sexta-feira, 15 de abril de 2011

Assassinatos de dois grandes internacionalistas: Um recado de Israel

Continuar a construir um mundo colorido.
Vittorio vive entre nós!

15/04/2011 por Manuel Tapial

Hoje eu acordei com uma mensagem de texto, um ativista do ISM, confirmando as imagens dos meus pesadelos de hoje à noite: a morte de Vittorio Arrigoni, um ativista italiano que levou mais de três anos coletando informações a partir da Faixa de Gaza, mantendo-nos informados diariamente do sofrimento que estava causando o bloqueio e também a vida intensa que, apesar do bloqueio, os palestinos conseguem levar.

Não tenho dúvidas de que a morte de Vik não foi por acaso. Há pouco menos de uma semana também foi assassinado por desconhecidos Juliano Mer-Kamis, fundador do Teatro da Liberdade, uma outra morte que certamente não foi por acaso.
Nos últimos tempos, o Estado de Israel tem intensificado a construção dos assentamentos e o assédio à Gaza , apesar da resistência do povo palestino. Além disso, Israel tem sido dominado pela maré humana de solidariedade internacional ao povo palestino, que tem aumentado nos últimos anos, tendo seus maiores expoentes em duas campanhas: a do Boicote, Desinvestimento e Sanções e a da Flotilha da Liberdade que navegará, em sua segunda missão, no final de maio deste ano.

Israel tentou por todos os meios minimizar o impacto de ambas. O parlamento israelense, tem procurado fórmulas legais para perseguir e assediar as pessoas de Israel e as organizações de direitos humanos dentro de Israel que não concordam com as políticas de colonização, apartheid e judaização promovidas pelo governo israelense.

No caso da Flotilha da Liberdade, Israel enviou uma mensagem clara ao mundo, em 31 de maio de 2010, quando atacou a frota, matando nove trabalhadores humanitários, oito turcos e um turco - americanos, ferindo mais de 60 deles : " A hegemonia na região passa por Israel e que estava acima de qualquer lei". O custo desta ação de Israel foi tão alto em nível internacional após a colisão que nos leva à conclusão que a inteligência israelense infiltrou um grupo específico para espionar ativistas e a organizações de luta da Flotilha, como foi publicado em vários meios de comunicação, citando fontes da inteligência israelense.

O governo israelense tem feito, nos últimos meses, uma ofensiva diplomática , pedindo apoio da Itália de Berlusconi. Shimon Peres atravessou a Espanha e outros países europeus a procura de uma fórmula que fizesse nossos governos pararem nossos navios que farão parte da próxima Flotilha da Liberdade, tentando encontrar um caminho mais lógico do que as leis que não permitem que os governos parem as missões humanitárias da sociedade civil, se elas estiverem dentro da legalidade. O último país a responder a estes pedidos para parar o barco da Flotilha foi a Turquia.

Parece que a falta de apoio político e diplomático gerou conflitos no governo israelense. Nos últimos dias, temos visto declarações contraditórias do executivo de Israel. Enquanto Netanyahu vai à TV pública israelense dizer que deixará os barcos chegarem em Gaza, depois de uma inspeção da carga por competentes autoridades internacionais, comandantes militares israelenses anunciavam que estavam treinando as diferentes maneiras de abordarem os barcos, advertindo que qualquer cenário de abordagem implicaria a perda de vidas dos doadores.

O nervosismo de Israel pode, porque continua a ser uma hipótese, ter sido demonstrado nos assassinatos de Julian e Vittorio também. Dois homens de paz. Um israelense e um internacional. Dois assassinatos que poderiam ter um significado claro. No assassinato de Juliano, parar suas ligações com a sociedade palestina e sua luta por uma sociedade baseada na igualdade, no respeito, na tolerância, no amor à vida, na educação e na a arte. Estes valores são muito perigosos no contexto da supremacia militar porque amplia ainda mais a crescente rejeição global do que significa, para os palestinos, o Estado de Israel.

No caso de Vittorio, a ternura e solidariedade devem ser punidas como foi anteriormente a Flotilha da Liberdade.Uma mensagem clara de intimidação como a lançado em 2008 contra ele. Creio que as ameaças e intimidação das mais diversas formas que os membros da Frota vêm sofrendo me dizem que esses dois assassinatos não são inocentes e têm um denominador comum. Alguém enviou uma mensagem clara , a partir de Israel para a Palestina, tendo em vista os ativistas internacionais.
Eu não penso só no Grupo Salafista. Eu mesmo já estive em campos de refugiados palestinos do Líbano. Eu andava por aqueles bairros onde percebemos que é perigoso estar, mas que nosso trabalho e nosso compromisso fazem com que sejamos respeitados e aceitos por todos os grupos. Suspeitos estão por toda parte, mas eu acho que o Grupo Salafista pode servir a interesses externos, como muitos que conheci em minhas viagens ao Oriente Médio, financiado pela Arábia Saudita, o Mossad, CIA, etc ...

De qualquer forma,  Vittorio Arrigoni, com certeza estará entre nós de volta à Gaza na próxima Flotilha no final de maio. Vittorio Arrigoni foi uma das nossas referências e fonte de inspiração para homens e mulheres da Flotilha, e como todos os grandes homens que fizeram história, ele foi assassinado pelos tolos que servem aos interesses estrangeiros e que sob nenhuma circunstância buscam a paz.

Vittorio vive. A luta continua!

--
Postado por Cipó de Aroeira no Viva a Palestina em 4/15/2011 04:32:00 PM

Nenhum comentário:

Postar um comentário