesas de fronteira, lembrando as centenas de foguetes disparados da Síria, por grupos armados, contra o Líbano, ao longo de vários anos.
Não estou dizendo que a região esteja em total segurança, porque ainda há militantes nos arredores de Arsal – disse Nasrallah, que continuou – e enquanto estiverem nos arredores de Arsal e de outras áreas remanescentes de Qalamoun, não posso falar de segurança completa.
Para Sayyed Nasrallah,
(...) uma das consequências diretas da batalha de Qalamoun é impor forte derrota aos terroristas e obrigá-los a fugir da áreas onde houve combates. Com isso, foram reconquistados 300 km2 dos territórios libanês e sírio.
Os grupos armados sofreram grave derrota e retiraram-se de todas as áreas onde houve combates. As bases que deixaram para trás foram destruídas.
Sua Eminência disse também que
(...) os arredores de Assal al-Wared, al-Jebbeh e Flita foram conectados aos arredores de Baalbek, Nahleh e Younine.
As maiores fontes financeiras para grupos armados estão no Líbano, apesar de todas as medidas tomadas pelo exército libanês – salientou Nasrallah.
O líder da Resistência disse que residentes do Vale do Bekaa no Líbano, especialmente moradores de Baalbek e Hermel, não admitirão a presença de terroristas nos arredores de suas vilas e cidades.
Nasrallah previu que:
Se o Estado não assumir a responsabilidade de dar segurança a essas cidades, os moradores do Bekaa assumirão eles mesmos a própria segurança.
Enquanto isso, reiterou,
(...) é nosso direito e direito dos cidadãos de Baalbek e Hermel esperar pelo dia em que não haja nem um único terrorista nas áreas próximas da fronteira libanesa.
Nesse contexto, Sayyed Nasrallah garantiu que a Resistência está em combate contra os extremistas, e manifestou otimismo de que dia vira quando não haverá mais terroristas no Líbano, nem nas áreas de fronteira.
Parem de inventar brigas com o Exército Libanês
Exército libanês desloca-se para Qalamoun |
Mas, segundo Sua Eminência,
(...) certas forças políticas libanesas lançaram campanha de propaganda de intimidação antes e depois da batalha de Qalamoun. Perdem tempo, porque nada conseguirá enfraquecer a determinação da Resistência.
Sua Eminência desmentiu também comentários segundo os quais o Hezbollah estaria tentando envolver o Exército Libanês na batalha de Qalamoun.
A Resistência aprecia e respeita o Exército Libanês e sua liderança, e tem cuidado para mantê-lo longe de qualquer conflito em Qalamoun – disse ele, garantindo que enquanto houver terroristas nos arredores de Arsal e em áreas remanescentes de Qalamoun não podemos dizer que a segurança seja completa.
Os que sequestraram e mataram soldados do exército libanês, que assaltaram postos militares e áreas residenciais no Bekaa, detonaram carros bombas em diferentes áreas do Líbano e ocuparam fatias de territórios libaneses em Arsal são terroristas.
Aos que têm defendido os chamados “rebeldes”, Sayyed Nasrallah enviou mensagem clara:
Se a referência política daqueles grupos é a Arábia Saudita, Frente Nusra e o “ISIL”, e as cortes libanesas bem como a comunidade internacional consideram-nos terroristas, por que há forças políticas legais no Líbano que lhes dão apoio?
Respondendo a notícias fortemente exageradas, divulgadas pela mídia, sobre o número de mártires na batalha de Qalamoun, Sayyed Nasrallah revelou que
(...) até aqui, foram martirizados 13 combatentes do Hezbollah membros da Resistência Mujahideen. E o Exército Sírio e as unidades da mobilização de resistência popular síria somados, perderam sete combatentes.
Em Qalamoun, misturaram-se o sangue sírio e o sangue libanês, no combate contra os grupos takfiri. [...]
“A situação no Bahrain é miserável”
No plano regional, Sayyed Nasrallah informou que a situação dos prisioneiros nas cadeias e prisões no Bahrein é miserável.
A situação nas prisões no Bahrain é muito difícil, não só no que tenha a ver com desrespeito aos direitos humanos mais básicos. O que está acontecendo lá é terrível, e é consequência do silêncio internacional – disse o Secretário-Geral do Hezbollah. – Os bahrainis têm de encontrar forças e resistir contra o regime opressor e o silêncio da comunidade internacional.
Os crimes dos sauditas
Arabia Saudita bombardeia áreas civis no Iêmen |
Sobre a agressão ao Iêmen comandada por EUA-sauditas, Sua Eminência repetiu a condenação contra a brutalidade dos atacantes, destacando que nem com toda a violência conseguiram alcançar qualquer dos seus objetivos:
Riad só obtém fracasso sobre fracasso. A agressão não alcançou seus objetivos, fracassou em todos os objetivos que trazia: “a agressão pelos sauditas só consegue assassinar, destruir, brutalizar e destruir locais sagrados.
Sayyed Nasrallah disse que:
(...) nem os criminosos e bárbaros sionistas destruíram os locais sagrados. Os sauditas não respeitam nenhum limite.
Sua Eminência observou que a guerra dos sauditas é a comprovação de que o Irã é o principal aliado dos iemenitas, e que todos os países da coalizão saudita são inimigos do Iêmen. Na conclusão, Sayyed Nasrallah conclamou a nação libanesa a envidar todos os esforços ao seu alcance, para pôr fim à agressão saudita contra o Iêmen.
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