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crianças palestinas |
O Comitê de
solidariedade à luta do Povo Palestino de Rio de Janeiro é uma organização de militantes
internacionalistas unidos pelo objetivo
comum de defender e divulgar a resistência das massas árabes, em particular do
povo palestino, contra a estratégia de ocupação genocida do imperialismo
sionista, condensada desde 1948 na
ocupação israelita dos territórios palestinos e que segue no rastro dos
interesses dos grandes monopólios no
Mundo Árabe.
A posição pró-Israel
dos partidos identificados com os interesses dos grandes monopólios e da
oligarquia em nosso país não é nenhuma
novidade para os internacionalistas. O problema é quando um candidato do campo
da esquerda reproduz os mitos e dogmas
sionistas como verdades puras e isentas , humanistas e acima de qualquer
suspeita.
Lamentavelmente, esse é
um fato recorrente quando se privilegia as regras do jogo eleitoral burguês.
Por isso, não é um fato novo. No início do ano um deputado federal do PSOL em
visita a Israel fez isso. Desta vez, estamos
nos referindo à entrevista do candidato
do PSOL à Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj), onde o candidato
defende que sua posição “sobre Israel
e ao conflito com a Palestina
sempre foi de dois povos e dois Estados” e declara que deseja o crescimento do
movimento de esquerda de Israel que pensa como ele. Mais a frente afirma “que
não tem nenhum problema ter relações econômicas, ter as parcerias que possa
ter...” com Israel. Disse se sentir
incomodado com a queima dos símbolos da nação, em referência a queima de
bandeiras de Israel por militantes, inclusive de seu próprio partido. Neste
ponto, exalta o mito que tenta separar as políticas dos diferentes governos da natureza
do Estado sionista.
Considerando que o
sionismo através do velho discurso de
vítima, com o apoio de todos os meios de
comunicação de nosso país, tenta seduzir os mais desavisados sobre o tema,
resolvemos ajudar a esclarecer que esse
“conflito”, nas palavras do candidato do PSOL, é uma ocupação militar sangrenta
e perversa que já dura 68 anos e que serve de uma espécie de cabeça de ponte,
para usar um jargão militar, bem a propósito, a fim de ampliar o domínio dos
grande monopólios imperialistas no Mundo Árabe.
“Na Palestina não existem condições objetivas, nem subjetivas para dois
Estados: nem políticas, nem econômicas e nem geográficas. (...) Obviamente, não
dizem isso aqueles cujo interesse é manter o status quo, ou seja, legitimar a
ocupação sionista. Pensam assim:
“Proponho
que até a próxima reunião da Assembleia geral da ONU haja um acordo que leve a
criação de um novo membro da ONU, um Estado soberano independente Palestino que
viva em paz com Israel” ( Presidente dos EUA Barack Obama).
“... apoio aos esforços pela criação do Estado palestino”.(Presidente da França Sarkozy ao Presidente Palestino Mahmoud Abbas)”.[1]
“... apoio aos esforços pela criação do Estado palestino”.(Presidente da França Sarkozy ao Presidente Palestino Mahmoud Abbas)”.[1]
O
discurso de dois Estados é exatamente isso... apenas um discurso que mantém um
nível ideal de expectativas necessário aos interesses sionistas de seguir
avançando impunemente na limpeza étnica de toda a Palestina histórica. Um
discurso que precisa ser amplamente reproduzido para que tenha o efeito
esperado, assim o estado de Israel perpetua sua política genocida sem ser
questionado. A esquerda israelense, com raras exceções, faz isso.
O discurso da proposta
de dois estados tem o propósito de dar legitimidade à ocupação militar e aos
privilégios dos colonos, construídos
sobre as casas, os corpos e o sangue dos palestinos; e sobretudo , esse
discurso, aparentemente inofensivo ,retira dos refugiados o direito inalienável
do retorno para sua terra, sua história. Mesmo que essa proposta fosse
possível, o que não é, ela, mesmo apenas como discurso, cristaliza
e naturaliza a injustiça histórica que significa a ocupação sionista nos
territórios dos palestinos.
O povo palestino luta
contra a política de genocídio e limpeza étnica com pedras nas mãos há 68 anos:
Diariamente, tem que lidar com prisões de crianças; mais de 7 mil prisioneiros políticos, muitos
sem acusação formal; torturas nas prisões; muro do apartheid; destruição de
casas e bairros inteiros ; a posse
militar seguida de destruição dos cemitérios milenares para construção de
museus do holocausto; o tráfico de órgãos; uma juventude atingida por tiros que
a deixam em cadeiras de roda; o bloqueio à Gaza; os efeitos das armas proibidas
sobre a população; o racionamento de agua imposto ; o assassinato banalizado da
juventude pelo exército de ocupação e outras tantas barbaridades . A realidade
dos palestinos é muito dura e se assemelha, em alguns aspectos, a de nossa população negra das favelas! Claro, considerando que uma das
diferenças é que lá na Palestina a
legitimidade da violência está nas mãos do exército de Israel, um exército de
ocupação.
