As milícias lideradas pelos curdos raptaram 300 civis no Nordeste da Síria, continuando a exercer «práticas criminosas» sobre a população nos territórios que controlam, revelou este domingo a SANA
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Um combatente das chamadas FDS fixa uma bandeira no chão perto de Raqqa (Fevereiro de 2017) / isna.ir |
Fontes locais, que pediram anonimato, disseram ontem à agência
estatal síria que elementos das chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS),
apoiadas por Washington, invadiram várias casas nas localidades de Ras al-Ain,
al-Shadadi, Tell Nimr e Tell Hamis, na província de Hasaka (Nordeste da Síria),
e sequestraram 300 civis com o objetivo de os obrigar as combater nas suas
fileiras.
Na mesma notícia, a SANA indica
que combatentes das FDS raptaram uma mulher na localidade de al-Hamrat
(província de Raqqa), tendo-a levado para parte incerta. Na mesma província, na
aldeia de al-Wasitah e arredores, elementos da milícia curdo-árabe saquearam
instalações do governo sírio e infra-estruturas públicas.
Há cerca de uma
semana, a 24 de Setembro, habitantes de al-Shadadi vieram para as ruas para
exigir a retirada das milícias curdas apoiadas pelos Estados Unidos. O comércio
esteve encerrado e a rua principal da localidade foi bloqueada.
Dois dias antes, várias fontes, que pediram anonimato, disseram
à SANA que
as FDS tinham recebido 175 caminhões carregados de armamento e munições
enviados pelos EUA a partir da região do Curdistão iraquiano.
Uma informação
semelhante tinha sido revelada no passado dia 15, quando as autoridades sírias,
em cartas enviadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros às Nações Unidas e
ao seu Conselho de Segurança, acusaram estas milícias de levar a cabo práticas
terroristas e repressivas contra a população civil nas províncias de Hasaka,
Raqqa, Deir ez-Zor e Alepo.
A diplomacia síria
denunciou que os grupos que integram as FDS «coincidem nas suas ações com os
esquemas dos Estados Unidos e dos ocupantes israelitas, que os apoiam do ponto
de vista militar, logístico, financeiro e político».
Acusou ainda as
FDS de estarem «agora na fase sequestrar, torturar, matar e deslocar os civis,
bem como de recrutar ilegitimamente os jovens com o objetivo de impor um novo
status quo que sirva esses esquemas e prolongue a crise no país, lê-se ainda
nas missivas.
Reabertura do principal posto fronteiriço com o Iraque
Foi hoje reaberto o posto fronteiriço que liga al-Bukamal, na
província síria de Deir ez-Zor, e al-Qaem, na província iraquiana de Anbar,
depois de vários anos de encerramento, devido aos ataques do grupo terrorista
Daesh, revelam a agência SANA e
outras fontes.
Depois de as
autoridades de ambos os países terem dado como concluídas as medidas requeridas
à reabertura do posto em ambos os lados da fronteira, foi ali retomado o fluxo
de pessoas e mercadorias.
O facto de o
Ministério sírio da Informação ter convidado jornalistas e correspondentes da
imprensa estrangeira a estar presentes na cerimônia de reabertura dá uma noção
da importância econômica que esta assume para a Síria (e também para o Iraque).
Trata-se, segundo a SANA,
do mais importante dos quatro postos fronteiriços entre a Síria e o Iraque, e a
sua reabertura ocorre quase dois anos depois de unidades do Exército Árabe
Sírio terem libertado al-Bukamal e arredores da presença do Daesh.
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