sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

FPLP - FRENTE POPULAR PELA LIBERTAÇÃO DA PALESTINA REAFIRMA A UNIDADE ÁRABE CONTRA O IMPERIALISMO SIONISTA

 LUTAMOS POR UMA PALESTINA LAICA DEMOCRÁTICA PARA 
TODOS OS POVOS QUE LÁ VIVEM



Na última quarta-feira, dia 19 de fevereiro,  recebemos no SINDIPETRO/RJ  o dirigente do birô político da Frente Popular pela Libertação da Palestina – FPLP - Marwan Abdel Al, para um importante debate sobre a Palestina e a situação no Oriente Médio. O evento  foi organizado pelo MST, Esquerda Marxista e PCB, e contou com o apoio dos militantes do Comitê de Solidariedade à Luta do povo palestino do RJ.
O debate transcorreu em um clima de camaradagem e de um forte interesse em ampliar o entendimento sobre os fatos reais  que estão acontecendo no Mundo Árabe e sua relação com a causa Palestina. No final, os presentes reafirmaram seu compromisso de seguir apoiando a causa árabe e  palestina,  fortalecendo a tarefa internacionalista de esclarecer os acontecimentos contra a imprensa corporativa que insiste em reproduzir as  mentiras do imperialismo/sionismo cujo principal  discurso é a defesa da  democracia e dos direitos humanos, quando sabemos que por trás deste escudo está a  destruição dos Estados e das condições mínimas de sobrevivência dos povos, visando  a dominação econômica, política e militar.

Resumo dos principais pontos do Debate:
Crise do capitalismo por trás da agressão contra os povos
O dirigente da FPLP iniciou a exposição  localizando  a movimentação  militar do imperialismo e do sionismo em vários Estados, como a expressão máxima da crise sistêmica do capitalismo em todo o mundo, crise que repercute  para  todos os povos do planeta.  Para ele, o capital busca dar solução a crise econômica investindo pesadamente na indústria da guerra, na venda de armas e intervenções militares e no investimento de grupos sectários e paramilitares.
A presença de Israel no  Mundo Árabe cumpre um papel fundamental nesta estratégia.  Israel é uma grande base militar cuja função primordial é reprimir toda resistência  às medidas ou políticas  impostas pelo capita para os povos árabes. Para Israel é determinante que a  Resistência Palestina não se alastre  para outros Estados, na verdade jogam  atentamente, em tempo integral, para que sejam exterminadas do mapa, no Mundo Árabe.
Quando o discurso da segurança esconde a construção do fascismo
Israel faz uso do velho discurso de eterna vítima, cercada por perigos constantes, para justificar o massacre que faz diariamente contra o povo palestino, além de ser um álibi utilizado nas missões de  falsa bandeira, marca registrada de Israel, no Líbano, na Síria, no Egito ou no Iraque com o intuito de  promover a discórdia entre as etnias ou religiões.
Nesse sentido, os Estados em torno da Palestina ocupada (Israel) são considerados, para todos os efeitos e medidas, como fronteiras. Isto resulta na estratégia elaborada conjuntamente entre os sionistas e os EUA de fragmentar esses Estados, e o primeiro passo é  promover o conflito religioso e étnico no seio do povo. Claro fazem isso com a ajuda das ONGs , dos Institutos, dos grupos fundamentalistas, obviamente a mídia corporativa e a fiel oligarquias do golfo, cães de guarda do sionismo.
Primavera Árabe ou Revolução?
Nosso amigo fez uma citação árabe, que pode ser entendido da seguinte maneira: A primavera não significa nada fora do contexto das outras estações.
E, é desta forma que a FPLP analisa a chamada  “primavera árabe”:
As convulsões sociais se deram no marco da crise do capital e dos regimes cruéis e repressivos das monarquias e ditaduras, fiéis aos caprichos do capital e do imperialismo/sionismo,   levando milhares às ruas. No entanto, as  mudanças apontadas pelas organizações que dirigiam/dirigem o movimento de massas significaram um retrocesso político e uma derrota para o povo nas ruas. Foi o que aconteceu no  Egito e na Tunísia,  cujo resultado da “primavera árabe” acabou levando a Irmandade Muçulmana , aliada do imperialismo e do sionismo ao poder.
Os poderes ditatoriais foram substituídos por outro poder igualmente nocivo ao povo.