“Assim como o
‘pinkwashing’, (técnica israelense de “lavar” seus crimes) o ‘whitewashing’ serve
para “lavar” os crimes de Israel de “branco” e promover internacionalmente a
entidade sionista como o único regime democrático do Oriente Médio ignorando
Apartheid, limpeza étnica, racismo, colonialismo e o total genocídio da
população indígena e da história palestina.”[2]
“O Estado judeu tem o controle absoluto sobre as doações humanitárias; a economia; tudo o que se produz e é comercializado pelos palestinos; o controle total da água consumida; da energia; dos combustíveis; do acesso aos remédios; do que os alunos devem aprender nas escolas; tem o controle total das estradas que cortam impiedosamente todo o território, criando verdadeiras malhas e redes entre as colônias judaicas que isolam e sufocam, cada vez mais, as aldeias palestinas em pontos minúsculos na rede sionista de estradas, onde somente pode circular os judeus e os tratores do Estado judeu que irão destruir mais uma aldeia para construção de uma nova colônia.
“O Estado judeu tem o controle absoluto sobre as doações humanitárias; a economia; tudo o que se produz e é comercializado pelos palestinos; o controle total da água consumida; da energia; dos combustíveis; do acesso aos remédios; do que os alunos devem aprender nas escolas; tem o controle total das estradas que cortam impiedosamente todo o território, criando verdadeiras malhas e redes entre as colônias judaicas que isolam e sufocam, cada vez mais, as aldeias palestinas em pontos minúsculos na rede sionista de estradas, onde somente pode circular os judeus e os tratores do Estado judeu que irão destruir mais uma aldeia para construção de uma nova colônia.
Qual desses pequenos fragmentos
palestinos, bantustões ou guetos miseráveis se chamará Estado Palestino, sem direitos e
totalmente dominado, controlado e exposto a violência do assassino exército de
Israel? Qual devemos comemorar?”[3]
Nos últimos tempos, assistimos
ao crescente número de crimes bárbaros contra as crianças palestinas. Para dar uma
pequena mostra dessa afirmação, nos
últimos 3 meses de 2015, 25 crianças palestinas foram assassinadas e 1.300
feridas. Neste informe da Unicef[4]
não está o menino queimado vivo, nem as crianças baleadas esse ano, ou durante
o ano de 2015 inteiro. Segundo dados oficiais ONU , no final de 2015, havia 422
crianças encarceradas nas bárbaras prisões israelenses. Crianças sendo
submetidas a seções de tortura e
assedio em prisões. Israel é o único estado do mundo que processa e condena crianças
em tribunais militares, sem sequer
assegurar-lhes um julgamento justo e com garantias.
Como pode ver, a
historia nos mostra que a limpeza étnica, o roubo dos territórios e demais
atrocidades, como por exemplo, o assassinato diário de seu povo e o foco contra
as crianças e a juventude é uma política
de Estado, não é de um ou outro governo. A esquerda lá não é só conivente ou
coadjuvante nesta história criminosa, ela é também protagonista da histórica política
genocida de Estado.
Então, como pode um
candidato da esquerda defender uma parceria com um Estado teocrático cujo regime é de segregação racial, um
apartheid que é, além disso, uma ocupação militar que mata cidadãos e crianças palestinas, que suja com sangue
inocente a dignidade humana? Israel é
tudo isso... candidato.
Atualmente, toma corpo no
mundo o movimento mundial de boicote a Israel – Boicote, Desinvestimento e
Sanção. O Parlamento Europeu realiza neste momento uma exposição de fotos dos
crimes do regime israelense contra o povo palestino[5]. Alguns
países romperam as relações comerciais e de parcerias com Israel. Vale a pena o candidato se
inteirar para que não fique na contra mão do movimento de solidariedade
internacionalista com a Palestina, considerado pela emergência política a causa
da humanidade e vendida pelos meios de comunicação como um conflito sem grandes
proporções entre vizinhos.
Convidamos o senhor a
conhecer a história da ocupação militar e ouvir a posição do povo palestino resumida nas palavras de ordem:
Pelo fim da ocupação!
Por uma Palestina
livre, laica e para todos, com o retorno dos refugiados!
SOMOS TODOS PALESTINOS
Comitê de Solidariedade
à Luta do Povo Palestino do RJ
[1] http://somostodospalestinos.blogspot.com.br/2011/07/e-os-palestinos-o-que-pensam-sobre-um.html
[2] http://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/01/duas-opinioes-divergentes-sobre-a-viagem-de-jean-wyllys-a-israel.html
[3] http://somostodospalestinos.blogspot.com.br/2011/07/e-os-palestinos-o-que-pensam-sobre-um.html
[4] http://www.palestinalibre.org/articulo.php?a=61288
[5] http://www.palestinalibre.org/articulo.php?a=62131