terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Frente Popular pela Libertação da Palestina: recusa francesa em libertar Georges Ibrahim Abdallah expõe a discriminação legal francesa e sua hipocrisia




O camarada Emad Abu Rahma, membro do Comitê Central da Frente Popular pela Libertação da Palestina, condenou a recusa francesa em libertar o lutador libanês pela Palestina, camarada Georges Ibrahim Abdallah. Abu Rahma afirmou que a recusa em libertar Abdallah no dia 14 de janeiro – e o adiamento do atendimento à ordem judicial de liberdade condicional até 28 de janeiro, à espera de uma ordem de deportação pendente do Ministério do Interior – revela a hipocrisia do sistema legal francês, pondo em cheque sua reivindicação de ser um berço de respeito à lei e de independência judicial. A interferência direta em assuntos jurídicos por parte do governo francês é claramente evidente em casos relacionados aos povos árabe e palestino; assim como são claros o envolvimento e a extensão da interferência norte-americana em decisões políticas internas francesas nestes casos, notou Abu Rahma.

O camarada afirmou ainda que Abdallah manteve suas convicções e seu comprometimento com a causa árabe, assim como com a causa palestina em particular, como demonstrado por sua luta na Frente Popular pela Libertação da Palestina, e não hesitou em pagar o preço por suas convicções ao longo de 28 anos em prisões francesas; o que ocorre agora, disse Abu Rahma, é um cabo de guerra, com as autoridades francesas buscando dobrar a força de vontade de Abdallah e forçá-lo a abjurar suas convicções, o que ele vem rejeitando veementemente fazer. Abu Rahma saudou Abdallah com orgulho e respeito, afirmando que ele é um modelo para todo ativista ao redor do mundo, e reivindicando que haja pressão internacional para que o governo francês o solte.

O camarada Marwan Abdel Al, membro da coordenação da FPLP e líder de sua seção no Líbano, também denunciou o adiamento da soltura de Abdallah, apontando para o fato de que esta ação demonstra o horror do caráter discriminatório da justiça francesa. Abdel Al afirmou que a recusa do ministro do interior francês em ordenar a deportação, adiando assim a soltura a despeito da decisão judicial de que Abdallah seria liberado e deportado para o Líbano após 28 anos em prisões francesas, confirma que seu aprisionamento é político, embaraça o judiciário francês, revela a verdadeira face do governo da França e demonstra o papel que os EUA jogam, bem como o teor de seu compromisso com a liberdade e a democracia.

Os EUA demandaram que a liberdade condicional de Abdallah, a despeito da decisão judicial a seu favor, não fosse concedida. Abdel Al afirmou que as autoridades francesas falharam em pressionar Abdallah a negar ou denunciar as lutas árabe e palestina. “Sua firmeza deixa claro que seus valores continuam fortes, que ele é o mesmo lutador que recusou a ideia de trégua na ocupação dos anos 70. Sua luta nos ensinou que não importa quanto o inimigo restrinja nossa liberdade, a firmeza e o confronto sempre serão vitoriosos”. Abdel Al contou que o início da militância revolucionária de George Ibrahim Abdallah foi no campo de refugiados palestinos no Líbano, e desde então seu alvo é a vitória da causa palestina. “Ele sempre esteve na resistência, focado nesta ideia, e sempre foi um debatedor agudo e um intelectual provocativo... Sua prisão se tornou questão política, e seu julgamento um julgamento de toda a história da luta contra a ocupação”.

Abdel Al afirmou que muitos intelectuais franceses também estão convencidos de que o judiciário francês é discriminador, e que continua aderente às ideias e ao quadro geral do colonialismo, acrescentando que as relações entre governos árabes e este judiciário estão enquadrados nos mesmos termos, tendo sido historicamente constituídas retendo sua conexão com a antiga situação e com os antigos poderes coloniais. Abdel Al assinalou que o controle da região é mantido, hoje, por governos de procuração.

Comentando sobre quais seriam as providências legais que Georges Ibrahim Abdallah tomaria após sua libertação, Abdel Al lembrou que “conquistar a liberdade é o primeiro grande objetivo, que significará que ele conseguiu quebrar as falsas acusações contra si e derrotou as ameaças e insinuações vindas dos EUA. Abdallah é um lutador pela liberdade, comprometido com seus princípios, e continuará a lutar porque a resistência é parte de seu ambiente, e é uma responsabilidade coletiva entrar com pedidos de compensação às autoridades francesas”.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB).

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