Para a FPLP, fazer uma revolução e promover as mudanças pela qual os povos lutam, só é possível se o caminho trilhado for  libertá-los do jugo do capital, sendo assim, não é possível que seja operada com alianças duvidosas , cuja tradição esteja fora do eixo marxista.  O povo deve ser o sujeito das mudanças, não adianta trocar a forma, trocar o prazo de validade do mesmo frasco, mas construir um processo revolucionário para  mudanças radicais, não para garantir a “democracia representativa”, onde o povo passa a ter o direito de votar em quem vai lhe oprimir.
O levante árabe no Egito e na Tunisia não poderia resultar em um processo revolucionário vitorioso, foi abortado no nascimento pelas forças que se aliaram ao imperialismo /sionismo em defesa da democracia.
SÍRIA E LÍBIA: O que está acontecendo é o  nakba (horror) ampliado para o mundo árabe
A FPLP analisa os processos de destruição do Estado Líbio e das tentativas na Síria não como um processo revolucionário, mas uma estratégia montada para dominação , pelo imperialismo e pelo sionismo.
O princípio número um de um processo revolucionário é que este deve ter base popular. Não é o que aconteceu na Líbia, e não é o que acontece na Síria.
O imperialismo/sionismo usa o argumento da democracia e as mentiras midiáticas sobre direitos humanos para destruir o Estado árabe, para justificar uma “guerra justa” assim como fez com o Estado africano. Para aqueles que tem dúvidas sobre  o que se passa na Síria, nosso amigo sugeriu  responder a seguinte  pergunta: Quais as relações do povo sírio ou do Estado sírio com Israel e o imperialismo?Quem lucra com a destruição e fragmentação da Síria?
Uma vez perguntado sobre o que achava do “conflito na Síria”, um governante sionista respondeu: “Espero que todos ganhem a guerra” , ou seja, tudo que Israel quer é completar a tarefa de destruir o Estado sírio, por meio das estratégias que dispõe no terreno.
Yarmouk – Campo de refugiados palestinos na síria atacado pelos fundamentalistas
Seguindo esta estratégia de destruir os Estados nacionais com guerras de um novo tipo,  e fomentar, entre os povos,  o conflito religioso e sectário, com objetivos geopolíticos claros de  dominação política, econômica e militar, o imperialismo /sionismo, paralelamente,  colocou em movimento a estratégia de destruir as estruturas de resistências armadas dentro dos acampamentos palestinos. Esta  ação assassina está acontecendo nos países que temos campo de refugiados.
Na Síria, o Campo de refugiado Yarmouk foi invadido por elementos ligados aos grupos fundamentalistas que assassinaram nossos guerreiros  e são responsáveis pela destruição das condições de vida da população palestina que lá vive.
No Líbano, a mesma estratégia está se desenhando, o campo de refugiados  foi infiltrado por esses grupos fundamentalistas com o mesmo objetivo, assassinar a resistência organizada palestina.
É óbvio a ligação dos fundamentalistas assassinos com Israel.
Acordo com Israel – É pior que  o de OSLO
O esforço e objetivo dos norte-americanos é que  saia “o acordo” assinado pela  Autoridade Palestina (AP) e dessa forma  realizam os desejos de Israel.
Esse é um jogo de cartas marcadas. Não existe nada que interesse ao povo palestino nesta negociação.Vamos destacar 3 itens da proposta que afirmam isso
1 – A exigência de reconhecer o Estado de Israel como Estado judaico.
Isso significa expulsar da Palestina ocupada em 1948, Israel, milhares de palestinos que ainda vivem  nestas terras, além de aceitar a existência de um Estados racista que discrimina religiões, ou seja em uma palavra sionista. O mundo não pode permitir esse retrocesso.
2- Um Estado Palestino desde que compatível com a segurança de Israel.
Isso significa um Estado militarizado por forças estrangeiras, vigiado por radares dos sionistas,  a aceitação do muro que divide nossas terras e cidades e  a manutenção das colônias judias no  “pseudo-estado-palestino”.
3 – Retira da pauta, o “Retorno dos Refugiados”, que passa, neste caso, a ter tratamento humanitário e não político ou como um caso  de justiça. Com a ressalva de ser permitido o  retorno do corpo morto dos palestinos, para serem enterrados em sua terra natal. Mas somente morto poderão voltar a terra de seus avós.
Dois Estados ou Um Estado para todos os povos que lá vivem?
O povo palestino não tem condição de conviver com o sionismo. O  sionista  é uma  ideologia que tem como norte a destruição do outro. Essa ideologia é um perigo para a humanidade, que deveria se mobilizar para cortar esse mal pela raiz. O mundo deve acordar para o perigo de um Estado Sionista.
Os palestinos exigem  o direito de lutar e resistir para libertar suas terra dessa ideologia. Por isso a resistência tem que ser ampla e em todos os níveis, econômica, política e militar.
“Todos os dias o Estado sionista assassina um  palestino, arranca uma oliveira, e desenvolve armas nucleares. Que Estado é esse? Nenhum povo no mundo aguentaria tamanha atrocidade!  Os palestinos vão continuar lutando até o fim da ocupação sionista, nossa terra  nos foi  tirada, mas temos nossa identidade, somos palestinos!
Por isso historicamente lutamos por uma Palestina laica e democrática para todos os povos que lá vivem.”

 Maristela R. Santos Pinheiro – Comitê de Solidariedade à Luta Palestina do RJ e membro do PCB

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