quinta-feira, 24 de março de 2011

Líbia: Trio da Morte


Estados Unidos, França e Inglaterra despedaçam a  Líbia com o consentimento do Conselho de Segurança (CS) da ONU e da cínica conivência da Liga Árabe (LA). Embora, tenha se em conta,  a abstenção da Rússia, China, Brasil e Índia. Em todo o caso, o Conselho de Segurança  encarregado,  de acordo com a Carta das Nações Unidas, de garantir a soberania, autodeterminação, independência, integridade territorial das nações e a solução pacífica dos conflitos internacionais mais uma vez descaradamente atropela esses princípios.
A proposta de Hugo Chávez, em acorde com a Carta da ONU e que  Kadafi concordou, de uma comissão de países que buscassem uma solução política, através do diálogo entre as partes, foi imediatamente satanizado pela mídia , porta voz  dos beligerantes de ambos os lados do Atlântico. O trio franco-anglosaxão não quer discussão, nem ouvir qualquer debate.  
Quem  compõem o Liga Árabe (LA)? Em sua imensa maioria os regimes  que estão sendo abalados pela onda revolucionária do Marrocos até o Golfo de Aden.
E quem, cortar ali o bacalhau? Principalmente a Arábia Saudita e outros satrapias do Conselho de Cooperação do Golfo. Todos aliados dos EUA, corruptos, antidemocráticos, ferozes inimigos dos povos árabes e, por velhos rancores de  Kadafi. Por outro lado, também estão aterrorizados e com medo de enfurecer mais a seus povos se  envolvendo no bombardeio, por isso  adiam o envio contra a Líbia   de aviões caríssimos comprados dos Estados Unidos. Em suma,  o folheado verniz de legitimidade da "coalizão dos dispostos"  se derrete.  
A direção das operações , se supõe, passará dos EUA (que não querem aparecer na frente) para a OTAN, ou seja, de um general dos EUA para outro general dos EUA,  para o desgosto de Sarkozy, que quer toda a glória para si mesmo , mas até agora dois terços das ações foram realizadas por aviões estadunidenses, sem contar a chuva de mísseis Tomahawk, e apenas 18 por cento por aparelhos gauleses. A OTAN racha: A fenda aberta pela Turquia se junta a Alemanha, ambos países  negaram a participar na operação " Odisseia do amanhecer".
A apenas quatro dias após o início, é tão ostensivamente criminosa a  aventura do trio franco-anglosaxão que  o ministro da Defesa russo Anatoly Serdiukov  após concluir, recentemente, reunião com seu homólogo EUA, Robert Gates, reclamou um imediato cessar-fogo, e acrescentou em ... (Líbia) ...  a operação está destruindo instalações não militares e matando civis. Isso é algo que não pode permitir. 
 Enquanto isso,  o porta-voz do Ministério Exteriores da China afirmava: A resolução da ONU que estabelece uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia tem como objetivo proteger os civis. Nós nos opomos que o abuso da força cause mais mortes de civis e graves desastres humanitárias. Por sua parte, o primeiro-ministro turco Erdogan Recyp reiterou a sua forte oposição à intervenção da OTAN na Líbia: não imaginamos nossos aviões enviando bombas sobre civis líbios. Nós não queremos que a Líbia se torne um segundo Iraque, onde uma civilização entrou em colapso, onde  foram mortos  ... mais de um milhão de pessoas. E Mourad Medeci , chanceler da Argélia, país que se opôs decisão da Liga Árabe de solicitar a  zona de exclusão: os bombardeiros são desproporcionais e ameaçam agravar a crise.
No Brasil, onde o Nobel da Paz  Obama deu a ordem para abrir fogo contra a Líbia, o governo declarou que a intervenção militar está tendo um efeito contrário, não está protegendo os líbios, mas levando a mais mortes. Lembrar que esta é a posição da Rússia, China e Índia, também membros dos BRICs. Na América Latina, se opuseram a intervenção militar a Argentina,o  Uruguai e, naturalmente, os membros da ALBA, que apoiaram a proposta  de Chávez. 
 Cabe recordar que em 23 de fevereiro deste ano, Fidel Castro alertou para a ameaça dessa intervenção na Líbia, argumentou ele que seu objetivo não era somente  para apropriação do petróleo, mas com a intenção de travar a onda revolucionária árabe. 

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