
O controle de fronteiras que cerca a Faixa de Gaza somente liberou a entrada do primeiro embarque de combustível industrial na noite passada, após 45 dias de bloqueio. A chegada do combustível representou um pequeno alívio após uma nevasca de intensidade rara ter atingido Jerusalém e parte da Cisjordânia ocupada. A nevasca, que começou na quarta-feira passada, foi descrita pelas autoridades como a pior em décadas, paralisou a cidade de Jerusalém e deixou milhares de pessoas sem energia em Israel e na vizinha Cisjordânia.
A falta de combustível dificultou os trabalhos de resgate em Gaza, onde a estimativa de autoridades do Hamas é de que grande parte das 40 mil pessoas desabrigadas ainda seguem ao relento, protegidas muitas vezes por uma lona apenas. Gaza vem sofrendo de desabastecimento crônico de combustível devido ao controle das fronteiras imposto por Israel e Egito, desde que o grupo fundamentalista Hamas tomou o poder em 2007.
Autoridades palestinas de fronteira disseram que o embarque de combustível neste domingo foi pago pelo Qatar, país rico em petróleo e aliado do Hamas no passado. A tempestade de neve atingiu Gaza em um momento difícil. A falta recorrente de energia levou à suspensão da maioria dos programa de saúde e serviços.
Segundo a polícia israelense quatro palestinos morreram em acidentes relacionados com a nevasca. Escolas foram fechadas em Jerusalém e Cisjordânia.
Área de desastre
Antes de declarar calamidade pública, as Nações Unidas já descreviam a Faixa de Gaza como “área de desastre”. As enchentes, provocadas por quatro dias de chuvas torrenciais, são tão graves que muitas casas só podem ser acessadas com barcos, já que estão submersas em até dois metros de água em alguns pontos.

Na Cidade de Gaza, muitas pessoas ficaram presas em suas casas inundadas. Um homem palestino de 22 anos morreu intoxicado pela fumaça depois de incendiar sua própria casa, informou um porta-voz do governo. O ministério da Saúde de Gaza informou que outras 100 pessoas ficaram feridas nas enchentes que destruíram moradias ao longo do litoral. Muitos dos feridos foram atingidos por objetos que despencaram dos prédios inundados ou se envolveram em acidentes de carro nas ruas alagadas.
A cidade também vinham sofrendo com blecautes de cerca de 12 horas desde que a única usina de energia do território foi desligada há um mês por falta de combustível. Com a chegada de novo carregamento, nesta segunda-feira, a previsão é de que a energia volte aos poucos nas áreas atingidas pelas chuvas.
Fonte: Correio do Brasil.
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